sexta-feira, 25 de julho de 2025

9 de Junho de 2021: Pedro Adão e Silva sobre a detenção de José Sócrates // Pedro Adão e Silva e a polémica da comissão do 25 de Abril: “Não ando à procura de empregos”


VERDADE OU MENTIRA ?

É verdade que Pedro Adão e Silva, o tal que vai receber 4.500 por mês até 2026, escrevia no blogue Câmara Corporativa, que Sócrates pagava para elogiar Governo e atacar ‘inimigos’

O blogue nasceu em 2005 e era pago por Rui Mão de Ferro, sócio de Carlos Santos Silva, que também sustentou uma avença a Domingos Farinho, o suposto autor do livro de Sócrates.


“O que estou a fazer é perguntar publicamente para as razões objectivas para nomear durante cinco anos e meio, com este pagamento e porquê este nome, que aparece como comentador independente”, dissera Rio, contabilizando em cerca de 320 mil euros a soma das remunerações do cargo durante o período de funções. A tarefa só termina a 31 de Dezembro de 2026, de modo a “juntar no mesmo ciclo” as celebrações do “arco democrático que se iniciou no 25 de Abril de 1974 e que, ao longo do ano de 1976, passou pela aprovação da Constituição, pelas primeiras eleições legislativas, presidenciais e regionais e que culminou com as autárquicas no final desse mesmo ano”, como explica o texto da sua nomeação.”

 


25 DE ABRIL

Pedro Adão e Silva e a polémica da comissão do 25 de Abril: “Não ando à procura de empregos”

 

Pedro Adão e Silva explicou que vai suspender o vínculo ao ISCTE para se dedicar a tempo inteiro às tarefas de comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. E revelou que já não é militante do PS

 

Helena Pereira

9 de Junho de 2021, 23:12

https://www.publico.pt/2021/06/09/politica/noticia/pedro-adao-silva-polemica-comissao-25-abril-nao-ando-procura-empregos-1965949

 

Pedro Adão e Silva explicou esta quarta-feira na TVI que vai suspender o vínculo ao ISCTE para se dedicar a tempo inteiro às tarefas de comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. “O que sei é que vou trocar o meu salário de professor pelo de dirigente da administração pública de 1º grau”, explicou, sobre o salário de cerca de 4500 euros brutos, acrescentando ainda, acerca da polémica em torno da sua nomeação e remunerações, que no “conjunto de estruturas de missão que existe, isto é o modelo mínimo, há casos em que as pessoas são equiparadas a secretário de Estado ou gestor público”.

 

A Adão e Silva, que explicou que já não é militante do PS, foi-lhe pedido para “pensar numa celebração de um arco temporal longo, que imaginasse o país retrospectivamente de 1974 a 1976, ano em que já tínhamos consolidado um regime democrático pluralista com eleições legislativas, presidenciais, regionais e autárquicas e uma nova Constituição”.

 

As comemorações vão começar a “24 de Março de 2022 porque é o dia em que passamos a ter mais dias em democracia do que tivemos em regime ditatorial”, explicou ainda, considerando que "este convite foi uma grande honra e um enorme desafio”.

 

“Não ando à procura de empregos"​, respondeu, perante a crítica de se estar perante um caso de “jobs for the boys”, considerando que as críticas de Rui Rio foram “gravíssimas”. “Não deve seguir os meus comentários”, ironizou.

 

A nomeação do comentador socialista Pedro Adão e Silva para comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril suscitou várias críticas dos partidos de direita, que puseram em causa o perfil da personalidade escolhida e as condições remuneratórias de que vai usufruir: cerca de 4500 euros brutos por mês, mais uma equipa de apoio de até 12 pessoas, que inclui motorista e secretário pessoal.

 

Os presidentes do PSD, do CDS e da Iniciativa Liberal criticaram a nomeação, sugerindo mesmo que se trataria de um pagamento de favores pelos comentários que o professor de ciência política do ISCTE faz, há vários anos, em diversos órgãos de comunicação social. O primeiro-ministro, António Costa, reagiu com indignação, dirigindo-se sobretudo a Rui Rio: “É uma declaração tão insultuosa que, por uma questão de respeito com o líder da oposição, me exige que a ignore.”

 

“O que estou a fazer é perguntar publicamente para as razões objectivas para nomear durante cinco anos e meio, com este pagamento e porquê este nome, que aparece como comentador independente”, dissera Rio, contabilizando em cerca de 320 mil euros a soma das remunerações do cargo durante o período de funções. A tarefa só termina a 31 de Dezembro de 2026, de modo a “juntar no mesmo ciclo” as celebrações do “arco democrático que se iniciou no 25 de Abril de 1974 e que, ao longo do ano de 1976, passou pela aprovação da Constituição, pelas primeiras eleições legislativas, presidenciais e regionais e que culminou com as autárquicas no final desse mesmo ano”, como explica o texto da sua nomeação.

