Updated on
28 October 2024 at 16:24
Criminal
complaint with more than 100 thousand subscribers against Chega delivered to
the PGR. Ventura speaks of "fraud"
The criminal
complaint will be "symbolically signed" by musician Dino d'Santiago,
teacher Teresa Pizarro Beleza, actress Cláudia Semedo, jurist Miguel Prata
Roque, businesswoman Miriam Taylor and manager Miguel Baumgartner, representing
the subscribers.
DN/Lusa
Criminal
complaint with more than 100 thousand subscribers against Chega delivered to
the PGR. Ventura speaks of "fraud"
The group of
citizens that gathered about 123 thousand signatures in a criminal complaint
against André Ventura, Pedro Pinto and Ricardo Reis, from Chega, for statements
about the death of Odair Moniz, delivers the document this Monday to the
Attorney General's Office.
The
citizens' movement, including former Minister of Justice Francisca Van Dunem,
will deliver the participation at 18:00 at the headquarters of the Attorney
General's Office (PGR), in Lisbon.
"After
delivering the participation, the civic movement will constitute itself as an
assistant in the ongoing criminal process, in order to assist the Public
Prosecutor's Office in the investigations, representing so many people outraged
by the conduct that fulfills various types of crime," says a note released
by the group.
The criminal
complaint will be "symbolically signed" by musician Dino d'Santiago,
teacher Teresa Pizarro Beleza, actress Cláudia Semedo, jurist Miguel Prata
Roque, businesswoman Miriam Taylor and manager Miguel Baumgartner, representing
the more than 100 thousand subscribers.
"The
civic movement will continue its intervention in the public space, intending to
deliver (...) the criminal complaint to the president of the Assembly of the
Republic, for the purposes of opening the parliamentary procedures legally and
regimentally due, in relation to the two deputies and the parliamentary advisor
who is the subject of the complaint", add the signatories.
André
Ventura claims that the petition against him "is a fraud"
André
Ventura, leader of Chega, meanwhile claimed that the petition that accompanies
the criminal complaint against him "is a fraud" for having
"false signatures" and no identification number, at a time when his
statements are being investigated.
"It's a
fraud because anyone who wants to can sign this petition without any citizen
card, without any number," he said, saying it contains names such as
Stalin, Kim Jong-un or Odair Moniz.
Speaking in
the Assembly of the Republic, André Ventura said he had evidence that in that
petition there are "dozens, if not hundreds, of false signatures" and
hopes that his allegations will be investigated.
"Because
several people did it, with videos spread all over the internet, falsely
signing, without emails and without identification, this petition," he
said.
Regarding
the investigation already underway, André Ventura reiterated that he will not
invoke the parliamentary immunity he enjoys as a deputy "to avoid,
contradict or evade any investigation by the Public Prosecutor's Office"
and indicated that he trusts "the institutions and justice".
"We
have to be concerned about leaving the political debate to the politicians and
prevent the political debate from being transferred to the courts, and from transferring
to justice what is a statement that passes a line or does not pass. That is in
fact now in court and so it will be up to justice to make that
determination," he said, claiming to have reason on his side.
The
president of Chega maintained that what he did was to defend "the police
and the authorities" and denied that his statements had contributed to the
increase in tension.
"What
set tempers on fire were years and years and years of uncontrolled
neighborhoods, police without authority, without means, and the litany of
racism in the police. This is what set these neighborhoods on fire, this is
what continues to set these neighborhoods on fire. Long before André Ventura
there were already police deaths in these neighborhoods, long before André
Ventura there were already attacks on police in these neighborhoods, long
before André Ventura there were already containers burned in these
neighborhoods," he defended.
Regarding
the words of the president of the Assembly of the Republic, who called for
moderation in the case of the death of Odair Moniz, Ventura said he hoped that
it would not mean "giving voice only to one side and forgetting the
other".
"I
already know what moderation means to these politicians of the last 50 years,
moderation is to shut up, moderation is to say nothing, to let the police burn,
moderation is to let the institutions burn, moderation is to always be on the
side of the poor things, moderation is to say that it doesn't matter if they
comply with the law or not, moderation
is to say that the deceased was a kind man," he criticized.
Last Friday,
the PGR confirmed "the opening of an investigation" following the
criminal complaint, regarding statements by those responsible for Chega. The
authors of the complaint consider the statements illegal, arguing that they are
"incitement to the practice of crime, apology for the practice of crime
and incitement to collective disobedience".
According to
the PGR, the investigation is under the terms of the Lisbon Regional Department
of Investigation and Criminal Action (DIAP).
Odair Moniz,
a 43-year-old Cape Verdean citizen and resident of the Zambujal neighborhood,
was shot in the early hours of Monday, in the Cova da Moura neighborhood, also
in Amadora, in the district of Lisbon.
According to
the PSP, the man "fled" by car after seeing a police car and crashed
in Cova da Moura, where, when approached by the agents, "he resisted
arrest and tried to assault them using a bladed weapon".
Odair
Moniz's funeral took place on Sunday afternoon in Buraca, after almost a week
of riots in the Lisbon Metropolitan Area and two demonstrations in the capital.
Atualizado
em 28 outubro 2024 às 16h24
Queixa-crime
com mais de 100 mil assinantes contra Chega entregue na PGR. Ventura fala em
"fraude"
A
queixa-crime será "simbolicamente assinada" pelo músico Dino
d'Santiago, pela professora Teresa Pizarro Beleza, pela atriz Cláudia Semedo,
pelo jurista Miguel Prata Roque, pela empresária Miriam Taylor e pelo gestor
Miguel Baumgartner, em representação dos subscritores.
