sábado, 8 de fevereiro de 2014

Site divulga quais os caminhos amigos da bicicleta em Lisboa. A concretização de uma verdadeira UTOPIA na Realidade. Holanda : GROUNDCYCLE em lugar de SKYCYCLE, por António Sérgio Rosa de Carvalho. / VIDEO "How the Dutch got their cycle paths"

Site divulga quais os caminhos amigos da bicicleta em Lisboa
ALEXANDRA GUERREIRO 08/02/2014 in Público

Plataforma foi criada para uma tese de mestrado e já registou quatro mil pesquisas no primeiro mês de vida

Nelson Nunes e João Barreto criaram o CycleOurCity Lisboa, um site que divulga os melhores percursos para andar de bicicleta pela capital, segundo os utilizadores. O objectivo é dar a conhecer aos menos experientes os trajectos que facilitam a viagem pela cidade neste veículo. A informação é actualizada pelos registados no site, mas a ideia e execução técnica saiu da tese de mestrado de Engenharia Informática e de Computadores de Nelson Nunes.

“As cidades como Lisboa e Porto são hostis [para os ciclistas]”, sustenta Nelson Nunes. Mesmo assim, cada vez existem mais bicicletas a circular em meios urbanos. Mas nem sempre é fácil encontrar caminhos que permitam aos utilizadores deste meio de transporte pedalarem com mais facilidade e conviverem pacificamente com os automóveis. Partindo dos testemunhos de 892 ciclistas sobre quais os critérios que consideram mais importantes para melhor circular, Nelson Nunes criou o CycleOurCity. Esta plataforma online dá informações sobre a “inclinação, segurança e tipo de pavimento das vias”, refere. Cada classificação tem uma cor, e quem a aplica são os utilizadores. Normalmente, ciclistas experientes que já conhecem muitos locais da cidade. De momento são 2000 os troços já classificados. A maioria na área mais central de Lisboa, como em redor do Marquês de Pombal.

A pesquisa é rápida. Depois de situar os pontos de início e de fim do trajecto, o utilizador tem acesso a um percurso classificado (se alguém registou os dados) troço a troço. O sistema está programado para filtrar as classificações quando os utilizadores escolhem uma das opções sugeridas.

Quando um troço é classificado pela primeira vez, e se não existe um histórico da pessoa no site, essa opinião fica lá até ser contradita por outras. Só é possível reverter uma determinada classificação quando opções opostas se cruzam e aí pesa o registo de cada um. “Cada utilizador tem uma rotação dentro do sistema, com base nas classificações que já fez”, explica Nelson. Só se a rotação for baixa, portanto já existir troços mal classificados pela pessoa, é que o sistema não assume a classificação que o utilizador propõe.


Caminhos por classificar
Quem olhar agora para o mapa verificará que ainda existem muitos caminhos cinzentos, os não classificados. Apesar disso, Nelson Nunes está optimista porque desde finais de Dezembro (quando abriu) o site angariou 110 utilizadores registados e pelo menos 4000 pesquisas feitas. Os ciclistas são o público do projecto e também a mão-de-obra. Agora, Nelson está a trabalhar como consultor informático, mas o tempo livre de que dispõe é dedicado a desenvolver a plataforma. Em estudo está a hipótese de diversificar o sistema de classificação das vias, introduzindo novos parâmetros. “Falta também conseguir exportar o sistema para GPS, algo sugerido pelos utilizadores”, conta. Se a adesão o justificar, o site poderá crescer para outras cidades, nacionais ou internacionais.

Por enquanto, a plataforma “ainda está a aprender”, diz João Barreto, orientador da tese de mestrado de Nelson Nunes. O professor universitário defende que “para funcionar, o sistema tem de ter os atributos actualizados regularmente”. Dar aos utilizadores o poder de detalhar e classificar os trajectos foi a solução adoptada para garantir isso. “Vimos que a ideia tinha potencial e investimos de modo a abrir o site ao público. E houve uma receptividade positiva”, conclui entusiasmado.

Por sua vez, no Porto, já está disponível há cerca de dois anos, uma aplicação para smarthphones ou tablets, a SenseMyCity, feita no âmbito do programa Future Cities. Tânia Calçada, uma das investigadoras, explicou que “a aplicação mede a mobilidade das pessoas, e pode ajuda-las a fazerem cálculos para usarem no quotidiano”. O sistema grava a rotina diária do utilizador e assim se extraem dados que podem ser recolhidos para estudo se tal for autorizado pela pessoa.


Federação quer ver privados a ajudar iniciativas como o CycleOurCity
O presidente da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicletas (FPCUB), José Manuel Caetano, diz ao PÚBLICO, que “já é altura” de as empresas produtoras de velocípedes e as promotoras do turismo apoiarem e divulgarem projectos como o CycleOurCity.

José Manuel Caetano diz que estas empresas só teriam a ganhar se apoiassem este tipo de iniciativas. Afinal, “habitualmente vários cruzeiros atracam no porto de Lisboa carregados de turistas que elegem a bicicleta como meio de transporte”, afirma. Ele próprio, garantiu, traçará alguns percursos no site. Com experiência de circular por Lisboa de bicicleta há 66 anos, o presidente da FPCUB acredita que “a ideia é boa e que esta plataforma é importante, apesar de precisar de crescer mais”.