 

Surpreendido com as críticas, o Presidente da República, que deu o aval à nomeação do Governo, desdramatizou as críticas: “É um historiador, um politólogo, atento à realidade contemporânea do país, consensual, muito consensual, embora predominantemente no centro-esquerda do que à direita, mas muito consensual no quadro de uma data como é o 25 de Abril”


08/06/2021: Adão e os 50 anos do Éden de Abril

 



IMAGENS DE OVOODOCORVO


Adão e os 50 anos do Éden de Abril

 

Antes de mais, convém lembrar aos mais distraídos que Pedro Adão e Silva tem todo um passado de comentador televisivo que se desenvolveu bastante naqueles malfadados anos do socratismo. Aparentemente um tipo de comentador muito moderado e, sobretudo, “independente” mas que na verdade nunca o foi.

 

08/06/2021

Manuel J. Guerreiro

opiniao@ionline.pt

https://ionline.sapo.pt/artigo/737093/adao-e-os-50-anos-do-eden-de-abril?seccao=Opiniao_i&fbclid=IwAR1SCKGhwT8RQnSMeaoEkqX8Z2GUslvZTVjxlRC71hftmyvGKQSeZNUFLVk

 

Fomos surpreendidos durante o passado fim-de-semana com a escabrosa e muito incendiária escolha de Pedro Adão e Silva (nome que já circulava há uns tempos) para comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 que terão lugar em 2024, i.e., daqui por, sensivelmente, três anos. E, curiosamente, tal notícia com contornos estranhíssimos, como veremos adiante, não animou nem foi especialmente divulgada pelos órgãos de comunicação social – os tais isentos que só divulgam notícias sérias e falam verdade às pessoas –, mas antes, pelas “tenebrosas” redes sociais que apenas “desinformam” e que urge calar com leis de censura digital, neo-fascistas, criadas e defendidas em plena década de 20 deste século XXI, com o maior dos desplantes, por um certo e destacado deputado militante do partido socialista com um vigoroso passado estalinista!

 

Foi preciso chegarmos a segunda-feira à noite, para um órgão de comunicação social e em especial um canal de televisão ter puxado este assunto para o seu editorial. No caso, o “Porto Canal”, que saúdo vivamente pelo extraordinário serviço público que prestou ao expor detalhadamente todo este assunto absolutamente escandaloso.

 

Antes de mais, convém lembrar aos mais distraídos que Pedro Adão e Silva tem todo um passado de comentador televisivo que se desenvolveu bastante naqueles malfadados anos do socratismo. Aparentemente um tipo de comentador muito moderado e, sobretudo, “independente” mas que na verdade nunca o foi. Era por demais evidente que o socratismo e a paixão imensurável que nutria pelo então líder socialista estava-lhe, intrinsecamente, no sangue. Defendeu tudo o que eram as grandes opções políticas e estratégicas dos Governos de José Sócrates. Inclusive o vil ataque à liberdade de expressão e de imprensa que se materializou naquele miserável episodio do congresso do PS que acabou por levar ao afastamento da jornalista da TVI Manuela Moura Guedes.

 

Mas regressando ao tema, ficámos então esclarecidos sobre esta comissão das comemorações dos 50 anos de Abril ao constatar que Pedro Adão e Silva terá, qualquer coisa, como uma remuneração mensal de mais de 4.500 euros para liderar uma estrutura de, pelo menos, umas largas dezenas de pessoas que incluem: um secretário pessoal, um motorista, três técnicos especialistas (não se sabendo ainda de quê), três adjuntos, quatro técnicos superiores em regime de mobilidade, uma equipa de apoio técnico (sem se saber de que áreas e qual a respectiva dimensão) e uma outra equipa de apoio administrativo (sem se saber igualmente de quantas pessoas). Portanto, estamos a falar de uma estrutura que mais se assemelha a uma espécie de Ministério do Governo da República, sendo ele, Adão, o respectivo ministro como aqueles que o foram nos governos provisórios do PREC e que não tinham nada para ministrar e, por isso, se denominavam “sem pasta”. Mas no caso concreto deste novo ministro sem pasta e sem escrutínio, com muita “pasta” para receber, gerir e gastar e fazer o que bem entender, sem nenhum controlo democrático, não só no que às comemorações diz respeito, mas durante todo o seu mandato de, pasme-se, seis anos… Repito, seis longos anos, três antes e outros três depois da comemoração propriamente dita dos 50 anos do 25 de Abril que ocorrerão em 2024.

 

Extraordinário!

 

Perante isto, salta à vista o óbvio “pagamento” por parte do actual Primeiro-Ministro António Costa pelos inestimáveis préstimos de uma já longa vida ao serviço do comentário “independente” sempre muito fofinho para o partido socialista.

 

Mas é também perante este novo escândalo político que ainda agora está começar a chegar ao conhecimento do povo português – pois acredito que a esmagadora maioria das pessoas ainda não está a par da situação –, não posso deixar de me indignar com o facto do Presidente Ramalho Eanes, eventualmente, manter a sua aceitação em liderar a comissão de honra destas comemorações do quinquagésimo aniversário do 25 de Abril, sabendo que terá como comissário executivo esta encomenda socialista com um mandato de seis anos e um vencimento muito generoso pago pelos contribuintes deste país quase sempre falido que, por certo, o fará recordar os idos tempos em que desempenhou a mais alta função do Estado Português e teve de lidar com Primeiros-Ministros totalmente incompetentes e profundamente irresponsáveis que aliás demitiu, com a coragem que lhe era e sempre foi, até hoje, reconhecida!

