quarta-feira, 12 de julho de 2017

Costa afirma confiança na cadeia de comando das Forças Armadas. E no ministro também

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Costa afirma confiança na cadeia de comando das Forças Armadas. E no ministro também

Primeiro-ministro diz-se “tranquilo” com a segurança das instalações militares, após CEMGFA ter afirmado que estão a ser tomadas as medidas de segurança necessárias.

 Leonete Botelho
LEONETE BOTELHO 11 de Julho de 2017, 19:56 actualizado a 11 de Julho às 20:21

O primeiro-ministro declarou esta terça-feira “a confiança do Governo em toda a cadeia de comando das Forças Armadas” e garantiu que todos os chefes militares se manterão em funções, depois de terem sido “tiradas as lições e tomadas as medidas de segurança” necessárias para que roubos como o de Tancos não se voltem a repetir.

“O Governo fica tranquilo quando os chefes militares asseguram ao país a segurança das instalações militares”, afirmou António Costa, depois de ter ouvido o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) garantir, perante os jornalistas, que “vão ser tomadas, no curto e no médio prazo”, as medidas de segurança identificadas como essenciais.

António Costa e Pina Monteiro falavam no final de uma reunião de duas horas e meia que juntou, na residência oficial do primeiro-ministro, o ministro da Defesa Nacional, o CEMGFA e os três chefes dos ramos militares para uma análise sobre as condições de segurança das instalações militares.

Só quando questionado directamente é que o chefe de Governo declarou apoio ao ministro da Defesa, cuja demissão tem sido pedida pelo CDS-PP, mas também por alguns militares. “O senhor ministro tem toda a confiança do primeiro-ministro”, afirmou Costa, insistindo nos elogios às chefias militares. “Agradeço a hombridade com que as Forças Armadas e em particular o chefe de Estado Maior do Exército assumiram as responsabilidades”, afirmou.

Antes, o CEMGFA tinha desvalorizado aquilo que chamou de "desaparecimento" de material militar em Tancos: "O material roubado está avaliado em 34 mil euros", disse. E os lança-granadas foguete, que considerou ser o equipamento "que mais significado tem em termos de perigo, não tem relevância", disse: "Provavelmente não poderão ser utilizados com eficácia porque estavam para ser abatidos".

"Depois de um soco no estômago, os chefes militares levantaram a cabeça", tiraram "as lições que havia a tirar" e agora as medidas de segurança que se impõem "vão ser tomadas no curto e no médio prazo", afirmou Pina Monteiro, avisando desde logo que não iriam revelar que medidas são essas por motivos, claro, de segurança.

"Não caímos, estamos direitos e prontos a garantir a confiança dos portugueses nas Forças Armadas", acrescentou o CEMGFA, que rematou com um sacudir de ombros: "A segurança nacional não é exclusiva dos militares".

Foi a primeira vez que tanto Pina Monteiro como António Costa falaram pela primeira vez sobre o roubo de Tancos, conhecido há quase duas semanas. Questionado sobre se não seria tarde demais, o primeiro-ministro considerou que não, pois assim houve tempo de fazer uma "avaliação detalhada" e afirmou que, antes de ir de férias, tinha recebido da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna a garantia de que aquela ocorrência "não teria grande impacto no risco da segurança interna, designadamente associação a qualquer risco de actividade terrorista nacional ou internacional".


Esta reunião das chefias militares com o o ministro e o primeiro-ministro aconteceu menos de 24 horas depois de o Presidente da República ter oferecido um jantar ao CEMGFA e aos chefes dos três ramos, onde Tancos foi também o prato principal.

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