sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

KAPUT / OVOODOCORVO by António Sérgio Rosa de Carvalho

 



  KAPUT

Este foi o título escolhido por Wolfgang Munchau para ilustrar o fim do milagre Alemão.

O livro não poderia ser mais oportuno.

Precisamente hoje, no momento em que escrevo este texto, Olaf Scholz perdeu o voto de confiança, o que implica novas eleições lá para Fevereiro na Alemanha.

Munchau descreve de forma magistral as origens da crise presente que remontam a Merkel.

Assim, Merkel ao permitir a entrada de mais de 1 milhão de Sírios em avalanche provocou o fortalecimento presente da AFD, que se transformou no processo, num poderoso partido da extrema direita.

Também, Merkel ao fazer a opção de acabar com as centrais nucleares e apostando tudo no Gás Russo, criou uma dependência energética que se tornou desastrosa com o desenvolvimento da Guerra na Ucrania.

Além disso, a Industria Alemã não se soube modernizar e na área fundamental da exportação automóvel foi largamente ultrapassada pela produção Chinesa de automóveis eléctricos.

Não só os Chineses produzem mais rápido, mas a preços muito mais competitivos.

Os despedimentos na Volkswagen e na Bosch ilustram esta derrocada.

O “motor” Alemão, pilar fundamental da UE, gripou.

No outro pilar, a França, a Economia e a dívida externa também entraram numa espiral descontrolada. E a juntar a isto, as tentativas de neutralização de Le Pen já levaram a várias acrobacias por parte de Macron, sendo a última a de Bayrou que tudo indica, será também transitória.

Anuncia-se, portanto, uma tempestade perfeita num contexto da inauguração de Trump, protecionista, ameaçando com tarifas pesadas e exigindo da Europa uma autonomia na defesa que a Europa não pode pagar.

Ursula von der Leyen vai ter um mandato de uma dificuldade extrema e o papel de Costa reboliço e insinuoso, vai revelar-se para lá do difícil.

A grande vedeta espera nos bastidores. Meloni, hábil, astuta e convincente tem vindo a ganhar prestígio e perfila-se como aquela capaz de comunicar com um Trump profundamente céptico no que respeita a Europa de Ursula.

O controle da Imigração tornou-se no tema e preocupação dominante nos Países Europeus. Vimos isto progressivamente nos Países Escandinavos com uma reviravolta total de posição, seguidos pela Holanda e obsessivamente pela Inglaterra, onde o tema domina toda a política, desde Starmer a Farage, este último com uma subida vertiginosa e paradoxal de popularidade, visto ser ele o principal defensor do Brexit.

Portugal parece alheio a tudo isto, com uma imigração a crescer, apesar das tímidas tentativas de correção de Montenegro, depois do descalabro das portas escancaradas determinadas por Costa e a Gerigonça.

Apesar do investimento pimba das Iluminações de Natal, andamos muito pouco “iluminados” e conscientes do que aí vem.

Apertem os cintos de segurança, o ano de 2025, vai ser mais do que turbulento.

Isto para não falar do Clima \ Clima, esse muito mais turbulento de forma transcendente do que o Clima Político, sem ninguém que lhe preste atenção ou cuidados.

Kaput no Planeta. Kaput na Humanidade.

 

         António Sérgio Rosa de Carvalho

          Historiador de Arquitectura


 KAPUT

This was the title chosen by Wolfgang Munchau to illustrate the end of the German miracle.

The book could not be more timely.

Just today, at the time of writing this text, Olaf Scholz has lost the vote of confidence, which implies new elections in February in Germany.

Munchau masterfully describes the origins of the present crisis that can be traced back to Merkel.

Thus, Merkel's allowing more than 1 million Syrians to enter in an avalanche provoked the present strengthening of the AfD, which in the process transformed itself into a powerful party of the extreme right.

Also, Merkel, by making the choice to end nuclear power plants and betting everything on Russian Gas, created an energy dependence that became disastrous with the development of the War in Ukraine.

In addition, German industry did not know how to modernize and in the fundamental area of automobile exports it was largely overtaken by Chinese production of electric cars.

Not only do the Chinese produce faster, but at much more competitive prices.

The redundancies at Volkswagen and Bosch illustrate this collapse.

The German "engine", a fundamental pillar of the EU, has taken a hit.

In the other pillar, France, the economy and the foreign debt also entered an uncontrolled spiral. And in addition to this, the attempts to neutralize Le Pen have already led to several acrobatics on the part of Macron, the latest being Bayrou's that everything indicates, will also be transitory.

A perfect storm is therefore announced in the context of the inauguration of Trump, protectionist, threatening heavy tariffs and demanding from Europe an autonomy in defense that Europe cannot afford.

Ursula von der Leyen will have a mandate of extreme difficulty and Costa's role, turbulent and insinuous, will prove to be beyond difficult.

The big star waits in the wings. Meloni, skilled, astute and convincing, has been gaining prestige and is emerging as the one capable of communicating with a Trump deeply skeptical about Ursula's Europe.

Immigration control has become the dominant theme and concern in European countries. We have seen this progressively in the Scandinavian countries with a total about-face, followed by the Netherlands and obsessively by England, where the issue dominates all politics, from Starmer to Farage, the latter with a vertiginous and paradoxical rise in popularity, since he is the main defender of Brexit.

Portugal seems oblivious to all this, with immigration growing, despite Montenegro's timid attempts to correct it, after the debacle of the wide open doors determined by Costa and Gerigonça.

Despite the pimba investment of the Christmas Illuminations, we are very little "enlightened" and aware of what is coming.

Fasten your seat belts, the year 2025 is going to be more than turbulent.

Not to mention the Climate, which is much more turbulent in a transcendent way than the Political Climate, with no one paying attention or care for it.

Kaput, the planet. Kaput Humanity

 

    António Sérgio Rosa de Carvalho

    Architectural Historian

 



Dutch cabinet backs three new laws to restrict refugee rights

 


Dutch cabinet backs three new laws to restrict refugee rights

December 20, 2024

https://www.dutchnews.nl/2024/12/dutch-cabinet-backs-three-new-laws-to-restrict-refugee-rights/

 

The Dutch cabinet has voted in favour of three draft pieces of legislation drawn up by immigration minister Marjolein Faber as part of her plans to bring in “the strictest asylum regime ever”.

 

The Council of State, the government’s most senior legal advisor, will now look at all three bills to make sure they hold water and can be implemented. That advice is due around mid February.

 

Faber told reporters on Friday she is fully confident that the council will accept her plans but said if the council is critical “my legal advisors and I will get to work”.

 

The plans, the minister said, will have an effect on refugee numbers. “This is what Dutch people want,” she said. “A fundamental change of policy to limit new arrivals and encourage returns.”

 

The first piece of legislation scraps permanent residency permits for refugees, reduces the primary refugee permit from five to three years, stops adult children from joining their parents in the Netherlands and makes it easier to declare people “undesirable aliens”.

 

The second bill will allow officials to differentiate between people who fled their home country because of their ethnicity, sexual orientation or religion from people who fled from war or violence, including natural disasters.

