Portugal
tem a maior taxa de emigração da União Europeia
08.07.2015
/ EXPRESSO
Ao
todo são mais de cinco milhões de pessoas de origem portuguesa que
se encontram espalhadas pelo mundo, resultado de sucessivas vagas de
emigração portuguesa para as Américas, Europa e para as
ex-colónias, refere um estudo de Augusto Mateus
Com mais de cinco
milhões de pessoas de origem portuguesa espalhadas pelo mundo,
Portugal apresenta atualmente a taxa de população emigrada mais
elevada da União Europeia (UE28) e é o sexto país em número de
emigrantes.
Segundo o estudo
"Três Décadas de Portugal Europeu", que faz um balanço
da integração europeia desde 1986, as sucessivas vagas de
portugueses que partiram rumo às Américas (Brasil, Venezuela, EUA
ou Canadá), à Europa (França, Alemanha, Luxemburgo, depois Suíça,
Espanha ou Reino Unido) ou às ex-colónias (agora Angola ou
Moçambique) terão acumulado mais de dois milhões de emigrantes e
espalhado pelo mundo e mais de cinco milhões de pessoas de origem
portuguesa neste período.
O número de novos
emigrantes já ultrapassa os 50 mil, ultrapassando desde 2011 a
chegada de imigrantes, cujo valor caiu de um máximo de 80 mil em
2002 para menos de 20 mil em 2013.
Em 2012, Portugal
regista mesmo a segunda taxa de imigração mais reduzida da UE,
refere o trabalho, coordenado por Augusto Mateus e que vai ser
apresentado esta quarta-feira em Lisboa.
A evolução das
taxas de emigração e imigração reflete o impacto da crise
financeira em países como Irlanda, Espanha, Grécia e Portugal que
estão entre os Estados-membros em que a taxa de emigração mais
subiu e a taxa de imigração mais caiu desde 2008.
Vivem hoje no país
mais meio milhão de pessoas do que à data de adesão à CEE, mas
após registar um máximo populacional de 10,6 milhões em 2008/2010,
a população regrediu uma década encontrando-se agora abaixo dos
10,5 milhões.
Menos de 10 milhões
As projeções
europeias para 2013/2080, apontam para um cenário em que Portugal
terá menos de dez milhões de habitantes até 2030, menos de nove
milhões até 2050 e perderá um quarto da sua relevância na
população europeia até 2060, evoluindo em linha com a Grécia.
O saldo natural
(diferença entre nascimento e mortes) estreitou-se, até passar a
ser negativo em 2007, e desde 2011, o saldo migratório (diferença
entre imigrantes e emigrantes) acentuou também a tendência
negativa. Em 2012/2013, o país já perdia cinco a seis habitantes
por cada mil.
A população
estrangeira, que chegou a multiplicou por mais de cinco vezes desde
1986 e superou um máximo de 450 mil em 2009, recuou mais de 50 mil
desde a crise financeira.
Na altura em que
Portugal aderiu à CEE, a maioria dos estrangeiros era oriunda das
ex-colónias, nomeadamente de Cabo Verde, mas hoje um em cada cinco
estrangeiros é oriundo dos PALOP (Países de Língua Oficial
Portuguesa), outro do Brasil e outro de Leste.
No contexto do
programa de assistência financeira, Portugal foi o nono
Estado-membro na UE28 que mais perdeu população (-1%), atrás da
Grécia e da maioria dos países do alargamento que encolhem há mais
de duas décadas, como Hungria, Bulgária, Roménia, Letónia,
Lituânia ou Estónia.
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