Montenegro
diz que PS "tem muito mais a ver" com divulgação de dados da
Spinumviva
O presidente
do PSD insistiu ainda que não teve ligação à Spinumviva após assumir esse
cargo, ainda antes de ser primeiro-ministro
DN/Lusa
Publicado a:
01 Mai 2025,
19:17
Atualizado
a:
01 Mai 2025,
19:17
O presidente
do PSD, Luís Montenegro, considera que há indícios de que o PS “tem muito mais
a ver” com a divulgação dos clientes da empresa Spinumviva e reiterou que não
difundiu nem promoveu a difusão do documento.
“Mais uma
vez, os factos aparecem distorcidos, manipulados, e fui até acusado pelo líder
do PS de o ter feito, quando, afinal de contas, não tenho a certeza, mas parece
que o Partido Socialista tem muito mais a ver com isso do que eu”, afirmou.
Montenegro
foi questionado pelos jornalistas numa ação da AD – Coligação PSD/CDS na feira
Ovibeja, em Beja, sobre o deputado do PS Pedro Delgado Alves ter admitido a
consulta de informação com novos dados de clientes da Spinumviva, empresa
fundada pelo presidente do PSD e que passou recentemente para os seus filhos.
O Observador
avançou que Delgado Alves assumiu numa reunião no Parlamento ter acedido a
informação que o primeiro-ministro e líder do PSD enviou à Entidade para a
Transparência e que partilhou informação com Fabian Figueiredo, do Bloco de
Esquerda.
Na sequência
da divulgação de novos dados, o deputado do PSD Hugo Carneiro pediu ao Grupo de
Trabalho do Registo de Interesses no Parlamento que peça à Entidade para a
Transparência os registos de quem acedeu aos dados sobre o primeiro-ministro.
Segundo o
‘site’ noticioso Observador, o coordenador do Grupo de Trabalho e
vice-presidente da bancada do PS, Pedro Delgado Alves, terá assumido de
imediato perante os outros deputados presentes que acedeu ao processo.
Hoje, o
presidente do PSD salientou ter dito a verdade no debate de quarta-feira com o
líder do PS, Pedro Nuno Santos, quando recusou ter responsabilidades na
divulgação dos novos dados dos clientes, ainda que tenha sido “posto em causa”.
“Eu não
promovi nenhuma divulgação, nem nenhuma publicitação, não tive nenhuma atitude
que pudesse condicionar de que forma fosse o debate que foi realizado”,
insistiu.
Na
quarta-feira, o Expresso noticiou que o primeiro-ministro entregou uma nova
declaração à Entidade para a Transparência, referindo mais empresas com as
quais a Spinumviva trabalhou e fê-lo na véspera do frente a frente com o
secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
No debate, o
líder da AD disse que não foi ele a tornar pública qualquer interação, dizendo
ter respondido a uma solicitação que lhe foi feita, depois de o
secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, o ter acusado de não ter “idoneidade
para o cargo que ocupa”.
Montenegro
insiste que não teve ligação à Spinumviva após liderar PSD
Luís
Montenegro insistiu, ainda, que desde que foi eleito presidente do PSD, ainda
antes de ser primeiro-ministro, não teve qualquer contacto com empresas que
trabalharam com a Spinumviva.
“Não é desde
que eu sou primeiro-ministro. Desde que eu sou presidente do PSD que eu não
tive nenhum contacto com nenhuma empresa, não trabalhei com ninguém, de nenhuma
delas, nem destas, nem de nenhuma outra”, afiançou Luís Montenegro, aos
jornalistas, à margem de uma visita à feira agropecuária Ovibeja, que está a
decorrer em Beja, até domingo.
Segundo o
candidato da AD – Coligação PSD/CDS, após ser eleito presidente do PSD - em 28
de maio de 2022 -, esteve “exclusivamente dedicado” às suas “tarefas como líder
do maior partido da oposição e, agora, como primeiro-ministro”.
Perante as
perguntas dos jornalistas sobre a Spinumviva, o presidente do PSD ainda deu
estas explicações, mas garantiu que, daqui em diante, vai “tratar daquela” que
é a sua “única empresa” e a que tem de “gerir, que é o país, é Portugal”.
“São as
responsabilidades hoje enquanto primeiro-ministro, que ainda sou, embora não
esteja aqui nesta qualidade, e a partir das próximas eleições com renovada
legitimidade, se os portugueses assim entenderem, como é a minha expectativa”,
afirmou o líder da AD, numa ação de pré-campanha no certame agropecuário
alentejano.
Na
quarta-feira, o Expresso noticiou que o primeiro-ministro entregou uma nova
declaração à Entidade para a Transparência, referindo mais empresas com as
quais a Spinumviva trabalhou e fê-lo na véspera do frente a frente com o
secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
Hoje, o
Correio da Manhã e a CNN Portugal referem que duas destas empresas, que já
tinham relações com o Estado, conseguiram contratos de milhões de euros já
durante o Governo liderado por Luís Montenegro.
Fonte do
gabinete de Luís Montenegro indicou hoje à agência Lusa que estas novas
empresas “apenas fizeram trabalhos pontuais” para a Spinumviva.
“E a maior
parte delas deixou de trabalhar com a Spinumviva em 2022. Só uma ou outra é que
deixou em 2023”, acrescentou a mesma fonte oficial.
Na qualidade
de primeiro-ministro, já hoje, em Lisboa, à chegada à residência oficial, Luís
Montenegro recusou qualquer interferência na celebração de contratos entre o
Estado e empresas que trabalharam com a Spinumviva, assinalando que contratos
dessa natureza “nunca dependeram” de si.
“Absolutamente,
não admito a ninguém sequer essa insinuação”, respondeu o chefe de Governo
quando questionado se teve alguma interferência na realização de contratos
entre o Estado e empresas com as quais a Spinumviva (empresa fundada por Luís
Montenegro e que passou recentemente para os seus filhos) trabalhou.
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