Porém, termina dizendo que ainda “é preciso mudar as mentalidades” porque é bem possível andar de bicicleta por Lisboa, apesar do que muitos pensam. “Cada um deve estudar o melhor caminho e aventurar-se pela cidade”, sugere o presidente, que sempre circulou “sem problemas maiores”. Por outro lado, “são precisas melhorias que facilitem o uso da bicicleta, como mais estacionamentos”, conclui.

A concretização de uma verdadeira UTOPIA na Realidade. Holanda : GROUNDCYCLE em lugar de SKYCYCLE, por António Sérgio Rosa de Carvalho. / VIDEO "How the Dutch got their cycle paths"

O hipotético projecto SKYCYCLE foi divulgado em toda a Europa.
Retórica Utopista do Star System Arquitectónico, associada a um aumento explosivo da utilização diária da bicicleta no centro de Londres ?
De qualquer maneira, para termos uma ideia dos desenvolvimentos de facto, do planeamento urbano e de estratégia  futura para a secundarização do automóvel e a supremacia da bicicleta nas cidades e em todo o País, teremos claro que aproximar a realidade Holandesa.
Esta UTOPIA tornada realidade, também conhece os seus desafios e exigirá dentro em pouco correcções por parte das autoridades Municipais Holandesas.
1-          Assim o mega - aumento de bicicletas existentes trouxe grandes desafios à mobilidade dos peões , carrinhos de bébé, deficientes, idosos,etc., … o que exige ou vai exigir novas soluções e regras, por parte das autoridades.
2-          O comportamento e atitude dos ciclistas associado à enorme percentagem no aumento de deslocações criou nos jovens ciclistas uma “mentalidade” hiper-individualizada” e egocêntrica ou mesmo agressiva, com “regras” paralelas e arbitrárias , produzindo situações permanentes de caos e perigo no trânsito.
3-          Esta  tendência é agravada pelo facto de que as ciclovias também poderem ser utilizadas pelos ciclo-motores / scooters .
Perante isto, Amsterdão estuda para um futuro próximo, a proibição da utilização das ciclovias por “scooters”.
Assim, os ciclomotores serão reinviados para a faixa principal de circulação, onde terão que “competir” com a circulação automóvel, reinstalando-se o uso obrigatório de capacete para estes utilizadores.
A este primeiro passo, seguir-se-á forçosamente uma campanha disciplinadora dos ciclistas perante as regras de trânsito e uma sensibilização de mentalidade dirigida a uma mudança de atitude perante os peões  locais e turistas.
Os VIDEOS oferecem muita informação e contextualização
António Sérgio Rosa de Carvalho.

SKYCYCLE
 Three storeys high
10 mph - average cycle speed in London
15 mph - estimated speed after SkyCycle
20 feet wide decks
20 years to build
29 minutes less journey time
135 miles over existing railway services
12,000 cyclists per hour
5.8 million people live close to proposed route
£220 million to build first four-mile stretch



Assim o mega - aumento de bicicletas existentes trouxe grandes desafios à mobilidade dos peões , carrinhos de bébé, deficientes, idosos,etc., … o que exige ou vai exigir novas soluções e regras, por parte das autoridades."





Amsterdam is a city with more bicycles than people: The capital of the Netherlands has a population of about 700,000 and an estimated one million bikes. Official bicycle parking lots are full, the streets are clogged with illegally parked bikes and theft is a constant issue.

First come, first served
 Here at the Fietsflat outside of Amsterdam's Central Station, 2,500 bike parking spaces are provided for free but are taken quickly during the commute hours. Riders search for spaces up and down the three story-parking garage, which is built on top of a canal.





Para a segurança de Adultos e Crianças o respeito e cumprimento das regras é indispensável .


  " Assim o mega - aumento de bicicletas existentes trouxe grandes desafios à mobilidade dos peões , carrinhos de bébé, deficientes, idosos,etc., … o que exige ou vai exigir novas soluções e regras, por parte das autoridades."




Uma Omnipresente, e no futuro uma Omnipotente, rede de ciclovias nas cidades e no campo.


Esta  tendência é agravada pelo facto de que as ciclovias também poderem ser utilizadas pelos ciclo-motores / scooters "

"Perante isto, Amsterdão estuda para um futuro próximo, a proibição da utilização das ciclovias por “scooters”.
Assim, os ciclomotores serão reinviados para a faixa principal de circulação, onde terão que “competir” com a circulação automóvel, reinstalando-se o uso obrigatório de capacete para estes utilizadores.
A este primeiro passo, seguir-se-á forçosamente uma campanha disciplinadora dos ciclistas perante as regras de trânsito e uma sensibilização de mentalidade dirigida a uma mudança de atitude perante os peões  locais e turistas."


1 comentário:

Anónimo disse...

Belo artigo.

Ainda há pouco tempo descobri um blog muito interessante que contém uma série de entrevistas com vários ciclistas que partilham as suas histórias em pleno acto e nos mais diversos bairros e zonas da cidade.
Não só nos encorajam a olhar para a bicicleta como uma alternativa de transporte mas também como uma solução para enfrentar os grandes problemas das cidades

Neste último episódio
juntaram o útil ao agradável e até pude apreciar a arquitectura de um dos bairros de Amsterdam.

http://cyclingwith.com/2014/01/20/cycling-with-max/


E neste, até um dos antigos mayors de Amsterdam deu o seu testemunho:

http://cyclingwith.com/2013/04/23/cycling-with-job/