Sociedade
Número de
imigrantes em Portugal sobe para 1,5 milhões
Após o fim
do regime da manifestação de interesse verificou-se uma redução de 59% do fluxo
de entradas de cidadãos estrangeiros em Portugal. Dados foram revelados esta
tarde pelo Governo.
Amanda Lima
Publicado a:
08 Abr 2025,
19:05
Atualizado
a:
08 Abr 2025,
19:06
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Portugal tem
oficialmente 1.546.521 imigrantes. É o número atualizado após o último
relatório da Agência para Integração, Migrações e Asilo (AIMA) divulgado em
setembro de 2024, o que representa uma alta de 248.857 imigrantes. As
estatísticas foram divulgados pelo Governo esta tarde, no relatório “População
Estrangeira em Portugal”, produzido pela AIMA.
De acordo
com o documento, o total deverá chegar a 1,6 milhões em breve. Isto porque
estão em processo de regularização cerca de 50 mil imigrantes que estavam
contribuindo para a Segurança Social antes de 3 de junho, o chamado regime de
transição, proposto pela Iniciativa Liberal (IL) e aprovado no Parlamento.
Os números
não significam, necessariamente, que a entrada destes cidadãos no país ocorreu
no ano passado. O cálculo é realizado com base na emissão do título de
residência e inclui parte dos mais de 400 mil processos que o atual Governo
herdou da legislatura anterior. Muitos destes trabalhadores estavam no país há
dois anos ou três anos à espera do documento.
O relatório
traz a evolução no número de imigrantes em Portugal a partir de 2017. Foi neste
ano em que começaram as mudanças legislativas que permitiram o mecanismo da
manifestação de interesse.
DR
O ministério
de António Leitão Amaro criou uma estrutura de missão para dar um andamento
mais rápido aos processos. O trabalho, liderado por Luís Goes Pinheiro, iniciou
em setembro e está se encaminhando para a reta final, com mais de 220 mil
imigrantes atendidos em todo o território.
Esta task
force foi uma das 41 medidas do Plano de Ação para as Migrações, anunciado no
dia 3 de junho do ano passado. A primeira ação, com caráter praticamente
imediato, foi cessar o mecanismo de manifestações de interesse.
O
procedimento permitia entrar em Portugal como turista e pedir a regularização
no país, mediante contrato de trabalho ou recibos verdes. Era até então o meio
mais utilizado para mudar para o Portugal e apontado por especialistas e pelo
atual Governo como a causa de um descontrolo da imigração. Um estudo indica
que, desde 2017, mais de 1 milhão de manifestações de interesse foram
registadas em Portugal.
O Partido
Socialista (PS), que implementou este sistema, deixou de o defender
recentemente. O programa eleitoral apresentado no passado sábado não cita a
medida e aposta em "promover vias seguras e legais para entrada e
permanência no território nacional".
Redução de
59%
O mesmo
documento apresentado hoje aponta que houve uma redução de 59% no fluxo de
entradas em Portugal desde 3 de junho, quando houve o fim das manifestações de
interesse. "Verificou-se que o fluxo de entrada de cidadãos estrangeiros
que tinham em vista a obtenção de uma autorização de residência passou de
156.951 no 1º semestre de 2024 para 64.848 no 2º semestre de 2024", lê-se
no relatório.
O Governo
explica que "o fluxo de entradas corresponde à soma dos registos de
manifestação de interesse no período em análise com o total de vistos de
procura de trabalho e vistos de residência de todas as tipologias".
241 mil
atendimentos presenciais efetuados
Desde
setembro do ano passado, dos 446.921 manifestações de interesse pendentes,
foram agendadas 261.101 pessoas e 241.183 já atendidas presencialmente. Não
responderam aos contactos da AIMA 177.026 imigrantes, cujos processos foram
extintos.
amanda.lima@dn.pt
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