A ministra Dulce Pássaro considera que “estão dados” os passos para limpar o estuário do TejoA maior estação de tratamento de águas residuais do país vai servir 756.000 habitantes de Lisboa, Amadora e Oeiras. Abre com 14 meses de atraso, para limpar o rio e o ar (por Patricia de Oliveira in Publico)
Depois de cinco anos de obras, a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara, a maior do país, está finalmente pronta e entra hoje em funcionamento. Nesta estação vão ser tratados esgotos de mais de 756.000 habitantes de Lisboa, Amadora e Oeiras. “É um sinal de grande modernidade do nosso país”, defende a ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, que estará na abertura, com José Sócrates.
A ministra Dulce Pássaro considera que “estão dados” os passos para limpar o estuário do Tejo
Até há pouco tempo, quem visitasse a Baixa lisboeta poderia ter o azar de se deparar com um cheiro desagradável. Com a entrada em funcionamento da ETAR de Alcântara, a história vai passar a ser outra, garante Dulce Pássaro. “Agora é natural que ainda haja algumas lamas com mau cheiro, sobretudo nos dias de maré baixa”, diz a responsável pela pasta do Ambiente. “Mas tudo isso vai ser regenerado.” Outra particularidade desta infra-estrutura é que a cobertura é verde, feita de vegetação.
Derrapagem de 3,9 milhões
Esta é a 22.ª e a última estação a ficar concluída junto ao Tejo. É também uma das mais completas, incluindo o tratamento de águas residuais e um sistema de recolha e desodorização de gases e cheiros.
Os esgotos domésticos são tratados em três fases: além da fase primária (em que se separa os sólidos mais grossos da água) e secundária (em que se faz o tratamento biológico das águas, retirando todos os elementos orgânicos), esta ETAR tem ainda um sector terciário de desinfecção da água através de lâmpadas ultravioletas. Os resíduos vão chegar à nova ETAR de Alcântara através de duas vias: pelos interceptores colocados em toda a zona ribeirinha, desde Algés até Alfama, e pelo caneiro de Alcântara, utilizado para os esgotos da zona alta da cidade e Amadora. Por fim, as águas residuais tratadas são descarregadas no rio Tejo junto à Doca de Santo Amaro, refere um comunicado do ministério.
A infra-estrutura foi construída sem que a antiga deixasse de funcionar. A nova tem “mais capacidade” e “um melhor desempenho”, sustenta Dulce Pássaro. A obra deveria ter ficado concluída em Fevereiro de 2010, mas “foram encontrados alguns achados arqueológicos” que provocaram “um pequeno atraso”, diz a ministra. A conta também derrapou 3,9 milhões de euros em relação ao orçamento inicial (64,4 milhões) previsto pela empresa SimTejo, responsável pela construção da infra-estrutura.
A inauguração da ETAR de Alcântara ocorre três meses depois de os esgotos da zona central de Lisboa, correspondentes a 120.000 habitantes, terem deixado de ser despejados no Tejo, sem qualquer tratamento. Esses resíduos foram, na altura, conduzidos para a estação de tratamento de Alcântara. “Temos um novo Tejo, um Tejo limpo”, garante a governante. “Já se voltaram a ver no estuário espécies animais que tinham deixado de se ver há muito tempo”, continua, referindo, como exemplo, o golfinho. Para Dulce Pássaro, os principais passos no tratamento de águas residuais em Lisboa e requalificação do estuário “já estão dados”.
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José Sócrates para António Costa:
"Porreiro"...pá .... mas... quando é que acabas a "requalificação" da Praça?!?
"Isto" está uma vergonha ...
António Sérgio Rosa de Carvalho
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