sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Lisboa está a dar a volta às suas praças

5 1. Praça do Marechal Humberto Delgado (Sete Rios) 2. Alameda das Linhas de Torres 3. Largo da Igreja de Benfica 4. Largo da Igreja de Santa Isabel 5. Praça do Chile 6. Largo do Leão






Lisboa está a dar a volta às suas praças
A câmara quer estender o que fez na Av. do Duque de Ávila e na frente ribeirinha a toda a cidade, esperando que a intervenção no espaço público traga a dinamização do comércio e a requalificação do edificado

Inês Boaventura / 12-9-2015 / PÚBLICO

Há oito anos com o pelouro do Urbanismo da Câmara de Lisboa, o vereador Manuel Salgado não tem dúvidas: o programa com o qual o município ambiciona criar uma praça em cada bairro “vai mudar”, e “muito”, a capital. Com esta iniciativa, o trabalho feito na Avenida do Duque de Ávila e na zona ribeirinha “vai estender-se à cidade toda”, contribuindo para o surgimento de novos “pólos de atracção” um pouco por todo o território.
Na semana em que a Câmara de Lisboa aprovou o lançamento dos concursos públicos para aquelas que serão as cinco primeiras obras do programa Uma Praça em Cada Bairro (Saldanha/Picoas, Largo da Graça, Largo de Santos e Rua de Campolide), Manuel Salgado falou com o PÚBLICO sobre o projecto, no qual está previsto um investimento total que ronda os 40 milhões de euros. Ao seu lado esteve o coordenador do programa, o arquitecto Pedro Dinis, que lembrou que tudo isto começou a ser pensado ainda em 2011.
A intenção do município é que a maioria das empreitadas fique concluída até ao fim de 2017, mas o vereador do Urbanismo reconhece que o prazo de concretização de algumas delas pode resvalar, caindo nos braços de quem lhe suceder na autarquia. Nesses casos, Manuel Salgado admite realizar pelo menos intervenções low cost (de baixo custo), com recurso a pintura no pavimento, floreiras e outros elementos de mobiliário urbano amovíveis.
Nas 30 praças nas quais a câmara e as juntas de freguesia consideraram prioritário intervir, e que acabaram por subir para 31 com a inclusão da Praça do Marechal Humberto Delgado (Sete Rios), é ao nível do “espaço público” que mais se vai fazer. Lendo as “linhas de acção principais” de cada uma delas, verificase que são muitas as expressões que se repetem, como “criação de um pavimento único”, “alargamento” de passeios, “pedonalização” de algumas áreas, “elevação da faixa de rodagem” e “redução do canal rodoviário”.
Mas nos descritivos das intervenções fala-se ainda em “economia e inovação”, área para a qual se elencam metas como a reconversão de áreas comerciais, o desenvolvimento de novas marcas que identifiquem as praças, a realização de acções promocionais do comércio de rua ou mesmo a reabilitação de imóveis. Para defender que tudo isso é possível, Manuel Salgado aponta a Av. do Duque de Ávila (nas Avenidas Novas), que considera ser “o caso mais evidente” do “efeito indutor” que as obras no espaço público podem ter na requalificação de uma zona.

Quando as fotomontagens publicadas nestas páginas se tornarem realidade, Lisboa terá ganho novos “espaços de encontro”, com iluminação, rede wi-fi , mobiliário urbano, árvores, esplanadas e equipamentos como quiosques e parques infantis. Manuel Salgado acredita que estes serão também “pólos de atracção” para lisboetas e turistas, que assim descobrirão equipamentos e espaços que até aqui estavam longe do seu olhar.

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