 

The third law will make it a crime to refuse to cooperate with deportation plans.

 

The three laws replace the earlier wish to bring in emergency legislation which would have allowed ministers to bypass parliament but which was opposed by coalition party NSC. 

 

Criticism

Geert Wilders, leader of the far-right PVV, said earlier this week he would not accept any changes to Faber’s plans.

 

However, the Council of State and senior lawyers said earlier this month they had grave concerns about the minister’s plans.

 

In particular, the council said the new rules would create extra work for both the courts and the immigration service IND, who are already “overburdened and dealing with staff shortages,” the chair of the administrative justice panel wrote.

 

Some 50,000 refugees will have reached the Netherlands by the end of this year, well below government estimates.

 

Imigrantes: um nosso bem-me-quer ou mal-me-quer? | Contra-Corrente em di...

Este artigo tem mais de 1 ano: Número de estrangeiros em Portugal duplicou em 10 anos, revelam dados da Pordata

 


Número de estrangeiros em Portugal duplicou em 10 anos, revelam dados da Pordata

Este artigo tem mais de 1 ano

O número de estrangeiros em 2022 em Portugal era de 800 mil, o dobro de há 10 anos, um em cada três vive em risco de pobreza e já foi atribuída nacionalidade a meio milhão nos últimos 15 anos.

 

Agência Lusa

Texto

Cátia Rocha

Texto

18 dez. 2023, 00:09 25

https://observador.pt/2023/12/18/numero-de-estrangeiros-em-portugal-duplicou-em-10-anos-revelam-dados-da-pordata/

 

No ano passado, viviam em Portugal 798.480 cidadãos estrangeiros em situação legal ou em regularização pelos serviços, representando 7,6% do total da população

No ano passado, viviam em Portugal 798.480 cidadãos estrangeiros em situação legal ou em regularização pelos serviços, representando 7,6% do total da população

 

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

 

Num retrato da “população estrangeira e dos fluxos migratórios em Portugal”, por ocasião do Dia Internacional das Migrações que se assinala esta segunda-feira, a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, procurou avaliar o número e as condições de vida dos imigrantes ou a evolução das concessões de nacionalidade e de títulos de residência.

 

O estudo concluiu que 76% dos estrangeiros são originários de países extracomunitários, com uma taxa de desemprego mais do dobro da média nacional, ganhando, em 2021, uma estimativa de “menos 94 euros mensais do que a média nacional”.

 

Só em 2022, “entraram em Portugal 118 mil imigrantes, o valor mais alto desde que há registo”, tendo saído 31 mil para fora, “menos 23 mil (- 43%) do que o registado no ano marcado pelo maior número de saídas, em 2013”.

 

No ano passado, viviam em Portugal 798.480 cidadãos estrangeiros em situação legal ou em regularização pelos serviços, representando 7,6% do total da população.

 

“Nos últimos 15 anos, a nacionalidade portuguesa foi atribuída a cerca de meio milhão de estrangeiros (468.665), residentes e não residentes em Portugal”, refere o Pordata, salientando que essa concessão foi dada maioritariamente a cidadãos não residentes no país nos últimos dois anos e, em 2022, um terço das atribuições de nacionalidade destinaram-se a descendentes de judeus sefarditas portugueses.

 

O número de imigrantes diminuiu entre 2010 e 2015 mas, desde então tem havido um aumento muito grande e, como exemplo, entre 2018 e 2019, o crescimento foi de mais de 110 mil estrangeiros.

 

“Em comparação com a população portuguesa, a população estrangeira em Portugal tem uma proporção superior de homens e é mais jovem”, com uma idade mediana de 37 anos, menos sete que os valores dos portugueses.

 

“As nacionalidades mais representativas em Portugal são a brasileira (29,3%), britânica (6%), cabo-verdiana (4,9%), italiana (4,4%), indiana (4,3%) e romena (4,1%)”, pode ler-se no relatório do Pordata.

 

Este aumento da população estrangeira reflete-se no sistema de ensino, com o número de imigrantes inscritos a duplicar em cinco anos, passando para 105.955 no ano letivo de 2021/22.

 

No 1.º ciclo, uma em cada 10 crianças é estrangeira e um terço dos doutorandos é imigrante.

 

No plano laboral, segundo o Eurostat, citado pelo Pordata mais de um terço têm contrato de trabalho temporário (a média é de 16% entre os trabalhadores portugueses) e Portugal é o quarto país da União Europeia com maior precariedade laboral entre os estrangeiros.

 

No que respeita à pobreza ou exclusão social, 31% dos estrangeiros residentes em Portugal estão nesse patamar, 11 pontos acima da média da população portuguesa, com esse problema a ser particularmente sentido entre quem vem de fora da Europa (34%).

 

O jornal Público nota que, com os imigrantes  a pesarem 7,5% no total da população, em 2022 foram responsáveis por contributos de 1.861 milhões de euros para a Segurança Social, resultando num saldo positivo de 1.604,2 milhões no ano passado. Porém, apesar do contributo expressivo, os imigrantes usufruem menos das prestações sociais, beneficiando de cerca de 257 mil euros.

 

“Desde 2019 que o número de imigrantes é três vezes maior do que o de emigrantes, contribuindo para os saldos migratórios positivos”, mas o número de emigrantes continua a ser relevante, refere o Pordata, que faz também uma análise do tema.

 

“Em 2022, saíram de Portugal 31 mil emigrantes, menos 23 mil do que o registado no ano marcado pelo maior número de saídas, 2013” e, entre o perfil, destaca-se o facto de dois terços serem homens, com quase metade (47,6%) com o ensino superior.

 

Entre os que saíram no ano passado, 51% foram para outro Estado-membro e, numa análise aos anos anteriores, o Pordata concluiu que “em 2016, 2018, 2019 e 2021, saíram mais emigrantes com ensino superior do que com o ensino básico”.

 

(Atualizada às 9h19)

Primeiro-ministro fala sobre segurança em Bruxelas / Prime Minister talks about security in Brussels

 



Primeiro-ministro fala sobre segurança em Bruxelas

19 dezembro 2024 às 20h36

https://www.dn.pt/5487374840/montenegro-e-a-operacao-da-psp-no-martim-moniz-e-muito-importante-para-que-haja-visibilidade-e-proximidade-no-policiamento/

 

Montenegro e a operação da PSP no Martim Moniz: "É muito importante para que haja visibilidade e proximidade no policiamento"

O primeiro-ministro comentou a operação da PSP no Martim Moniz lembrando que as operações policiais de prevenção "têm um duplo conteúdo", ou seja, aumentar a "tranquilidade dos cidadãos, por um lado", e combater as "condutas criminosas".

 

O primeiro-ministro considerou esta quinta-feira que a operação da PSP no Martim Moniz, em Lisboa, foi "muito importante" para criar "visibilidade e proximidade" no policiamento e para aumentar a sensação de tranquilidade dos cidadãos portugueses.