DN/Lusa
Queixa-crime
com mais de 100 mil assinantes contra Chega entregue na PGR. Ventura fala em
"fraude"
O grupo de
cidadãos que juntou cerca de 123 mil assinantes numa queixa-crime contra André
Ventura, Pedro Pinto e Ricardo Reis, do Chega, por declarações sobre a morte de
Odair Moniz, entrega esta segunda-feira o documento na Procuradoria-Geral da
República.
O movimento
de cidadãos, entre os quais a ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem, vai
entregar a participação pelas 18:00 na sede da Procuradoria-Geral da República
(PGR), em Lisboa.
"Após
entrega da participação, o movimento cívico constituir-se-á como assistente no
processo criminal em curso, de modo a auxiliar o Ministério Público nas
investigações, em representação de tantas pessoas indignadas com a conduta que
preenche vários tipos de crime", refere uma nota divulgada pelo grupo.
A
queixa-crime será "simbolicamente assinada" pelo músico Dino
d'Santiago, pela professora Teresa Pizarro Beleza, pela atriz Cláudia Semedo,
pelo jurista Miguel Prata Roque, pela empresária Miriam Taylor e pelo gestor
Miguel Baumgartner, em representação dos mais de 100 mil subscritores.
"O
movimento cívico continuará a sua intervenção no espaço público, pretendendo
entregar (...) a participação criminal ao presidente da Assembleia da
República, para efeitos de abertura dos procedimentos parlamentares legal e
regimentalmente devidos, relativamente aos dois deputados e ao assessor
parlamentar alvo de queixa", acrescentam os subscritores.
André
Ventura alega que petição contra si "é uma fraude"
André
Ventura, líder do Chega, alegou entretanto que a petição que acompanha a
queixa-crime contra si "é uma fraude" por ter "assinaturas
falsas" e sem número de identificação, numa altura em que as suas
declarações estão a ser investigadas.
"É uma
fraude porque quem quer pode assinar esta petição sem qualquer cartão de
cidadão, sem qualquer número", afirmou, dizendo conter nomes como o de
Estaline, Kim Jong-un ou Odair Moniz.
Em
declarações na Assembleia da República, André Ventura disse ter provas de que
naquela petição há "dezenas, se não centenas, de assinaturas falsas"
e espera que as suas alegações sejam investigadas.
"Porque
várias pessoas o fizeram, com vídeos espalhados por toda a internet, a assinar
falsamente, sem emails e sem identificação, esta petição", indicou.
Sobre o
inquérito já em curso, André Ventura reiterou que não invocará a imunidade
parlamentar de que goza enquanto deputado "para evitar, contrariar ou
fugir a qualquer investigação do Ministério Público" e indicou que confia
"nas instituições e na justiça".
"Temos
de ter a preocupação de deixar o debate político para os políticos e evitar que
o debate político se transfira para os tribunais, e se transfira para a justiça
o que é uma declaração que passa uma linha ou não passa. Isso de facto agora
está na justiça e por isso caberá à justiça fazer esse apuramento",
referiu, alegando ter a razão do seu lado.
O presidente
do Chega sustentou que o que fez foi defender "a polícia e as
autoridades" e recusou que as suas declarações tenham contribuído para o
aumento da tensão.
"O que
incendiou os ânimos foram anos e anos e anos de bairros sem controlo, de
polícia sem autoridade, sem meios, e da ladainha do racismo nas polícias. Isto
foi o que incendiou estes bairros, isto é o que continua a incendiar estes
bairros. Muito antes do André Ventura já havia mortes da polícia nestes
bairros, muito antes do André Ventura já havia ataques a polícias nestes
bairros, muito antes do André Ventura já havia contentores queimados nestes
bairros", defendeu.
Sobre as
palavras do presidente da Assembleia da República, que apelou à moderação no
caso da morte de Odair Moniz, Ventura disse esperar que não signifique passar
"a dar voz só a um lado e esquecer o outro".
"Eu já
sei o que é que significa moderação para estes políticos dos últimos 50 anos,
moderação é calarmo-nos, moderação é não dizer nada, é deixar a polícia arder,
moderação é deixar as instituições arder, moderação é estar sempre ao lado dos
coitadinhos, moderação é dizer que não interessa se eles cumprem a lei ou não,
moderação é dizer que o falecido era um homem bondoso", criticou.
Na passada
sexta-feira, a PGR confirmou "a instauração de inquérito" na
sequência da queixa-crime, relativa a declarações dos responsáveis do Chega. Os
autores da denúncia consideram ilícitas as declarações, defendendo que são
"instigação à prática de crime, apologia da prática de crime e incitamento
à desobediência coletiva".
De acordo
com a PGR, o inquérito corre nos termos do Departamento de Investigação e Ação
Penal (DIAP) Regional de Lisboa.
Odair Moniz,
cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, foi baleado
na madrugada de segunda-feira, no Bairro Cova da Moura, também na Amadora, no
distrito de Lisboa.
Segundo a
PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura
policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes,
"terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma
branca".
O funeral de
Odair Moniz realizou-se no domingo à tarde na Buraca, ao fim de quase uma
semana de desacatos na Área Metropolitana de Lisboa e de duas manifestações na
capital.
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