sexta-feira, 10 de maio de 2024

Rui Moreira pede extinção da “inoperante” Agência para a Integração, Migrações e Asilo / Rui Moreira diz que ataque a migrantes no Porto é "crime de ódio" e defende extinção da AIMA

 


Rui Moreira pede extinção da “inoperante” Agência para a Integração, Migrações e Asilo

06 maio, 2024 às 11:24

Autarca aponta o dedo à inoperância da AIMA

O presidente da Câmara do Porto criticou esta manhã de segunda-feira a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) acusando-a de “continuar morta perante o aparente descontrolo dos fluxos migratórios” e defendeu mesmo que deve ser extinta. Os restantes partidos do Executivo também exigiram mais ação pública.

 

Tiago Rodrigues Alves

Jornalista

https://www.jn.pt/6189696244/rui-moreira-pede-extincao-da-inoperante-agencia-para-a-integracao-migracoes-e-asilo/

 

Para fazer evitar fenómenos como o ataque a imigrantes ocorrido na passada sexta-feira, no Bonfim,  - "um crime de ódio" - Rui Moreira defendeu, esta manhã de segunda-feira, a extinção deste organismo que substituiu o SEF e a distribuição dos seus recursos pelos municípios e pelas forças de segurança.

 

Rui Moreira revelou que, no sábado, o seu gabinete foi contactado pelo presidente da AIMA que,  “supreendentemente”, questionou o que poderia fazer o Município. O autarca lembrou que a AIMA tem mais de 80 milhões de euros de orçamento, 34 balcões e 740 funcionários, prevendo-se ter mais 10 balcões e 190 funcionários. “O que fez neste caso concreto?” questionou, em retorno e de modo retórico, o autarca.

 

"Agência inoperante que desperdiça dinheiros públicos"

 

Além de criticar o modo como se processou a extinção do SEF, Rui Moreira acusou a AIMA de ser uma “agência inoperante, que desperdiça dinheiros públicos sem o cumprimento da missão a que se propôs”. Defendeu por isso que deve ser extinta, pedindo ainda à Assembleia da República que investigue esta agência nacional, que “continua morta perante o aparente descontrolo dos fluxos migratórios”.

 

O autarca considerou “inaceitável” o ataque aos imigrantes ocorrido na freguesia do Bonfim - "um crime de ódio" - e que será igualmente inaceitável “qualquer tentativa de o justificar ou explicar”. “É um crime odioso e devemos confiar que as autoridades policiais tudo estão a fazer para que os seus responsáveis, diretos ou diretos, sejam identificados. E esperamos que a Justiça saiba puni-los de forma exemplar”, antecipou.

 

"Há fundadas razões para nos preocuparmos com a insegurança"

 

Falando no período antes da ordem do dia, Rui Moreira disse aguardar os resultados das investigações das autoridades, mas fez questão de referir que há “fundadas razões para nos preocuparmos com o clima de insegurança que se tem vivido nessa zona da cidade e sobre temos vindo a falar com a PSP. Mesmo que não haja uma correlação direta com o sucedido este fim-de-semana, não nos podemos esquecer que os fenómenos extremistas e racistas encontram um terreno fértil à sua ação quando o Estado não é capaz de cumprir plenamente a sua missão de garantir a segurança, a proteção e a tranquilidade dos seus cidadãos”.

 

Por fim, Rui Moreira pediu “políticas ativas, que garantam a plena integração dos imigrantes, mas também que tranquilizem as populações. Uma política que contrarie o racismo e a xenofobia. Que impeça a sua proliferação. Que não permita o oportunismo de quem, fingindo combatê-lo, espera que ele cresça para alimentar o seu radicalismo.



"É INACEITÁVEL"

06 maio 2024 às 10h46

Rui Moreira diz que ataque a migrantes no Porto é "crime de ódio" e defende extinção da AIMA

 

Autarca diz que qualquer tentativa de justificar ou explicar este ataque é inaceitável. Rui Moreira defende a extinção da AIMA, dizendo que "é uma agência inoperante que desperdiça dinheiros públicos sem o cumprimento da missão a que se propôs".

 

https://www.dn.pt/2386517638/rui-moreira-diz-que-ataque-a-migrantes-no-porto-e-crime-de-odio-e-defende-extincao-da-aima/

 

 

O presidente da Câmara do Porto afirmou esta segunda-feira que o ataque contra migrantes, que ocorreu na madrugada de sexta-feira, é "inaceitável e um crime de ódio", defendendo a extinção da AIMA - Agência para Integração de Migrantes e Asilo.

 

"O ataque a uma casa onde residem imigrantes, na freguesia do Bonfim, no Porto, é um crime de ódio que não pode ser relativizado a qualquer título. É um ataque inaceitável", disse Rui Moreira no início da reunião do executivo municipal.

 

Dizendo que qualquer tentativa de justificar ou explicar este ataque é inaceitável, o independente reforçou que também é inaceitável que se diga que ocorre como resposta a outros crimes que vão sucedendo nessa zona e que se diga que a culpa é do parlamento ou das interpretações sobre o colonialismo.

 

"Esses discursos servem para aqueles a quem interessa abrir barricadas na nossa sociedade", acrescentou.

 

O autarca referiu que é necessário confiar que as autoridades policiais tudo estão a fazer para que os seus responsáveis, diretos e indiretos, sejam identificados e que a justiça saiba "puni-los de forma exemplar".

 

Além disso, Rui Moreira contou que, logo que soube do sucedido, falou com os responsáveis policiais que lhe asseguraram que os dispositivos de videovigilância foram "de grande utilidade" na investigação, o que deve merecer uma reflexão por parte das forças políticas que se opuseram a que esse instrumento fosse disponibilizado com recursos municipais.

 

Rui Moreira entendeu que este episódio exige "ações concretas, muita responsabilidade e racionalidade na gestão dos escassos recursos públicos".

 

Por isso, o presidente da Câmara do Porto defendeu a extinção da AIMA e utilização dos recursos de que dispõe para habilitar os municípios a darem uma resposta e a reforçar as forças policiais dos recursos de que hoje não dispõem para combater a criminalidade.

 

"Repito, a AIMA é uma agência inoperante que desperdiça dinheiros públicos sem o cumprimento da missão a que se propôs e, por isso, deve ser extinta", insistiu.

 

Rui Moreira questionou porque é que num país em que se criam comissões parlamentares de inquérito "com tanta facilidade" a Assembleia da República não investiga esta agência nacional que "continua morta perante o aparente descontrolo dos fluxos migratórios".

 

Segundo o autarca, são necessárias políticas ativas que garantam a integração dos imigrantes, mas também que tranquilizem as populações.

 

"Uma política que contrarie o racismo e a xenofobia, que impeça a sua proliferação, que não permita o oportunismo de quem, fingindo combatê-lo, espera que ele cresça para alimentar o seu radicalismo", vincou.

 

Na madrugada de sexta-feira, ocorreram três ataques e agressões a imigrantes na zona do Campo 24 de Agosto, na Rua do Bonfim e na Rua Fernandes Tomás, no Porto.

 

Segundo a PSP, os ataques foram feitos por vários grupos, tendo cinco imigrantes sido encaminhados para os hospital devido aos ferimentos.

 

Na sequência das agressões, seis homens foram identificados e um foi detido pela posse ilegal de arma.

 

Face à suspeita de existência de crime de ódio, o caso passou a ser investigado pela Polícia Judiciaria


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