sexta-feira, 11 de julho de 2014

A queda

A queda

O dia “horribilis” do GES, BES e quejandos
Por Eduardo Oliveira Silva
publicado em 11 Jul 2014 in (jornal0 i online

Está instalada a confusão e já ninguém sabe onde começa e acaba o problema à volta do Grupo Espírito Santo, seja ele o BES, o BESI, o BESA, as empresas, as holdings, as offshores ou toda a panóplia de instrumentos e empresas que existem à volta do nome. O facto é que todas foram aparecendo como cogumelos e são uma areia movediça.
Ao jeito dos melhores melodramas de cinema, a tensão na teia Espírito Santo foi-se estendendo lentamente. As notícias foram transbordando para a imprensa por fontes primeiro circunspectas e depois abundantes, enquanto alguns jornalistas persistiam em não querer noticiar o assunto, optando por clamar que quem dirigia o sacrossanto grupo era o único banqueiro que existia em todo o Portugal – uma posição, de resto, partilhada por outros que, entretanto, mudaram de ponto de vista na exacta medida em que se transferiram de jornal.
Como de costume na latinidade, foi-se negando todas as evidências enquanto possível. Os envolvidos, responsáveis directos e indirectos, entre administradores, gestores, accionistas, tutelas políticas, reguladores de toda a espécie, nacionais e europeus, foram dizendo diariamente não haver problema nenhum no banco que ocupa o papel de charneira em todo o imbróglio.
O próprio líder da oposição em má hora se envolveu e, anteontem, disse, depois de se reunir com o regulador, que vinha de lá mais descansado, o que não impediu o gigantesco tropeção de ontem e que inevitavelmente terá desenvolvimentos nos próximos episódios, afectando os mercados globais, como reconhecia ontem a imprensa mundial e o próprio FMI, enquanto o Banco de Portugal reafirmava ao fim da tarde que o BES está sólido e a CMVM proibia a venda a descoberto das suas acções.
Estava na cara desde a denúncia pública dos primeiros problemas por notícias confirmadas e reconfirmadas que o líder do banco e do grupo, Ricardo Salgado, tinha perdido a sua margem de controlo, de credibilidade interna e de manobra. O estado de negação dessa realidade fez com que fosse uma mera questão de tempo a contaminação da credibilidade ao grupo e, quiçá, ao país e a uma área internacional imprevisível nesta fase. Obviamente, haveria sempre um momento em que o banco seria afectado directamente. Lamentavelmente, foi ontem, quando se suspendeu a cotação das suas acções, horas depois de o mesmo ter acontecido com o Espírito Santo Financial Group.
Quem conheça a economia real, ou seja, gente que ganha a vida a fazer negócios privados e públicos, não mostra surpresa pelos últimos desenvolvimentos. Limita-se a confirmar que a situação só acontece porque existe um risco de contaminação, ao contrário do que se tentou transmitir semanas e meses a fio. Desde ontem, a questão deixou de ser teórica e passou à fase prática, e pode aterrar no bolso dos portugueses, pois, como assinalava Francisco Louçã (cujas opções políticas não desvalorizam as suas análises técnicas), a crise no GES já é um problema sistémico, havendo um castelo de cartas que está a cair.
O ex-líder do Bloco de Esquerda é bem capaz de ter razão. Mesmo com contas feitas por defeito, o valor potencial do Grupo Espírito Santo andará por 20% do PIB, algo como 88 mil milhões de euros. Imagine--se o que seria uma situação que não conseguisse suster o alastramento da queda abrupta de ontem – isto mesmo sem ter em conta as experiências do BPN e do BPP, que demonstram que a primeira estimativa é sempre benigna.
Quanto à nova equipa indicada para o BES (o banco) e que comporta Mota Pinto como chairman, Vítor Bento como executivo e João Moreira Rato como financeiro, pode haver reparos a fazer pelas suas ligações partidárias ou políticas. Mas no que diz respeito ao chairman, Paulo Mota Pinto, há um ponto incontroverso. A sua escolha é oriunda de muitas vontades e conciliações, e isso é um bom sinal porque, afinal, vai ser ele que vai ter de ser o árbitro de muitas coisas que carecem de resolução e de muitas outras que estão para se saber.

