PCP
diz que controlo das fronteiras “desmascara hipocrisia” da UE
Eurodeputado João Ferreira criticou Alemanha e Áustria pela decisão
unilateral de suspender o Acordo de Schengen
LUSA / 14-9-2015 / PÚBLICO
O eurodeputado João Ferreira criticou ontem a reintrodução do
controlo das fronteiras por parte da Alemanha e da República Checa,
considerando que “desmascara a hipocrisia” da União Europeia
face à crise dos refugiados. “Esta decisão vem desmascarar a
hipocrisia do discurso sobre uma suposta resposta humanitária da
União Europeia à crise dos refugiados”, afirmou o eurodeputado
comunista, acrescentando que “esta decisão deixa a nu a verdadeira
natureza dessa resposta, a natureza desumana dessa resposta, a
verdadeira natureza da União Europeia”.
João Ferreira falava aos jornalistas à margem de um comício da
Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV), em Loures, acerca da
decisão da Alemanha e da República Checa, anunciada este domingo,
de reintroduzirem o controlo das fronteiras devido à crise dos
refugiados.
Na sua opinião, “um após outro, todos aqueles que foram
proclamados como os grandes princípios da União Europeia vão
caindo por terra”. “Esta não é a Europa da livre circulação
de pessoas, sempre foi eé a Europa da livre circulação de
mercadorias e capitais, subordinando tudo o resto ao interesse das
grandes potências”, declarou. O eurodeputado criticou também a
forma como a decisão foi tomada pela Alemanha, que “não ouviu
parceiros nenhuns, limitou-se a tomar a decisão que entendeu”.
João Ferreira reiterou a posição do PCP sobre a crise dos
refugiados, afirmando que “de acordo com as condições e as
possibilidades, devem ser criadas condições para colher
refugiados”.
No comício de Loures, o líder da CDU, Jerónimo de Sousa,
centrou-se na política nacional. Para vaticinar que, nas próximas
legislativas, “não haverá maiorias absolutas para ninguém”,
tendo apelado ao voto dos eleitores que em outras eleições votaram
noutros partidos.
“Eles pedem, mas sabem que não há maiorias absolutas para
ninguém”, vincou, considerando que “o país não lhes vai fazer
a vontade, nem a eles, nem a Cavaco Silva e às suas manobras e
pressões para que a política de exploração e empobrecimento
prossiga, seja pela mão de PSD/CDS, seja pelo PS”. “Cada voto e
cada deputado a mais da CDU é um voto e um deputado a menos nos
partidos responsáveis pela política que nestes 39 anos roubam
direitos e rendimentos”, afirmou.
Sem comentários:
Enviar um comentário