 

Já relativamente do actual Presidente da República nada se poderá esperar para se inverter esta absoluta ignomínia…

 

Jurista

 

Escreve de acordo com a antiga ortografia

08 jun 2021: FACTOS CONFIRMADOS // O ESCÂNDALO DOS TACHOS DO PS // Fact Check. Pedro Adão e Silva vai receber 4.500 euros por mês até 2026 para organizar cerimónias do 25 de abril?

 


Fact Check. Pedro Adão e Silva vai receber 4.500 euros por mês até 2026 para organizar cerimónias do 25 de abril?

Ex-dirigente do PS foi escolhido por António Costa para liderar a comissão executiva, um dos organismos encarregue de preparar as celebrações do 50º aniversário do 25 de abril.

 

 

Pedro Raínho

Texto

08 jun 2021, 15:13 42

    https://observador.pt/factchecks/fact-check-pedro-adao-e-silva-vai-receber-4-500-euros-por-mes-ate-2026/

 

A frase

“Pedro Adão e Silva vai receber um salário superior a 4500 euros por mês durante 5 anos, 6 meses e 24 dias para preparar o 25 de Abril de 2024”

 

— Utilizador do Twitter, 08 Junho 2021

 

Rui Rio foi rápido a reagir: no Twitter, o presidente do PSD considera a nomeação de Pedro Adão e Silva, ex-secretário nacional do PS, para a Comissão Executiva das comemorações dos 50 anos do 25 de abril será uma “compensação” pelos comentários que professor universitário tem feito a favor do PS. Mas a escolha de António Costa, oficializada no final da semana passada, suscitou outras reações.

 

“Pedro Adão e Silva vai receber um salário superior a 4500 euros por mês durante 5 anos, 6 meses e 24 dias para preparar o 25 de Abril de 2024”, escreve uma página de apoio ao hacker Rui Pinto no Twitter. Os valores estarão corretos?

 

Na mesma resolução em que se confirmou o nome de Adão e Silva para presidir a um dos três órgãos que compõem a estrutura de missão do aniversário da Revolução foram revelados outros detalhes sobre o cargo de comissário executivo atribuído ao ex-dirigente socialista.

 

Além de referir que os membros da Comissão Nacional e do Conselho Geral — os outros dois órgãos da estrutura de missão — “não auferem qualquer remuneração ou abono pelo exercício das suas funções”, também se torna público que, no caso da Comissão Executiva, as condições são outras.

 

Este órgão será composto por “um comissário executivo”, Pedro Adão e Silva, “e um comissário executivo adjunto”, cujo nome ainda não foi divulgado. Sobre estes dois membros, a resolução 70/2021 do Conselho de Ministros refere que “são equiparados, para efeitos remuneratórios e de competências, a dirigentes superiores de 1.º e de 2.º graus, respetivamente” (o número 16 também admite que ambos mantenham “o exercício de outras atividades remuneradas”).

 

Ora, o estatuto dos dirigentes da Administração Pública refere que Cargos de Direção Superior de 1.º Grau — como aquele que Adão e Silva ocupa — são remunerados com um salário bruto de 3745,26 euros mensais, a que acrescem 780,36 euros em despesas de representação. Portanto, sim, os valores apresentados no tweet estão corretos.

 

Mas essa remuneração mantém-se durante “cinco anos, seis meses e 24 dias”, como também aponta a publicação?

 

A mesma resolução do Conselho de Ministros entrou em vigor “no dia seguinte ao da sua publicação”, a 4 de junho. E, no documento, estabelece-se que a estrutura de missão responsável por organizar as cerimónias do 50º aniversário do 25 de abril “termina o seu mandato a 31 de dezembro de 2026” — ou seja, mais de dois anos depois de as cerimónias se realizarem. A extensão desta estrutura explica-se com a intenção de juntar no mesmo organismo todas as celebrações de “um arco democrático que se iniciou no 25 de Abril de 1974 e que, ao longo do ano de 1976, passou pela aprovação da Constituição, pelas primeiras eleições legislativas, presidenciais e regionais e que culminou com as autárquicas no final desse mesmo ano”.

 

As contas estão, por isso, (quase) corretas: em rigor, essa remuneração verifica-se ao longo de cinco anos, cinco meses e 26 dias (contados a partir do dia 4 de junho e até ao último dia de 2026).

 

Conclusão

 

O tweet está correto: Pedro Adão e Silva, ex-secretário nacional de Eduardo Ferro Rodrigues, vai auferir mais de 4500 (brutos) ao longo dos próximos cinco anos e meio. O valor atribuído enquanto comissário executivo das celebrações do 50º aniversário do 25 de abril e a extensão do cargo que ocupa há menos de uma semana estão consagrados na resolução do Conselho de Ministros publicada no final da semana passada.

