Lisboa ficou mais pobre
in Público
Chamavam-lhe o prédio mais estreito da Europa. Fosse ou não fosse, era motivo de estranheza para quem passava na Rua Aquiles Monteverde, em Lisboa, junto ao Jardim Constantino, com o seu metro e sessenta de largura. Neste momento dele só resta já uma parede: está a ser demolido, porque a barriga que lhe foi crescendo na fachada, depois da morte de prédios contíguos, ameaçava deitá-lo ao chão.
"Era muito estreito à frente, mas depois alargava para trás", conta o presidente da Junta de Freguesia de S. Jorge de Arroios, João Taveira, que passou ali muito tempo quando era adolescente, no atelier de um artista com quem aprendeu azulejaria. "O edifício do lado é ao contrário: mais estreito atrás e mais largo à frente". Em tempos que já lá vão o terreno pertencia a dois irmãos desavindos. Como ambos queriam construir nele, a solução foi dividi-lo desta insólita forma.
Os actuais proprietários do prédio magrinho ainda pensaram que o Instituto do Património Arquitectónico o pudesse proteger, mas isso acabou por nunca acontecer. "Lamento este fim, porque se tratava de um caso único, pelo menos em Lisboa", diz João Taveira. "Podia ter havido esforços por parte da câmara ou do Estado para que fosse recuperado". A.H.
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