quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Criminal complaint with more than 100 thousand subscribers against Chega delivered to the PGR. Ventura speaks of "fraud" / Queixa-crime com mais de 100 mil assinantes contra Chega entregue na PGR. Ventura fala em "fraude"

 


Updated on 28 October 2024 at 16:24

https://www.dn.pt/4656536734/queixa-crime-com-mais-de-100-mil-assinantes-contra-chega-entregue-na-pgr-ventura-fala-em-fraude/

 

Criminal complaint with more than 100 thousand subscribers against Chega delivered to the PGR. Ventura speaks of "fraud"

The criminal complaint will be "symbolically signed" by musician Dino d'Santiago, teacher Teresa Pizarro Beleza, actress Cláudia Semedo, jurist Miguel Prata Roque, businesswoman Miriam Taylor and manager Miguel Baumgartner, representing the subscribers.

 

DN/Lusa

Criminal complaint with more than 100 thousand subscribers against Chega delivered to the PGR. Ventura speaks of "fraud"

 

The group of citizens that gathered about 123 thousand signatures in a criminal complaint against André Ventura, Pedro Pinto and Ricardo Reis, from Chega, for statements about the death of Odair Moniz, delivers the document this Monday to the Attorney General's Office.

 

The citizens' movement, including former Minister of Justice Francisca Van Dunem, will deliver the participation at 18:00 at the headquarters of the Attorney General's Office (PGR), in Lisbon.

 

"After delivering the participation, the civic movement will constitute itself as an assistant in the ongoing criminal process, in order to assist the Public Prosecutor's Office in the investigations, representing so many people outraged by the conduct that fulfills various types of crime," says a note released by the group.

 

The criminal complaint will be "symbolically signed" by musician Dino d'Santiago, teacher Teresa Pizarro Beleza, actress Cláudia Semedo, jurist Miguel Prata Roque, businesswoman Miriam Taylor and manager Miguel Baumgartner, representing the more than 100 thousand subscribers.

 

"The civic movement will continue its intervention in the public space, intending to deliver (...) the criminal complaint to the president of the Assembly of the Republic, for the purposes of opening the parliamentary procedures legally and regimentally due, in relation to the two deputies and the parliamentary advisor who is the subject of the complaint", add the signatories.

 

André Ventura claims that the petition against him "is a fraud"

André Ventura, leader of Chega, meanwhile claimed that the petition that accompanies the criminal complaint against him "is a fraud" for having "false signatures" and no identification number, at a time when his statements are being investigated.

 

"It's a fraud because anyone who wants to can sign this petition without any citizen card, without any number," he said, saying it contains names such as Stalin, Kim Jong-un or Odair Moniz.

 

Speaking in the Assembly of the Republic, André Ventura said he had evidence that in that petition there are "dozens, if not hundreds, of false signatures" and hopes that his allegations will be investigated.

 

"Because several people did it, with videos spread all over the internet, falsely signing, without emails and without identification, this petition," he said.

 

Regarding the investigation already underway, André Ventura reiterated that he will not invoke the parliamentary immunity he enjoys as a deputy "to avoid, contradict or evade any investigation by the Public Prosecutor's Office" and indicated that he trusts "the institutions and justice".

 

"We have to be concerned about leaving the political debate to the politicians and prevent the political debate from being transferred to the courts, and from transferring to justice what is a statement that passes a line or does not pass. That is in fact now in court and so it will be up to justice to make that determination," he said, claiming to have reason on his side.

 

The president of Chega maintained that what he did was to defend "the police and the authorities" and denied that his statements had contributed to the increase in tension.

 

"What set tempers on fire were years and years and years of uncontrolled neighborhoods, police without authority, without means, and the litany of racism in the police. This is what set these neighborhoods on fire, this is what continues to set these neighborhoods on fire. Long before André Ventura there were already police deaths in these neighborhoods, long before André Ventura there were already attacks on police in these neighborhoods, long before André Ventura there were already containers burned in these neighborhoods," he defended.

 

Regarding the words of the president of the Assembly of the Republic, who called for moderation in the case of the death of Odair Moniz, Ventura said he hoped that it would not mean "giving voice only to one side and forgetting the other".

 

"I already know what moderation means to these politicians of the last 50 years, moderation is to shut up, moderation is to say nothing, to let the police burn, moderation is to let the institutions burn, moderation is to always be on the side of the poor things, moderation is to say that it doesn't matter if they comply with the law or not,  moderation is to say that the deceased was a kind man," he criticized.

 

Last Friday, the PGR confirmed "the opening of an investigation" following the criminal complaint, regarding statements by those responsible for Chega. The authors of the complaint consider the statements illegal, arguing that they are "incitement to the practice of crime, apology for the practice of crime and incitement to collective disobedience".

 

According to the PGR, the investigation is under the terms of the Lisbon Regional Department of Investigation and Criminal Action (DIAP).

 

Odair Moniz, a 43-year-old Cape Verdean citizen and resident of the Zambujal neighborhood, was shot in the early hours of Monday, in the Cova da Moura neighborhood, also in Amadora, in the district of Lisbon.

 

According to the PSP, the man "fled" by car after seeing a police car and crashed in Cova da Moura, where, when approached by the agents, "he resisted arrest and tried to assault them using a bladed weapon".

 

Odair Moniz's funeral took place on Sunday afternoon in Buraca, after almost a week of riots in the Lisbon Metropolitan Area and two demonstrations in the capital.

