10/07/2012
Cristas atende a pedido da Unesco para abrandar construção no Foz Tua.
(...)" A Icomos considerou "grave" e "irreversível" o impacto da hidroelétrica sobre o património mundial e, por isso, aconselhou a paragem das obras até à visita de uma missão conjunta ao local.
(...) Íamos a tempo de parar, se tivéssemos no nosso bolso os montantes para pagar as indemnizações necessárias, que são de várias centenas de milhões de euros", disse,(a ministra) em junho, no parlamento."
Mas que contratos são estes ?!?
E porque se começaram as obras "à pressa" já depois do conhecimento do relatório onde o ICOMOS já exprimia claramente as suas dúvidas e formulava o "ultimatum"?
Fica-se nítidamente com a impressão que a Ministra Cristas e o Secretário de Estado da Cultura foram confrontados com factos consumados e determinados por decisões tomadas irresponsávelmente ao mais alto nível Empresarial e Governamental ... e assim condenados a desempenhar este papel ambíguo, hesitante e triste .... e quem sabe, envergonhado ... perante a Opinião Pública.
António Sérgio Rosa de Carvalho.
Cristas atende a pedido da Unesco para abrandar construção no Foz Tua
Por Agência Lusa, publicado em 9 Jul 2012 -in (jornal) i online.
A ministra do Ambiente disse hoje que será cumprido em Foz Tua "o que foi decidido em São Petersburgo" pelo Comité do Património Mundial da Unesco, que pediu a Portugal para "abrandar significativamente" a construção da barragem.
"Aquilo que foi decidido em São Petersburgo [Rússia] será naturalmente seguido", disse à agência Lusa Assunção Cristas, no final de uma cerimónia de entrega de certificados de formação a jovens agricultores promovida pela Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, em Vila Franca de Xira.
O Comité do Património Mundial da Unesco – Organização da Unesco para a Educação, Ciência e Cultura pediu ao Estado português, na reunião realizada em finais de junho na segunda maior cidade da Rússia, que "abrande significativamente o trabalho na barragem, enquanto está a ser realizado um estudo sobre os impactos da hidroelétrica no Alto Douro Vinhateiro".
A proposta que estava em cima da mesa nesse encontro recomendava a suspensão da construção da Barragem de Foz Tua, que se encontra em obra há 15 meses, entre os concelhos de Alijó e Carrazeda de Ansiães.
Assunção Cristas destacou o facto de não ter sido decidido a suspensão da obra, mas escusou-se a esclarecer de que forma a empreitada vai abrandar.
A governante adiantou ainda que os membros da Unesco já aceitaram o convite para visitar Portugal, sem, no entanto, adiantar uma data para o efeito.
A situação do Alto Douro Vinhateiro voltará a ser analisada no próximo encontro da Unesco, em 2013.
A obra começou pouco depois de uma passagem pelo Douro da Icomos, órgão consultivo da Unesco, uma situação que fez com que o comité colocasse em causa o comportamento do Governo português ao longo do processo.
A Icomos considerou "grave" e "irreversível" o impacto da hidroelétrica sobre o património mundial e, por isso, aconselhou a paragem das obras até à visita de uma missão conjunta ao local.
Assunção Cristas já defendeu na comissão parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local que a barragem de Foz Tua é compatível com a classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade e afastou a possibilidade de suspender as obras por falta de verbas.
"Íamos a tempo de parar, se tivéssemos no nosso bolso os montantes para pagar as indemnizações necessárias, que são de várias centenas de milhões de euros", disse, em junho, no parlamento.
Na ocasião, a ministra referiu que a barragem ocupa apenas 2,9 hectares do Alto Douro Vinhateiro, o que representa 0,001 por cento do total da área, pelo que considerou que aquela infraestrutura não causa grande impacto na paisagem.
O Douro foi distinguido como Património Mundial da Humanidade em 2001.
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