Autarca do PS ganhou as autárquicas há precisamente dois anos
"Se 2013 fosse hoje, não tenho dúvida nenhuma de que me recandidatava"
Por Inês Boaventura in Publico
António Costa está "de boa consciência" a meio do mandato. Oposição critica atrasos e fala em muita propaganda e poucos resultados
António Costa convocou ontem os jornalistas, à semelhança do que tinha feito há um ano, para um balanço do seu desempenho enquanto presidente da Câmara de Lisboa. A pequena conferência de imprensa do ano passado deu lugar a um encontro com centenas de pessoas e notáveis incluídos, mas o essencial do discurso pouco mudou: o autarca deu a conhecer alguma obra feita, mas acima de tudo voltou a anunciar projectos que ainda não passam de intenções.
Tanto em Novembro de 2010 como agora António Costa, que hoje celebra dois anos desde que foi eleito pela segunda vez para este cargo (no primeiro caso para apenas meio mandato), começou por destacar os mesmos três "marcos" da sua governação: a revisão do Plano Director Municipal (PDM), a reestruturação dos serviços e a reforma administrativa da cidade.
E se em relação ao PDM o autarca reconheceu que o documento carece da aprovação da Assembleia Municipal de Lisboa, o discurso foi diferente no que toca à reforma administrativa. Aí nem uma palavra foi dita sobre o facto de este processo estar agora nas mãos do Governo e da Assembleia da República, não se sabendo se estará concluído a tempo das eleições autárquicas de 2013, como António Costa pretendia.
No discurso de ontem, o autarca acrescentou aquilo a que chamou a "despoluição do Tejo" à lista de "marcos" dos seus últimos dois anos enquanto presidente. "É uma obra muito importante mas pouco visível", afirmou António Costa, que não fez qualquer menção ao facto de esta ter sido uma empreitada a cargo da Simtejo.
Perante ex-ministros como Ferro Rodrigues e Correia da Fonseca e nomes da cultura como Rui Vieira Nery, Carlos do Carmo e Pilar del Rio, o autarca admitiu que não foi ainda possível concretizar dois programas que tinha concebido para amortizar a dívida de curto/médio prazo: a criação de um fundo imobiliário e a alienação da rede de saneamento em baixa à EPAL. "O contexto de mercado tem sido difícil", justificou mais tarde aos jornalistas, sublinhando no entanto que não desistiu de qualquer um desses projectos.
No seu longo discurso, proferido de pé enquanto se movimentava no palco do Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, António Costa destacou que das 80 escolas do pré-escolar e 1.º ciclo com requalificação prevista há 39 com obras concluídas. Quanto às creches, o autarca assumiu que dos 2500 lugares que pretendia criar metade pode ficar pelo caminho: "É um programa muito ambicioso. Vai ser difícil cumprir com a ambição que tínhamos no início do mandato."
No fim da sua intervenção, recebida com um longo aplauso e muitos cumprimentos, António Costa voltou a deixar no ar a ideia de que poderá voltar a candidatar-se à presidência da Câmara de Lisboa. "Se 2013 fosse hoje, não tenho dúvida nenhuma de que me recandidatava", clarificou depois aos jornalistas. E acrescentou que irá a votos, se estiverem reunidas duas condições: "Se estiver de tão boa consciência como hoje e se me sentir capaz."
A oposição camarária não concorda com o balanço de António Costa, que defendeu que Lisboa é hoje uma cidade melhor do que quando assumiu a presidência. "Aquilo que reparo é que foi muito mais a propaganda do que a obra feita", diz o vereador do CDS, António Carlos Monteiro, que acredita que serão poucas ou nenhumas as melhorias sentidas pelos lisboetas.
"A câmara está praticamente paralisada e quanto às contas temos um orçamento que é perfeitamente demonstrativo dessa política de ilusão", continua o mesmo vereador, referindo-se ao facto de não terem saído do papel o fundo imobiliário e o negócio com a EPAL. Já o comunista Ruben de Carvalho critica a reforma administrativa, "uma pura operação de propaganda política", e diz que a reestruturação dos serviços foi feita "em cima do joelho".
Victor Gonçalves, do PSD, fala no "falhanço" desta presidência e diz que a cidade "está praticamente parada", mas admite que foi feito algum trabalho positivo na requalificação de espaços verdes. Já António Carlos Monteiro aponta o "esforço de planeamento" como algo de louvável.
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PAROLE !! PAROLE !!
Junte-se este "acontecimento" e este Meio-Anúncio à "entrevista" de Manuel Salgado no jornal I ... e estamos informados ...
PAROLE !! PAROLE !!
Só há uma forma de comentar isto ... vejam o video, ilustrativo desta incontornável e desastrosa ... "rábula'...
António Sérgio Rosa de Carvalho.
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