 

"Há uma coisa que me parece óbvia, é muito importante que operações como esta decorram, para que haja visibilidade e proximidade no policiamento e fiscalidade de atividades ilícitas", sublinhou Luís Montenegro, em conferência de imprensa, em Bruxelas, capital da Bélgica.

 

O primeiro-ministro considerou que as operações policiais de prevenção "têm um duplo conteúdo", ou seja, aumentar a "tranquilidade dos cidadãos, por um lado", e combater as "condutas criminosas".

 

O BE, o PCP e o Livre requereram esta quinta-feira a audição da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, no parlamento para esclarecer a operação policial no Martim Moniz, considerando-a inadequada, desproporcional e passível de criar "alarme social".

 

 

 

A PSP realizou, na tarde desta quinta-feira, uma "operação especial de prevenção criminal" na zona do Martim Moniz, Lisboa, sobretudo para deteção de armas e droga.

 

Numa nota divulgada, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP explicitou que a operação na freguesia de Santa Maria Maior teve como objetivo "alavancar a segurança e tranquilidade pública da população residente e flutuante" e que "está a decorrer na zona da Praça do Martim Moniz, área onde frequentemente se registam ocorrências que envolvem armas".

 

O primeiro-ministro defendeu que "será visível que o Governo tinha razão nas suas previsões" sobre um excedente orçamental em 2025, garantindo que o executivo "não se vai distrair com querelas", mas antes "executar" o Orçamento do Estado.

 

As declarações ocorrem dias depois de o Banco de Portugal (BdP) ter estimado que o país vai regressar a uma situação deficitária em 2025, com um défice de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que contraria as projeções do Governo de um excedente orçamental.

 

Vincando que "todas [as previsões de instituições internacionais] convergem com a posição do Governo, de que haverá crescimento económico no próximo ano e superavit no final do exercício", nomeadamente as da Comissão Europeia, Luís Montenegro admitiu que a projeção do BdP está "em contramão".

 

"Respeitamos, registamos, [mas] não nos vamos distrair com querelas", mas, antes, "vamos executar o Orçamento" a partir de 01 de janeiro de 2025, adiantou.

 

No Orçamento do Estado para 2025, o Governo estima um excedente de 0,3% em 2025, sendo que, segundo o plano orçamental de médio prazo enviado a Bruxelas, projeta também um saldo orçamental positivo até 2028.

 

Nas previsões do BdP, é indicado que o saldo orçamental deve "deteriorar-se" em 2025, para 0,1% do PIB, estimando-se ainda um défice de 1% do PIB em 2026 e de 0,9% em 2027.

 

Vê "com satisfação" nova metodologia de Costa no Conselho Europeu

 

O primeiro-ministro disse ver "com satisfação" a nova metodologia do novo presidente do Conselho Europeu, António Costa, por esta cimeira europeia, mais curta do que habitual e com menos conclusões escritas, ter permitido uma "discussão mais política".

 

"Esta foi a primeira reunião presidida por António Costa [...] e foi um motivo de satisfação para todos, mas naturalmente para o Governo português", dado ter existido "uma nova metodologia, na qual grande parte do tempo foi ocupada com a discussão mais política e menos burocrática ou técnica", disse Luís Montenegro, falando aos jornalistas portugueses à margem do primeiro Conselho Europeu liderado pelo antigo primeiro-ministro português, em Bruxelas.

 

Montenegro manifestou sempre, aliás, apoio a Costa na corrida à liderança do Conselho Europeu.

 

O primeiro Conselho Europeu presidido pelo novo líder da instituição, António Costa, foi hoje marcado pela presença do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para garantir apoio comunitário a Kiev face à invasão russa.

 

Nesta cimeira europeia de 'estreia', foi inaugurado um novo formato de um dia, para ser mais eficaz, em vez dos habituais dois.

 

Além disso, António Costa decidiu optar por menos conclusões escritas, num texto que aliás foi aprovado logo na manhã de quarta-feira pelos embaixadores dos Estados-membros e hoje endossado pelos líderes da UE, sendo que a última vez em que um texto foi acordado na íntegra na véspera de um Conselho Europeu foi em 2012.

 

No passado dia 01 de dezembro, António Costa começou o seu mandato de dois anos e meio à frente do Conselho Europeu, sendo o primeiro socialista e o primeiro português neste cargo.


Prime Minister talks about security in Brussels

19 December 2024 at 20:36

https://www.dn.pt/5487374840/montenegro-e-a-operacao-da-psp-no-martim-moniz-e-muito-importante-para-que-haja-visibilidade-e-proximidade-no-policiamento/

 

Montenegro and the PSP operation in Martim Moniz: "It is very important for there to be visibility and proximity in policing"

The prime minister commented on the PSP operation in Martim Moniz, recalling that police prevention operations "have a double content", that is, to increase the "tranquility of citizens, on the one hand", and to combat "criminal conduct".

 

The Prime Minister considered this Thursday that the PSP operation in Martim Moniz, in Lisbon, was "very important" to create "visibility and proximity" in policing and to increase the sense of tranquility of Portuguese citizens.

 

"There is one thing that seems obvious to me, it is very important that operations like this take place, so that there is visibility and proximity in the policing and taxation of illicit activities," Luís Montenegro stressed at a press conference in Brussels, capital of Belgium.

 

The prime minister considered that police prevention operations "have a double content", that is, to increase the "tranquility of citizens, on the one hand", and to combat "criminal conduct".

 

The BE, the PCP and the Free requested this Thursday the hearing of the Minister of Internal Administration, Margarida Blasco, in parliament to clarify the police operation in Martim Moniz, considering it inadequate, disproportionate and likely to create "social alarm".

 

 

 

The PSP carried out, on Thursday afternoon, a "special crime prevention operation" in the Martim Moniz area, Lisbon, mainly for the detection of weapons and drugs.

 

In a note released, the Metropolitan Command of Lisbon (Cometlis) of the PSP explained that the operation in the parish of Santa Maria Maior aimed to "leverage the security and public tranquility of the resident and floating population" and that "it is taking place in the area of Praça do Martim Moniz, an area where occurrences involving weapons are frequently registered".

 

The Prime Minister argued that "it will be visible that the Government was right in its forecasts" about a budget surplus in 2025, ensuring that the executive "will not be distracted by quarrels", but rather "execute" the State Budget.

 

The statements come days after the Bank of Portugal (BdP) estimated that the country will return to a deficit situation in 2025, with a deficit of 0.1% of Gross Domestic Product (GDP), which contradicts the Government's projections of a budget surplus.

 

Stressing that "all [the forecasts of international institutions] converge with the Government's position, that there will be economic growth next year and a surplus at the end of the year", namely those of the European Commission, Luís Montenegro admitted that the BdP's projection is "in the opposite direction".

 

"We respect, we register, [but] we will not be distracted by quarrels", but, rather, "we will execute the Budget" from January 1, 2025, he said.

 

In the State Budget for 2025, the Government estimates a surplus of 0.3% in 2025, and, according to the medium-term budget plan sent to Brussels, it also projects a positive budget balance until 2028.

