Com o fecho da “Casa
Alves” que fez correr “rios de tinta” e provocou polémicas e
inciativas logradas, simbolizou-se o fim da mercearia de bairro,
síntoma também, do fim da vida de bairro com moradores permanentes
e identidade local.
Lisboa está a uma
velocidade vertiginosa a transformar-se de um Local vivido em
permanência num Sítio de passagem efémero.
Os moradores locais
foram progressivamente substituídos por residentes temporários.
Mas nada é mais
fortemente vísivel neste turbilhão globalizado, do que o aumento
explosivo do número de estabelecimentos de venda de produtos
pseudo-turísticos made in Asia.
Assim, na Baixa,
contam-se já 90 lojas de “souvenirs” e afins asiáticos
72% abertos por
pessoas originárias da India, Paquistão, Bangla-Desh , Sri-Lanka.
Dizia O Corvo há
uns tempos :
( …) “Com estas
linhas em mente, João Fernandes saiu à rua. Ou melhor, às ruas do
Ouro, dos Sapateiros, Augusta, da Prata, dos Correeiros, dos
Douradores, dos Fanqueiros, do Comércio, de São Julião, da
Conceição, de São Nicolau, da Vitória, da Assunção, de Santa
Justa e do Crucifixo. Em 15 ruas, contou 52 lojas obedecendo ao
critério restrito de lojas que vendem apenas recordações, número
que sobe para os 61, se incluir as que também se dedicam a outros
ramos da actividade retalhista.”
Como ilustração, a
velocidade de como a “Casa Tavares” foi ocupada é ilustrativa
…( Ver imagens em baixo )
A “Casa dos
Panos”, lá está na Rua dos Fanqueiros provávelmente à espera da
mesma sorte.
Ah! A antiga
barbearia , posteriormente numismática à esquina da Rua do
Crucifixo, em frente à Igreja, perto da entrada do Metro/Baixa
Chiado, já está a ser preparada para o mesmo destino.
Mesmo sabendo que esta
avalanche de híbrido é alimentada por um “Turismo de Massas”
sem critério, mantém-se o mistério da origem do financiamento
nesta dinâmica de empreendorismo avassalador.
OVOODOCORVO
A antiga barbearia
, posteriormente numismática à esquina da Rua do Crucifixo
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