French
mainstream parties split over response to Le Pen
On
the left and right of center, there’s no agreement on which way to
turn.
By PIERRE BRIANÇON
12/7/15, 4:21 PM CET Updated 12/7/15, 4:34 PM CET
PARIS — On Sunday
night, France’s two mainstream political parties seemed to have
different but clear tactical visions for how to counter a National
Front surge in the coming days before a second round of voting in
regional elections.
By Monday morning,
they were already bickering — with each other, as expected, but
also within their own ranks, which isn’t as usual. They were mostly
trying to blame each other for paving the way for National Front
presidents in two, three or maybe more of the French mainland’s 12
regions.
The Socialists at
first said they would pull their candidate lists wherever they came
in third, to prevent the far-right party from taking over the
presidency of some regional councils. The next day some candidates
said they would not abide by the decisions of their party, and would
stay in contention in the second round.
The conservative Les
Républicains party led by former president Nicolas Sarkozy, on the
other hand, initially said it would neither pull its lists, nor try
to engage in negotiations to merge them with the Socialists’ (as
would be possible under the electoral law).
But on Monday some
of the party’s bigwigs criticized Sarkozy’s position and called
for conservative candidates to reciprocate and pull out where needed
to beat the National Front.
“The Socialists
want to appear as the clean party next week once we can actually
assess the disaster,” a Les Républicains adviser said Monday.
“That could be a trap if we can’t quickly switch the discussion
back to their own responsibility for the situation.”
In the
Nord-Pas-de-Calais region, National Front leader Marine Le Pen came
in first with 40.6 percent of the vote, to Les Républicains’ 25
percent. There, as soon as the results came in Sunday night, and
without waiting for instructions from his party’s higher-ups,
Socialist candidate Pierre de Saintignon said that he would pull his
list, after attracting just 18.1 percent of the vote.
Even that, however,
may not prove enough to break Le Pen’s momentum. The mere addition
of the conservatives’ and Socialists’ tally, while arithmetically
above Le Pen’s, doesn’t take into account the way voters who
didn’t turn out for the first round will behave in the second.
In the Provence
region, where Le Pen’s niece Marion Maréchal-Le Pen also captured
40.6 percent of the vote, the disappointing performance of mainstream
right candidate Christian Estrosi (26.4 percent) may not be helped
much by the withdrawal of Socialist local leader Christophe Castaner,
considering the latter’s weak performance (16.6 percent) in the
first round.
But in the Alsace
region in the northeast of the country, the Socialist candidate
Jean-Pierre Masseret said he would maintain his list in spite of his
party’s decision. It would be “absurd” to pull out, he said as
quoted by radio Europe 1, because “the National Front becomes
stronger when we pull out.”
The ‘republican
barrier’
Socialist party
first secretary Jean-Christophe Cambadélis, who had announced Sunday
night the surprise decision of his party, immediately tried to quell
the dissent by insisting that Masseret should and would stand down.
The need to erect a
“republican barrier” to beat the National Front in the regions
where it “threatens” to take over was cited by Cambadélis as the
reason for the unusual decision to withdraw Socialist candidates.
The move would mean
that in regions in the north, south and east of the country, regional
councils will operate without any representative from the left in the
five years to come, Cambadélis said.
On the other end of
the political spectrum, Sarkozy said he would ask his Les
Républicains party to maintain conservative candidates in all
regions, whatever the first round results.
“We must respect
French voters in all regions, without exception, so they are offered
a clear choice,” he said.
But as soon as
Monday morning, Sarkozy’s clear line hit resistance from some of
the party’s elders.
“When you’re
third, you pull out,” said former prime minister Jean-Pierre
Raffarin, talking about the situation in southern region
Languedoc-Roussillon.
National Front
candidate Louis Alliot, who polled 32 percent in the first round in
the region, stands a reasonable chance to win there next Sunday if
conservative candidate Dominique Reynié stays in the race, as he
says he will, in spite of his lower-than-expected 18.8 percent
showing.
Should Reynié
withdraw, Socialist candidate Carole Delga, on the strength of her
first-round 24.4 percent, would have a strong chance of winning the
region’s presidency.
The
backing-and-forthing by the mainstream parties has produced some
interesting reactions from the National Front.
Florian Philippot,
the FN vice president and close Le Pen associate who stands a chance
of becoming president of the Alsace region, openly wished the
Socialists would stay in the race against him and criticized their
withdrawals in the North and Provence. He said it was important to
have “diversity of opinion” in local and regional councils.
Authors:
Pierre Briançon
Manuel
Valls apela à união contra a extrema-direita
CLARA BARATA
07/12/2015 - PÚBLICO
Para
tentar evitar vitórias do partido de Marine Le Pen, o PS francês dá
ordem aos seus candidatos para desistirem e recomendarem o voto
noutro partido. Mas essa estratégia está a ser muito criticada.
Desistir a favor de
um candidato de direita para impedir a vitória da Frente Nacional na
segunda volta das eleições regionais no próximo domingo? Essa é a
ordem da direcção do Partido Socialista francês, face aos
resultados da formação de Marine Le Pen na primeira volta. Mas
crescem as resistências a este sacrifício dentro do PS.
A Frente Nacional
foi a vencedora no domingo, com 28,42% a nível nacional – teve
mais de seis milhões de votos e ficou à frente em seis das 13
regiões metropolitanas francesas. Os Republicanos, de Nicolas
Sarkozy, que esperavam uma vitória, ficaram-se por 26,85%, e não
têm uma vida fácil para a segunda volta. Os socialistas tiveram
23,47%.