 

In the BdP's forecasts, it is indicated that the budget balance should "deteriorate" in 2025, to 0.1% of GDP, with a deficit of 1% of GDP in 2026 and 0.9% in 2027.

 

He sees "with satisfaction" Costa's new methodology at the European Council

 

The Prime Minister said he was "pleased" with the new methodology of the new President of the European Council, António Costa, because this European summit, shorter than usual and with fewer written conclusions, allowed for a "more political discussion".

 

"This was the first meeting chaired by António Costa [...] and it was a source of satisfaction for everyone, but naturally for the Portuguese Government", since there was "a new methodology, in which much of the time was occupied with the most political and less bureaucratic or technical discussion", said Luís Montenegro, speaking to Portuguese journalists on the sidelines of the first European Council led by the former Portuguese Prime Minister,  in Brussels.

 

Montenegro has always expressed support for Costa in the race for the leadership of the European Council.

 

The first European Council chaired by the new leader of the institution, António Costa, was marked today by the presence of the President of Ukraine, Volodymyr Zelensky, to guarantee community support to Kiev in the face of the Russian invasion.

 

At this 'first' European summit, a new one-day format was inaugurated, to be more effective, instead of the usual two.

 

In addition, António Costa decided to opt for fewer written conclusions, in a text that was approved early on Wednesday morning by the ambassadors of the member states and today endorsed by EU leaders, and the last time a text was agreed in full on the eve of a European Council was in 2012.

 

On December 1st, António Costa began his two-and-a-half-year term at the head of the European Council, being the first socialist and the first Portuguese in this positio

31 de Março de 2023: Portugal está a ser usado como plataforma de auxílio à imigração ilegal

 


SEGURANÇA INTERNA

Portugal está a ser usado como plataforma de auxílio à imigração ilegal

 

Detenções por fraude documental aumentaram 123% e há solicitadores e advogados envolvidos neste crime, segundo dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2022.

 

Sónia Trigueirão

31 de Março de 2023, 6:30

https://www.publico.pt/2023/03/31/sociedade/noticia/portugal-usado-plataforma-auxilio-imigracao-ilegal-2044357

 

Portugal está a ser usado como plataforma de auxílio à imigração ilegal, as detenções por fraude documental aumentaram 123% em 2022 e constata-se o envolvimento de solicitadores e advogados na obtenção fraudulenta da documentação de suporte para a renovação de títulos de residência.

 

Os dados são do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2022 que descreve o crescimento destes fenómenos que estão a ser levados a cabo por “grupos criminosos organizados que, a troco de avultadas quantias monetárias, se disponibilizam a facilitar tanto o transporte destes cidadãos para o território nacional como a documentação necessária para o efeito”.

 

Segundo o RASI, o que está a acontecer é que há nacionais de países terceiros que residem e trabalham noutros Estados-membros em situação ilegal que se deslocam a Portugal para regularizar ou renovar a sua situação documental com recurso a documentação falsa ou falsificada. Uma vez obtido o estatuto de residente em Portugal, regressam ao outro Estado-membro da União Europeia.

 

Aliás, sublinha o documento, no âmbito de diversos inquéritos, já investigados e em investigação, foi possível perceber que, em várias situações, estes imigrantes conseguiram obter e renovar títulos de residência portugueses através de sociedades comerciais com sede em Portugal, criadas exclusivamente para esse efeito. Estas sociedades, sem actividade comercial, dedicam-se apenas a vender contratos de trabalho aos imigrantes.

 

Os principais documentos objecto de fraude são os contratos de trabalho, atestados de residência, certificados de registo criminal, atestados médicos e declarações de matrícula no ensino superior.

 

A respeito dos atestados de residência, o RASI revela que foram detectados documentos emitidos indevidamente a favor de cidadãos que não residem sequer em Portugal e que se deslocam às juntas de freguesia acompanhados por testemunhas que falsamente atestam as suas moradas.

 

Numa outra vertente, há imigrantes que solicitam a lojistas de uma determinada área onde se encontram temporariamente a viver para atestarem a sua residência num determinado domicílio, fazendo uso da figura do trabalho sazonal para justificar a sua frequente ausência da zona e garantindo desta feita um endereço fixo.

 

Outra situação que foi detectada envolve a emissão de centenas de atestados de residência a favor de cidadãos estrangeiros, a grande maioria de origem indostânica, emitidos num período curto e indexados a uma mesma habitação/fracção de um edifício, tendo para tal sido intermediados por terceira pessoa.

 

Sobre as declarações de matrícula no ensino superior, relata o RASI que é um “modus operandi que pressupõe a intervenção de um ou vários suspeitos em território nacional que preenchem os formulários de inscrição na universidade, instruem os cidadãos acerca da postura e discurso na passagem da fronteira, efectuam a marcação no sistema de agendamento do SEF relativo à emissão do título de residência para frequência do ensino superior e ainda facilitam a obtenção de comprovativos de estadas em hotéis”.

 

O RASI alerta ainda para outra situação: casos de obtenção fraudulenta da nacionalidade portuguesa por parte de cidadãos alegadamente originários dos antigos territórios portugueses de Goa, Damão e Diu. De acordo com o documento, inicialmente a fraude traduzia-se, maioritariamente, na falsificação de certidões de nascimento por meio da utilização de falsos vínculos familiares. Actualmente verifica-se que estão a ser utilizados passaportes indianos falsificados, cujos dados correspondem a processos de nacionalidade concluídos, com o respectivo assento de nascimento já transcrito para o ordenamento jurídico português.

 

E este já deixou de ser um fenómeno circunscrito a cidadãos da Índia. As autoridades já detectaram cidadãos do Bangladesh, do Paquistão, dos Emirados Árabes Unidos e da Tanzânia que obtiveram documentação indiana de forma fraudulenta, para depois tentarem obter a nacionalidade portuguesa.

 

Destaca-se ainda um fenómeno migratório timorense que se manifestou com mais intensidade na segunda metade de 2022. Como estão isentos da obrigatoriedade de visto para entrar e permanecer em Portugal para efeito de estadas de curta duração, recorrem a este expediente para entrar na União Europeia e a partir daqui viajarem para o Reino Unido.

 

A contínua apresentação nas fronteiras, por parte de cidadãos timorenses, de documentação fraudulenta originou a participação às entidades judiciais de diversos processos-crime relacionados com a eventual prática do crime de auxílio à imigração ilegal. De sublinhar também situações em que timorenses vieram para Portugal com a promessa de um trabalho e que acabaram nas ruas de Lisboa sem nada.

 

Casamentos de conveniência

A estas situações acresce uma outra que preocupa as autoridades. Há cidadãos portugueses que aceitam celebrar casamentos de conveniência a troco de valores que vão dos 500 aos três mil euros.

 

“Celebrado o casamento de conveniência, os cidadãos nacionais viajam com os seus alegados cônjuges (ou apenas munidos dos passaportes dos nubentes) para os países onde se pretendem estabelecer e aí os mesmos solicitam um título de residência na qualidade de familiares de cidadãos da União”, lê-se no RASI, que sublinha que “não são raros os casos em que [cidadãos portugueses] se encontram envolvidos em mais do que um casamento de conveniência com nacionais de países terceiros”.

