09 julho 2024 às 10h13
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Ministra
da Justiça recusa responder às críticas da PGR
A PGR denunciou a existência de uma "campanha
orquestrada" contra o MP, implicando as palavras da ministra da Justiça
nesse contexto de ataque à sua magistratura.
DN/Lusa
Ministra da Justiça recusa responder às críticas da PGR
A ministra da Justiça recusou responder às críticas feitas
pela procuradora-geral da República, Lucília Gago, que considerou graves as
palavras de Rita Alarcão Júdice por apontar a necessidade de pôr "ordem na
casa" no Ministério Público (MP).
Questionado pela Lusa logo após a entrevista de Lucília Gago
à RTP1, a primeira desde que assumiu em 2018 a liderança da Procuradoria-Geral
da República (PGR), o gabinete do Ministério da Justiça assegurou que "não
vai haver nenhuma reação" de Rita Alarcão Júdice.
Lucília Gago admitiu que a entrevista recente da ministra da
Justiça ao Observador foi uma "mola impulsionadora" para reagir
publicamente e acusou Rita Alarcão Júdice de não lhe ter transmitido qualquer
diagnóstico sobre o MP numa audiência que durou três horas.
"Ouvi as declarações e fiquei algo incrédula e
perplexa. São indecifráveis e graves. Indecifráveis porque disse que o
diagnóstico estava feito. E não mo disse numa audiência de três horas, seria
uma ocasião ótima para o fazer. Graves porque diz que o MP tem uma situação de
falta de liderança, de falta de capacidade de comunicação e que precisa de
arrumar a casa. Rejeito essas críticas que imputam ao MP o exclusivo das coisas
más que acontecem na Justiça", disse.
A PGR denunciou ainda a existência de uma "campanha
orquestrada" contra o MP, implicando as palavras da ministra da Justiça
nesse contexto de ataque à sua magistratura.
"É muito direto e incisivo, dizendo que nos últimos
tempos houve perda de confiança imputável ao MP e à atual liderança que o PGR
exerce. É uma declaração extraordinária, que imputa ao MP a responsabilidade
pelas coisas más que acontecem no território da justiça, coisa que rejeito em
absoluto", concluiu Lucília Gago.
Na recente entrevista ao Observador, Rita Alarcão Júdice
disse que era preciso mudar algo no MP para reforçar a credibilidade e que um
"novo procurador-geral tem de pôr ordem na casa" e revelar capacidade
de gestão e de liderança.
"Há um diagnóstico que está feito. Houve uma certa
descredibilização e algum ruído à volta do MP. Está a ser muito atacado. O MP é
muito importante, a sua capacidade e credibilidade é determinante para o bom
funcionamento da Justiça. E, por isso, é essencial ter alguém que possa
restituir essa confiança", declarou a ministra numa entrevista publicada
no passado dia 27 de junho.
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