Marine Le Pen teve
40,64% na região Norte-Pas de Calais-Picardia, enquanto o segundo
classificado, Xavier Bertrand, ex-ministro de Sarkozy, teve apenas
24,96% - e não tem muito onde ir buscar novos votos na segunda
volta. Por isso, será precioso que pelo menos alguns dos eleitores
que deram 18,12% ao socialista Pierre de Saintignon votem nele.
Esse é o raciocínio
da “desistência republicana”, a que o primeiro-ministro Manuel
Valls apela sem cessar: para impedir a eleição de um candidato de
extrema-direita, quem fica em terceiro lugar desiste e dá indicação
de voto no rival. “Há duas concepções da República: a que exige
a união, e da extrema-direita, que divide os franceses, que quer
atirar uns contra os outros. No domingo será necessário escolher
entre estas duas visões”, afirmou Valls, na noite desta
terça-feira, na televisão.
Esta estratégia
funcionou em 2002, quando Jean-Marie Le Pen eliminou o socialista
Lionel Jospin na primeira volta das presidenciais. Houve um voto em
massa no candidato do centro-direita, Jacques Chirac, na segunda
volta.
Mas, em vez de ser
uma barragem estanque, esta estratégia tornou-se uma construção
cheia de furos, agora que um partido de extrema-direita está à
beira de dirigir duas grandes regiões num país como França: Marion
Maréchal Le Pen, a sobrinha de Marine, teve 40,5% na região
Provença-Alpes-Côte d'Azur (PACA), e Florian Philippot, o braço
direito de Marine Le Pen, ficou em primeiro em
Alsácia-Champagne-Ardenas-Lorena, com uma vantagem de dez pontos, e
tem boas hipóteses de ganhar na segunda volta.
Suicídio político
A decisão da
direcção do PS de retirar os seus candidatos para fazer uma frente
republicana está a gerar polémica. Afinal, retirar as suas listas
significa não ficar representado nos órgãos regionais. É fazer
suicídio político. E a indicação é para que aconteça nas três
regiões em que a FN está mais bem colocada: PACA,
Norte-Pas-de-Calais-Picardia e Asácia-Champagne-Ardenas-Lorena.
Mas o candidato
socialista de Alsácia-Champagne-Ardenas-Lorena, Jean-Pierre
Masseret, recusa retirar-se. “Esta estratégia de evitamento não é
uma ideia conseguida. Existe há muitos anos, mas a FN continua
sempre a subir. Em vez de nos retirarmos, o que é preciso é
confrontarmo-nos”, afirmou, em conferência de imprensa, disposto a
lutar contra Florian Philippot.
“O confronto é
que fará recuar esse partido. Serei acusado de todos os males da
terra mas sou fiel aos meus compromissos. Estaremos lá, determinados
a combater”, afirmou este político de 71 anos, admirador, diz o Le
Monde, de Vercingetorix – o guerreiro que uniu as tribos da Gália
numa revolta contra Júlio César.
Masseret, no
entanto, não é o único socialista a não gostar de desistir. “As
pessoas de esquerda não vão votar, vão ficar em casa”, comentou,
na France Info, Fadela Aoummeur, presidente da câmara adjunta em
Miramas, na região de PACA, justificando a tomada de posição do PS
de Nice, que se opôs à decisão do PS nacional no Twitter. “Para
eles, Marion Maréchal Le Pen ou Christian Estrosi [o candidato d’Os
Republicanos, que tem assumido posições muito de direita] é a
mesma coisa”.
No
Norte-Pas-de-Calais-Picardia, há quem diga não consiga aceitar a
escolha entre Marine Le Pen e Xavier Bertrand. “Não vejo como
escolher na segunda volta entre a peste e a cólera. Não é
possível”, dizia um eleitor de esquerda na rádio Europe 1. “Não
é nada certo que os eleitores sigam na segunda volta os conselhos de
voto dos estados-maiores, muito afastados do terreno local e
largamente descredibilizados. Os resultados podem por isso ser menos
automáticos do que as previsões, apesar do apelo a ‘fazer
barragem’ contra a FN”, escreveu no Le Monde Laurent Bouvet,
politólogo da Universidade de Versailles-Saint-Quentin-Yvelines.
Para o partido de
Sarkozy continua a vigorar o “nem-nem”, ou seja, não desiste
para apoiar um candidato socialista mais bem colocado nem autoriza
que se apoie um candidato da Frente Nacional. “Não somos donos das
vozes dos nossos eleitores”, afirmou Alain Juppé, noutras alturas
muito crítico de Sarkozy.
A liderança de
Sarkozy, no entanto, fica fragilizada. Não conseguiu travar o avanço
da FN, com o seu discurso marcadamente à direita, e em vez disso
permitiu que Marine Le Pen se posicione cada vez melhor para as
eleições presidenciais de 2017 – o objectivo primordial de ambos.
A verdade é que a
FN se tornou cada vez mais um partido normal. “A FN já não
assusta tanto as pessoas como em 2002, os eleitores socialistas
sentem-se mais relutantes a votar no partido de Sarkozy e as pessoas
estão mais dispostas a aceitar a ideia de regiões governadas pela
FN. Já não é algo tão repelente como Jean-Marie Le Pen tornar-se
Presidente”, afirmou à Reuters François Miquet-Marty, da empresa
Viavoice.
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