EDITORIAL / PÚBLICO
É urgente travar a sangria no BES
O problema no banco não é apenas de liderança. Os mercados têm medo do desconhecido

O governador do Banco de Portugal foi bastante célere e diligente a detectar e a tentar resolver os problemas que afligem o Grupo Espírito Santo. Carlos Costa foi rápido a separar o negócio financeiro e não financeiro do grupo para evitar que os problemas da família contagiassem o banco. E conseguiu, com bastante sucesso, afastar todos os elementos da família da gestão executiva do BES.
Na cabeça de Carlos Costa, o assunto, bem ou mal, estava relativamente sanado. Mas os mercados não se deram por convencidos. Continuaram muitas dúvidas por esclarecer. A mais relevante nesta altura é perceber o grau de exposição do banco às holdings da família Espírito Santo, ou seja, qual o impacto nas contas do banco se houver um incumprimento por parte das empresas do grupo.
Pior do que saber se o banco pode perder mais milhão, menos milhão, do que os mercados têm realmente medo é do desconhecido e, como tal, tendem a exagerar na reacção. Por isso é que o dia de ontem foi dramático, quer para as acções do BES quer para as restantes empresas na Bolsa de Lisboa. Aliás, a onda de choque foi tal que o “efeito BES” transpôs fronteiras e contagiou a negociação nas maiores praças financeiras do mundo. O pior que nesta altura pode acontecer a Portugal é sair do resgate da troika e voltar a ser manchete nos jornais internacionais por causa de um problema na banca.
O Banco de Portugal tem nesta altura a obrigação de esclarecer tudo o que se passa no BES, até ao ínfimo pormenor, para afastar todas as dúvidas sobre a solidez do banco e para que os investidores voltem a confiar no banco. O principal activo de um banco não é o dinheiro que tem à sua guarda, é a confiança que as pessoas depositam nele. E o BES já deu provas de ser um banco sólido.


Ulrich vê problemas no GES como um “abcesso” no caminho de Portugal para a retoma
O que se passa com o BES Angola, com as holdings do GES e o investimento da PT na Rioforte tem de ser explicado, diz líder do BPI
11-7-2014 / PÚBLICO

Os problemas que vive o Grupo Espírito Santo (GES) são um “abcesso” no percurso que Portugal está a fazer para reconquistar a credibilidade internacional e voltar ao crescimento económico, disse ontem o presidente do Banco BPI.
“É um abcesso na caminhada de Portugal rumo à credibilidade e crescimento”, afirmou o banqueiro, acrescentando que “é preciso tirar isto dos holofotes”. Fernando Ulrich disse esperar que quando surgir um comunicado do Banco Espírito Santo (BES) este “seja suficientemente esclarecedor”. Sobretudo sobre “três pontos que têm de ser explicados de uma forma que permita que até os alunos da quarta classe compreendam”, disse, citado pela Lusa.
O primeiro ponto prende-se com o BES Angola e a garantia dada pelo Estado angolano a boa parte do crédito concedido pela entidade naquele país. “Há a questão da garantia do Estado angolano. Mas só isso não aguenta a credibilidade. Pode segurar durante uma ou duas semanas, mas não mais do que isso. Dizer que o Estado angolano deu uma garantia a 70% da carteira de crédito do BES Angola [no valor de 4,2 mil milhões de euros] é uma foto”, sublinhou.
“Depois, é preciso fazer o filme inteiro. É legítimo questionar se algum Estado dá uma garantia de 70% sobre uma carteira de crédito sem pedir nada em troca”, vincou o presidente do BPI. “Já se fala da nacionalização do BES Angola. Se acontecer, o BES perde uma importante fonte de receitas. Os analistas querem saber o que se vai passar”, continuou Ulrich. O segundo ponto é o investimento de 900 milhões de euros feito pela Portugal Telecom (PT) em papel comercial da Rioforte, empresa do GES. “A questão que se coloca é se a PT vai ser paga ou não. Façam as contas e expliquem o que isto pode significar.”

