quinta-feira, 10 de julho de 2014

Analistas pedem ação rápida do BES ou do Banco de Portugal


Analistas pedem ação rápida do BES ou do Banco de Portugal
Está a confirmar-se o pior cenário possível, dizem analistas. A situação em redor do Banco Espírito Santo contagiou as ações e obrigações portuguesas e está a levar à queda das Bolsas europeias. Está a passar demasiado tempo sem nenhuma informação, dizem.
Elisabete Tavares |
15:09 Quinta feira, 10 de julho de 2014 / EXPRESSO online

A situação em redor do principal acionista do Banco Espírito Santo acabou por derrocar e está a confirmar-se o pior cenário possível, com o contágio das restantes empresas portuguesas e das obrigações portuguesas, segundo analistas.

A situação precisa de ser travada rapidamente para não piorar ainda mais, seja por uma clarificação por parte do BES ou pela actuação de entidades em Portugal, defendem os analistas.

O caso BES levou a uma onda de vendas (sell-off) nas bolsas europeias. O PSI-20 cai 3,8%, às 15H37, mas já esteve a perder mais de 4% hoje. Os juros das obrigações do tesouro portuguesas dispararam, com os investidores a fugir de ativos portugueses.

"Assistimos a níveis de semi-pânico devido à situação em redor do BES. Espera-se uma atuação firme e rápida ou do próprio banco ou de autoridades", disse João Lampreia, analista do Banco BIG. "A situação tem de ser clarificada".

Os juros da dívida soberana portuguesa dispararam no mercado secundário.

"É um lembrete feio de que a crise pode despontar outra vez nos mercados de dívida (pelo menos temporariamente), especialmente aos atuais níveis baixos de juros e de spreads e de que a ligação entre dívida soberana e a banca permanece intacta", disse ao Expresso David Schnautz, analista do Commerzbank em Nova Iorque.

"O recente 'sell-off' nas obrigações soberanas portuguesas deriva das notícias domésticas sobre o BES, pressão da venda de obrigações da Grécia, que têm como alvo uma base de investidores semelhante à que Portugal tem", disse.

Ainda assim, o Commerzbank continua  "estrategicamente positivo sobre as obrigações soberanas portuguesas mas em termos técnicos, nas próximas semanas de verão, um tom mais suave bem pode prevalecer".

"É preciso que haja visibilidade sobre a situação em redor do BES o mais rápido possível", disse Albino Oliveira, analista da Fincor.

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