in Jornal de Negócios, 15 Abril 2011
Bruno Simões
O presidente da Câmara de Lisboa mudou o seu gabinete e cerca de 20 funcionários para o número 27 de Largo do Intendente, uma antiga fábrica de cerâmica da Viúva Lamego, que foi requalificada para receber o executivo.
A ideia é contribuir para o rejuvenescimento desta área da cidade, que padece de “falta de confiança e desconhecimento” dos lisboetas. O aluguer foi assegurado por dez anos, com uma renda mensal de 5.600 euros.
“O gabinete ficará cá até que haja mudanças no espaço público, como a pedonalização do largo ou a requalificação do edificado da Mouraria”, previu o autarca, que conduziu a imprensa por uma visita guiada ao edifício de três pisos. António Costa já se mudou para o seu novo local de trabalho fez ontem uma semana e espera que a zona esteja diferente dentro de dois anos, antes das eleições autárquicas.
A mudança insere-se num plano mais abrangente de recuperação da zona da Mouraria, que, “ao contrário de Alfama ou do Bairro Alto, que mudaram”, foi ficando “esquecida e abandonada”. Está previsto um investimento de sete milhões de euros para requalificar os espaços públicos da Mouraria, como o Largo da Trigueira ou São Cristóvão. 40% deste financiamento será assegurado por verbas comunitárias ao abrigo do QREN.
Costa acredita que em Setembro ou Outubro já estará a adjudicar as obras. O plano de intervenção será também social. “É muito fácil intervir e reabilitar o espaço público, mais difícil é o desenvolvimento social desta zona”, reconhece, por “ser preciso trabalhar com pessoas, e o trabalho nem sempre corre bem à primeira”.
Recuperar espaço e pessoas
O plano social, que está a ser preparado há meio ano “com mais de 40 entidades”, passará por enviar “toxicodependentes para tratamento” e tentar inserir quem se dedique à prostituição noutras actividades. “A ideia é que haja uma regeneração destas actividades”, destacou o presidente, que assumiu não conhecer o Intendente, “tal como quase todas as pessoas de Lisboa”. A descoberta, assegura, “está a ser interessante”.
A autarquia reabilitou o edifício, que estava devoluto, e acordou com o senhorio que parte do pagamento seria assegurado pelas obras que foram realizadas. No final, o custo mensal foi de oito euros por Metro quadrado; o edifício tem 700 metros quadrados, pelo que a renda está fixada em 5.600 euros mensais. A Câmara já adiantou os dez anos de arrendamento do espaço, tendo para isso desembolsado 672 mil euros. Depois da saída do seu gabinete, Costa acredita "que não deverão faltar interessados" em ocupar o edifício.
Os Paços do Concelho, agora, vão apenas servir para reuniões do executivo e cerimónias.
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Só agora ... depois de tantos anos de mandato ?
Aguardemos com expectativa os possiveis efeitos positivos ... mas há algo de demagogia e de "timing" eleitoral afim de garantir "algo" para apresentar no fim do mandato ...
Assim garanta esta presença uma melhoria em todos os aspectos associados à Reabilitação Urbana e que traga um novo "élan" ... e uma melhoria perante a passividade e inoperância demonstrada até agora pela CML, em face dos desafios da Reabilitação Urbana.
António Sérgio Rosa de Carvalho
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