Por fim, destacou que é preciso saber “o que se passa no banco para cima”, isto é, nas holdings do GES. “Tem de haver uma explicação, mas com números, setinhas e gráficos. Dizer que está tudo bem não chega. Quando já se sabe que há um problema e é grande, explique-se.”

Instabilidade no BES faz regressar fantasma da crise a Portugal
Ulrich fala em “abcesso” no caminho do país para a retoma Juros da dívida sobem Autoridades reclamam clarificação das relações no Grupo Espírito Santo PT já encolheu 35% em bolsa
Cristina Ferreira / 11-7-2014 / PÚBLICO

-15% Ao princípio da manhã de ontem a cotação do “sistema GES/BES/ PT” já caíra substancialmente

Ontem foi um dia negro para o Grupo Espírito Santo (GES). Depois de semanas de indecisão, o dossier BES/ GES/PT ganhou expressão internacional, o que levou a Espírito Santo Financial Group (que detém 25,1% do BES) a pedir a suspensão da cotação e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a suspender a negociação das acções do BES na Bolsa de Lisboa, à espera de informação relevante do banco. O supervisor reclama uma nova clarificação das relações accionistas e comerciais intragrupo.
Apesar das insistentes garantias dadas pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, de que o BES está protegido das convulsões e das insuficiências financeiras das holdings do GES, e de que tem uma situação de solvabilidade “sólida” por ter uma almofada financeira suficiente para acomodar eventuais incumprimentos, os investidores parecem não se rever nesta avaliação e reagiram ontem em força. A turbulência alastrou-se aos mercados financeiros, nacional e estrangeiro, e, ante a incerteza sobre a eventual necessidade de o BES ter de pedir ajuda estatal, os juros da dívida pública nacional a dez anos voltaram a subir para máximos de 2013.
Junta-se a esta “percepção” a admissão do Citigroup — que adquiriu acções do BES no último aumento de capital de 1045 milhões de euros — de que o segundo maior banco português terá de elevar (no pior cenário) o capital em mais 4,2 mil milhões.
A queda das cotações das empresas do chamado “sistema GES/BES/PT” acentuou-se logo ao início da manhã, originando perdas superiores a 15%. A meio da tarde, o presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), José Maria Ricciardi, emitiu em nome pessoal uma nota de conforto aos colaboradores, para garantir que o “BES não é responsável pelas dívidas” da família Espírito Santo (de que o próprio faz parte), que já não controla o BES”. E que a exposição económica do BES às empresas do GES “está dentro dos limites possíveis.”
Os “tumultos” que se verificaram ontem em redor do BES permitem tirar algumas conclusões: a indicação de um novo chairman (Paulo Mota Pinto) e de um novo CEO (Vítor Bento) para liderarem o BES, propostas com a chancela do BdP, não apagou as dúvidas sobre o verdadeiro grau de exposição directa e indirecta do banco às sociedades detidas ou ligadas à família e que estão insolventes (Rioforte, ESI); a contaminação do dossier à PT, que emprestou 900 milhões de euros