A
"uberização" do trabalho
DIRECÇÃO EDITORIAL
08/09/2015 / PÚBLICO
A Uber ainda não
entrou em bolsa, mas estimativas divulgadas há cinco semanas dizem
que já vale 50 mil milhões de dólares. Segundo as contas, que não
se conhecem ao certo, mas que foram parcialmente divulgadas pela
Business Insider, a Uber não dará lucro ainda. Não lhe falta,
porém, apoio moral e financeiro de muitos investidores – e de
clientes. É justamente a vedeta desta nova economia a que chamam de
partilha – nada de mais errado, porque a Uber (e outras) não
partilha, apenas cobra: 20% do custo de cada viagem, feita num carro
que não lhe pertence e que é conduzido por alguém que não é seu
empregado e assume sozinho o risco da actividade. Esta “uberização”
das relações laborais (presente na Lyft, airbnb, Handy…) será o
legado mais duradouro desta nova forma de fazer negócio. Os taxistas
que hoje saem à rua em protesto no Porto, em Lisboa e Faro,
sabem-no. Os investidores também. Por essa razão, não admira que a
Uber conquiste investidores à mesma velocidade com que ganha
inimigos.
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