terça-feira, 18 de julho de 2017

Metropolitano passa (finalmente) a circular com seis carruagens na Linha Verde


Metropolitano passa (finalmente) a circular com seis carruagens na Linha Verde
POR O CORVO • 18 JULHO, 2017 •

Traz um custo associado, sobretudo para os moradores, trabalhadores, comerciantes e demais utilizadores da estação de Arroios. Mas a novidade não pode deixar de ser celebrada pelos passageiros frequentes do metro de Lisboa. A partir desta quarta-feira (19 de julho), a circulação na Linha Verde, que assegura a ligação entre Telheiras e Cais do Sodré, passa a fazer-se com composições de seis carruagens. A duplicação do número de veículos por cada comboio, que acontece no mesmo dia do, há muito planeado, encerramento da estação de Arroios para obras de ampliação e reabilitação – e do qual beneficia directamente -, permite pela primeira vez a circulação de composições com igual número de carruagens em toda a rede. E termina, assim, com o suplício diário de dezenas de milhar de passageiros, sobretudo desde que, em fevereiro 2012, o número de carruagens foi reduzido de quatro para três. Os dias de viajar como sardinha em lata nesta linha parecem ter terminado. A oferta de lugares, por hora, aumenta entre 37% e 128%, garante a transportadora.

 A mudança é possível devido à desactivação temporária de Arroios, a qual, na sua configuração actual, é a única das 56 estações da rede que não tem capacidade para comportar composições com meia-dúzia de carruagens. Algo que mudará quando a estação reabrir portas, no início de 2019. Os trabalhos têm uma duração prevista de 18 meses e custarão cerca de 7,5 milhões de euros. A intervenção principal consistirá no alargamento do comprimento dos cais de 70 para 105 metros, tal como aconteceu com o Areeiro em 2013, o que permitirá a paragem de comboios com seis carruagens. A estação será ainda melhorada na acessibilidade, passando a estar equipada com meios mecânicos para a ligação entre a superfície e o cais de embarque, mas também em todo o seu funcionamento e no seu aspecto. À imagem do que sucede noutras estações, num dos cais de embarque será colocado uma peça artística, no caso um painel cerâmico de Nikias Skapinakis, intitulado “Cortina Mirabolante”, com 15 metros de extensão e dividido em três secções. Os painéis de Maria Keill nos átrios manter-se-ão.

 Durante um ano e meio, a utilização da estação da Alameda e dos autocarros da Carris serão alternativas de locomoção para compensar o encerramento de Arroios. Na informação que começou a prestar aos utentes a propósito desta mudança, a administração do Metropolitano de Lisboa está a sugerir a deslocação a pé até à Alameda, da qual a estação de Arroios dista cerca de 400 metros, ou a utilização da rede da Carris. Para além da carreira 708, que faz a ligação entre o Martim Moniz e o Parque das Nações Norte, subindo a Avenida Almirante Reis, foi adicionada à oferta de autocarros a 797, com o percurso prolongado até à Alameda – esta carreia faz a circulação circular Sapadores-Sapadores e antes ia só até à Praça do Chile. Está a ainda a ser sugerida a utilização das carreiras 717 (Praça do Chile–Fetais), 718 (ISEL –Alameda), 720 (Picheleira-Calvário) e 735 (Cais do Sodré-Hospital Santa Maria), que servem a estação da Alameda, bem como das linhas 712 (Est. Sta. Apolónia-Alcântara Mar), 726 (Sapadores-Pontinha Centro) e 730 (Picheleira-Picoas), que servem a estação dos Anjos.

 De acordo com dados avançados pelo Metropolitano de Lisboa, o aumento de três para seis carruagens na Linha Verde “permitirá um aumento da oferta significativo, em lugares/hora disponíveis: 37% na hora de ponta da manhã; 128% no corpo do dia; 49% na hora de ponta da tarde”. Além disso, será possível “evitar os constrangimentos pontuais que se verificam na hora de ponta da manhã na estação de Cais do Sodré, devido à incapacidade de escoamento dos comboios de três carruagens”. A empresa publica garante que a utilização deste meio de transporte na capital “tem vindo a aumentar consistentemente”. Só na Linha Verde, nos primeiros cinco meses do ano, a procura subiu 8,4%.


 Texto: Samuel Alemão

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