O nosso pacto com o leitor
No dia em que uma nova Direcção Editorial do PÚBLICO
assume funções, reafirmamos o nosso compromisso com a exigência, a
independência e o inconformismo. Hoje como há 33 anos.
David Pontes
Andreia Sanches
Marta Moitinho
Oliveira
Sónia Sapage
Tiago Luz Pedro
David Pontes,
Andreia Sanches, Marta Moitinho Oliveira, Sónia Sapage e Tiago Luz Pedro
1 de Junho de
2023, 5:30
https://www.publico.pt/2023/06/01/opiniao/editorial/pacto-leitor-2051721
O dia em que uma
nova Direcção do PÚBLICO entra em funções é o dia para reafirmar o nosso pacto
com o leitor. Este é um pacto de exigência, traduzido na forma como a equipa de
melhores jornalistas do país procura dar, a cada momento, a mais completa e
rigorosa informação sobre o mundo que habitamos. É também um pacto de afirmação
da nossa independência perante qualquer poder, garantido pela integridade dos
nossos processos de decisão editorial e pela total abertura à vigilância
crítica, feita por cada jornalista e por cada leitor. E é ainda um pacto de
inconformismo, numa sociedade em que sabemos ter um papel importante a
desempenhar, com um jornalismo que deve ser renovado a cada dia, nas questões que
formula e na forma como apresenta respostas.
O caminho do
PÚBLICO está traçado há 33 anos – o de ser um jornal moderno, independente e
crítico, capaz de ombrear com as melhores experiências do jornalismo de
referência mundial. Foi assim que o PÚBLICO nasceu e é assim que prossegue,
convicto de que a comunicação social é um pilar fundamental da democracia e que
os valores consagrados no seu Estatuto Editorial continuam inteiramente
válidos, partilhados quer pela nova Direcção, quer por toda a Redacção.
Recusamos o
sensacionalismo. Somos um jornal plural que acredita na diversidade própria das
democracias liberais, em que o debate é essencial. Permanecemos atentos a um
mundo em mudança, em que o respeito pelos direitos humanos e os valores do
Estado de direito e do bom relacionamento entre os povos devem, a cada momento,
ser promovidos e defendidos. Não seríamos jornalistas, se não acreditássemos na
nossa capacidade de transformar o mundo, de mudar vidas, de inspirar soluções.
É parte do nosso poder e é parte da nossa responsabilidade.
Por estas razões,
o PÚBLICO não é neutro. Pertencemos ao espaço público, queremos incentivar o
diálogo frutuoso entre as mais diversas opiniões e pontos de vista, mas estamos
bem conscientes de que, num tempo em que a intolerância, o racismo, a
xenofobia, o extremismo e a mentira continuam a encontrar espaço para medrar,
temos de ser firmes nos princípios e na prática com que nos opomos ao que
corrói comunidades que queremos livres e justas.
Na mesma medida,
sabemos que é coluna vertebral da nossa missão ser vigilante e crítico perante
todo o detentor de qualquer forma de poder, seja ele do governo, da política,
da economia ou de qualquer outra esfera da sociedade. Só com exigência se faz
um país mais capaz de tratar melhor os seus, só com persistência de princípios
teremos força para ajudar o mundo a ultrapassar as sérias ameaças que enfrenta.
Os valores que
nos orientam não mudaram, mas a forma como nos relacionamos com o leitor mudou
imenso. Hoje ele pode encontrar a informação no papel, mas também no nosso
site, numa aplicação, nas newsletters, nos podcasts, nos directos de vídeo ou
nas redes sociais. Em tudo pomos o melhor do nosso jornalismo, assente em
processos editoriais que consomem tempo e recursos, mas sem os quais não é
possível ter a qualidade que nos põe no lugar ímpar que o PÚBLICO ocupa.
Graças ao
trabalho de uma equipa de magníficos e empenhados jornalistas, repartida por
duas fortes redacções em Lisboa e no Porto, produzimos informação e
conhecimento, debates e análise, opinião e reportagens em cada vez mais
formatos, procurando servir de forma completa o leitor. É colhendo na mudança
as melhores ferramentas que o jornal continua a ser vital no grande plano da
actualidade nacional e internacional e a ter uma relevância única para áreas
como a cultura, o ambiente, a ciência ou a literacia para os media. Sabemos que
novas revoluções se aproximam na nossa área de actividade e estamos hoje muito
mais bem preparados do que alguma vez estivemos.
Uma palavra
especial para os nossos assinantes. É a eles, acima de tudo, que mais devemos.
E são eles quem melhor traduz o espírito do nosso pacto com o leitor, ao
contribuírem de forma significativa para que a imprensa possa continuar a ser a
garantia de uma sociedade plural
Ao mesmo tempo,
para que continuemos a ser este jornal, o PÚBLICO é bastante mais do que o seu
corpo redactorial. É uma empresa em que os seus diversos departamentos dão com
engenho e imaginação o seu melhor. É uma relação atenta e permanente com os
nossos parceiros e anunciantes. E é também, certamente, o resultado do apoio e
da entrega do seu accionista, no espírito consagrado no pacto fundador do
jornal.
Uma palavra
especial para os nossos assinantes. É a eles, acima de tudo, que mais devemos.
E são eles quem melhor traduz o espírito do nosso pacto com o leitor, ao
contribuírem de forma significativa para que a imprensa possa continuar a ser a
garantia de uma sociedade plural e bem informada.
Serão eles os
primeiros a beneficiar deste esforço renovado que agora se inicia, num jornal
que quer estar acima do ruído em que se perde o sentido do interesse público e
que quer continuar a ter impacto na vida dos seus leitores. Essa é a melhor
forma de aferirmos o sucesso do nosso trabalho: sermos capazes de continuar a
dar-lhes uma visão alargada do mundo que os ajude a tomar decisões, a construir
as suas opiniões e a reforçar a sua participação na comunidade como cidadãos.
Este jornal continuará, livre e incansável, a questionar o mundo que nos
rodeia. Este é o nosso pacto com o leitor.
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