 

VERDADEIRO

Pedro Adão e Silva vai usufruir das “melhores regalias do Estado” para organizar os 50 anos do 25 de Abril?

 

O Conselho de Ministros nomeou o comentador ligado ao PS para presidir à Comissão Executiva das comemorações da revolução democrática, que vão durar até ao final de 2026. A nomeação e as condições de que o comentador vai usufruir estão a causar polémica.

 

Verdadeiro

 

Leonete Botelho

8 de Junho de 2021, 13:51

https://www.publico.pt/2021/06/08/politica/noticia/pedro-adao-silva-vai-usufruir-melhores-regalias-estado-organizar-50-anos-25-abril-1965719

 

“[…] Durante 5 anos, 6 meses e 24 dias, Pedro Adão e Silva vai usufruir das melhores regalias que o Estado tem para oferecer. Isto para organizar as celebrações do 50º aniversário do 25 de Abril.”

Rui Pinto, no Twitter

 

O contexto

O Conselho de Ministros aprovou na semana passada uma resolução em que “determina realização das comemorações do 50.º aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974 e cria a estrutura de missão que as promove e organiza”.

 

Essa estrutura de missão é composta por três órgãos, com composições e funções distintas: uma Comissão Nacional, nomeada pelo Presidente da República, à qual cabe aprovar o programa oficial das comemorações e os relatórios de actividades – e que será presidida pelo general Ramalho Eanes. Um Conselho Geral, nomeado pelo primeiro-ministro, com “individualidades de reconhecido mérito e activismo em dimensões fulcrais na construção da democracia”, que se “pronuncia sobre o programa oficial das comemorações e acompanha de perto a sua execução”. E uma Comissão Executiva, nomeada pelo primeiro-ministro, que é “responsável pela elaboração do programa oficial das comemorações, em articulação próxima com o Conselho Geral, bem assim como pela sua concretização”.

 

 

Os membros da Comissão Nacional e do Conselho Geral não terão qualquer remuneração, ao contrário da Comissão Executiva, que será presidida por Pedro Adão e Silva, professor auxiliar do departamento de ciência política e políticas públicas no ISCTE, mas também ex-secretário nacional do Partido Socialista durante a liderança de Ferro Rodrigues e desde aí comentador ligado ao PS em vários órgãos de comunicação social, como a TSF ou o Expresso. A nomeação já foi criticada por Rui Rio.

 

Os factos

A resolução do Conselho de Ministros na qual Pedro Adão e Silva foi também nomeado foi publicada a 4 de Junho e, de acordo com os seus próprios termos, começou a produzir efeitos no dia seguinte. Ali se prevê que a Estrutura de Missão termine o seu mandato a 31 de Dezembro de 2026, de modo a “juntar no mesmo ciclo” as celebrações do “arco democrático que se iniciou no 25 de Abril de 1974 e que, ao longo do ano de 1976, passou pela aprovação da Constituição, pelas primeiras eleições legislativas, presidenciais e regionais e que culminou com as autárquicas no final desse mesmo ano”. Portanto, Pedro Adão e Silva vai presidir à comissão executiva durante cinco anos, seis meses e 24 dias, se se considerar que entra em funções no primeiro dia útil após a publicação, ou seja, 7 de Junho.

 

A resolução determina que “a Comissão Executiva é composta por um comissário executivo e um comissário executivo adjunto, os quais, sem prejuízo do disposto no n.º 16, são equiparados, para efeitos remuneratórios e de competências, a dirigentes superiores de 1.º e de 2.º graus, respectivamente”. De acordo com o estatuto remuneratório da Administração Pública, o cargo de direcção superior de 1º grau é equivalente ao de director-geral, o mais alto cargo da carreira, e tem direito a uma remuneração mensal de 3.745,26 euros, acrescidos de 780,36 euros para despesas de representação. Prevê-se ainda que possam acumular funções com o “exercício de outras actividades remuneradas, designadamente de docência, bem como a percepção de direitos de autor”. Prevê-se ainda que sejam apoiados por uma “estrutura de apoio técnico” de até oito elementos -, “equiparados, para efeitos de designação e estatuto, a membros do gabinete de membro do Governo”, onde se inclui um secretário pessoal e um motorista, e que pode ser reforçada com mais quatro técnicos superiores recrutados em regime de mobilidade.

 

Em resumo

 

A frase de Rui Pinto é verdadeira.

 

09.06.2021: Adão e Silva: De comentador de plantão ao mais comentado do momento, quem é o comissário para os 50 anos do 25 de Abril?

 



Adão e Silva: De comentador de plantão ao mais comentado do momento, quem é o comissário para os 50 anos do 25 de Abril?

