Tal como em Copenhaga, há dois anos, a cimeira de Durban voltou a adiar as decisões mais prementes
No dia 7 de Dezembro de 2009, fez agora dois anos, 56 jornais de 44 países (entre os quais o PÚBLICO) publicaram com grande destaque um editorial comum apelando a medidas de emergência nas questões climáticas. Começava, nesse dia, em Copenhaga, mais uma cimeira mundial sobre o clima, à qual era feito nesse texto o seguinte apelo: “Se não nos juntarmos para tomar uma acção decisiva, as alterações climáticas irão devastar o nosso planeta, e juntamente com ele a nossa prosperidade e a nossa segurança. Desde há uma geração que os perigos têm vindo a tornarse evidentes. Agora, os factos já começaram a falar por si próprios.” Pois à “terrível emergência” respondeu a cimeira com algumas boas intenções e mais um terrível adiamento. Adiamento esse que, passados dois anos, volta a ter em Durban... novo adiamento. Nas questões climáticas, as palavras têm sido muitas, as promessas idem, mas na prática o mundo assiste a adiamentos contínuos. Assinado em 1997, o protocolo de Quioto, que já era insuficiente quando entrou em vigor em 2005, foi prolongado primeiro para 2012 e agora para 2017, sem que um novo acordo, mais eficaz e adaptado às realidades de hoje, tenha surgido no horizonte a substituí-lo. Prevê-se agora que nenhum país, nem mesmo os mais pobres, terá direito a emitir gases de estufa; mas numa data a determinar. Dá-se finalmente sequência prática ao fundo de 100 mil milhões de dólares anuais para ajudar os países mais pobres a enfrentar os desafios do clima; mas não se diz onde se vai buscar o dinheiro. Uma cimeira penosa, com dois dias extra de discussão, voltou a adiar tudo. Para que outros decidam, no futuro. Assim haja futuro para tal suceder.
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Um Tema Universal e Decisivo para o Futuro ... de todas as cidades, de todo o Planeta.
António Sérgio Rosa de Carvalho.
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