Analistas pedem ação rápida do
BES ou do Banco de Portugal
Está a confirmar-se o pior cenário possível, dizem analistas. A situação em
redor do Banco Espírito Santo contagiou as ações e obrigações portuguesas e
está a levar à queda das Bolsas europeias. Está a passar demasiado tempo sem
nenhuma informação, dizem.
Elisabete Tavares
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15:09 Quinta
feira, 10 de julho de 2014 / EXPRESSO online
A situação em
redor do principal acionista do Banco Espírito Santo acabou por derrocar e está
a confirmar-se o pior cenário possível, com o contágio das restantes empresas
portuguesas e das obrigações portuguesas, segundo analistas.
A situação
precisa de ser travada rapidamente para não piorar ainda mais, seja por uma
clarificação por parte do BES ou pela actuação de entidades em Portugal,
defendem os analistas.
O caso BES levou
a uma onda de vendas (sell-off) nas bolsas europeias. O PSI-20 cai 3,8%, às
15H37, mas já esteve a perder mais de 4% hoje. Os juros das obrigações do
tesouro portuguesas dispararam, com os investidores a fugir de ativos
portugueses.
"Assistimos
a níveis de semi-pânico devido à situação em redor do BES. Espera-se uma
atuação firme e rápida ou do próprio banco ou de autoridades", disse João
Lampreia, analista do Banco BIG. "A situação tem de ser clarificada".
Os juros da
dívida soberana portuguesa dispararam no mercado secundário.
"É um
lembrete feio de que a crise pode despontar outra vez nos mercados de dívida
(pelo menos temporariamente), especialmente aos atuais níveis baixos de juros e
de spreads e de que a ligação entre dívida soberana e a banca permanece
intacta", disse ao Expresso David Schnautz, analista do Commerzbank em
Nova Iorque.
"O recente
'sell-off' nas obrigações soberanas portuguesas deriva das notícias domésticas
sobre o BES, pressão da venda de obrigações da Grécia, que têm como alvo uma
base de investidores semelhante à que Portugal tem", disse.
Ainda assim, o
Commerzbank continua
"estrategicamente positivo sobre as obrigações soberanas
portuguesas mas em termos técnicos, nas próximas semanas de verão, um tom mais
suave bem pode prevalecer".
"É preciso
que haja visibilidade sobre a situação em redor do BES o mais rápido
possível", disse Albino Oliveira, analista da Fincor.
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