Nicolau Breyner dá voz a eurocépticos nas eleições
europeias
Por Susete Francisco
publicado em 3 Fev 2014 in (jornal) i online
Coligação de pequenos partidos vai defender saída de
Portugal do euro na campanha para o Parlamento Europeu
Nicolau Breyner vai ser candidato às próximas eleições
europeias. O actor será o rosto de uma coligação de pequenos partidos - que
ainda não está fechada, mas que integrará a Nova Democracia (PND). E vai dar
voz à defesa da saída de Portugal do euro. Ao i, Nicolau Breyner - que já
protagonizou algumas incursões na política - confirmou a disponibilidade para
dar voz a esta candidatura.
"Temos uma postura eurocrítica, que não existe nos
outros partidos. Defendemos que a saída de Portugal do euro seria a melhor
solução para o país. Não temos economia para estar no euro", diz ao i Joel
Viana, líder do PND. A candidatura, acrescenta, surge "um pouco à imagem
daquela que foi protagonizada em 1987 por Miguel Esteves Cardoso". E tem
na origem um "movimento informal" que reúne pessoas que então
participaram, como apoiantes, na campanha do antigo jornalista de "O
Independente". Pedro Borges, que integra este grupo, diz ao i que a
decisão de avançar para as eleições europeias resulta da constatação de que a
"postura eurocéptica" que defendem não está representada por qualquer
dos partidos. "Há cerca de um ano achámos que seria uma boa ideia voltar a
repetir uma candidatura" que defendesse as mesmas ideias, refere,
acrescentando que muito do que previu na altura a candidatura de Miguel Esteves
Cardoso acabou por se concretizar. Nicolau Breyner, acrescenta, enquadra-se no
"perfil" de eurocepticismo que este movimento quer trazer ao debate
das europeias.
"Não é uma questão de esquerda nem de direita. Queremos
discutir a Europa e o euro", afirma Pedro Borges, defendendo que a "a
nossa economia não consegue aguentar uma moeda tão forte" - e a
consequência é que "temos de empobrecer todos para limitar os efeitos de
uma desvalorização cambial", o que, no quadro da moeda única, não está na
disponibilidade dos governos nacionais.
"Não é possível a nossa economia aguentar uma moeda
forte como o euro. Só é possível se a Alemanha e os países do Norte nos
subsidiarem. É isso que queremos perguntar: queremos ser, na Europa, uma
província pobre e subsidiada?", defende, sublinhando que esta pretende ser
uma candidatura "muito crítica em relação à perda de soberania de Portugal
face à Europa".
EUROPEIAS CONCORRIDAS A concretizar-se a candidatura,
Nicolau Breyner vem juntar-se a outro candidato já anunciado, o ex-bastonário
da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto. No horizonte está também a candidatura
do Livre, o partido de Rui Tavares, caso o Tribunal Constitucional decida em
tempo útil sobre a constituição como partido do Livre. As próximas eleições
europeias, marcadas para 25 de Maio, "arriscam-se" a ter um número
recorde de candidatos. Isto num contexto em que Portugal perde um eurodeputado.
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