KAPUT
Este foi o título escolhido por Wolfgang Munchau para
ilustrar o fim do milagre Alemão.
O livro não poderia ser mais oportuno.
Precisamente hoje, no momento em que escrevo este
texto, Olaf Scholz perdeu o voto de confiança, o que implica novas eleições lá
para Fevereiro na Alemanha.
Munchau descreve de forma magistral as origens da
crise presente que remontam a Merkel.
Assim, Merkel ao permitir a entrada de mais de 1
milhão de Sírios em avalanche provocou o fortalecimento presente da AFD, que se
transformou no processo, num poderoso partido da extrema direita.
Também, Merkel ao fazer a opção de acabar com as
centrais nucleares e apostando tudo no Gás Russo, criou uma dependência
energética que se tornou desastrosa com o desenvolvimento da Guerra na Ucrania.
Além disso, a Industria Alemã não se soube modernizar
e na área fundamental da exportação automóvel foi largamente ultrapassada pela
produção Chinesa de automóveis eléctricos.
Não só os Chineses produzem mais rápido, mas a preços
muito mais competitivos.
Os despedimentos na Volkswagen e na Bosch ilustram
esta derrocada.
O “motor” Alemão, pilar fundamental da UE, gripou.
No outro pilar, a França, a Economia e a dívida
externa também entraram numa espiral descontrolada. E a juntar a isto, as
tentativas de neutralização de Le Pen já levaram a várias acrobacias por parte
de Macron, sendo a última a de Bayrou que tudo indica, será também transitória.
Anuncia-se, portanto, uma tempestade perfeita num
contexto da inauguração de Trump, protecionista, ameaçando com tarifas pesadas
e exigindo da Europa uma autonomia na defesa que a Europa não pode pagar.
Ursula von der Leyen vai ter um mandato de uma
dificuldade extrema e o papel de Costa reboliço e insinuoso, vai revelar-se
para lá do difícil.
A grande vedeta espera nos bastidores. Meloni, hábil, astuta
e convincente tem vindo a ganhar prestígio e perfila-se como aquela capaz de
comunicar com um Trump profundamente céptico no que respeita a Europa de
Ursula.
O controle da Imigração tornou-se no tema e
preocupação dominante nos Países Europeus. Vimos isto progressivamente nos
Países Escandinavos com uma reviravolta total de posição, seguidos pela Holanda
e obsessivamente pela Inglaterra, onde o tema domina toda a política, desde
Starmer a Farage, este último com uma subida vertiginosa e paradoxal de
popularidade, visto ser ele o principal defensor do Brexit.
Portugal parece alheio a tudo isto, com uma imigração
a crescer, apesar das tímidas tentativas de correção de Montenegro, depois do
descalabro das portas escancaradas determinadas por Costa e a Gerigonça.
Apesar do investimento pimba das Iluminações de Natal,
andamos muito pouco “iluminados” e conscientes do que aí vem.
Apertem os cintos de segurança, o ano de 2025, vai ser
mais do que turbulento.
Isto para não falar do Clima \ Clima, esse muito mais
turbulento de forma transcendente do que o Clima Político, sem ninguém que lhe
preste atenção ou cuidados.
Kaput no Planeta. Kaput na Humanidade.
António
Sérgio Rosa de Carvalho
Historiador
de Arquitectura
KAPUT
This was the
title chosen by Wolfgang Munchau to illustrate the end of the German miracle.
The book
could not be more timely.
Just today,
at the time of writing this text, Olaf Scholz has lost the vote of confidence,
which implies new elections in February in Germany.
Munchau
masterfully describes the origins of the present crisis that can be traced back
to Merkel.
Thus,
Merkel's allowing more than 1 million Syrians to enter in an avalanche provoked
the present strengthening of the AfD, which in the process transformed itself
into a powerful party of the extreme right.
Also,
Merkel, by making the choice to end nuclear power plants and betting everything
on Russian Gas, created an energy dependence that became disastrous with the
development of the War in Ukraine.
In addition,
German industry did not know how to modernize and in the fundamental area of
automobile exports it was largely overtaken by Chinese production of electric
cars.
Not only do
the Chinese produce faster, but at much more competitive prices.
The
redundancies at Volkswagen and Bosch illustrate this collapse.
The German
"engine", a fundamental pillar of the EU, has taken a hit.
In the other
pillar, France, the economy and the foreign debt also entered an uncontrolled
spiral. And in addition to this, the attempts to neutralize Le Pen have already led to several
acrobatics on the part of Macron, the latest being Bayrou's that everything
indicates, will also be transitory.
A perfect
storm is therefore announced in the context of the inauguration of Trump,
protectionist, threatening heavy tariffs and demanding from Europe an autonomy
in defense that Europe cannot afford.
Ursula von
der Leyen will have a mandate of extreme difficulty and Costa's role, turbulent
and insinuous, will prove to be beyond difficult.
The big star
waits in the wings. Meloni, skilled, astute and convincing, has been gaining
prestige and is emerging as the one capable of communicating with a Trump
deeply skeptical about Ursula's Europe.
Immigration
control has become the dominant theme and concern in European countries. We
have seen this progressively in the Scandinavian countries with a total
about-face, followed by the Netherlands and obsessively by England, where the
issue dominates all politics, from Starmer to Farage, the latter with a
vertiginous and paradoxical rise in popularity, since he is the main defender
of Brexit.
Portugal
seems oblivious to all this, with immigration growing, despite Montenegro's
timid attempts to correct it, after the debacle of the wide open doors
determined by Costa and Gerigonça.
Despite the
pimba investment of the Christmas Illuminations, we are very little
"enlightened" and aware of what is coming.
Fasten your
seat belts, the year 2025 is going to be more than turbulent.
Not to
mention the Climate, which is much more turbulent in a transcendent way than
the Political Climate, with no one paying attention or care for it.
Kaput, the planet. Kaput Humanity
António Sérgio Rosa de Carvalho
Architectural Historian
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