 

No âmbito da criminalidade relacionada com o tráfico de pessoas, revela o RASI que foram instaurados 126 processos de inquérito, constituídos 78 arguidos e efectuadas 40 detenções.

 

Sublinha o mesmo documento que este crime continua a estar muito ligado à angariação e ao recrutamento para trabalho em campanhas sazonais, como as da apanha da azeitona, castanha, frutos ou produtos hortícolas.

 

As vítimas são levadas para “os locais das explorações agrícolas onde passam a trabalhar e a residir, passando a depender totalmente da 'vontade' dos empregadores”. Estas pessoas “possuem escassos recursos económicos e, devido a vários factores, encontram-se em estado de vulnerabilidade e são colocados a trabalhar, geralmente, em locais situados no interior alentejano ou na zona oeste do país, com difíceis condições de acesso, dificultando a fiscalização”. Chegam sobretudo de países como Marrocos, Argélia, Senegal, Nepal, Índia e Paquistão.

Chega de dar razões ao Chega para ter razão / António Sérgio Rosa de Carvalho / 4 de Abril de 2023

 



 OPINIÃO

Chega de dar razões ao Chega para ter razão

 

Num momento em que o resto da Europa impõe condições, Portugal transformou-se numa irresponsável “fábrica de legalizações” e num exportador de imigração ilegal para os países de Schengen.

 

António Sérgio Rosa de Carvalho

4 de Abril de 2023, 6:21

https://www.publico.pt/2023/04/04/opiniao/opiniao/chega-dar-razoes-chega-razao-2044760

 

Repentinamente o invisível Moedas manifestou-se com uma frase cheia de razão.

 

Eu já me tinha também manifestado aqui no PÚBLICO, de forma crítica sobre as capacidades de Moedas para dirigir uma cidade,(1) portanto estou à vontade para reconhecer que Moedas, ao fazer um apelo para quantificar e regular, alertando para a “política” de portas abertas desenvolvida pela antiga "geringonça" e actual Governo e para a (ir)responsabilidade de António Costa na mesma, teve razão.

 

No seguimento, um editorial do PÚBLICO apelava ao debate. Só um colunista teve a coragem intelectual para o fazer: António Barreto.(2)

 

Numa série magistral de sólida argumentação fundamentada em longa experiência de análise sociológica e política, António Barreto publicou uma série de artigos, alertando para as forças democráticas reconhecerem que o problema existe, assim como existem forças políticas que irão tirar grandes vantagens através do “voto de protesto” deste “limbo” intelectual e desta implícita proibição para pensar e reconhecer, de forma sensata, o problema.

 

O último grave acontecimento do ataque no Centro Ismaili,(3) independentemente das conclusões da investigação, veio ilustrar uma precipitação neutralizadora de conclusões, equivalente a uma antecipação inibidora do pensamento e discernimento que vai muito além da prudência exigida neste casos.

 

Mais uma vez, só Maria João Marques (4) teve a coragem intelectual para denunciar isto num artigo de Opinião, aqui no PÚBLICO.

 

Em 25 de Maio de 2021, eu já tinha publicado, (5) quando da extinção do SEF, e da nova lei da Imigração, um artigo sobre o complexo problema, que tem duas vertentes: por um lado Portugal encontra-se num ciclo de emigração no qual centenas de milhares de jovens diplomados saíram do país; e em que os que ficaram, confrontados com uma vida sem perspectiva profissional e financeira são obrigados a permanecerem em casa dos pais num mercado de habitação absolutamente proibitivo.

 

Num Portugal com um grande problema demográfico estes jovens não podem constituir família e só sonham em partir.

 

Simultaneamente foram dadas vantagens fiscais a grupos crescentes de investidores Internacionais, ‘Expats’ e nómadas digitais, em profundo contraste com a pesada carga fiscal dos portugueses.

 

O efeito perverso no preço da habitação já não precisa de ser explicado.

 

A outra vertente do problema reside em leis da imigração que permitem a qualquer pessoa instalar-se em Portugal durante seis meses à procura de trabalho. Junto a isto através de acordos, é garantido de forma automática um visto aos países da CPLP.

 

Os novos bairros da lata começam a ressurgir nas periferias de Lisboa.

 

Num momento em que no resto da Europa os países impõem condições, exigem regulamentos, desenvolvem estratégias, Portugal transformou-se numa irresponsável “fábrica de legalizações” e exportador de imigração ilegal para os países de Schengen.

 

Um paraíso para as máfias da imigração, bem ilustrado nos grupos crescentes de jovens vindos da Índia, Nepal e Paquistão, bem visíveis no espaço público determinados a utilizar Portugal como trampolim para a Europa.

 

Se não começarmos a debater estes desafios integrando-os no espaço democrático corremos o risco de que este “limbo” frustrante se transforme num perigoso e fértil potencial irracional de voto de protesto.

 

Termino com a frase como concluía o meu artigo de 25 de Maio de 2021: ( …) Senão, podemos estar perante um outro e grave paradoxo: as mesmas forças políticas que vociferam indignações e rasgam continuamente as vestes pelos Direitos Humanos e a Justiça Social transformaram-se nos principais coveiros da democracia!

 

Historiador de Arquitectura

 

        (1)       https://www.publico.pt/2022/03/19/opiniao/opiniao/afinal-onde-moedas-1999375

 

       (2)      https://www.publico.pt/autor/antonio-barreto

 

        (3)      https://www.publico.pt/2023/03/29/sociedade/noticia/pj-ataque-centro-ismaili-estao-afastados-sinais-terrorismo-2044244

 

       (4)        https://www.publico.pt/2023/03/29/opiniao/opiniao/atentado-criminoso-fofinho-2044201

 

       (5)           https://www.publico.pt/2021/05/25/opiniao/opiniao/apelo-revisao-nova-lei-imigracao-reposicao-sef-1963951

Não são lojas, são barcos! / António Sérgio Rosa de Carvalho / 16 de Janeiro de 2024

 

OPINIÃO




Não são lojas, são barcos!

 

Todos já concluíram, com excepção das autoridades, que muitas destas lojas de bugigangas constituirão uma fachada para máfias que as utilizam como plataforma rotativa para imigração ilegal.

 

António Sérgio Rosa de Carvalho

16 de Janeiro de 2024, 14:45

https://www.publico.pt/2024/01/16/opiniao/opiniao/nao-sao-lojas-sao-barcos-2076992

 

O encerramento da loja Vida Portuguesa marca, como sintoma irreversível, uma nova dimensão no desaparecimento no quotidiano das vivências portuguesas num originalmente centro histórico, agora reduzido a mero décor híbrido.

 

O encerramento da Livraria Ferin (1) e da Barbearia Campos (2) fazem parte deste diagnóstico, mas o caso específico da primeira loja de Catarina Portas, ultrapassa estes no plano simbólico, de forma sintomaticamente grave.

