sábado, 11 de janeiro de 2025

Miguel Coelho recusa estar em manifestação "wokista" e de “de ataque à polícia” - e contraria antigos ministros do PS

 


Política

Miguel Coelho recusa estar em manifestação "wokista" e de “de ataque à polícia” - e contraria antigos ministros do PS

 

O socialista e presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, "não concorda com a oportunidade nem com o objetivo (pouco) “escondido” de ataque à polícia". Manifestação "Não nos encostem à parede" foi convocada para este sábado.

 

Artur Cassiano

Publicado a:

09 Jan 2025, 18:14

Atualizado a:

09 Jan 2025, 18:14

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O apelo público é subscrito por Ferro Rodrigues, Vera Jardim, pelo ex-ministro das Finanças e ex-autarca de Lisboa Fernando Medina, e por outros antigos ministros socialistas como Jorge Lacão, Castro Mendes e Brandão Rodrigues.

 

O documento está assinado, entre outras personalidades, por Agostinho Abade, Anabela Mota Ribeiro, António Pais, Carlos Sangreman, Cristina Ovídio, Domingos Pires, Eduardo Graça, Graça Pinto Basto, Hélder Oliveira, Hélder Rodrigues e pela deputada do PS Edite Estrela.

 

Entre os subscritores estão também Helena Caniço, Inês Cordovil, Irene Pimentel, Isabel Rodrigues, João Paulo Bessa, José Maria Brandão de Brito, Luísa Marques Júnior, Manuel Dias Ferreira, Manuela de Melo, a ex-eurodeputada socialista Margarida Marques, Maria Emilia Brederode Santos, Rita Ferro Rodrigues, a ex-deputada Sónia Fertuzinhos e a sindicalista Wanda Guimarães.

 

A unanimidade socialista, porém, é quebrada por Miguel Coelho, socialista e presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, que recusa estar numa manifestação “de ataque à polícia”. “

 

“A manifestação convocada para sábado próximo, a pretexto do ocorrido no Benformoso, pode até ter como promotores pessoas que estimo e convictas da sua importância, porém está também apadrinhada por muitos radicais populistas, “wokistas de esquerda”, que instrumentalizando a comunidade dos imigrantes visados na operação policial – para quem até aqui pouco têm manifestado preocupação ou solidariedade social – procurarão transformar a manifestação num ataque à polícia, em particular contra a PSP. E com isso não posso concordar. Acho mesmo perigoso e só favorecerá a extrema-direita”, escreveu o socialista no Facebook.

 

“Por essa razão”, explica o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, “por não concordar com a oportunidade nem com o objetivo (pouco) “escondido” de ataque à polícia, não participarei na mesma. Precisamos de uma PSP prestigiada, defensora da Constituição, próxima dos cidadãos, com autoridade e mais protegida legalmente dos insultos, ameaças e agressões que diariamente são feitas aos seus agentes. E mais bem pagos. Aliás, como sempre disse”.

 

Segundo a PSP, nesse dia 19 de dezembro, a “operação especial de prevenção criminal” na zona do Martim Moniz, Lisboa, foi realizada sobretudo para deteção de armas e droga.

 

Numa nota divulgada, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP explicitou que a operação na freguesia de Santa Maria Maior teve como objetivo “alavancar a segurança e tranquilidade pública da população residente e flutuante” e que “está a decorrer na zona da Praça do Martim Moniz, área onde frequentemente se registam ocorrências que envolvem armas”.

 

Reitero que a criminalidade é transversal a todas as raças, etnias, credos e grupos sociais. Não é um problema de imigração.

Miguel Coelho

 

De acordo com dados da própria PSP, após a operação foram feitas duas detenções, apreendidos 3.435 euros em numerário, um passaporte, diversos documentos por suspeita a auxílio a imigração ilegal, haxixe, uma faca com mais 10 centímetros de lâmina e um telemóvel que constava como furtado.

 

Os resultados, mas, sobretudo, a forma como foi conduzida e os alvos desta operação policial, entre outras manifestações de repúdio, levou já um grupo de cerca de 700 cidadãos, entre eles deputados do PS, Bloco de Esquerda e Livre, a apresentar uma queixa à provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral.

 

O apelo público, assinado por cerca de 50 personalidades, na sua maioria da área do PS, apela “à participação na manifestação ‘Não nos encostem à parede’ de 11 de janeiro, às 15 horas, para descer a Almirante Reis em defesa da democracia, do Estado de Direito e da Inserção Social”.

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