VERDADE OU
MENTIRA ?
É verdade que
Pedro Adão e Silva, o tal que vai receber 4.500 por mês até 2026, escrevia no
blogue Câmara Corporativa, que Sócrates pagava para elogiar Governo e atacar
‘inimigos’
O blogue nasceu
em 2005 e era pago por Rui Mão de Ferro, sócio de Carlos Santos Silva, que
também sustentou uma avença a Domingos Farinho, o suposto autor do livro de
Sócrates.
“O que estou a fazer é perguntar publicamente para as
razões objectivas para nomear durante cinco anos e meio, com este pagamento e
porquê este nome, que aparece como comentador independente”, dissera Rio,
contabilizando em cerca de 320 mil euros a soma das remunerações do cargo
durante o período de funções. A tarefa só termina a 31 de Dezembro de 2026, de
modo a “juntar no mesmo ciclo” as celebrações do “arco democrático que se
iniciou no 25 de Abril de 1974 e que, ao longo do ano de 1976, passou pela
aprovação da Constituição, pelas primeiras eleições legislativas, presidenciais
e regionais e que culminou com as autárquicas no final desse mesmo ano”, como
explica o texto da sua nomeação.”
25 DE ABRIL
Pedro Adão e Silva e a polémica da comissão do 25 de
Abril: “Não ando à procura de empregos”
Pedro Adão e Silva explicou que vai suspender o vínculo
ao ISCTE para se dedicar a tempo inteiro às tarefas de comissário executivo das
comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. E revelou que já não é militante do PS
Helena Pereira
9 de Junho de
2021, 23:12
Pedro Adão e
Silva explicou esta quarta-feira na TVI que vai suspender o vínculo ao ISCTE
para se dedicar a tempo inteiro às tarefas de comissário executivo das
comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. “O que sei é que vou trocar o meu
salário de professor pelo de dirigente da administração pública de 1º grau”,
explicou, sobre o salário de cerca de 4500 euros brutos, acrescentando ainda,
acerca da polémica em torno da sua nomeação e remunerações, que no “conjunto de
estruturas de missão que existe, isto é o modelo mínimo, há casos em que as
pessoas são equiparadas a secretário de Estado ou gestor público”.
A Adão e Silva,
que explicou que já não é militante do PS, foi-lhe pedido para “pensar numa
celebração de um arco temporal longo, que imaginasse o país retrospectivamente
de 1974 a 1976, ano em que já tínhamos consolidado um regime democrático
pluralista com eleições legislativas, presidenciais, regionais e autárquicas e
uma nova Constituição”.
As comemorações
vão começar a “24 de Março de 2022 porque é o dia em que passamos a ter mais
dias em democracia do que tivemos em regime ditatorial”, explicou ainda,
considerando que "este convite foi uma grande honra e um enorme desafio”.
“Não ando à
procura de empregos", respondeu, perante a crítica de se estar perante um
caso de “jobs for the boys”, considerando que as críticas de Rui Rio foram
“gravíssimas”. “Não deve seguir os meus comentários”, ironizou.
A nomeação do
comentador socialista Pedro Adão e Silva para comissário executivo das
comemorações dos 50 anos do 25 de Abril suscitou várias críticas dos partidos
de direita, que puseram em causa o perfil da personalidade escolhida e as
condições remuneratórias de que vai usufruir: cerca de 4500 euros brutos por
mês, mais uma equipa de apoio de até 12 pessoas, que inclui motorista e
secretário pessoal.
Os presidentes do
PSD, do CDS e da Iniciativa Liberal criticaram a nomeação, sugerindo mesmo que
se trataria de um pagamento de favores pelos comentários que o professor de
ciência política do ISCTE faz, há vários anos, em diversos órgãos de
comunicação social. O primeiro-ministro, António Costa, reagiu com indignação,
dirigindo-se sobretudo a Rui Rio: “É uma declaração tão insultuosa que, por uma
questão de respeito com o líder da oposição, me exige que a ignore.”
“O que estou a
fazer é perguntar publicamente para as razões objectivas para nomear durante
cinco anos e meio, com este pagamento e porquê este nome, que aparece como
comentador independente”, dissera Rio, contabilizando em cerca de 320 mil euros
a soma das remunerações do cargo durante o período de funções. A tarefa só
termina a 31 de Dezembro de 2026, de modo a “juntar no mesmo ciclo” as
celebrações do “arco democrático que se iniciou no 25 de Abril de 1974 e que,
ao longo do ano de 1976, passou pela aprovação da Constituição, pelas primeiras
eleições legislativas, presidenciais e regionais e que culminou com as
autárquicas no final desse mesmo ano”, como explica o texto da sua nomeação.
Surpreendido com
as críticas, o Presidente da República, que deu o aval à nomeação do Governo,
desdramatizou as críticas: “É um historiador, um politólogo, atento à realidade
contemporânea do país, consensual, muito consensual, embora predominantemente no
centro-esquerda do que à direita, mas muito consensual no quadro de uma data
como é o 25 de Abril”