terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Novo símbolo do Governo gera críticas à direita e ameaças ao seu autor


IMAGENS DE OVOODOCORVO


DESIGN

Novo símbolo do Governo gera críticas à direita e ameaças ao seu autor

 

O escudo, as quinas e os castelos não constam do novo logótipo do Governo, para que este “não se torne uma cópia ou uma adaptação livre da bandeira original”

 

Amílcar Correia

25 de Dezembro de 2023, 19:09

https://www.publico.pt/2023/12/25/politica/noticia/novo-simbolo-governo-gera-criticas-direita-ameacas-autor-2074740

 

Personalidades da direita e da extrema-direita portuguesa criticaram o novo logótipo do Governo, porque a sua identidade gráfica foi descrita como “inclusiva, plural e laica”, e porque nele não figuram “os sete castelos, as cinco quinas, as chagas e a esfera armilar” da bandeira nacional.

 

Paulo Portas, José Miguel Júdice, Manuela Ferreira Leite, Nuno Melo ou André Ventura foram algumas dessas vozes que se insurgiram contra a nova identidade visual do Governo, que desencadeou um coro violento de críticas nas redes sociais, e esteve na origem de várias ameaças ao seu autor, o designer Eduardo Aires, que, entretanto, apresentou queixas às autoridades judiciais.

 

Houve quem amaldiçoasse a ideologia woke (expressão que descreve uma perspectiva progressista em que há preocupações de igualdade de género, religiosa, bem como para com as pessoas LGBTQ e de diferentes etnias) que estaria subjacente a esta alteração. E quem achasse que “este novo logótipo que decretaram representar o nosso país, sem nos perguntar, não respeita a história de um dos mais antigos países da Europa”.

 

Pacheco Pereira tem sido excepção: “Esta é uma típica questão suscitada pela direita radical que não tem hoje muitas oportunidades para ser nacionalista, e prolongada por ignorância, ou por equívoco, pela direita em peso e pela ala direita do PS”, escreveu na revista Sábado.

 

O designer Eduardo Aires recorda que o logótipo governamental começou a ser amplamente utilizado aquando da Jornada Mundial da Juventude, e que teve outro momento de grande exposição na entrega do Orçamento do Estado, mas que as críticas só surgiram depois da demissão do primeiro-ministro, em Novembro.

 

“É um facto que as críticas”, afirma ao PÚBLICO, “só surgiram depois disso: elas são de uma profunda ignorância, porque não têm a percepção da complexidade do projecto, nem da síntese de criação de um logótipo com esta natureza”.



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