quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

 

  KAPUT

Este foi o título escolhido por Wolfgang Munchau para ilustrar o fim do milagre Alemão.

O livro não poderia ser mais oportuno.

Precisamente hoje, no momento em que escrevo este texto, Olaf Scholz perdeu o voto de confiança, o que implica novas eleições lá para Fevereiro na Alemanha.

Munchau descreve de forma magistral as origens da crise presente que remontam a Merkel.

Assim, Merkel ao permitir a entrada de mais de 1 milhão de Sírios em avalanche provocou o fortalecimento presente da AFD, que se transformou no processo, num poderoso partido da extrema direita.

Também, Merkel ao fazer a opção de acabar com as centrais nucleares e apostando tudo no Gás Russo, criou uma dependência energética que se tornou desastrosa com o desenvolvimento da Guerra na Ucrania.

Além disso, a Industria Alemã não se soube modernizar e na área fundamental da exportação automóvel foi largamente ultrapassada pela produção Chinesa de automóveis eléctricos.

Não só os Chineses produzem mais rápido, mas a preços muito mais competitivos.

Os despedimentos na Volkswagen e na Bosch ilustram esta derrocada.

O “motor” Alemão, pilar fundamental da UE, gripou.

No outro pilar, a França, a Economia e a dívida externa também entraram numa espiral descontrolada. E a juntar a isto, as tentativas de neutralização de Le Pen já levaram a várias acrobacias por parte de Macron, sendo a última a de Bayrou que tudo indica, será também transitória.

Anuncia-se, portanto, uma tempestade perfeita num contexto da inauguração de Trump, protecionista, ameaçando com tarifas pesadas e exigindo da Europa uma autonomia na defesa que a Europa não pode pagar.

Ursula von der Leyen vai ter um mandato de uma dificuldade extrema e o papel de Costa reboliço e insinuoso, vai revelar-se para lá do difícil.

A grande vedeta espera nos bastidores. Meloni, hábil, astuta e convincente tem vindo a ganhar prestígio e perfila-se como aquela capaz de comunicar com um Trump profundamente céptico no que respeita a Europa de Ursula.

O controle da Imigração tornou-se no tema e preocupação dominante nos Países Europeus. Vimos isto progressivamente nos Países Escandinavos com uma reviravolta total de posição, seguidos pela Holanda e obsessivamente pela Inglaterra, onde o tema domina toda a política, desde Starmer a Farage, este último com uma subida vertiginosa e paradoxal de popularidade, visto ser ele o principal defensor do Brexit.

Portugal parece alheio a tudo isto, com uma imigração a crescer, apesar das tímidas tentativas de correção de Montenegro, depois do descalabro das portas escancaradas determinadas por Costa e a Gerigonça.

Apesar do investimento pimba das Iluminações de Natal, andamos muito pouco “iluminados” e conscientes do que aí vem.

Apertem os cintos de segurança, o ano de 2025, vai ser mais do que turbulento.

Isto para não falar do Clima \ Clima, esse muito mais turbulento de forma transcendente do que o Clima Político, sem ninguém que lhe preste atenção ou cuidados.

Kaput no Planeta. Kaput na Humanidade.

 

         António Sérgio Rosa de Carvalho

          Historiador de Arquitectura


 KAPUT

This was the title chosen by Wolfgang Munchau to illustrate the end of the German miracle.

The book could not be more timely.

Just today, at the time of writing this text, Olaf Scholz has lost the vote of confidence, which implies new elections in February in Germany.

Munchau masterfully describes the origins of the present crisis that can be traced back to Merkel.

Thus, Merkel's allowing more than 1 million Syrians to enter in an avalanche provoked the present strengthening of the AfD, which in the process transformed itself into a powerful party of the extreme right.

Also, Merkel, by making the choice to end nuclear power plants and betting everything on Russian Gas, created an energy dependence that became disastrous with the development of the War in Ukraine.

In addition, German industry did not know how to modernize and in the fundamental area of automobile exports it was largely overtaken by Chinese production of electric cars.

Not only do the Chinese produce faster, but at much more competitive prices.

The redundancies at Volkswagen and Bosch illustrate this collapse.

The German "engine", a fundamental pillar of the EU, has taken a hit.

In the other pillar, France, the economy and the foreign debt also entered an uncontrolled spiral. And in addition to this, the attempts to neutralize Le Pen have already led to several acrobatics on the part of Macron, the latest being Bayrou's that everything indicates, will also be transitory.

A perfect storm is therefore announced in the context of the inauguration of Trump, protectionist, threatening heavy tariffs and demanding from Europe an autonomy in defense that Europe cannot afford.

Ursula von der Leyen will have a mandate of extreme difficulty and Costa's role, turbulent and insinuous, will prove to be beyond difficult.

The big star waits in the wings. Meloni, skilled, astute and convincing, has been gaining prestige and is emerging as the one capable of communicating with a Trump deeply skeptical about Ursula's Europe.

Immigration control has become the dominant theme and concern in European countries. We have seen this progressively in the Scandinavian countries with a total about-face, followed by the Netherlands and obsessively by England, where the issue dominates all politics, from Starmer to Farage, the latter with a vertiginous and paradoxical rise in popularity, since he is the main defender of Brexit.

Portugal seems oblivious to all this, with immigration growing, despite Montenegro's timid attempts to correct it, after the debacle of the wide open doors determined by Costa and Gerigonça.

Despite the pimba investment of the Christmas Illuminations, we are very little "enlightened" and aware of what is coming.

Fasten your seat belts, the year 2025 is going to be more than turbulent.

Not to mention the Climate, which is much more turbulent in a transcendent way than the Political Climate, with no one paying attention or care for it.

Kaput, the planet. Kaput Humanity

 

    António Sérgio Rosa de Carvalho

    Architectural Historian

 

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