terça-feira, 3 de novembro de 2015

A lenta mas irreversível implosão do PS.


Enquanto se assiste à irreversível implosão do PS tal como foi definido na Alameda durante o PREC, Mário Soares o homem que assinou o Tratado de Adesão, depois de exuberantes e imperativas manifestações públicas no caso Sócrates, anda agora caladinho que nem um “rato”.
OVOODOCORVO

João Proença: "PS vai ficar refém do PCP e do BE"

“No futuro, o PS vai ficar numa situação de dependência bastante grande da posição do PCP e do BE. Fica um bocado refém”. A sentença é de João Proença, que não antevê um futuro bonito para o Partido Socialista, como resultado das negociações à esquerda.

O socialista vai almoçar com Francisco Assis na Mealhada, este sábado, e espera que seja um “almoço de unidade daqueles que acham que é necessário uma alternativa dentro do Partido Socialista”.

Questionado na RTP3 sobre se do encontro sairá um novo candidato à liderança do PS, Proença diz apenas que sairá “uma nova corrente de opinião” para “mobilizar um partido para um debate necessário” e para “desafiar a liderança”. Ainda assim, o socialista considera que Francisco Assis é “uma possível e boa alternativa” à liderança do partido.

“A direção não se portou bem ao não respeitar a primeira decisão que foi tomada na comissão política do Partido Socialista, que foi a de dialogar com todos os partidos procurando a melhor solução para o partido”, destaca João Proença. “Embora uma grande maioria apoiasse prioritariamente um diálogo à esquerda, também houve aqueles que apoiaram um diálogo à direita. E eu fui um desses porque a direita ganhou as eleições”, remata.

João Proença lembra ainda o passado e deixa uma conclusão olhando para o presente. “António Costa candidatou-se contra António José Seguro porque disse que não queria uma vitória pequenina. Mas teve uma derrota grande. António José Seguro teria sido melhor líder que António Costa”, considera o socialista. Por fim, João Proença deixou um lamento na entrevista ao canal público: “Sou um socialista desiludido com o secretário-geral.”
in OBSERVADOR

José Junqueiro. “O acordo não foi minimamente discutido no PS”
Pergunta & Resposta.

Vai estar presente no encontro de militantes socialistas promovido por Francisco Assis. Qual é o objectivo deste almoço? Vamos partilhar uma preocupação. Dar uma nota ao país e ao PS de que há gente que pensa de maneira diferente e fazer com que o secretário-geral ouça isto. Ele negociou com o PCP, com o Bloco de Esquerda, mas não falou ao seu próprio partido. Nem ao órgão máximo entre congressos, que é a Comissão Nacional, nem a um conjunto de pessoas relativamente às quais deveria ter tido uma preocupação. Não teve preocupação nenhuma e o partido está nesta situação, está dividido.

Deveria ter existido mais discussão no interior do PS sobre o acordo à esquerda?
Isto não foi minimamente discutido no partido, porque só há um órgão que tinha capacidade para fazer um grande debate sobre esta matéria, que era a Comissão Nacional. A ideia deste encontro é reflectir sobre o momento actual e dizer que há gente que no PS que defende outro caminho.

Acha que a ideia de que o BE e o PCP estão a liderar as negociações é verdadeira? Ninguém sabe nada sobre o acordo. As únicas coisas que sabemos é pela Catarina Martins e pelo Jerónimo de Sousa. #A Catarina Martins já pode dizer que conseguiu descongelar as pensões, não foi António Costa. Ela é a pivô deste processo.

In Jornal i online

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