Por Luís Claro
publicado em 7 Fev 2014 in (jornal) i online
A abstenção nas eleições europeias tem sido, nos últimos 20
anos, superior a 60%. Em 1994 bateu o recorde, com mais de 64%. Nas eleições
seguintes, em 1999, desceu, mas 60% dos portugueses optaram por ficar em casa.
Em 2004, a
abstenção voltou a subir e ultrapassou os 61%. No último escrutínio para oParlamento
Europeu, o número de portugueses que optaram por não votar voltou a subir e
atingiu os 63%.
Carlos Jalali, professor de Ciência Política da Universidade
de Aveiro, acredita que a tendência irá manter-se nas eleições de Maio:
“Ficaria muito surpreendido se a participação aumentasse.”
Apesar de os assuntos europeus estarem cada vez mais na
agenda política, o politólogo lembra que a abstenção é alta em quase todos os
países da Europa e dá duas razões. “Os eleitores não percepcionam estas
eleições como importantes. Nas legislativas e nas autárquicas percepcionam que
o seu voto pode fazer a diferença. Nas europeias não sentem que o seu voto
possa influenciar as políticas públicas.” Só duas vezes a abstenção nas
europeias ficou abaixo dos 50%. Nas primeiras eleições para o Parlamento
Europeu, em 1987, apenas 27,5% dos eleitores não foram votar. Nas seguintes,
dois anos depois, a abstenção subiu para os 48%. A partir daí disparou para os
60% e não voltou a descer. Na prática, mais de 6 milhões de eleitores optaram
por não ir às urnas nas últimas eleições e os deputados foram eleitos com os
votos de pouco mais de 3 milhões e meio de portugueses.
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