POLÍTICA

09.06.2021 às 16h02

 


NUNO MIGUEL ROPIO

JORNALISTA

https://visao.sapo.pt/atualidade/politica/2021-06-09-adao-e-silva-de-comentador-de-plantao-ao-mais-comentado-do-momento-quem-e-o-comissario-para-os-50-anos-do-25-de-abril/?fbclid=IwAR0n_D3zc0MzJ-_My4FUtsSzgpkAcCFR6oV8nVglZkDs6LM_cWWesVOdDWg

 

Passaram quase duas semanas desde que Costa o anunciou como comissário para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, com a bênção de Belém. Mas só com a revelação da dimensão da máquina, e acima de tudo do salário, que acompanha as funções durante os próximos cinco anos, é que Pedro Adão e Silva passou a estar debaixo de fogo - desde o líder da oposição às inevitáveis redes sociais. O comentador já abdicou do salário como docente universitário para assumir tais funções

 

Pedro Adão e Silva passou de um dos comentadores políticos mais ativos – fruto de quase uma década em pleno nos media – para um dos assuntos mais escrutinados do momento, após a nomeação para a presidência da comissão executiva da unidade de missão que vai desenhar as comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos. Um tweet de Rui Pinto, denunciante do FutebolLeaks e do LuandaLeaks, ao replicar um editorial do Porto Canal sobre o assunto, atirou o nome do docente do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa para a ordem do dia.

 

O líder do PSD foi taxativo, na senda de tal tweet e após de ter sido publicado em Diário da República o formato e o custo da estrutura que Adão e Silva vai dirigir a partir de agora e até 2026: “O Governo quer que todos paguemos ao dr. Pedro Adão e Silva mais de 300 mil euros para organizar ou ajudar a organizar as comemorações do 25 de Abril. Considero isto escandaloso”.

 

“Todos o conhecemos como um comentador que aparece com a capa de independente, mas que não faz outra coisa que não seja defender as posições do PS, e atacar e tentar denegrir a oposição”, atirou Rui Rio, no Parlamento, na última terça-feira, replicando no Twitter o mesmo vídeo do canal propriedade do Futebol Clube do Porto. A que se seguiram outras tantas reações à direita, como do CDS, que obrigaram António Costa a vir a terreiro defender a sua escolha, considerando “insultuosa” a onda crítica de que Adão e Silva tem sido alvo. Aliás, até Marcelo Rebelo de Sousa, que já havia escolhido o antigo chefe de Estado Ramalho Eanes para presidir a um dos três órgãos da unidade de missão, sentiu necessidade de frisar que o nome do docente, de 47 anos, passou com seu aval.

 

Em causa está o facto de o cargo executivo que Pedro Adão e Silva ter como referência remuneratória o salário dos cargos de direção superior de 1.º grau, e as respetivas ajudas de custo. Contas feitas: uma remuneração bruta mensal de 3745,26 euros e ainda 780,36 euros como despesas de representação. A antiga eurodeputada Ana Gomes, candidata nas últimas eleições presidenciais, já veio questionar a acumulação de salários do comentador e a dimensão da máquina criada pela estrutura de missão.

 

 

Porém, a VISÃO apurou junto de fontes ligadas ao ISCTE que Pedro Adão e Silva decidiu suspender o vínculo laboral com aquela universidade assim que aceitou o convite, ficando sem um salário bruto alegadamente semelhante que aufere como professor auxiliar – de acordo com o sistema remuneratório em vigor, o valor para este grau de docência pode começar pouco acima dos 3 mil euros brutos e ir até aos 4 mil euros [conferir aqui, na página 11, valores relativos a 2020]. “Comunicou ao departamento que continuará a dar algumas aulas por vontade própria, sem remuneração, e a orientar alguns alunos nas suas teses, para não haver uma disrupção”, assegurou aquela mesma fonte.

 

Do PS de Ferro Rodrigues às televisões, com uma prancha pelo meio

 

A escolha de António Costa para liderar os festejos do 25 de Abril não provocaram surpresa em quem conhece o comentador, que tem hoje uma presença transversal da televisão à imprensa escrita, passando pelas rádios.

 

Para Paulo Pedroso, antigo ministro do Trabalho e Segurança Social, com quem Adão e Silva colaborou então como assessor, muito jovem, “é absurda a leitura que um programa de comemorações desta dimensão não tivesse dignidade e fosse tratado de qualquer forma, em cima da hora, sem qualquer coordenação”.

 

“Houve uma interpretação muito perversa de um canal de televisão, que não trouxe nada de novo, que é atentatória de um percurso de alguém, cuja militância ativa no PS se ficou pela saída de Ferro Rodrigues da liderança do partido. E achar-se que um processo com esta amplitude, que exige uma função com a mínima dignidade e estrutura para que as coisas funcionem, não poder ter o formato que consta na resolução do Conselho de Ministros é simplesmente abjeto”, defendeu, à VISÃO, Pedroso, que partilhou parte do percurso com o comentador, desde o tempo em que foi secretário de Estado, “em vários contextos no ISCTE e antes do doutoramento [de Adão e Silva]”.

 

Filho da conhecida advogada Vera Adão e Silva, que chegou a liderar a deontologia da Ordem dos Advogados do distrito de Lisboa e foi agraciada com a Ordem do Infante D. Henrique pelo trabalho realizado no âmbito da Amnistia Internacional e do apoio aos reclusos políticos mundiais, e do artista plástico Luís Artur, Pedro Adão e Silva nasceu no ano da Revolução. Pai de dois rapazes, começou por militar no PS logo aos 18 anos, tendo chegado ao Secretariado Nacional (núcleo duro do líder) de Ferro Rodrigues, em 2002.