à Rioforte, a holding problemática do GES, atraiu também os holofotes dos supervisores brasileiro e norte-americano (SEC) para o que se está a passar em Portugal. Mas também dos investidores internacionais. A PT é cotada na bolsa nova-iorquina e está em fusão com a brasileira Oi. O provável “buraco” de 900 milhões de euros que a operadora terá de assumir, total ou parcialmente, representa metade do valor de mercado que a PT perdeu nos últimos dez dias.
Há outra questão a que não foi dada relevância. O dia em que Ricardo Salgado anunciou que deixaria a gestão do BES foi aquele em que os investidores compreenderam que algo de muito grave se passava na instituição. Até aí, os problemas à volta do BES tinham sido compreendidos com ligeireza, nomeadamente pelos clientes do banco. Em causa, de repente, ficou quem se apresentou como o representante da “velha dinastia de banqueiros que sobreviveu à revolução” e a única instituição que não necessitara de apoio estatal (o que implica uma voz nas políticas internas, nomeadamente na remuneração dos gestores). A saída de Salgado foi acompanhada de uma catadupa de notícias que culminaram na divulgação de que a Espírito Santo International, com sede no Luxemburgo, vai pedir a protecção de credores.
Esta holding é a maior accionista da ESFG, que possui 25,1% do banco. E, ainda que os depositantes do BES não corram riscos, assim que surgiram em público clientes do suíço Banque Privée (uma gestora de fortunas detida pela ESFG) a afirmar que tinham perdido as suas aplicações, levantaram-se mais dúvidas.
No universo bancário discutemse soluções: se as empresas do GES entrarem em incumprimento com os bancos do grupo (BES/BES-SFE, Banque Privée, Miami), e dado que existem cartas de conforto, ou outras garantias de accionistas (ESI), os credores podem pedir a doação em pagamento, nomeadamente da posição (25,1%) detida pela ESFG no BES.
A situação é delicada e está a colocar pressão sobre as autoridades, BdP, CMVM, que, se não acelerarem um desfecho que tranquilize os mercados, verão o clima de incerteza
manter-se até dia 31, data da assembleia geral do BES e de votação da nova gestão. E Governo, Passos Coelho e Maria Luiz Albuquerque, que sempre disseram que não interviriam neste dossier, vão ter de se conter se os juros da dívida continuarem a subir.
Além de contagiar os mercados, a situação no GES saltou para as páginas dos jornais e agências online, destacando-se a manchete da edição electrónica do Financial Times, que titulava que a situação na banca portuguesa conduzira os investidores a um forte movimento de venda.
Também o Fundo Monetário Internacional emitiu um comunicado em que reconhece que há casos no sistema bancário português que exigem “medidas correctivas”. Sem precisar os casos a que refere, porque “não faz comentários sobre instituições financeiras em particular”, o FMI avança que, como o Banco de Portugal reconhece, “mantêm-se [no sector] bolsas de vulnerabilidade que exigem medidas correctivas, nuns casos, e uma supervisão intrusiva, noutros”.