 

Catarina Portas pertence a uma geração, como muitos outros, que tentou habitar o centro histórico de Lisboa. Mas Catarina foi mais longe.

 

Demonstrando uma capacidade de empreendimento criativo, associada a uma visão cultural única, características raras numa sociedade de sonâmbulos entorpecidos, ela criou um projecto determinado por uma revisitação refrescante do artesanato português, colocando-o com grande sensibilidade estética em interiores de património arquitectónico ameaçado.

 

Assim, de forma dialéctica, ela conseguiu, de forma única, inverter o conceito de nostalgia passiva implícito no mito da Saudade, em algo activo, dinâmico e criativo.

 

O PÚBLICO publicou recentemente uma entrevista (3) com Catarina Portas.

 

Nela, ela exprime o seu espanto pela omnipresença na Baixa lisboeta e portuense de centenas de lojas de bugigangas asiáticas, que sobrevivem a todos sobressaltos, pagando acima de 10 mil euros de renda mensal sem uma dinâmica comercial que justifique tais investimentos.

 

Com relação a este mistério pronunciei-me já em Julho de 2017,(4) com perguntas directas e um apelo aos jornalistas. Este apelo foi seguido por Bárbara Reis, moradora da Baixa e ex-directora do PÚBLICO, que em Maio de 2021 publicou um artigo no qual explicitamente perguntava: "Que negócio há atrás das lojas de bugigangas para turistas?"(5)

 

Ora, todos já concluíram, com excepção das autoridades responsáveis, que muitas destas lojas constituirão uma fachada para máfias que as utilizam como plataforma rotativa para avalanches de imigração ilegal, a fim de, aproveitando-se da permissividade apática e de uma nova lei da imigração que concede a qualquer um seis meses para procurar trabalho, e através de um registo na Segurança Social, garantirem o direito a residir.

 

Este paradoxo, em total contraciclo com a Europa (ver as novas leis de imigração em França, Alemanha, Países Baixos, Escandinávia) transformou Portugal numa fábrica de legalizações e principal exportador de imigração ilegal para os Países de Schengen (ver também, da minha autoria, "Chega de dar razões ao Chega para ter razão"(6) e ainda "Um apelo à revisão da nova Lei da Imigração e à reposição do SEF").(7)

 

Os leitores já compreenderam. Este fenómeno, que constitui mistério apenas para aqueles que não querem ver aquilo que é evidente, forma a nossa versão dos barcos que tanto tumulto político têm provocado em Inglaterra e Itália.

 

Máfias organizadas(8) ganham fortunas com os sonhos de vítimas. Também as lojas são geridas por máfias internacionais onde “são os empregados que pagam aos patrões, não são os patrões que pagam aos empregados”.

 

Temos eleições brevemente, seguidas de eleições europeias. O tema da imigração vai dominar as eleições europeias.

 

E Portugal continua alheio a tudo quanto se passa à sua volta, numa apatia submissa e sonâmbula, sempre à espera que Tudo e Todos determinem o nosso futuro!

 

Historiador de Arquitectura

 

(1)https://www.publico.pt/2023/12/21/local/noticia/oficial-livraria-ferin-segunda-antiga-lisboa-fecha-2074472

 

(2) https://www.publico.pt/2023/12/22/local/noticia/contagem-continua-tambem-historica-barbearia-campos-chiado-fechou-2074651

 

(3) https://www.publico.pt/2023/12/24/local/entrevista/precisamos-dez-lojas-pasteis-nata-rua-2074612

 

(4) https://www.publico.pt/2017/07/12/local/opiniao/o-misterio-das-lojas-asiaticas-1778557

 

(5)https://www.publico.pt/2021/05/15/local/opiniao/negocio-ha-atras-lojas-bugigangas-turistas-1962506

 

(6) https://www.publico.pt/2023/04/04/opiniao/opiniao/chega-dar-razoes-chega-razao-2044760

 

(7) https://www.publico.pt/2021/05/25/opiniao/opiniao/apelo-revisao-nova-lei-imigracao-reposicao-sef-1963951


(8https://www.publico.pt/2023/07/18/sociedade/noticia/rede-trazia-imigrantes-papeis-falsos-entrevistas-sef-2057231



 

Almost two-thirds of the Portuguese want fewer immigrants from the Indian subcontinent, reveals Immigration Barometer / Quase dois terços dos portugueses querem menos imigrantes do subcontinente indiano, revela Barómetro da Imigração

 


Almost two-thirds of the Portuguese want fewer immigrants from the Indian subcontinent, reveals Immigration Barometer

 

68% of respondents consider that the "immigration policy in force in Portugal is too permissive". The same percentage agrees that immigrants "are fundamental to the national economy".

 

Lusa Agency

Text

17 Dec. 2024, 21:31 6

https://observador.pt/2024/12/17/quase-dois-tercos-dos-portugueses-querem-menos-imigrantes-do-subcontinente-indiano-revela-barometro-da-imigracao/

 

▲42% of respondents overestimate the number of immigrants in Portugal

 

MÁRIO CRUZ/LUSA

 

About two-thirds of the Portuguese want fewer immigrants from the Indian subcontinent, consider the immigration policy too permissive and accuse immigrants of contributing to more crime, although they consider them important to the economy.

 

According to the Immigration Barometer, a broad survey by the Francisco Manuel dos Santos Foundation released this Tuesday on the occasion of International Migration Day, which is celebrated on Wednesday, 63% of respondents want a decrease in immigrants from the Indian subcontinent.

 

The same study concludes that 68% of respondents consider that the "immigration policy in force in Portugal is too permissive in relation to the entry of immigrants", 67.4% say that they contribute to more crime and 68.9% consider that they help to keep wages low. At the same time, 68% agree that immigrants "are fundamental to the national economy".

 

In the same survey in which 42% of respondents overestimate the number of immigrants in Portugal, the majority is in favor of granting rights, such as the right to vote (58.8%), facilitating naturalization (51.8%) or family reunification processes (77.4%).

 

This barometer assessed, for the first time, the feeling of the Portuguese in relation to those from India, Nepal and Bangladesh (who represent only 9% of the total number of immigrants), with 63% wanting a decrease, which is not the case with any other group.

 

According to the authors, "there were fewer responses to reduce immigration than in the past" when similar studies were carried out (2004 and 2010).

 

Regarding those coming from Eastern Europe, only 48% of respondents believe that it should decrease, compared to 57% in 2010.

 

For Western countries, sentiment is the most positive, with only 26% of respondents calling for a decrease, compared to 46% in 2010.

 

In the case of African countries (47%), Brazil (52%) and China (52%), there is a reduction in the position of respondents who want fewer immigrants compared to 2010 (54%, 57% and 57%, respectively).

 

The majority of respondents (about 68%) "consider that the immigration policy currently in force allows for too easy entry, also arguing that it would be more beneficial for the country to have a policy that guarantees a more regulated entry" (75.8%).

