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Entrevista
RTP. Ventura garante que o Chega está na corrida para vencer as eleições
por RTP 13 Maio 2025
André Ventura, líder do Chega, diz estar em campanha para vencer as
eleições. Sublinhando que nada muda com nova vitória da AD de Luís Montenegro,
na entrevista à RTP que antecede as legislativas antecipadas de 18 de maio,
Ventura garantiu que apenas com a vitória do seu partido estará garantida a
mudança no país e uma garantia de estabilidade na esfera política.
Em
entrevista à RTP em Estremoz, André Ventura diz que "o Chega está nestas
eleições para ganhar".
Na conversa
com Vítor Gonçalves no Alentejo, Ventura admite que existem "dois partidos
que estão à frente, o PSD e o PS", mas sublinha que a sondagem da
Universidade Católica para a RTP dá o Chega a ultrapassar "pela primeira
vez a barreira dos 20 por cento e entrar no grupo dos que podem vencer estas
eleições" e que, portanto, "vai lutar para vencer".
À questão
sobre se está disponível para viabilizar um Governo AD sem maioria absoluta, o
líder do Chega diz que, em termos de estabilidade, "o Chega já deu no
passado mostras dessa estabilidade ao viabilizar o programa para evitar
eleições".
Com o
argumento de que o seu partido está à frente "a disputar áreas
metropolitanas fundamentais, está à frente na área metropolitana de
Lisboa", Ventura aponta que há agora um cenário diferente e que portanto
não está a equacionar a viabilização de outros governos mas antes preparado
para disputar as eleições e vencer o escrutínio.
"Se não
vencer, nós temos instabilidade no país, que foi o que tivemos no ano
passado", conclui com uma explicação: "O que é que muda? Se tivermos
Luís Montenegro como primeiro-ministro, com falta de transparência, a corrupção
que tivemos, voltaremos a ter (...) A única solução de estabilidade é o Chega
vencer à direita porque isso obrigará a uma mudança de liderança no PSD".
Propugnou
ainda que "não podemos ter a repetição do mesmo cenário vezes sem conta,
quando tivemos um primeiro-ministro que disse que governaria com estabilidade e
acabou por mandar o Governo abaixo para evitar responder sobre os seus
problemas pessoais e as suas empresas".
Já num
cenário de vitória do PS, Ventura considera que "mais se justifica o Chega
ficar à frente na direita".
Com o PS a
vencer as eleições, aponta, "o que se vai disputar é uma maioria
parlamentar à direita", reiterando que, "se o Chega ficar à frente,
isso ditará uma mudança da liderança no PSD" (...) e estando a liderar
"consistentemente em vários distritos é legítimo pensar que o Chega possa
ganhar".
"Se o
Chega ganhar lideraremos um Governo a quatro anos com estabilidade",
argumentou, para acrescentar que não está a trabalhar no cenário de um Chega
atrás da AD, mas que nesse caso não será um foco de instabilidade.
No tema da
corrupção, argumentou que o seu partido exigiu mudanças no combate à corrupção,
"que não podemos ter um país com os corruptos a continuar em
liberdade" e "a AD não quis fazer nada"; na emigração,
"procurámos controlar esta loucura da emigração pelo país inteiro, a AD
disse que não, agora perto da eleições vem dizer que afinal concordava com o
Chega numa série de coisas".
"São 50
anos disto, de PS e PSD, de corrupção, de descontrolo, de compadrio".
Questionado
sobre o tema que lançou para a campanha dos 50 anos de problemas no país, André
Ventura aponta estar a falar "dos 50 anos que tivemos do regime que nos
prometeram sem corrupção, de investimento, de fim de pobreza e nós estamos cada
vez mais pobres, os pensionistas estão cada vez mais pobres, as reformas dos
nossos pensionistas envergonham a Europa".
Em relação
ao volume de deputados do Chega no Parlamento, questionado sobre as
possibilidades de um grupo de 50 parlamentares que muitas vezes parece nada
mudarem, André Ventura regressou ao tema do crescimento do Chega, que, lembrou,
era um cenário que não se contemplava há um mês, para dizer que "isso está
a dar dissabores a muitos jornalistas, comentadores e a pessoas que achavam que
[o resultado] estava feito. Não estava, e eu disse desde início não está feito,
não está".
Argumentando
que precisa de mais deputados para mudar o país, Ventura diz que quer aprovar o
maior pacote no Parlamento contra a corrupção, "que permita aumentar
penas, que permita confiscar bens aos corruptos, e não conseguirei com mais
dois deputados ou três ou cinco ou dez".
"Por
isso perguntam o que é que valerá ter 55 ou 60 [deputados]. Pouco, o que vale é
ganharmos (...) Eu não quero crescer, eu quero ganhar para acabar com a
bandalheira em que Portugal está, é essa a diferença".
Os ciganos e
os confrontos com a campanha do Chega serviram para Ventura considerar que
"os jornalistas fazem o pior trabalho do mundo ao proteger uma comunidade
há décadas, uma comunidade que não quer maioritariamente trabalhar e está
dedicada ao crime (...) toda a gente sabe isto em todo o lado, vocês podem
ignorar, eu decidi não ignorar".
Sobre o
deputado do Chega acusado de furtar malas nos aeroportos, Ventura contrapôs com
os casos que diz existirem nos outros partidos e que lamenta, segundo o que vê,
não serem escrutinados pelos jornalistas como diz ser o caso do seu partido.
André
Ventura acrescentou ainda ter "vergonha do canal público de
televisão" que "tenta fazer com que o PS ou o PSD vençam estas
eleições", sendo "um mau serviço o que a RTP faz ao proteger PSD e PS
há não sei quantos anos".
Visivelmente
irritado, Ventura deixou uma promessa: "Vou garantir que o Estado e a RTP
também não tenham pessoas a soldo do regime nos próximos anos e tenham pessoas
independentes que defendam a democracia".
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