Novo chairman do Banco de Fomento suspeito de ajudar
Vieira
Vítor Fernandes teria relação privilegiada com Luís
Filipe Vieira e terá informado o presidente do Benfica acerca de vários
negócios vantajosos
Novo chairman do Banco de Fomento suspeito de ajudar
Vieira
DN
09 Julho 2021 —
18:23
O gestor nomeado
pelo Governo para liderar o Banco de Fomento, Vítor Fernandes, surge no
despacho de buscas do Ministério Público (MP) sobre a Operação Cartão Vermelho
como um elemento com quem Luís Filipe Vieira tinha uma relação privilegiada e
que terá informado o presidente do Benfica acerca de vários negócios
vantajosos, depois concretizados através de alegados testas de ferro.
A notícia é
avançada esta sexta-feira pelo Observador, segundo o qual o bancário, que não é
arguido nem acusado de qualquer ato ilícito, apesar de ter sido referenciado
pelo MP, arrisca ver a sua idoneidade reavaliada pelo Banco de Portugal (BdP).
Daí o BdP ter
pedido mais informações sobre o bancário, um procedimento que já foi feito em
ocasiões anteriores.
Vítor Fernandes,
que passou pela administração da Caixa Geral de Depósitos, do BCP e do Novo
Banco, foi indicado pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, para assumir
a função de chairman do novo Banco de Fomento, num processo que se iniciou em
abril e que ficou concluído no início de julho.
De acordo com o
Observador, na mira do MP estão créditos totais de 408,9 milhões que foram alvo
de reestruturação após proposta de Vítor Fernandes e aprovação da Comissão
Executiva do Novo Banco liderada por António Ramalho.
O MP tem indícios
de que o presidente do Benfica tentou adquirir a dívida da Imosteps por via de
contactos privilegiados que tinha com o agora líder do Banco de Fomento, que
terá avisado Vieira de que o seu nome nunca poderia aparecer como comprador da
sua própria dívida.
O empresário e
presidente do Benfica Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na
quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores
a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.
Segundo o
Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos
suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla
qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais".
Para esta
investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades,
residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa,
Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do
Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.
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