Donos de restaurante que organizaram um protesto incorrem
em crime de desobediência
Proprietários do restaurante Lapo organizaram uma
manifestação junto ao estabelecimento. Participaram no protesto cerca de duas
dezenas de pessoas, algumas sem máscara e sem assegurar distanciamento físico.
PSP elaborou um processo-crime por desobediência aos promotores do protesto.
Cristiana Faria
Moreira
28 de Janeiro de
2021, 16:44
Os proprietários
do restaurante no Bairro Alto, em Lisboa, que se recusaram a fechar portas no
início do novo período de confinamento geral, organizaram uma manifestação ao
final da tarde de quarta-feira. Podem agora incorrer em crime de desobediência,
segundo disse ao PÚBLICO fonte oficial do Comando Metropolitano de Lisboa da
PSP (Cometlis).
Quando entrou em
vigor o novo período de confinamento geral e os espaços de restauração foram
obrigados a encerrar, os proprietários do restaurante Lapo, no Bairro Alto,
resistiram a fechar portas, invocando o Direito de Resistência, previsto pelo
artigo 21.º da Constituição da República Portuguesa. Nessa noite, ainda
serviram refeições à mesa, mas acabaram por decidir depois encerrar
temporariamente.
No entanto, ao
final da tarde de quarta-feira, voltaram aos protestos, organizando uma
manifestação junto ao restaurante, conforme divulgaram nas redes sociais do seu
estabelecimento.
O protesto
decorreu no dia em que se bateu mais um infeliz recorde: morreram 303 pessoas
no país devido à covid-19, o dia mais mortal desde o início da pandemia. Há 782
pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos.
Os agentes da PSP
que acompanharam o protesto organizado elaboraram um processo-crime aos
promotores do protesto por “desobediência pelo facto de não terem criado
mecanismos de distanciamento físico, por estarem num local diferente do
comunicado e pelo incitamento à desobediência civil”, explicou ao PÚBLICO a
mesma fonte. O processo será agora remetido para o Ministério Público.
Só por volta das
22h45 os manifestantes abandonaram o local, “sem nenhum incidente a registar”,
disse a mesma fonte.
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