Afinal
qual é a posição da C.M.L. e das suas “Lojas com História “
nisto tudo ?
Ok
. Depois de muita insistência:
O
Círculo das Lojas de Carácter e Tradição de Lxª resolveu
“confrontar” a C.M.L. “indirectamente” através de uma
petição dirigida à Assembleia da República afim de alterar a Lei
do Arrendamento …
OVOODOCORVO
Lisboa
diz adeus a mais um histórico. Palmeira fecha hoje
Venda
do prédio leva ao encerramento da casa aberta há 61 anos. É o
adeus aos pastéis de bacalhau sempre prontos na hora
23 DE DEZEMBRO DE
2015
Ana Bela Ferreira /
DN online
Ao balcão ou nas
mesas do restaurante A Palmeira, por estes dias, os clientes não se
limitam a comer ou beber. Tiram fotografias, fazem comentários aos
azulejos na parede e à decoração. É assim que os clientes
habituais e os curiosos se despedem da casa típica de Lisboa que
fecha hoje portas depois de 61 anos a servir pastéis de bacalhau
sempre quentes ou um prato do "fiel amigo" diferente todos
os dias.
O fim de mais esta
tasca típica lisboeta foi decretado com a venda do edifício. "A
câmara vendeu o prédio em hasta pública e os novos donos vão
fazer obras, o que nos leva a fechar", conta uma das sócias,
Maria do Rosário Carapinha. Hoje fecha portas para não voltar a
abrir - "não fazia sentido mudarmos para outro espaço e aqui
não sabemos quando terminam as obras e qual a ideia do novo dono".
"Tínhamos de entregar o espaço na primeira semana de janeiro
e, como vamos fechar para o Natal, não fazia sentido voltar a
abrir", acrescenta Rosarinho, como é carinhosamente tratada a
sócia e filha do fundador do restaurante.
A notícia do fim d"
A Palmeira foi sendo dada aos clientes nos últimos dias e depressa
se espalhou. Daí que a azáfama tenha sido mais do que muita. "As
pessoas querem despedir-se do espaço, tiram fotografias e pedem
peças da decoração para levar", conta Nuno Silva, empregado
de mesa, na casa há oito anos.
Na segunda-feira, ao
final da tarde, o espaço na Rua do Crucifixo estava a abarrotar.
Muitos dos frequentadores, além de clientes, são amigos da casa.
Dão ânimo aos funcionários e a Maria do Rosário. As lágrimas
caem com facilidade no rosto de alguns. "É o fim de mais uma
das casas típicas de Lisboa. Estão a acabar com todas",
lamentam.
Restaurante
Palmeira fecha portas
POR O CORVO • 23
DEZEMBRO, 2015 •
Um percurso iniciado
em 1954 termina nesta quarta-feira (23 de Dezembro), antevéspera de
Natal de 2015. Mas com a casa cheia. O restaurante Palmeira, a
funcionar na Rua do Crucifixo há quase 62 anos, deixa de servir
refeições a partir de hoje. Não porque tenha falta de clientes,
mas pelo facto de os novos donos deste antigo prédio municipal terem
decidido que estava na hora de fazer obras. E de nos planos destes
senhorios do velho imóvel, situado junto à saída da estação de
metropolitano da Baixa, não haver lugar para aquela que é uma das
mais icónicas casas comerciais daquela zona da cidade. Depois do
jantar, fecham-se as portas de um restaurante onde trabalham nove
pessoas.
“O prédio estava,
de facto, a precisar de umas grandes obras desde a altura do incêndio
do Chiado (25 de Agosto de 1988)”, reconhece Maria do Rosário
Carapinha, 57 anos, num breve intervalo da costumeira azáfama da
casa, feito de propósito para conversar com O Corvo. A filha do
proprietário está a tomar conta da gestão do Palmeira desde que o
seu pai, José de Almeida, faleceu, há nove anos. “Abrir noutro
local está fora de questão, não faz sentido”, diz.
A partir do momento
em que, em 1954, José de Almeida abriu a agora típica casa de
pasto, sem outra pretensão que a de servir boa comida portuguesa a
preços aceitáveis, o nome do estabelecimento foi-se afirmando. Sem
alarido, imune a modas. E, com isso, foi ganhando clientes. Não só
entre os habituais da Baixa, mas também entre os turistas. O
passa-palavra fê-lo entrar nos guias especializados.
A ida ao Palmeira
fazia parte das rotinas de muita gente, mas a sua aparente
perenidade, por si só, revela-se insuficiente para o salvar. “Tenho
muita pena, mas não vai ser possível continuar”, diz, tentando
esconder a emoção, Maria do Rosário, encostada a uma mesa do
pequeno escritório, situado paredes-meias com o balcão metálico –
onde, ontem ao princípio da tarde, havia quem tomasse uma imperial
enquanto lia o jornal.
A sala do fundo
estava cheia com gente que almoçava, e as reservas para o último
dia são já muitas. Essa sala, por estranho que pareça, pertence a
outro senhorio. Mas o facto de a parte da frente do restaurante estar
integrada no prédio que a Câmara Municipal de Lisboa vendeu ao
actual senhorio, no princípio deste ano, impede a continuação da
actividade. Não há nada a fazer. Mesmo tendo clientes japoneses
que, de tão apaixonados pelo sítio, enviam recordações.
Texto: Samuel Alemão
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