 

O afastamento da atividade política ativa deu-se com a saída de Ferro, na sequência do descontentamento que o atual presidente da Assembleia da República mostrou com a indigitação de Pedro Santana Lopes como primeiro-ministro, por parte do Chefe de Estado Jorge Sampaio, quando Durão Barroso saiu do Governo rumo a Bruxelas.

 

Logo depois começa a sua carreira de comentador, pela então RTPN – que sucedeu à NTV e antecessora da RTP3 -, Rádio Clube Português e Diário Económico. Mas também colaborava com a revista Surf Portugal, devido à paixão em domar as ondas, que então elevava à letra literalmente, tendo em conta que mais tarde haveria de publicar uma obra sobre essa prática – que contou com o prefácio do agora cardeal português responsável pelo Arquivo Apostólico do Vaticano, Tolentino de Mendonça.

 

É também dessa altura a maior entrega à academia, na área da Sociologia, voltando a colaborar com o PS de José Sócrates, para quem chegou a elaborar, entre muitos outros, a moção que o então líder socialista haveria de levar ao congresso do partido, em 2009. São desses tempos, aliás, as imagens que o editorial do Porto Canal recuperou esta semana.

 

Desde então, desfilou-se do partido – sendo que os mais próximos, ouvidos pela VISÃO, admitem que nunca tocou no assunto, ao ponto de não saberem quando terá ocorrido exatamente – e tem desfilado por vários órgão de comunicação social como cronista, tendo se tornado comentador residente no canal de notícias da televisão pública. Porém, nunca renegou a sua família política, principalmente durante o Governo PSD/CDS, de Passos Coelho.

 

Mais recentemente correu ao lugar de vice-presidente do Benfica, na lista derrotada de Noronha Lopes contra a de Luís Filipe Vieira, tendo continuado a desfiar críticas ao presidente do Clube da Luz desde essa altura, principalmente no comentário desportivo que também faz. Percurso nas águias que mereceu reparo no tal vídeo do Porto Canal.

 

Contactado pela VISÃO, o agora comissário executivo Pedro Adão e Silva (que terá uma máquina composta por três adjuntos, três técnicos especialistas, um secretário pessoal e ainda um motorista) não mostrou disponibilidade para comentar os comentários de que, enquanto famoso comentador político e desportivo, tem sido alvo. Dias depois de ter sido anunciado para o cargo, levantou um pouco o véu sobre como pensa levar a cabo as comemorações do 25 de Abril, defendendo que é necessária uma reinvenção “à forma como olhamos para as celebrações”.

10 de Junho de 2021: Para a festa errada, Pedro Adão e Silva é o homem certo

 



Para a festa errada, Pedro Adão e Silva é o homem certo

 

Para cozinhar Abril à moda do Rato, convém não errar no chef.

 

João Miguel Tavares

10 de Junho de 2021, 0:14

https://www.publico.pt/2021/06/10/opiniao/opiniao/festa-errada-pedro-adao-silva-homem-certo-1965944

 

Não percebo porque é que está tanta gente abespinhada com a nomeação de Pedro Adão e Silva e respectiva comissão executiva para celebrar os 50 anos da Revolução de Abril. Da mesma maneira que Leonardo Da Vinci desenhou o Homem de Vitrúvio em toda a sua perfeição matemática, também o regime democrático de fachada socialista, se tivesse oportunidade de desenhar o homem perfeito de Abril, rabiscaria o perfil e as medidas de Pedro Adão e Silva. António Costa, que o escolheu, e Marcelo Rebelo de Sousa, que apoiou a sua escolha, estão de parabéns.

 

Pedro é Adão, como o primeiro homem, e Silva, como boa parte dos portugueses. Nasceu em 1974, como a Revolução dos Cravos, e pertence à elite política e mediática lisboeta, como boa parte dos portugueses que se acham bestiais. Licenciou-se no ISCTE, como a família socialista gosta, e é professor no ISCTE, como a endogamia académica recomenda. É especialista em políticas públicas e na reforma do Estado, tendo até lançado vários livros sobre essas matérias, como é próprio das pessoas inteligentes, mas nunca foi para o governo aplicá-las, como é próprio das pessoas sábias.

 

É comentador no Expresso, na TSF, na RTP, no Record e na Sport TV, onde escreve e diz coisas sempre informadas e ponderadas e moderadas e suficientemente independentes para parecer que tem voz própria. Gosta de política, de futebol, de surf, de música alternativa. É cool e suavemente radical. Infelizmente, quando dava jeito que não fosse cool e optasse por ser realmente radical, falhou: acabou envolvido na galáxia Miguel Abrantes e enfiado no bolso esquerdo de José Sócrates, a quem deu uma ajudinha programática no desgraçado ano de 2009, altura em que já era preciso ser bastante vesgo para não perceber quem aquele homem era – mas, até nisso, ele é perfeito para o lugar.

