Enquanto
se assiste à irreversível implosão do PS tal como foi definido na
Alameda durante o PREC, Mário Soares o homem que assinou o Tratado
de Adesão, depois de exuberantes e imperativas manifestações
públicas no caso Sócrates, anda agora caladinho que nem um “rato”.
OVOODOCORVO
João
Proença: "PS vai ficar refém do PCP e do BE"
“No futuro, o PS
vai ficar numa situação de dependência bastante grande da posição
do PCP e do BE. Fica um bocado refém”. A sentença é de João
Proença, que não antevê um futuro bonito para o Partido
Socialista, como resultado das negociações à esquerda.
O socialista vai
almoçar com Francisco Assis na Mealhada, este sábado, e espera que
seja um “almoço de unidade daqueles que acham que é necessário
uma alternativa dentro do Partido Socialista”.
Questionado na RTP3
sobre se do encontro sairá um novo candidato à liderança do PS,
Proença diz apenas que sairá “uma nova corrente de opinião”
para “mobilizar um partido para um debate necessário” e para
“desafiar a liderança”. Ainda assim, o socialista considera que
Francisco Assis é “uma possível e boa alternativa” à liderança
do partido.
“A direção não
se portou bem ao não respeitar a primeira decisão que foi tomada na
comissão política do Partido Socialista, que foi a de dialogar com
todos os partidos procurando a melhor solução para o partido”,
destaca João Proença. “Embora uma grande maioria apoiasse
prioritariamente um diálogo à esquerda, também houve aqueles que
apoiaram um diálogo à direita. E eu fui um desses porque a direita
ganhou as eleições”, remata.
João Proença
lembra ainda o passado e deixa uma conclusão olhando para o
presente. “António Costa candidatou-se contra António José
Seguro porque disse que não queria uma vitória pequenina. Mas teve
uma derrota grande. António José Seguro teria sido melhor líder
que António Costa”, considera o socialista. Por fim, João Proença
deixou um lamento na entrevista ao canal público: “Sou um
socialista desiludido com o secretário-geral.”
in OBSERVADOR
José
Junqueiro. “O acordo não foi minimamente discutido no PS”
Pergunta &
Resposta.
Vai estar presente
no encontro de militantes socialistas promovido por Francisco Assis.
Qual é o objectivo deste almoço? Vamos partilhar uma preocupação.
Dar uma nota ao país e ao PS de que há gente que pensa de maneira
diferente e fazer com que o secretário-geral ouça isto. Ele
negociou com o PCP, com o Bloco de Esquerda, mas não falou ao seu
próprio partido. Nem ao órgão máximo entre congressos, que é a
Comissão Nacional, nem a um conjunto de pessoas relativamente às
quais deveria ter tido uma preocupação. Não teve preocupação
nenhuma e o partido está nesta situação, está dividido.
Deveria ter existido
mais discussão no interior do PS sobre o acordo à esquerda?
Isto não foi
minimamente discutido no partido, porque só há um órgão que tinha
capacidade para fazer um grande debate sobre esta matéria, que era a
Comissão Nacional. A ideia deste encontro é reflectir sobre o
momento actual e dizer que há gente que no PS que defende outro
caminho.
Acha que a ideia de
que o BE e o PCP estão a liderar as negociações é verdadeira?
Ninguém sabe nada sobre o acordo. As únicas coisas que sabemos é
pela Catarina Martins e pelo Jerónimo de Sousa. #A Catarina Martins
já pode dizer que conseguiu descongelar as pensões, não foi
António Costa. Ela é a pivô deste processo.
In Jornal i online
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