segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A "uberização" do trabalho / PÚBLICO


A "uberização" do trabalho
DIRECÇÃO EDITORIAL 08/09/2015 / PÚBLICO

A Uber ainda não entrou em bolsa, mas estimativas divulgadas há cinco semanas dizem que já vale 50 mil milhões de dólares. Segundo as contas, que não se conhecem ao certo, mas que foram parcialmente divulgadas pela Business Insider, a Uber não dará lucro ainda. Não lhe falta, porém, apoio moral e financeiro de muitos investidores – e de clientes. É justamente a vedeta desta nova economia a que chamam de partilha – nada de mais errado, porque a Uber (e outras) não partilha, apenas cobra: 20% do custo de cada viagem, feita num carro que não lhe pertence e que é conduzido por alguém que não é seu empregado e assume sozinho o risco da actividade. Esta “uberização” das relações laborais (presente na Lyft, airbnb, Handy…) será o legado mais duradouro desta nova forma de fazer negócio. Os taxistas que hoje saem à rua em protesto no Porto, em Lisboa e Faro, sabem-no. Os investidores também. Por essa razão, não admira que a Uber conquiste investidores à mesma velocidade com que ganha inimigos.

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