 

Em 2014, numa entrevista a Anabela Mota Ribeiro, Pedro Adão e Silva definiu o governo de Passos Coelho e os anos da troika da seguinte forma: “A marca mais forte destes últimos três anos é a ruptura permanente – uma espécie de PREC de direita. Vamos levar mais tempo a recuperar [disto] do que precisámos para recuperar de alguma [sic] instabilidade das políticas do PREC.” O comissário da revolução acha que Passos e a troika prejudicaram mais o país do que Cunhal e o PREC – é ou não é a pessoa certa para celebrar meio século de Abril em clima de geringonça?

 

Não vale a pena ficar tão chocado com o tamanho da comissão executiva e com os cinco anos e meio que dura a missão. Leiam a resolução do Conselho de Ministros e perceberão a dimensão da ambição. Até final de 2021 é preciso apresentar um programa oficial para festejar o “arco democrático que se iniciou no 25 de Abril de 1974 e que, ao longo do ano de 1976, passou pela aprovação da Constituição, pelas primeiras eleições legislativas, presidenciais e regionais e que culminou com as autárquicas no final desse mesmo ano”.

 

O preâmbulo da resolução classifica tais anos como uma “epopeia colectiva não traumática”, o que tem um pequeno problema: é uma mentira descarada. Isso significa que Pedro Adão e Silva não está apenas contratado para contar a história como ela foi, mas sim para estabelecer a versão neo-socialista e delicodoce dos últimos 50 anos, reinventando um “arco democrático” que foi muito pouco democrático até 25 de Novembro de 1975. É normal que assim fique mais caro.

 

Para cozinhar Abril à moda do Rato, convém não errar no chef. Donde, Pedro Adão e Silva.

19 de junho 2021: E o comentador do regime É... Pedro Cardoso Pereira

 


19 de junho 2021

E o comentador do regime É... Pedro Cardoso Pereira

 

Pedro Adão e Silva usa o apelido materno em vez do paterno. O seu avô foi um reconhecido maçon republicano que deixou bem carimbado o apelido ‘Adão e Silva’. Pedro surfa a onda.

 

Henrique Pinto de Mesquita

henrique.mesquita@newsplex.pt

https://sol.sapo.pt/artigo/738209/e-o-comentador-do-regime-e-pedro-cardoso-pereira?fbclid=IwAR3glbEgPuN_47P7JBb-MSHe4E14r0hLHDrzNA76nWQmtt1hH6AI_9m_H_A

 

Cardoso Pereira são os apelidos do comentador político e desportivo, na televisão, na rádio e nos jornais, indicado por António Costa para comissário executivo das comemorações do 50º aniversário da revolução do 25 de Abril.  Mas ninguém o conhece pelos apelidos herdados do pai, porque Pedro optou por se fazer conhecer publicamente pelos de sua mãe, Adão e Silva, cujo pai foi um influente republicano e maçon, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano.

 

O casamento entre a família Adão e Silva e o poder não é coisa deste século. O avô materno de Pedro – Armando Adão e Silva – foi figura proeminente no combate ao salazarismo e um destacado membros das elites burguesas de esquerda da segunda metade do século XX.

 

Já Pedro Adão e Silva, pertencente à mesma elite, é um conhecido comentador da nossa praça. Associado à defesa intransigente do PS, tem plataforma pública nacional há vários anos em sítios como o RTP, TSF, Expresso, Sport TV  e Record.

 

É possível que o seu apelido lhe tenha facilitado a  vida. A verdade é que, devido à importância que o seu avô teve nos meios revolucionários, carregar o apelido Adão e Silva em círculos de esquerda é bastante diferente do que, por exemplo, carregar o apelido Cardoso Pereira, do pai. Para a esquerda portuguesa, ‘Adão e Silva’ significa status, como reconhece ao Nascer do SOL_um histórico militante socialista e maçon.

 

 Grão-mestre, do PS à AD

 

Armando Adão e Silva não foi apenas um destacado antissalazarista. Foi, sobretudo, um proeminente maçon. Nasce em Lisboa em 1909 e em 1931 forma-se em Direito pela Universidade de Lisboa. Passados quatro anos é iniciado na maçonaria pela Loja da Liberdade nº 197, com o nome Mestre de Avis, mantendo-se na clandestinidade até 1974. Em 1968, juntamente com Luís Dias Amado, forma os Pentágonos – células paramaçónicas cujo objetivo era o de difundir o espírito da maçonaria junto da juventude. Após o 25 de Abril teve um papel importante na reorganização do Grande Oriente Lusitano, tendo sido também importante no processo de devolução do Palácio Maçónico (conquistando-o ao PPD, que quase logrou ter ali a sua sede). Em 1981 viria a suceder a Dias Amado como grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, cargo em que se manterá até 1984.

