Técnicos da UNESCO avaliam barragem do Foz Tua no Douro Vinhateiro
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Autarcas do Tua recusam parar obras da barragem
Defendem que a esta altura do campeonato a beleza natural do vale já não vai existir e que já só há a ganhar com o desenvolvimento que a obra traz à região.01-08-2012 17:06 por Olímpia Mairos
Os presidentes de câmara da região do Alto Douro Vinhateiro dizem ser inaceitável parar nesta altura as obras da Barragem de Foz Tua. Depois dos ambientalistas, foi a vez de os autarcas dizerem o que pensam à delegação da UNESCO que está de visita à região.
As obras não podem parar, é a posição transmitida esta quarta-feira às técnicas da Unesco pelo presidente da Associação de Desenvolvimento do Vale do Tua e da Comunidade Intermunicipal do Douro.
“Aquilo que tínhamos a perder já perdemos, que é de facto a questão da beleza selvagem, e aquilo que agora teríamos a ganhar, se parasse, não ganhávamos nada”, defende Artur Cascarejo.
“A beleza natural do vale enquanto vale selvagem já não vai existir. Vai existir é um projecto de desenvolvimento regional em parceria com as autoridades locais e com o Governo português, que têm um verdadeiro projecto de desenvolvimento integrado para todo o território”, argumenta.
“As populações do Vale do Tua não podem perder esta oportunidade porque ela representa o fim do esquecimento a que durante anos este território foi votado pelos diferentes Governos. Esta é uma oportunidade única que nós agarramos com todas as mãos e que portanto não vamos perder”, insiste ainda o autarca.
É possível compatibilizar a central hidroeléctrica com a paisagem Património da Humanidade, dizem os autarcas, que não aceitam perder um projecto que segundo eles trará desenvolvimento à região e ao país.
Sem grandes conclusões para divulgar, a delegação da UNESCO para já sublinha a importância de recolha de opiniões diversas sobre um projecto polémico com algum impacto em área protegida.
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Mexia levou técnicos da UNESCO à barragem do Foz Tua
Especialistas estão no Alto Douro Vinhateiro para avaliar se as obras da barragem implicam a retirada do estatuto de Património da Humanidade à região. Foram recebidos esta manhã com protestos de ambientalistas.01-08-2012 11:49
A Renascença apurou que os técnicos da UNESCO que se encontram em Portugal de visita ao Alto Douro Vinhateiro visitaram ontem as obras da barragem do Foz Tua, acompanhados pelo presidente da EDP, António Mexia.
O responsável da eléctrica portuguesa mostrou aos especialistas o projecto de Souto de Moura, que visa compatibilizar a construção da barragem com o Património da Humanidade.
Os especialistas foram recebidos, esta manhã, na Régua, por uma manifestação de cerca de 20 ambientalistas, que protestavam contra a construção da barragem. Os técnicos estão reunidos com organizações ligadas ao ambiente, que desde o início estão contra a construção do empreendimento hidroeléctrico, como o Partido Ecologista "Os Verdes", a Quercus ou o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), e com os autarcas da região.
À chegada ao Museu do Douro, onde decorre o encontro, uma das especialistas parou para falar com os ambientalistas e para tirar fotografias dos cartazes colocados nas paredes do edifício – e onde se podia ler "STOP novas barragens", "Barragem de Foz Tua = cancro no Alto Douro Vinhateiro" e "Barragens afundam património".
A visita ao Douro vinhateiro foi agendada após a última reunião do Comité do Património Mundial da UNESCO, que decorreu em São Petersburgo, na Rússia, e durante a qual foi aprovado um "abrandamento significativo" das obras da barragem, em alternativa à suspensão das mesmas.
Até ao final do ano, a missão deve enviar um relatório à EDP com a sua avaliação.
O Douro foi distinguido como Património Mundial da Humanidade em 2001. A barragem, cujas obras arrancaram há 15 meses, vai ocupar 2,9 hectares do Alto Douro Vinhateiro, o que representa 0,001% do total da área classificada.
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Técnicos da UNESCO avaliam barragem do Foz Tua no Douro Vinhateiro
Em causa, a manutenção do estatuto de Património Mundial da Humanidade. Há quem diga não haver razão para o perder, outros falam em falta de moral.01-08-2012 8:04
Especialistas da UNESCO começam, esta quarta-feira, a avaliar os trabalhos e impactos da construção da barragem do Foz Tua no Alto Douro Vinhateiro. A região está classificada como Património da Humanidade e a obra é contestada por ambientalistas, que consideram o projecto da barragem um atentado à paisagem classificada
Por isso, vão aproveitar a presença dos técnicos da UNESCO para se concentrarem junto ao Museu do Douro esta manhã.
“O país só pode escolher uma: a que serve o interesse nacional e o interesse regional, isto é, parar a barragem, repor a linha do Tua e o vale do Tua, valorizar o Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade”, defende a dirigente do Partido Ecologista Os Verdes, Manuela Cunha.
“Se autorizarem a construção da barragem, não vai haver mais moral para impedir qualquer outro tipo de construções agressivas ao longo do Douro e na área classificada, porque todos os interessados nessas construções – e poderão vir muitos – vão invocar o interesse nacional, o supremo interesse económico da região, etc, como a EDP agora invoca para aquela barragem. Será um exemplo, pela negativa, que terá filhotes no futuro”, sustenta, em declarações à Renascença.
Outra opinião têm os autarcas da região.
“É perfeitamente compatível com o Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade. Em primeiro lugar, porque 99% do empreendimento está fora do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade”, defende o presidente da Comunidade Intermunicipal do Douro, Artur Cascarejo.
O ritmo das obras abrandou em Foz Tua, por indicações da UNESCO, mas a EDP, através do seu presidente, António Mexia, vai tentar mostrar que o empreendimento é importante na preservação do Património do Alto Douro Vinhateiro.
E vai apresentar à comitiva da UNESCO o projecto do arquitecto Souto de Moura que visa a compatibilização da Central Hidreléctrica com a paisagem classificada.
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