Salvem o BES e deixem cair a família
O BES é um banco
Mas a família não. Há quem fale numa relação incestuosa a nível das holdings
Pedro Sousa Carvalho / 11-7-2014 / PÚBLICO
 É verde, viscoso e propaga-se a uma velocidade estonteante. Quem entrar em contacto com o vírus do BES começa a sentir vertigens e arrisca-se a uma queda valente. O trambolhão do BES, que ontem chegou a cair mais de 18%, foi tal que o regulador teve de suspender a negociação das acções, colocando o banco numa espécie de quarentena para não infectar as restantes empresas da bolsa.
O regulador tentou evitar o contágio, mas o pânico rapidamente se instalou nos mercados. A Portugal Telecom, já bastante infectada por ter estado em contado directo com o BES, afundou-se mais 7%, a banca foi toda atrás e nenhuma das empresas do PSI 20 saiu ilesa. Numa questão de segundos o que valia muito passou a valer pouco e o que valia pouco passou a não valer nada. Os juros da dívida pública dispararam e tiveram a maior subida desde a crise política de 2013, quando Portas apresentou a demissão “irrevogável”.
A crise no BES saltou fronteiras e fez mossa por esse mundo fora. Portugal voltou a ser manchete em todos os jornais internacionais. “Global markets tumble amid fears over portuguese lender”, escrevia ontem o The Wall Street Journal para nos contar que o vírus do BES já tinha contagiado as bolsas europeias e nos EUA. O espanhol Banco Popular cancelou uma venda de dívida convertível, o grupo farmacêutico italiano Rottapharm abortou um IPO e na Grécia o Governo reduziu uma colocação de dívida pública por falta de procura.
O Espírito Santo não é um banco too big to fail a nível europeu. Mas a Lehman Brothers também não o era quando faliu. Pela reacção ontem dos mercados é fácil perceber que existe um risco sistémico, caso o BES vá ao charco. O assunto é particularmente sensível nesta altura em que bancos europeus estão todos a tentar alindar os balanços para realizarem os testes de stress do BCE.
O Banco Espírito Santo tem nesta altura dois problemas: um de liderança e outro de contabilidade. O problema de liderança já foi aparentemente resolvido pelo Banco de Portugal, que tratou de afastar Ricardo Salgado e toda a família da gestão executiva do banco. Não se sabe se por falta de competência, de idoneidade ou de honestidade. Nunca o disse. Carlos Costa limitou-se a abrir uma porta para que Ricardo Salgado e Companhia saíssem com alguma dignidade. E nem isso conseguiram.
Resta um problema de contabilidade. É verdade que os rácios de capital do banco são sólidos. Mas o problema do BES resulta de uma intrincada teia de holdings: a ES Control, o quartel- general da família, detém 56,5% da ES International, que, por sua vez, é dona de 100% da Rioforte, que, por seu lado, controla 49% da ESFG, que é o maior accionista do BES, com 25% do capital. Estas empresas da família têm todas relações entre si, emprestam dinheiro e compram coisas umas às outras numa relação que ontem um colunista do Financial Times qualificava de “terrivelmente incestuosa”.
É uma espécie de matrioska financeira. E no final há uma boneca pequenina que está falida. Aliás, uma das justificações dada pela Moody’s para baixar o rating da ESFG é precisamente a “falta de transparência em torno não só da situação financeira do Grupo Espírito Santo, mas também da amplitude das ligações intragrupo”.
O problema é que ao final do dia não se percebe até que ponto o banco está ou não refém dessa cascata de holdings. E aí é que o mercado começa a desconfiar. Se as holdings falirem, o problema é da família, azar o deles. Mas se as holdings contagiarem o banco, o problema já é de todos nós.
O que se sabe até agora é que o BES emprestou 200 milhões à Rioforte e outros 780 milhões à ESFG. É muito dinheiro e aí o problema não é tanto de quem pediu emprestado, mas de quem emprestou. Como dizia o magnata americano Jean Paul Getty: “Se deves 100 dólares ao banco, o problema é teu. Mas se deves 100 milhões, o problema já é do banco.” Apesar de tudo, mil milhões de euros de perdas o BES terá com certeza estofo para aguentar em caso de default das holdings. O problema é que, além dos empréstimos, os clientes de retalho do BES têm uma exposição às holdings da família que chega aos 651 milhões; e a exposição dos clientes institucionais do banco às empresas do grupo é de 1,94 mil milhões. Em caso de incumprimento, quem vai responder por esta dívida que não é do BES, mas que o banco vendeu nos seus balcões? Há aqui um enorme risco, nem que seja jurídico, que o banco tem de explicar.


Mas nem o Banco de Portugal, nem BCE, nem o Governo vão deixar cair o banco. Se as holdings da família estão falidas e não têm dinheiro para pagar o que o banco e os clientes lhes emprestaram, o Estado deveria simplesmente obrigar a família a vender a posição de 25% que detém no BES e usar o dinheiro para saldar pelo menos parte do que devem. Isto, partindo do princípio que os 25% ainda não estão hipotecados e a servir de colateral a algum empréstimo. Com novos accionistas, fazia-se um rebranding, até porque hoje em dia o maior passivo do BES é reputacional; é o nome da família “Espírito Santo”, que carrega na marca. E se a família recusar sair do BES, o Estado tem sempre a bomba atómica de nacionalizar o banco. E aí não há nenhum vírus que sobreviva.

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