 

According to the authors, "respondents seem to have antagonistic feelings towards immigration: most consider it more as a threat than as an opportunity, while more than two-thirds of respondents (68%) agree that they are fundamental to the economic life of the country".

 

This figure is eight percentage points higher than in a similar study from 2010.

 

With regard to the relationship with the State, 52% of respondents consider that immigrants "receive more than they contribute to Social Security", which does not correspond to the real data.

 

The community that contributes the most to social security is Brazil (1,033 million euros, 38.6% of the total), followed by India (8168.4), Nepalese (102.9), Spanish (102.8) and Cape Verdean (88.8).

 

It is in agriculture and fishing (30%) that the highest percentage of foreign workers is found, followed by construction (15%), administrative activities (23%) and accommodation and food services (22%).

 

With regard to poverty, 27% are in a situation of poverty or social exclusion, a figure higher than the percentage of the Portuguese population (19.4%).

 

With regard to Portuguese values and traditions, 51% see immigrants as a threat, a "percentage that has almost doubled compared to 2010", says the survey.

 

More than half of the respondents (53.5%) "consider that immigrants have worse living conditions than the Portuguese in terms of work and 40.6% consider that they have less access to housing".

 

In a similar result to 2010, "a significant majority argue that immigrants should return to their countries if they do not have a job (78%) or if they commit some type of crime (82%)".

 

The survey also included a comparison of the responses with the ideology of the respondents, concluding that "a more right-wing position is related to greater opposition to immigration, especially in relation to immigrants from African countries and the Indian subcontinent".

 

And people "more satisfied with the Portuguese democratic regime are less opposed to the arrival of immigrants, are less in favour of rigid immigration policies and advocates of the attribution of rights to immigrants".

 

"The better the respondent's standard of living, the more favorable their position is in relation to immigrants," the study said.

 

The survey also concludes that "Portuguese society overestimates the number of foreigners in Portugal", a country that has values far below the European average.

 

The percentage of foreigners in the population in Portugal (9.8%) is below 17 countries in the European Union, which has Luxembourg (almost 50%) and Malta (25%) as the cases with the highest proportion.

 

With regard to demography, Portugal had a negative natural balance from 2009 onwards, but since 2019 the population balance (including both births and deaths, as well as emigrants and immigrants) has been positive.

 

An example of this is births: "22% of babies born in Portugal in 2023 were to foreign mothers, despite the fact that foreigners are about 10% of the population residing in Portugal", says the study.

 

This situation changed the profile of students, with a 160% increase in the number of foreign students.

 

In the education system as a whole, in the 2023/2024 school year there were 140,000 (about 14% of the total number of students enrolled), with 39,500 entering the education system in 2022/2023 and 33,500 in 2023/2024.

 

Concerns about immigrant integration must be addressed, says researcher

One of the authors of the Immigration Barometer, Pedro Góis, argues that Portuguese public policies should respond to concerns about the integration of immigrants, particularly those from the Indian subcontinent, which are seen less positively.

 

"We did [the survey] all over the country and the conclusion is that immigrants are positive for society and for the Portuguese economy, but... And this 'but' is what should lead the public policies that have to be designed," Pedro Góis told Lusa.

 

The researcher, who was one of the authors of the survey before taking office as scientific director of the Migration Observatory, defended "more care in the selection of migrants, in entering the country, in the regularization processes".

 

"There is a certain ambiguity here in the answers, but what seems important to us is that, in fact, two-thirds of the Portuguese understand the importance of immigration to the country and this is an absolutely relevant fact, because we need immigrants and, therefore, it is good that this need also meets the perception that the population has of immigration",  Added.

 

1,072 interviews were carried out between June and August, at a time when the end of expressions of interest was being implemented, a legal resource that allowed a foreigner to legalize himself in Portugal, as long as he had an employment contract, address and discounts for a minimum of 12 months.

 

"[What] the surveys tell us is that we want [immigrants] to come, but to come in a regulated way, and not to come independently", which "meets" the current "policy of seeking work visas, of looking for work in the country of origin", after the end of expressions of interest.

 

An assessment of the perception of immigrants from the Indian subcontinent was made for the first time and two-thirds of the Portuguese defend a decrease, which shows "a very clear feeling of distrust", stressed Pedro Góis, compared to the "preference for immigrants from Western countries".

 

There is also a "decrease in distrust in relation to traditional immigration groups to Portugal", such as Africa and Brazil, areas closer from a cultural point of view.

 

About the reaction of the Portuguese to immigrants from Nepal, Bangladesh and India, Pedro Góis sums up: "We find them very strange and we know them very little".

 

The poll was carried out at national level and covered people who "do not live with immigrants" and corresponds to an overall assessment of sentiment. "If we did this in some specific places with a large concentration of immigrants, we would probably have other types of responses," he acknowledged.


Quase dois terços dos portugueses querem menos imigrantes do subcontinente indiano, revela Barómetro da Imigração

 

68% dos inquiridos consideram que a "política de imigração em vigor em Portugal é demasiado permissiva". A mesma percentagem concorda que os imigrantes "são fundamentais para a economia nacional".

 

Agência Lusa

Texto

17 dez. 2024, 21:31 6

https://observador.pt/2024/12/17/quase-dois-tercos-dos-portugueses-querem-menos-imigrantes-do-subcontinente-indiano-revela-barometro-da-imigracao/

 

42% dos inquiridos sobrestima o número de imigrantes em Portugal

 

MÁRIO CRUZ/LUSA

 

Cerca de dois terços dos portugueses querem menos imigrantes provenientes do subcontinente indiano, consideram a política de imigração demasiado permissiva e acusam os imigrantes de contribuírem para mais criminalidade, embora os considerem importantes para a economia.

 

Segundo o Barómetro da Imigração, um inquérito alargado da Fundação Francisco Manuel dos Santos divulgado esta terça-feira por ocasião do Dia Internacional das Migrações, que se celebra quarta-feira, 63% dos inquiridos querem uma diminuição dos imigrantes do subcontinente indiano.

 

O mesmo estudo conclui que 68% dos inquiridos consideram que a “política de imigração em vigor em Portugal é demasiado permissiva em relação à entrada de imigrantes”, 67,4% dizem que contribuem para mais criminalidade e 68,9% consideram que ajudam a manter salários baixos. Ao mesmo tempo, 68% concordam que os imigrantes “são fundamentais para a economia nacional”.

 

No mesmo inquérito em que 42% dos inquiridos sobrestima o número de imigrantes em Portugal, a maioria é favorável à atribuição de direitos, como o direito de voto (58,8%), facilitação da naturalização (51,8%) ou dos processos de reagrupamento familiar (77,4%).

 

Este barómetro avaliou, pela primeira vez, o sentimento dos portugueses em relação aos provenientes da Índia, Nepal e Bangladesh (que representam apenas 9% do total de imigrantes), verificando-se que 63% quer uma diminuição, o que não sucede com mais nenhum grupo.

 

Segundo os autores, “registaram-se menos respostas no sentido de reduzir a imigração, do que no passado”, quando foram feitos estudos semelhantes (2004 e 2010).