Atualizado em 28 outubro 2024 às 16h24

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Queixa-crime com mais de 100 mil assinantes contra Chega entregue na PGR. Ventura fala em "fraude"

A queixa-crime será "simbolicamente assinada" pelo músico Dino d'Santiago, pela professora Teresa Pizarro Beleza, pela atriz Cláudia Semedo, pelo jurista Miguel Prata Roque, pela empresária Miriam Taylor e pelo gestor Miguel Baumgartner, em representação dos subscritores.

 

DN/Lusa

Queixa-crime com mais de 100 mil assinantes contra Chega entregue na PGR. Ventura fala em "fraude"

 

O grupo de cidadãos que juntou cerca de 123 mil assinantes numa queixa-crime contra André Ventura, Pedro Pinto e Ricardo Reis, do Chega, por declarações sobre a morte de Odair Moniz, entrega esta segunda-feira o documento na Procuradoria-Geral da República.

 

O movimento de cidadãos, entre os quais a ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem, vai entregar a participação pelas 18:00 na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Lisboa.

 

"Após entrega da participação, o movimento cívico constituir-se-á como assistente no processo criminal em curso, de modo a auxiliar o Ministério Público nas investigações, em representação de tantas pessoas indignadas com a conduta que preenche vários tipos de crime", refere uma nota divulgada pelo grupo.

 

A queixa-crime será "simbolicamente assinada" pelo músico Dino d'Santiago, pela professora Teresa Pizarro Beleza, pela atriz Cláudia Semedo, pelo jurista Miguel Prata Roque, pela empresária Miriam Taylor e pelo gestor Miguel Baumgartner, em representação dos mais de 100 mil subscritores.

 

"O movimento cívico continuará a sua intervenção no espaço público, pretendendo entregar (...) a participação criminal ao presidente da Assembleia da República, para efeitos de abertura dos procedimentos parlamentares legal e regimentalmente devidos, relativamente aos dois deputados e ao assessor parlamentar alvo de queixa", acrescentam os subscritores.

 

André Ventura alega que petição contra si "é uma fraude"

André Ventura, líder do Chega, alegou entretanto que a petição que acompanha a queixa-crime contra si "é uma fraude" por ter "assinaturas falsas" e sem número de identificação, numa altura em que as suas declarações estão a ser investigadas.

 

"É uma fraude porque quem quer pode assinar esta petição sem qualquer cartão de cidadão, sem qualquer número", afirmou, dizendo conter nomes como o de Estaline, Kim Jong-un ou Odair Moniz.

 

Em declarações na Assembleia da República, André Ventura disse ter provas de que naquela petição há "dezenas, se não centenas, de assinaturas falsas" e espera que as suas alegações sejam investigadas.

 

"Porque várias pessoas o fizeram, com vídeos espalhados por toda a internet, a assinar falsamente, sem emails e sem identificação, esta petição", indicou.

 

Sobre o inquérito já em curso, André Ventura reiterou que não invocará a imunidade parlamentar de que goza enquanto deputado "para evitar, contrariar ou fugir a qualquer investigação do Ministério Público" e indicou que confia "nas instituições e na justiça".

 

"Temos de ter a preocupação de deixar o debate político para os políticos e evitar que o debate político se transfira para os tribunais, e se transfira para a justiça o que é uma declaração que passa uma linha ou não passa. Isso de facto agora está na justiça e por isso caberá à justiça fazer esse apuramento", referiu, alegando ter a razão do seu lado.

 

O presidente do Chega sustentou que o que fez foi defender "a polícia e as autoridades" e recusou que as suas declarações tenham contribuído para o aumento da tensão.

 

"O que incendiou os ânimos foram anos e anos e anos de bairros sem controlo, de polícia sem autoridade, sem meios, e da ladainha do racismo nas polícias. Isto foi o que incendiou estes bairros, isto é o que continua a incendiar estes bairros. Muito antes do André Ventura já havia mortes da polícia nestes bairros, muito antes do André Ventura já havia ataques a polícias nestes bairros, muito antes do André Ventura já havia contentores queimados nestes bairros", defendeu.

 

Sobre as palavras do presidente da Assembleia da República, que apelou à moderação no caso da morte de Odair Moniz, Ventura disse esperar que não signifique passar "a dar voz só a um lado e esquecer o outro".

 

"Eu já sei o que é que significa moderação para estes políticos dos últimos 50 anos, moderação é calarmo-nos, moderação é não dizer nada, é deixar a polícia arder, moderação é deixar as instituições arder, moderação é estar sempre ao lado dos coitadinhos, moderação é dizer que não interessa se eles cumprem a lei ou não, moderação é dizer que o falecido era um homem bondoso", criticou.

 

Na passada sexta-feira, a PGR confirmou "a instauração de inquérito" na sequência da queixa-crime, relativa a declarações dos responsáveis do Chega. Os autores da denúncia consideram ilícitas as declarações, defendendo que são "instigação à prática de crime, apologia da prática de crime e incitamento à desobediência coletiva".

 

De acordo com a PGR, o inquérito corre nos termos do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa.

 

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, foi baleado na madrugada de segunda-feira, no Bairro Cova da Moura, também na Amadora, no distrito de Lisboa.

 

Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

 

O funeral de Odair Moniz realizou-se no domingo à tarde na Buraca, ao fim de quase uma semana de desacatos na Área Metropolitana de Lisboa e de duas manifestações na capital.


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