MINISTÉRIO PÚBLICO
Cabrita lembra que era “só um passageiro” e que acusação
ao seu motorista é “Estado de direito a funcionar”
No dia em que o motorista foi acusado de homicídio por
negligência, o ministro da Administração Interna insistiu ser “só um
passageiro” e defendeu que dedução da acusação “é o Estado de direito a
funcionar”.
David Santiago
3 de Dezembro de
2021, 12:43
O ministro da
Administração Interna Eduardo Cabrita afirma que era “só um passageiro” do
carro envolvido no atropelamento na A6, que resultou na morte de um trabalhador
de limpeza de estradas, e defende que a dedução da acusação ao motorista
conhecida esta sexta-feira corresponde ao “Estado de direito a funcionar”.
Em declarações
feitas à margem de um evento em Lagos, Algarve, e reproduzidas pela CNN
Portugal, o governante disse que “todo o esclarecimento dos factos terá de ser
efectuado” e apelou a que isso não seja feito com “qualquer repugnante
aproveitamento político”.
“As condições do
atravessamento de via têm de ser esclarecidas”, insistiu, sublinhando que se
tratava de uma “via não sinalizada”.
Cabrita notou que
“nesta fase” o mais importante é “permitir esclarecer as condições do acidente”
e garantiu ter “confiança” nas “instituições”.
“Sou só um
passageiro, é o Estado de direito a funcionar, temos de confiar, ninguém está
acima da lei”, prosseguiu o governante socialista.
Esta sexta-feira,
o Observador avançou, tendo o PÚBLICO confirmado a informação junto do advogado
da família da vítima, que a 18 de Junho o carro do ministro circulava a
163km/h, tendo o Ministério Público deduzido acusação contra o motorista de
Cabrita, agora acusado de homicídio por negligência.
Há cerca de duas
semanas, Eduardo Cabrita escusava-se comentar o caso, recusando “violar a
autonomia e a independência das autoridades judiciárias, a quem cabe a
investigação”. Por seu turno, na mesma data, o Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, pedia rapidez à justiça no caso relacionado com o carro do
ministro socialista.
Na sexta-feira
dia 18 de Junho, a viatura em que seguia Eduardo Cabrita teve um acidente de
viação que provocou a morte de um homem de 43 anos, Nuno Santos, que fazia a
manutenção da auto-estrada A6.
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