 

Também comemorou um centenário: o da República

 

Em 1943, Armando Adão e Silva e um conjunto de intelectuais de esquerda fundam a União Democrato-Socialista, núcleo antifascista que mais tarde viria a fundir-se com o Núcleo de Doutrinação e Acção Socialista e formar a União Socialista. Ainda nesse século, foi uma das principais vozes a favor da entrada de Portugal na NATO.

 

Em 1959 é preso – uma situação que, dois anos mais tarde e devido a ter sido um dos 62 signatários do ‘Programa para a Democratização da República’, voltaria a repetir-se. A sua calcorreada republicana acabaria por juntá-lo a um grupo de influentes opositores do regime, composto por advogados, médicos, maçons e republicanos, onde constavam figuras como Mário Soares, Nuno Rodrigues dos Santos, Mayer Garção, Mário de Azevedo Gomes, Joaquim Bastos, Carlos Pereira, Piteira Santos, Armando Castanheira ou Acácio Gouveia. E é com este grupo que, em 1960, viria a assinalar o cinquentenário da República, através de um almoço comemorativo que decorreu no restaurante Colombo, como exposto numa das fotografias que acompanha este texto (Adão e Silva é o segundo em pé da esquerda para a direita). O mesmo «grupo de republicanos» deslocar-se-ia ainda aos Jerónimos para depositar «ramos de flores nos túmulos de Teófilo Braga, Herculano, Garrett e Junqueiro», tal como o Diário de Lisboa noticia a 4 de Outubro de 1960.

 

Dá-se, portanto, a coincidência de, em 1960, Armando Adão e Silva ter integrou as comemorações do cinquentenário da República e Pedro Adão e Silva, em 2024, ser o comissário oficial das comemorações do  cinquentenário do 25 de Abril.

 

Armando Adão e Silva, em 1976, integrou, com Adelino Palma Carlos, o extinto Partido Social-Democrata Português (a razão para a confusão entre os nomes PPD/PSD), de onde sairia diretamente para o Partido Socialista. Contudo, a sua passagem pelo PS foi sol de pouca dura: em 1978 sai e, juntamente com António Barreto, Medeiros Ferreira, Francisco Sousa Tavares e outros, integra o ‘Grupo dos Reformadores’ – grupo que juntar-se-ia à Aliança Democrática nas eleições intercalares de 1979, acabando por eleger Armando Adão e Silva como deputado por Aveiro.

 

De notar ainda que Armando Adão e Silva foi Presidente da Associação de Futebol de Lisboa e membro do Conselho Jurisdicional do Sport Lisboa e Benfica. Um ‘benfiquismo’ que Pedro Adão e Silva perfilha, tendo sido candidato a vice-presidente do clube pela lista de Noronha Lopes em 2020.

 

Após receber a Comenda da Ordem da Liberdade em 1980 e ser agraciado como Grande-Oficial da Ordem de Mérito em 1989, viria a morrer, em Lisboa, em 1993.

 

 O menino de ouro de Ferro

 

E Pedro Adão e Silva? Quem é e como se tornou alguém tão acarinhado dentro do PS? Um histórico socialista explicou-nos qual foi o seu percurso no partido, garantindo-nos que «todos têm pena» de que ele se tenha ido embora tão novo. Explicou-nos, por exemplo, que a ala que o apadrinhara politicamente foi a ala divergente da de Mário Soares, camarada do avô Adão e Silva. Trata-se da ala do «sótão do Guterres»: composta pelo próprio, Ferro Rodrigues, Jorge Sampaio e Vitor Constâncio, que «em nada tem a ver com a ala maçónica republicana do Armando» e que  conspirou contra Soares até 1985, tomando conta do partido após a sua saída.

 

Explica a mesma fonte que Pedro Adão e Silva «tem umas ascensão meteórica mais por causa de Ferro Rodrigues» do que pelo nome de família: «Quando Ferro chega a secretário-geral do PS vai buscar dois jovens que vêm do ‘grupo do ISCTE’: Adão e Silva e Paulo Pedroso». Adão e Silva era apontado como o mais «equilibrado e ponderado», começando, por isso, a «brilhar» no partido. Contudo, quando Sampaio decide não antecipar eleições e Ferro se demite, Adão e Silva «desilude-se, sai do PS e desiste da política».

 

Mas a mesma fonte acredita que esta sua nomeação, por escolha direta de António Costa, vai de encontro à ideia de Adão e Silva estar próximo do poder e, contudo, nunca o representar. E considera a defesa «acérrima» e «com erros» de Marcelo «estranha», ironizando que isso talvez seja um sinal de uma aproximação ao PSD – fazendo, então, assim o mesmo percurso político de seu avô.

RELEMBRANDO: "Cidadania", a Religião e Moral compulsiva


Pedro Adão e Silva o “delfim” de serviço do PS, o pajem da Maçonaria, o preferido do inclassificável Ferro Rodrigues gosta de apregoar a sua independência como comentador.

Dentro do tema da “cidadania” será útil relembrar os acrobáticos e contorcionados episódios de Pedro Adão e Silva quando da polemica das Comemorações do 25 de Abril

Para os interessados, OVOODOCORVO revisita e relembra numa série de “posts” estes episódios.

OVOODOCORVO