Crianças
em casa e carros na garagem. Estas são apenas duas medidas de
emergência adotadas pelas autoridades da capital chinesa para
combater a intensa poluição atmosférica
EXPRESSO /07.12.2015
às 16h0567
Pela primeira vez,
os níveis extremos de poluição atmosférica obrigaram as
autoridades de Pequim a decretar o alerta vermelho na capital
chinesa, recomendando o encerramento de escolas e proibindo as
atividades no exterior bem como a circulação de milhares de
automóveis, entre outras medidas de emergência.
O alerta vermelho, o
mais grave de uma escala com quatro níveis adotada há cerca de dois
anos, é declarado ao terceiro dia consecutivo de denso nevoeiro
branco, impregnado com um odor forte de carvão, que limita a
visibilidade.
Numa nota online, o
Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Pequim justifica
este alerta como forma de “proteger a saúde da população e
reduzir os níveis de substâncias poluentes no ar”.
Um residente disse
ao correspondente em Pequim da agência norte-americana Associated
Press que pouco mais podem fazer para se defenderem da poluição do
que usar máscaras.
Esta segunda-feira
foram registados 300 microgramas por metro cúbico de PM2,5
(particulas em suspensão com diâmetro menor do que 2,5 milésimos
de milímetro) quando o valor de referência da Organização Mundial
da Saúde é de 25 durante 24 horas. Até à previsível chegada de
uma frente fria, esta quinta-feira, a situação irá piorar.
É a segunda vez
este mês que uma nuvem poluente teima em não se dissipar nos céus
desta cidade com 22,5 milhões de habitantes. Já tinha sido assim em
novembro, quando uma vaga frio intenso obrigou à produção
acrescida de energia, para responder a um aumento do consumo. Entre
as maiores fontes de poluição atmosférica estão as centrais de
produção de energia a carvão de onde sai mais de 60% da
eletricidade consumida na China.
Para além do
recomendado encerramento de escolas, que alguns estabelecimentos de
ensino públicos não acataram, as autoridades limitaram ainda as
emissões de gases por parte da indústria e ponderam encerrar
autoestradas devido à falta de visibilidade.
Principal país
poluidor no mundo, a China anunciou na semana passada em plena
conferência do clima (COP21), em Paris, a intenção de reduzir em
60% as emissões dos principais poluentes das suas centrais a carvão
até 2020, modernizando estas estruturas.
Jos Lelieveld,
investigador do Instituto Max Planck, num artigo publicado este ano
na revista Nature estimava que 1,4 milhões de chineses poderiam
morrer prematuramente, a cada ano, devido à poluição.
PHOTOS / THE GUARDIAN
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