British Bar está encerrado para remodelação
O objectivo é melhorar as
condições do estabelecimento, mantendo-se o estilo e o ambiente do histórico
bar
Alexandra Guerreiro / 15 mar 2014 / PÚBLICO
O British Bar, situado no Cais do Sodré, em Lisboa, está
fechado desde sábado passado para obras de remodelação. Ao PÚBLICO, um dos
sócios do estabelecimento, José Carlos Barbosa, garantiu que não vão modernizar
o espaço, como receavam alguns dos seus clientes, mas apenas “limpá-lo, porque
estava desleixado”.
As obras devem durar até meados da próxima semana, reabrindo
nessa altura. José Carlos Barbosa garante que vai ficar “tudo igual”,
melhorando-se as estruturas já existentes. Alguns clientes habituais receavam
que o bar fosse “actualizado”, perdendo o ambiente de pub para se modernizar e
assim chamar gerações mais novas. Mas o dono garante que não. “Vamos ficar com
a casa mais limpa”, diz.
Casas de banho renovadas, chão polido, madeira envernizada,
toldos exteriores novos, montras com diferentes decorações e electricidade
melhorada são algumas das obras previstas. No menu, vão inovar com novos
petiscos e mais cervejas artesanais e “gins elaborados”.
Pretendem criar também um novo espaço na cave para receber
grupos de oito a dez pessoas que façam uma reserva. “Será um local discreto,
como uma sala VIP”, conta. Esta obra, sendo mais demorada, poderá não estar
pronta a tempo da abertura.
Por sua vez, a música será a mesma, para manter “o ambiente
para a conversa”, diz José Carlos Barbosa, que também é proprietário do Bar
Americano. O sócio acrescentou que vão contratar “duas colaboradoras” para
substituir os dois empregados, que eram também sócios e que agora se
reformaram. Contudo, um outro antigo empregado de balcão, que lá trabalha há 44
anos, vai continuar no bar.
O British Bar surgiu há mais de cem anos e, apesar do nome,
é 100% português. Nasceu naquele local em finais do século XIX e designava-se
por “Taverna Inglesa”. Nesse período, era frequentado por marinheiros
britânicos e portugueses. A actual designação foi-lhe atribuída em 1919 pelo
sócio-gerente do bar da época.
Ainda hoje conserva a arquitectura de então. No interior, o
balcão com um varão metálico ocupa o maior espaço. Porém, a peça mais
reconhecida do bar é um relógio, cujos ponteiros funcionam no sentido da
rotação da Terra, ao contrário do habitual, e que José Carlos Barbosa garante
que se manterá no estabelecimento.
É um local histórico que a Câmara de Lisboa identificou como
tal. Faz parte da lista de bens da Carta Municipal do Património Edificado e
Paisagístico, tendo de obedecer ao Plano Director Municipal (PDM) que visa
preservar a identidade histórica dos imóveis abrangidos. Qualquer intervenção
tem de respeitar “o significado histórico do imóvel” e o “restauro deve
basear-se no respeito pelas estruturas preexistentes”, lêse no documento.
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