 

Sobre quem vem da Europa de Leste, apenas 48% dos inquiridos consideram que deve diminuir, por comparação com 57% em 2010.

 

Relativamente aos países ocidentais, o sentimento é o mais positivo, com apenas 26% dos inquiridos a pedirem uma diminuição, em comparação com 46% em 2010.

 

No caso dos países africanos (47%), Brasil (52%) e China (52%), há uma redução da posição de inquiridos que querem menos imigrantes em relação a 2010 (54%, 57% e 57%, respetivamente).

 

A maioria dos inquiridos (cerca de 68%) “considera que a política de imigração atualmente em vigor permite uma entrada demasiado facilitada, defendendo ainda que seria mais benéfico para o país uma política que garantisse uma entrada mais regulada” (75,8%).

 

Segundo os autores, os “inquiridos parecem ter sentimentos antagónicos em relação à imigração: grande parte considera-a mais como uma ameaça do que como uma oportunidade, ao mesmo tempo que mais de dois terços dos inquiridos (68%) concordam que estes são fundamentais para a vida económica do país”.

 

Este valor é superior em oito pontos percentuais ao verificado num estudo semelhante de 2010.

 

No que respeita à relação com o Estado, 52% dos inquiridos consideram que os imigrantes “recebem mais do que contribuem para a Segurança Social”, o que não corresponde aos dados reais.

 

A comunidade que mais contribui para a segurança social é a brasileira (1.033 milhões de euros, 38,6% do total), seguida da indiana (8168,4), nepalesa (102,9), espanhola (102,8) e cabo-verdiana (88,8).

 

É na agricultura e pesca (30%) que está a maior percentagem de trabalhadores estrangeiros, seguida da construção (15%), atividades administrativas (23%) e alojamento e restauração (22%).

 

No que respeita à situação de pobreza, 27% estão em situação de pobreza ou exclusão social, um valor superior à percentagem de população portuguesa (19,4%).

 

Já no que respeita aos valores e tradições portuguesas, 51% vê os imigrantes como uma ameaça, uma “percentagem que quase duplicou em comparação com 2010”, refere o inquérito.

 

Mais de metade dos inquiridos (53,5%) “considera que os imigrantes têm condições de vida piores do que as dos portugueses em termos de trabalho e 40,6% considera que têm menos acesso à habitação”.

 

Num resultado semelhante a 2010, “uma significativa maioria defende que os imigrantes devem regressar aos seus países se não tiverem trabalho (78%) ou se cometerem algum tipo de crime (82%)”.

 

O inquérito incluiu ainda uma comparação das respostas com a ideologia dos inquiridos, concluindo que “um posicionamento mais à direita está relacionado com uma maior oposição à imigração, sobretudo em relação a imigrantes de países africanos e do subcontinente indiano”.

 

E as pessoas “mais satisfeitas com o regime democrático português opõem-se menos à vinda de imigrantes, são menos favoráveis a políticas de imigração rígidas e defensoras da atribuição de direitos aos imigrantes”.

 

“Quanto melhor o nível de vida do inquirido, mais favorável é o seu posicionamento em relação aos imigrantes”, refere ainda o estudo.

 

O inquérito conclui ainda que a “sociedade portuguesa sobrestima a quantidade de estrangeiros em Portugal”, um país que tem valores muito abaixo da média europeia.

 

A percentagem de estrangeiros na população em Portugal (9,8%) está abaixo de 17 países da União Europeia, que tem no Luxemburgo (quase 50%) e em Malta (25%) os casos com maior proporção.

 

No que respeita à demografia, Portugal teve um saldo natural negativo a partir de 2009, mas desde 2019 que o saldo populacional (inclui tanto os nascimentos e mortes, como os emigrantes e imigrantes) tem sido positivo.

 

Exemplo disso são os nascimentos: “22% dos bebés nascidos em Portugal, em 2023, eram de mães estrangeiras, apesar de os estrangeiros serem cerca 10% da população a residir em Portugal”, refere o estudo.

 

Esta situação alterou o perfil dos estudantes, com um aumento de 160% do número de alunos estrangeiros.

 

No conjunto do sistema educativo, no ano letivo 2023/2024 eram 140.000 (cerca de 14% do total de alunos matriculados), tendo 39.500 entrado no sistema educativo em 2022/2023 e 33.500 em 2023/2024.

 

Preocupações sobre integração de imigrantes devem ser atendidas, considera investigador

Um dos autores do Barómetro da Imigração, Pedro Góis, defende que as políticas públicas portuguesas devem responder às preocupações sobre a integração dos imigrantes, particularmente os do subcontinente indiano, que são vistos de forma menos positiva.

 

“Nós fizemos [o inquérito] no país todo e a conclusão é que os imigrantes são positivos para a sociedade e para a economia portuguesa, mas… E este ‘mas’ é aquilo que deve liderar as políticas públicas que têm que ser desenhadas”, disse Pedro Góis à Lusa.

 

O investigador, que foi um dos autores do inquérito antes de tomar posse como diretor científico do Observatório das Migrações, defendeu “mais cuidado na seleção dos migrantes, na entrada do país, nos processos de regularização”.

 

“Há aqui uma certa ambiguidade nas respostas, mas o que nos parece importante é que, de facto, dois terços dos portugueses percebem a importância da imigração para o país e esse é um dado absolutamente relevante, porque precisamos de imigrantes e, portanto, é bom que esta necessidade vá ao encontro também da perceção que a população tem da imigração”, acrescentou.

 

Foram feitas 1.072 entrevistas entre junho e agosto, num momento em que estava a ser implementado o fim das manifestações de interesse, um recurso jurídico que permitia a um estrangeiro legalizar-se em Portugal, desde que tivesse um contrato de trabalho, morada e descontos durante um mínimo de 12 meses.

 

“[O que] os inquéritos nos dizem é que queremos que [os imigrantes] venham, mas que venham de uma forma regulada, e não que venham de forma independente”, o que “vai ao encontro” da atual “política da procura de vistos de trabalho, de vistas de procura de trabalho no país de origem”, após o fim das manifestações de interesse.

 

Foi feita pela primeira vez uma avaliação da perceção sobre os imigrantes do subcontinente indiano e dois terços dos portugueses defendem uma diminuição, o que mostra “um sentimento de desconfiança muito nítido”, salientou Pedro Góis, por comparação com a “preferência em relação aos imigrantes dos países ocidentais”.

 

Há também um “decrescimento da desconfiança em relação aos grupos tradicionais de imigração para Portugal”, como África e Brasil, zonas mais próximas do ponto de vista cultural.

 

Sobre a reação dos portugueses aos imigrantes do Nepal, Bangladesh e Índia, Pedro Góis resume: “Estranhamo-los muito e conhecemo-los muito pouco”.

 

A sondagem foi feita a nível nacional e abrangeu pessoas que “não convivem com imigrantes” e corresponde a uma avaliação global do sentimento. “Se nós fizéssemos isto em alguns locais específicos de grande concentração de imigrantes, provavelmente teríamos outro tipo de respostas”, reconheceu.