quinta-feira, 15 de maio de 2025

Entrevista RTP. Ventura garante que o Chega está na corrida para vencer as eleições

 


Entrevista RTP. Ventura garante que o Chega está na corrida para vencer as eleições

por RTP 13 Maio 2025

https://www.rtp.pt/noticias/politica/entrevista-rtp-ventura-garante-que-o-chega-esta-na-corrida-para-vencer-as-eleicoes_v1654290

 

André Ventura, líder do Chega, diz estar em campanha para vencer as eleições. Sublinhando que nada muda com nova vitória da AD de Luís Montenegro, na entrevista à RTP que antecede as legislativas antecipadas de 18 de maio, Ventura garantiu que apenas com a vitória do seu partido estará garantida a mudança no país e uma garantia de estabilidade na esfera política.

 

Em entrevista à RTP em Estremoz, André Ventura diz que "o Chega está nestas eleições para ganhar".

 

Na conversa com Vítor Gonçalves no Alentejo, Ventura admite que existem "dois partidos que estão à frente, o PSD e o PS", mas sublinha que a sondagem da Universidade Católica para a RTP dá o Chega a ultrapassar "pela primeira vez a barreira dos 20 por cento e entrar no grupo dos que podem vencer estas eleições" e que, portanto, "vai lutar para vencer".

 

À questão sobre se está disponível para viabilizar um Governo AD sem maioria absoluta, o líder do Chega diz que, em termos de estabilidade, "o Chega já deu no passado mostras dessa estabilidade ao viabilizar o programa para evitar eleições".

 

Com o argumento de que o seu partido está à frente "a disputar áreas metropolitanas fundamentais, está à frente na área metropolitana de Lisboa", Ventura aponta que há agora um cenário diferente e que portanto não está a equacionar a viabilização de outros governos mas antes preparado para disputar as eleições e vencer o escrutínio.

 

"Se não vencer, nós temos instabilidade no país, que foi o que tivemos no ano passado", conclui com uma explicação: "O que é que muda? Se tivermos Luís Montenegro como primeiro-ministro, com falta de transparência, a corrupção que tivemos, voltaremos a ter (...) A única solução de estabilidade é o Chega vencer à direita porque isso obrigará a uma mudança de liderança no PSD".

 

Propugnou ainda que "não podemos ter a repetição do mesmo cenário vezes sem conta, quando tivemos um primeiro-ministro que disse que governaria com estabilidade e acabou por mandar o Governo abaixo para evitar responder sobre os seus problemas pessoais e as suas empresas".

 

Já num cenário de vitória do PS, Ventura considera que "mais se justifica o Chega ficar à frente na direita".

 

Com o PS a vencer as eleições, aponta, "o que se vai disputar é uma maioria parlamentar à direita", reiterando que, "se o Chega ficar à frente, isso ditará uma mudança da liderança no PSD" (...) e estando a liderar "consistentemente em vários distritos é legítimo pensar que o Chega possa ganhar".

 

"Se o Chega ganhar lideraremos um Governo a quatro anos com estabilidade", argumentou, para acrescentar que não está a trabalhar no cenário de um Chega atrás da AD, mas que nesse caso não será um foco de instabilidade.

 

No tema da corrupção, argumentou que o seu partido exigiu mudanças no combate à corrupção, "que não podemos ter um país com os corruptos a continuar em liberdade" e "a AD não quis fazer nada"; na emigração, "procurámos controlar esta loucura da emigração pelo país inteiro, a AD disse que não, agora perto da eleições vem dizer que afinal concordava com o Chega numa série de coisas".

 

"São 50 anos disto, de PS e PSD, de corrupção, de descontrolo, de compadrio".

 

Questionado sobre o tema que lançou para a campanha dos 50 anos de problemas no país, André Ventura aponta estar a falar "dos 50 anos que tivemos do regime que nos prometeram sem corrupção, de investimento, de fim de pobreza e nós estamos cada vez mais pobres, os pensionistas estão cada vez mais pobres, as reformas dos nossos pensionistas envergonham a Europa".

 

Em relação ao volume de deputados do Chega no Parlamento, questionado sobre as possibilidades de um grupo de 50 parlamentares que muitas vezes parece nada mudarem, André Ventura regressou ao tema do crescimento do Chega, que, lembrou, era um cenário que não se contemplava há um mês, para dizer que "isso está a dar dissabores a muitos jornalistas, comentadores e a pessoas que achavam que [o resultado] estava feito. Não estava, e eu disse desde início não está feito, não está".

 

Argumentando que precisa de mais deputados para mudar o país, Ventura diz que quer aprovar o maior pacote no Parlamento contra a corrupção, "que permita aumentar penas, que permita confiscar bens aos corruptos, e não conseguirei com mais dois deputados ou três ou cinco ou dez".

 

"Por isso perguntam o que é que valerá ter 55 ou 60 [deputados]. Pouco, o que vale é ganharmos (...) Eu não quero crescer, eu quero ganhar para acabar com a bandalheira em que Portugal está, é essa a diferença".

 

Os ciganos e os confrontos com a campanha do Chega serviram para Ventura considerar que "os jornalistas fazem o pior trabalho do mundo ao proteger uma comunidade há décadas, uma comunidade que não quer maioritariamente trabalhar e está dedicada ao crime (...) toda a gente sabe isto em todo o lado, vocês podem ignorar, eu decidi não ignorar".

 

Sobre o deputado do Chega acusado de furtar malas nos aeroportos, Ventura contrapôs com os casos que diz existirem nos outros partidos e que lamenta, segundo o que vê, não serem escrutinados pelos jornalistas como diz ser o caso do seu partido.

 

André Ventura acrescentou ainda ter "vergonha do canal público de televisão" que "tenta fazer com que o PS ou o PSD vençam estas eleições", sendo "um mau serviço o que a RTP faz ao proteger PSD e PS há não sei quantos anos".

 

Visivelmente irritado, Ventura deixou uma promessa: "Vou garantir que o Estado e a RTP também não tenham pessoas a soldo do regime nos próximos anos e tenham pessoas independentes que defendam a democracia".

Sem comentários: