O VOO DO CORVO .......
O Voo do Corvo pretende informar e contextualizar .
Assim acompanhará diáriamente diversos temas e acontecimentos, de forma variada e abrangente nas áreas da Opinião e Noticiário. Nacional e Internacional.
O critério Editorial é pluralista e multifacetado embora existam dois “partis/ pris”:
A Defesa do Património e do Ambiente.
António Sérgio Rosa de Carvalho.
Se perguntarem a qualquer português se ele acha que
precisamos de um Ministério Público mais autónomo ou de um Ministério Público
mais dependente do poder político, eu diria que não é preciso ser vidente para
adivinhar a resposta. É óbvio que as pessoas sentem que a Justiça deve aumentar
a sua independência face ao poder executivo, e não diminuí-la. É óbvio que
todos os portugueses conhecem os efeitos dramáticos de um Ministério Público
politicamente manietado, como aconteceu nos tempos de Fernando Pinto Monteiro.
É óbvio que o desprestígio actual da classe política e os problemas graves no
combate à corrupção desaconselham que a Assembleia da República reforce os seus
poderes de vigilância sobre os detentores do monopólio da acusação criminal em
Portugal – é, aliás, precisamente o contrário que deveria estar a acontecer.
Por tudo isto, devo dizer que poucas greves serão tão justas
e justificadas quanto a dos magistrados do Ministério Público, que decidiram
parar três dias pela defesa, valorização e independência das suas carreiras,
numa altura em que PS e PSD estão escandalosamente unidos no desejo de alterar
o Estatuto do Ministério Público e a composição do seu Conselho Superior
(CSMP). O CSMP tem actualmente 19 membros. Cinco são procuradores-gerais, cinco
são eleitos pelo Parlamento, dois nomeados pelo ministro da Justiça e sete
eleitos pelos procuradores. Ou seja, há 12 magistrados do MP para sete membros
de nomeação política. O PS quer reduzir o número de procuradores que podem ser eleitos
pelos seus pares. O PSD, nesta fase de absoluto desnorte, quer mesmo inverter a
maioria que existe no CSMP. Rui Rio propõe diminuir o CSMP de 19 para 17
membros, passar de cinco para sete os conselheiros nomeados pela Assembleia da
República e manter os dois que o ministro da Justiça já nomeia actualmente.
Assim, o CSMP passaria a ter uma maioria de nove membros nomeados pelo poder
político contra oito procuradores.
Mas há mais. Como Luís Rosa explicou no Observador, na
proposta do PS há ainda outras medidas polémicas, como a restrição da autonomia
financeira da PGR, colocando na dependência do governo autorizações para a
realização de perícias essenciais para a investigação de crimes complexos; ou a
necessidade de o Ministério Público justificar os pedidos de documentação a
entidades privadas, pondo em causa o secretismo de investigações sensíveis.
Este é daquele tipo de subtileza que costuma ser introduzido às escondidas no
escurinho dos gabinetes, mas que pode ter um impacto gigantesco no dia-a-dia
das investigações. E, em última análise, a pergunta que deve ser feita é: para
quê? Para que é que estas alterações servem? Qual é a lógica que preside a tudo
isto?
Eu digo-vos qual é a lógica: para PS e PSD, a independência
do poder judicial deve estar restrita aos juízes e aos tribunais. O Ministério
Público, no seu triste entendimento, deve ser apenas uma parte da administração
pública, sujeita a controlo governamental. E é para isso que o Bloco Central
está a trabalhar, à boleia de um PSD sem pingo de vergonha na cara, que tem
vindo a destruir o excelente legado nesta matéria de Passos Coelho e Paula
Teixeira da Cruz. A boa notícia é que as pessoas, desta vez, não estão a
dormir. Estas propostas não podem passar. Nem nesta legislatura, nem nunca.
Chega a ser chocante a quantidade de pessoas que em Portugal
se esforça por associar o combate à corrupção a uma qualquer forma de
populismo.
PS e PSD arriscavam transformar PGR na “Rainha de
Inglaterra”
A ex-procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal,
disse que as propostas chumbadas do PS e do PSD punham em causa a autonomia do
MP e transformariam a PGR na "Rainha de Inglaterra".
A ex-procuradora-geral da República (PGR) Joana Marques
Vidal reconheceu esta quarta-feira que, caso as propostas parlamentares de
alteração do Estatuto do Ministério Público fossem aprovadas, o PGR seria
transformado, finalmente, na “Rainha de Inglaterra”.
Recuperando, com ironia, uma imagem utilizada por Pinto
Monteiro (seu antecessor) para justificar a alegada falta de poderes do PGR,
Joana Marques Vidal precisou aos jornalistas no final da conferência Como
Combater a Corrupção sem Autonomia que essa comparação tinha a ver com as
alterações ao Estatuto do MP apresentadas pelos grupos parlamentares e não com
a proposta do Governo, com a qual em linhas gerais concorda.
Numa sessão realizada em Lisboa, em que criticou as
propostas avançadas pelo PSD e PS, Joana Marques Vidal adiantou que caso todas
as alterações fossem efetivamente levadas à letra da lei, estariam a retirar o
poder ao PGR de propor a nomeação dos cargos dirigentes dos departamentos de
investigação criminal, incluindo do Departamento Central de Investigação e Ação
Penal (DCIAP), que trata dos processos ligados à corrupção e restante
criminalidade económico-financeira mais grave e complexa.
A ex-PGR alertou que tais propostas levariam a uma
transferência de competências nessa matéria do PGR para o Conselho Superior do
Ministério Público (CSMP), “confundindo competências que tem que ser
necessariamente separadas”. Joana Marques Vidal falava pouco antes das propostas
de alteração à composição do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP)
feitas pelo PS e pelo PSD terem sido chumbadas em sede de comissão parlamentar,
sendo aprovada a proposta do Governo.
No entender de Joana Marques Vidal, o PGR tem de continuar a
ser o responsável pela direção da atividade funcional e hierárquica do
Ministério Público (MP) e o CSMP responsável pela avaliação de mérito, pelo
poder disciplinar e pela gestão de quadros (colocação de magistrados mediante
regras).
“Qualquer proposta que altere este equilíbrio de poderes e
confunda as competências de certa forma põe em causa um modelo que é um modelo
de equilíbrio de poderes”, declarou Joana Marques Vidal, notando que as
propostas parlamentares levariam a um “desequilíbrio”, afetando o funcionamento
interno do MP.
A ex-PGR acrescentou que “mais grave do que isso” seria o
facto de tais propostas parlamentares permitirem a “possibilidade de uma
eventual interferência do poder político naquilo que é a gestão processual e a
atividade do MP, pondo em causa a autonomia [do MP]”, e, dessa forma, também a
independência dos tribunais. Tudo somado, concluiu, poria em causa o “princípio
da separação de poderes num Estado de Direito Democrático”.
Joana Marques Vidal admitiu, em contrapartida, que a
proposta de aditamento que o PS apresentou na terça-feira terá resolvido na
generalidade a questão do paralelismo entre a magistratura judicial e do MP,
designadamente em matéria remuneratória, mas vincou que o paralelismo não se
resume às questões salariais, pois tem também a ver com autonomia e
independência.
A ex-PGR considerou que só a proposta do grupo parlamentar
PCP assegura a autonomia financeira do MP, indo mais longe do que a própria
proposta do Governo que prevê a autonomia financeira da Procuradoria-Geral da
República.
Um dia após a divulgação do relatório do GRECO (Grupo de
Estados contra a Corrupção) que coloca Portugal entre os países com menor taxa
de implementação de medidas anticorrupção, Joana Marques Vidal aproveitou para
lembrar que este órgão do Conselho da Europa recomenda há anos que seja
atribuída autonomia financeira ao MP, tarefa ainda por realizar no caso
português. “É preciso uma visão sistémica e integrada da autonomia do MP”,
defendeu, na conferência, a ex-PGR.
No encontro esta quarta-feira, com a presença de centenas de
magistrados do MP que estiveram em greve, intervieram ainda o diretor do DCIAP,
Albano Pinto, e os jornalistas Eduardo Dâmaso e João Miguel Tavares. Albano
Pinto, que iniciou funções há cinco meses no DCIAP, considerou que a proposta
parlamentar do PS coloca em causa a autonomia do DCIAP, retirando-lhe
capacidade operacional e controlo de meios humanos e técnicos.
“Se querem efetivamente combater a corrupção e o
branqueamento de capitais, seria útil e importante atribuir ao DCIAP essa
autonomia financeira”, enfatizou.
O diretor do DCIAP criticou também o artigo da proposta do
PS sobre “dever de colaboração” que impõe que o MP para aceder a documentação e
a informações de entidades públicas tenha que justificar o motivo, o que na
prática levaria a que se soubesse o que estava a ser investigado e contra quem.
“O MP não requisita documentos por requisitar, fá-lo em nome
da lei”, vincou num debate em que o jornalista Eduardo Dâmaso apontou a falta
gritante de meios humanos na Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da
Polícia Judiciária, uma polícia cuja colaboração é fundamental para o MP na
investigação da corrupção e da grande criminalidade económico-financeira.
"O que se passa com Merkel? Voltaram os tremores da
chanceler alemãSegunda vez que Merkel treme em poucos dias em eventos públicos
| Reuters
A chanceler alemã voltou a tremer durante uma cerimónia
oficial. As imagens desta quinta-feira mostram Angela Merkel com tremores
durante um encontro com o Presidente Frank-Walter Steinmeier. ( em baixo )Fonte oficial diz
que tudo está bem e que Merkel vai prosseguir com a apertada agenda que tem nos
próximos dias."
When Simon Leather was a student in the 1970s, he took a
summer job as a postman and delivered mail to the villages of Kirk Hammerton
and Green Hammerton in North Yorkshire. He recalls his early morning walks
through its lanes, past the porches of houses on his round. At virtually every
home, he saw the same picture: windows plastered with tiger moths that had been
attracted by lights the previous night and were still clinging to the glass.
“It was quite a sight,” says Leather, who is now a professor of entomology at
Harper Adams University in Shropshire.
But it is not a vision that he has experienced in recent
years. Those tiger moths have almost disappeared. “You hardly see any, although
there used to be thousands in summer and that was just a couple of villages.”
It is an intriguing story and it is likely to be repeated
over the next few weeks. The start of summer is the time of year when the
nation’s insects should make their presence known by coating countryside
windows with their fluttering presence, and splattering themselves on car
windscreens. But they are spectacularly failing to do so. Instead they are
making themselves newsworthy through their absence. Britain’s insects, it
seems, are disappearing.
This point was underlined last week when tweets from the
naturalist and TV presenter Chris Packham went viral after he commented on the
absence of insects during a weekend at his home in the New Forest. Packham said
he had not seen a single butterfly in his garden, and added that he sleeps with
his windows open but rarely finds craneflies or moths in his room in the
morning. By contrast, they were commonplace when he was a boy. “Our generation
is presiding over an ecological apocalypse and we’ve somehow or other
normalised it,” he later said.
Certainly, the statistics are grim. Native ladybird
populations are crashing; three quarters of butterfly species – such as the
painted lady and the Glanville fritillary – have dropped significantly in
numbers; while bees, of which there are more than 250 species in the UK, are
also suffering major plunges in populations, with great yellow bumblebees,
solitary potter flower bees and other species declining steeply in recent
years. Other threatened insects include the New Forest cicada, the tansy beetle
and the oil beetle.
As for moths, some of the most beautiful visitors to our
homes and gardens, the picture is particularly alarming. Apart from the tiger
moth, which was once widespread in the UK, the V-moth (Marcaria wauaria)
recorded a 99% fall in numbers between 1968 and 2007 and is now threatened with
extinction, a fate that has already befallen the orange upperwing, the bordered
gothic and the Brighton wainscot in recent years.
An insect Armageddon is under way, say many entomologists,
the result of a multiple whammy of environmental impacts: pollution, habitat
changes, overuse of pesticides, and global warming. And it is a decline that
could have crucial consequences. Our creepy crawlies may have unsettling looks
but they lie at the foot of a wildlife food chain that makes them vitally
important to the makeup and nature of the countryside. They are “the little
things that run the world” according to the distinguished Harvard biologist
Edward O Wilson, who once observed: “If all humankind were to disappear, the
world would regenerate back to the rich state of equilibrium that existed
10,000 years ago. If insects were to vanish, the environment would collapse
into chaos.”
The best illustration of the ecological importance of
insects is provided by our birdlife. Without insects, hundred of species face
starvation and some ornithologists believe this lack of food is already causing
serious declines in bird numbers, a point stressed by the naturalist and
wildlife author Michael McCarthy. “Britain’s farmland birds have more than
halved in number since 1970,” he points out. “Some declines have been
catastrophic: the spotted flycatcher, a specialist predator of aerial insects,
has both declined by more than 95%, while the red-backed shrike, which feeds on
big beetles, became extinct in Britain in the 1990s.”
Further confirmation of the link between insect and bird
numbers was provided last week with the publication of a study by Aberdeen University
researchers which showed that the plunge in numbers of cuckoos in some areas of
England was closely linked to declines in tiger moth caterpillars on which
cuckoos feed.
“There is now a lot of correlational evidence to show that
when certain insects do badly, very often the birds that feed on them get into
trouble as well,” said David Gibbon, of the RSPB.
However, insects also play invaluable roles in other parts
of the environment – for example as pollinators of our orchards and fruit
fields. And again, scientists are worried. “People think that it is just bees
that pollinate orchards, but there are huge numbers of flies that also
pollinate – and they are all also threatened,” said Leather.
In addition, flies, beetles and wasps are predators and
decomposers who control pests and who generally clean up the countryside. “Just
think of the work of the dung beetle,” added Leather. “If they go, the land
would be covered with the excrement of cows, sheep and other animals.
But perhaps the most alarming indication of the ecological
apocalypse we face was provided a few months ago by researchers who published a
startling paper in the journal Plos One. Their work was based on the efforts of
dozens of amateur entomologists in Germany who began employing strictly
standardised ways of collecting insects in 1989. They used special tents called
malaise traps to capture thousands of samples of insects in flight over dozens
of different nature reserves.
Then the weight of the insects caught in each sample was
measured and analysed – revealing a remarkable pattern. The annual average
weight of insects found in the traps fell by 76% over the 27-year period of
their research. Most alarming, however, was the discovery that the decrease was
even higher – 82% – in summer, a time when insect numbers should reach their
peak.
Such figures give strong numerical support to the veracity
of anecdotes about splattered car windscreens and moth-plastered patio windows
becoming a thing of the past. Equally stark is the fact that although
meteorological patterns fluctuated to some degree during the years of the
study, it was clear that weather was not the cause of the declines.
But perhaps the most alarming aspect of the research was the
realisation that these grim drops in insect numbers were occurring in nature
reserves – in other words, in areas where the landscape was highly protected
and should be the most friendly of habitats for insects. Conditions elsewhere
were likely to be a lot worse, the scientists warned.
“Insects make up about two-thirds of all life on Earth [but]
there has been some kind of horrific decline,” Professor Dave Goulson of Sussex
University, said at the time. “We appear to be making vast tracts of land
inhospitable to most forms of life, and are currently on course for ecological
armageddon. If we lose the insects, then everything is going to collapse.”
The fact that insect biomass has been declining at a steady
rate for almost three decades strongly suggests some profound influences must
be at work. Most entomologists believe habitat change lies at the heart of the
problem. “There have been massive alterations to the way we use the land and it
is hard not to believe these are closely involved in what we are seeing,” said
Leather.
As he points out, intensively farmed wheat and cornfields
support virtually no insect life, and this means that as intensive agriculture
spreads there are fewer and fewer islands of natural habitat left to support
them.
And then there is the issue of urban spread. Housing schemes
continue to encroach on our woods and heaths so that streets and buildings
generate light pollution that leads nocturnal insects astray and interrupts
their mating. “That is the reason we see most changes to insect life in
south-east England, for that is where we see the greatest spread of cities and
towns,” said Leather.
In addition to habitat changes, there are the dangers posed
by pesticides, in particular neonicotinoid pesticides, which have already been
blamed for recent crashes in bee populations. These chemicals are water soluble
and so leach out of fields after they are applied to crops.
According to research quoted in the journal Science last
year, these pesticides have since been found in high concentrations in nectar
and pollen in wildflowers near treated fields. Though still not at levels
sufficiently high to kill insects directly, they do affect their abilities to
navigate and communicate.
In the face of this mixture of ecological woes, it is
perhaps not surprising that insects in Britain are faring so badly. Whether or
not they face an ecological apocalypse is a different matter, for not every
expert shares a sense of doom. Professor Helen Roy of the Centre for Ecology
and Hydrology, for example, sees cause for hope. She told the Observer that
there were too many success stories – tales of insects that were recovering in
numbers and thriving – to feel a sense of despair. “Obviously, many species are
suffering, but I am an optimist and I just don’t think it is right to call this
an apocalypse,” she said.
Roy pointed to explosions in the number of ladybirds and
painted lady butterflies that have occurred in the past as evidence. “There are
huge variations in numbers of a particular insect species in a year and huge
variation in the places you see them.” She also pointed to one study of
pollinators that showed while 32% became less widespread between 1980 and 2014,
16% became more widespread. “It is not all doom and gloom,” Roy added.
This view was supported by David Gibbons of the RSPB who
agreed that not every investigation about insect numbers revealed a tale of
irrevocable decline – though he added that he still believed the overall
picture was worrying. “It is hard not to see a link between some of the bird
number declines and drops in insect populations we are experiencing. There are
very close correlations in many cases. But proving there is a causative link –
in establishing the one effect is leading to the other – is much more
difficult.”
We appear to be
making tracts of land inhospitable to most forms of life. If we lose insects,
it all collapses
An illustration of the problem is provided by one of the few
cases where a causative link between insect loss and bird-number declines has
been established: the grey partridge, Gibbons said. “During the 70s and 80s,
pesticides were killing off plants on which sawflies and other insects fed.
Grey partridge chicks feed on these insects and so this process led to a
decline in their numbers – and that has since become dramatic.” In fact, the
grey partridge’s drop in numbers has brought its population to less than 5% of
its figure last century.
The crucial point is that researchers were able to show that
these twin declines were connnected by manipulating herbicide levels in places
where chicks were being reared. When herbicide levels went up, insect levels
went down and so did bird numbers. “That manipulation provided the causative
link,” said Gibbons. “It was possible to change insect numbers and so see the
impact. However, such research is difficult to carry out and is very rare.”
And of course, threats to our birdlife are only one aspect
of the dangers posed by losses of insects in the UK. As entomologists point
out, they also keep our soil fertile, degrade waste, pollinate our orchards and
control pests such as the aphid.
“We cannot afford to lose them and that’s what makes this
issue so urgent and so important,” Leather concluded. “That’s worth keeping in
mind as the summer evenings begin – and we see hardly any insects.”
Ladybirds
Many of Britain’s native species of ladybirds are suffering
serious declines in numbers, thanks to the arrival of the harlequin ladybird.
It has been declared the UK’s fastest invading species, after reaching almost
every corner of the country in just a decade. It preys on native ladybirds and
is believed to have caused the decline of at least seven species, including the
popular two-spot ladybird, which – when last assessed in 2012 – had slumped by
44% in numbers.
Moths
More than 2,500 moth species have been recorded in Great
Britain, of which around 900 are called larger moths. In the report The State
of Britain’s Larger Moths 2013, it was revealed that larger moths had declined
by 28% between 1968 and 2007. This was most noticeable in southern Britain
where there was a 40% decline. By contrast, numbers showed no significant
change in northern Britain, where disappearing species are balanced by moths
spreading north because of climate change.
Bees
Seventy of the 100 crop species that provide 90% of food
worldwide are pollinated by bees. In the UK, there are more than 250 species of
bee: 25 species of bumble bee, 224 species of solitary bee and one honey bee
species. According to a government report in 2014, figures there has been an
overall decline in wild and honey bees over the past 50 years. The figures also
revealed evidence that there has been parallel declines in the plants that rely
on them for pollination.
Butterflies
The State of the UK’s Butterflies report – produced in 2015
by Butterfly Conservation – provided further evidence of “the serious,
long-term and ongoing decline of UK butterflies”. Overall, 76% of the UK’s
resident and regular migrant butterfly species had declined in either abundance
or occurrence (or both) over the past four decades, it was found. “This is of
great concern not just for butterflies but for other wildlife species and the
overall state of the environment,” the report noted.
Beetles
These insects eat large volumes of slugs and aphids and
large numbers of weed seeds, thus helping to stop fields being overrun by
unwanted plants and pests. However, a study, published in the Journal of
Applied Ecology in 2012 - which looked at 68 beetle species at 11 locations
around the British Isles over 15 years - found that three-quarters of those
examined had declined in number over the periodOf these, half had fallen at
rate equivalent to 30% per decade.
Deputados põem novamente em causa o Urbanismo lisboeta
Vice-presidente da câmara voltou a garantir que não será
aprovado nenhum projecto que roube vistas à Senhora do Monte. A oposição diz
que as situações de violação do PDM se têm repetido.
Os deputados da Assembleia Municipal de Lisboa voltaram esta
terça-feira a pôr em xeque o modo como funcionam os serviços de Urbanismo da
autarquia, criticando-os por terem entreaberto a porta a que fosse construído
um prédio junto ao Miradouro de Nossa Senhora do Monte que lhe rouba parte das
vistas.
Os serviços aprovaram há dois anos um pedido de informação
prévia (PIP) sobre a construção de um edifício na Calçada do Monte, na parte
esquerda do miradouro. Uns meses mais tarde, um grupo de moradores e
comerciantes da Graça, apercebendo-se da existência do PIP, organizou uma
petição pública contra o projecto, argumentado que ele viola vários artigos do
Plano Director Municipal (PDM) e ainda a Zona Especial de Protecção (ZEP) da
capela ali existente.
A petição reuniu mais de quatro mil assinaturas e chegou em
Setembro à assembleia lisboeta. Esta terça foi finalmente discutida em
plenário. “O miradouro tem uma frente de 93 metros, estamos a falar de uma
amputação de 30 metros, cerca de um terço”, alertou José Manuel Coelho, um dos
peticionários. O munícipe criticou a câmara por ter aprovado um PIP para um
local que está abrangido pelo sistema de vistas do PDM e que, nesse mesmo
documento, é também considerado um “logradouro verde permeável a preservar”.
Em Abril, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, disse que
o PIP original tinha já caducado e que tinha entrado um novo projecto na
câmara, ainda em apreciação. Segundo foi então revelado pelo PÚBLICO, essa nova
proposta visava resolver o problema do sistema de vistas, colocando o edifício
na diagonal do miradouro.
Este processo mais recente ainda não chegou aos deputados
municipais, que aproveitaram a sessão desta terça para se manifestar contra as
opções da autarquia. “Aquela zona não pode ter qualquer tipo de edificação”,
defendeu Diogo Moura, do CDS, que prometeu acompanhar “de muito perto este
assunto”.
“Mais uma vez têm de ser aqueles a quem nós devíamos servir
a vir gritar pelo cumprimento das regras”, criticou Luís Newton, do PSD. “Se
não formos nós os primeiros a defender os mesmíssimos regulamentos que aqui
aprovamos, então pouco ou nenhum serviço público acabamos por fazer”, disse.
“A quem serviria este projecto e que vantagens poderia
trazer para a cidade?”, questionou Cláudia Madeira, de Os Verdes. “A câmara
deve rejeitar todo e qualquer projecto que tenha impactos negativos no sistema
de vistas, assim como qualquer projecto que prejudique o miradouro e o seu
usufruto, que prejudique a cidade e os cidadãos e não seja uma mais-valia para
os interesses das populações”, advogou.
Pelo PPM, Aline de Beuvink disse que “esta seria a altura
ideal para fazer uma intervenção no miradouro para dignificar e valorizar todo
o conjunto e não para ceder a interesses escusos de algumas imobiliárias”. A
deputada afirmou ainda que “em nenhum local civilizado do mundo as autoridades
municipais permitiriam um atentado como este à malha urbana”.
Já Isabel Pires, do BE, declarou que “é absolutamente óbvio
para qualquer pessoa que ali não pode haver nenhuma construção daquele género”,
enquanto Miguel Santos, do PAN, questionou: “Porque é que os PIP são
sistematicamente aprovados e depois têm de vir os peticionários levantar estas
questões?”
Miguel Texeira, do PS, rejeitou as críticas: “A iniciativa
de criar uma cidade 3D [anunciada por Salgado em Abril] é reveladora do cuidado
e zelo político expostos por este executivo, que uma vez mais procura que a
cidade mantenha o seu dinamismo, embora enquadrado num eixo regulador que
defenda os interesses de todos.”
A defesa da câmara coube a João Paulo Saraiva, o
vice-presidente, que recordou o compromisso assumido por Fernando Medina em
Setembro do ano passado: “Não será construído naquele local nada, nenhum
edifício, que condicione o sistema de vistas daquele miradouro. Ponto final,
parágrafo.”
Sobre as restantes ilegalidades apontadas ao projecto, nada
disse.
Na verdade, com ilegalidades se cumpre a lei. E legalmente
se fazem verdadeiros golpes financeiros. Por isso, a política tem tanta
importância para o poder económico.
É possível que as comissões de inquérito parlamentar e os
grandes processos judiciais relativos a casos políticos e financeiros não dêem
qualquer resultado prático, nem sequer permitam o apuramento de
responsabilidades. Os assaltos, os roubos qualificados, a destruição de
empresas, os empréstimos públicos pecaminosos e vários tipos de corrupção
ficarão, provavelmente, impunes. Grande parte deles, pelo menos. Os casos de
que hoje se fala, a utilização de dinheiro para obter poder e o exercício de
poder político para conquistar propriedade e fortuna, serão capítulo importante
na história do país. Dentro de algumas décadas, os estudiosos, os escritores e
os cineastas terão ao seu alcance centenas de milhares de páginas de relatórios
e de processos que apenas servirão para isso: fazer história. Já não é nada
mau. Os procedimentos judiciais e o voto das comissões de inquérito pouco ou
nada servem para apurar a verdade, mas serão de enorme utilidade para fazer
história.
Na verdade, aquilo a que estamos ainda a assistir, já na
fase de rescaldo, é um dos maiores episódios de luta pelo poder, de partilha
dos dinheiros públicos e de concorrência entre famílias e partidos de que há
memória. Ficará na história como mais uma reviravolta na balança de poder. Nos
últimos cinquenta anos, é certamente a terceira vez que tal acontece. Primeiro,
com a Revolução de Abril, destruiu-se o capitalismo português, liquidaram-se
alguns grupos económicos e alterou-se a relação de forças entre capital e
trabalho. Já nessa altura se deu um sinal de que o capitalismo estrangeiro,
apesar de ter ficado sob observação, não seria ameaçado. Poucos anos depois, a
vaga democrática restaurou algum capitalismo, desta vez mais dependente do
exterior. A Comunidade Económica Europeia, futura União, ajudou. Os processos
de revisão da Constituição e das reprivatizações serviram para dar alguma
esperança à iniciativa privada, tendo-se construído ou reconstruído grupos
económicos e financeiros, cada vez mais dependentes, mas com algumas raízes em
Portugal. A crise internacional de 2008, a bancarrota de 2009 e a segunda vaga
de privatizações, acompanhadas da meia década de austeridade e de assistência
internacional, liquidaram de uma vez para sempre os grupos nacionais ou
parcialmente nacionais, destruíram algumas empresas portuguesas ou com bases
importantes em Portugal e entregaram a multinacionais próximas (europeias) ou
remotas (chinesas e angolanas) o essencial da economia e praticamente todo o
sistema financeiro.
O que se tem passado com o BES, o BPN, a CGD e o BCP deve
compreender-se nesta visão mais alargada, mas os que, no sector privado ou na
política, agiram com cupidez, dolo e malícia, só serão totalmente identificados
dentro de muitos anos. Do mesmo modo, a acção de alguns governantes socialistas
e social-democratas ficará um tempo longo à espera de verdadeira
responsabilização. Só então os comportamentos criminosos serão devidamente
apontados. Tarde de mais para reparação e castigo, mas sempre oportuno para o
conhecimento histórico. De qualquer maneira, é bom notar que não se tratou
exclusivamente de corrupção e crime. Muito do que aconteceu, com grandes
empresas e vários serviços públicos, assim como parcerias, concursos e regimes
fiscais, foi produzido e protegido por meios legais, embora constituísse
veículo essencial para a transferência de propriedade, de poder e de dinheiro.
Os telefones, a electricidade, o gás, os cimentos, os petróleos e os correios
fazem parte deste vasto sector de interesses e de luta das classes, onde a
corrupção e o crime são relativamente menores quando comparados com o uso da
lei. Na verdade, com ilegalidades se cumpre a lei. E legalmente se fazem
verdadeiros golpes financeiros. Por isso, a política tem tanta importância para
o poder económico. Há uma espécie de offshore moral e legal: na política, a
noção de responsabilidade é outra.
Não se pense que uns partidos só se interessam pelo
dinheiro, enquanto outros só pela política. De todo! A verdade é que os
partidos têm interesse no poder político e no dinheiro, só que por ordem
diferente. Uns querem apoderar-se da fortuna e da propriedade para consolidar o
seu poder político. Outros querem este último para ganhar dinheiro e aumentar a
propriedade. Parece simples e rude, mas a verdade é que a luta política é
muitas vezes simples e rude.
O assalto fenomenal ao poder e ao dinheiro revela bem estes
interesses e este jogo político. O processo actual, diante dos nossos olhos, é
o terceiro ou quarto desde o 25 de Abril de 1974. A Revolução e a
reprivatização das empresas e dos grupos redundaram em monumental banquete de
que se aproveitaram, simultânea ou sucessivamente, direita ou esquerda.
Incluindo vários ministros, primeiros-ministros, secretários de Estado,
deputados, altos funcionários, secretários-gerais de partidos, banqueiros,
gestores e empresários.
É aliás possível encontrar tendências dominantes de
comportamento nos principais partidos políticos e nos seus simpatizantes. O PCP
detesta o dinheiro e quem o tem. O Bloco abomina o dinheiro dos outros. O PS
aprecia o dinheiro, desde que também tenha. O PSD gosta do seu dinheiro. E o
CDS deseja dinheiro, mas não diz.
Assim, os revolucionários e os comunistas querem acabar com
os ricos e os proprietários. Querem substituir-se a eles, preferem que seja o
Estado o titular dos bens e dos rendimentos, mas que o Estado seja deles. Os
reformistas não querem acabar com os ricos, nem com os proprietários, mas
querem submetê-los ao poder político e também beneficiar. Uns directamente,
tornando-se proprietários, nem que seja ilegalmente. Outros indirectamente,
transformando-se em gestores públicos e políticos, se possível legalmente. Os
conservadores, nomeadamente os de direita, são mais simples e directos: não
querem alterar nada de essencial, querem fazer parte da mesa de quem tem
propriedade e fazenda.
Admite-se que os partidos, todos os partidos, tenham também
uma visão própria do que se chama o “bem comum” ou o “interesse nacional”. Com
certeza. Não se pode ser totalmente cínico a ponto de negar seriedade e virtude
aos outros. Mas convém ser realista a fim de perceber tudo quanto está em
causa. Pena é que, para apuramento de responsabilidades, os magistrados e os
deputados não ajudem. Por isso, confiamos nos historiadores. Será tarde, mas alguma
coisa se aprenderá.
The world is increasingly at risk of “climate apartheid”,
where the rich pay to escape heat and hunger caused by the escalating climate
crisis while the rest of the world suffers, a report from a UN human rights
expert has said.
Philip Alston, UN special rapporteur on extreme poverty and
human rights, said the impacts of global heating are likely to undermine not
only basic rights to life, water, food, and housing for hundreds of millions of
people, but also democracy and the rule of law.
Alston is critical of the “patently inadequate” steps taken
by the UN itself, countries, NGOs and businesses, saying they are “entirely
disproportionate to the urgency and magnitude of the threat”. His report to the
UN human rights council (HRC) concludes: “Human rights might not survive the
coming upheaval.”
The report also condemns Donald Trump for “actively
silencing” climate science, and criticises the Brazilian president, Jair
Bolsonaro, for promising to open up the Amazon rainforest to mining. But Alston
said there were also some positive developments, including legal cases against
states and fossil fuel companies, the activism of Greta Thunberg and the
worldwide school strikes, and Extinction Rebellion.
In May, Alston’s report on poverty in the UK compared
Conservative party welfare policies to the creation of 19th-century workhouses.
Ministers said his report gave a completely inaccurate picture, but Alston
accused them of “total denial of a set of uncontested facts”.
Alston’s report on climate change and poverty will be
formally presented to the HRC in Geneva on Friday. It said the greatest impact
of the climate crisis would be on those living in poverty, with many losing
access to adequate food and water.
“Climate change threatens to undo the last 50 years of
progress in development, global health, and poverty reduction,” Alston said.
Developing countries will bear an estimated 75% of the costs of the climate
crisis, the report said, despite the poorest half of the world’s population
causing just 10% of carbon dioxide emissions.
“Yet democracy and the rule of law, as well as a wide range
of civil and political rights are every bit at risk,” Alston’s report said.
“The risk of community discontent, of growing inequality, and of even greater
levels of deprivation among some groups, will likely stimulate nationalist,
xenophobic, racist and other responses. Maintaining a balanced approach to
civil and political rights will be extremely complex.”
The impacts of the climate crisis could increase divisions,
Alston said. “We risk a ‘climate apartheid’ scenario where the wealthy pay to
escape overheating, hunger, and conflict while the rest of the world is left to
suffer,” he said.
“When Hurricane Sandy wreaked havoc on New York in 2012,
stranding low-income and vulnerable New Yorkers without access to power and
healthcare, the Goldman Sachs headquarters was protected by tens of thousands
of its own sandbags and power from its generator.”
Alston strongly criticises all those working to uphold human
rights, including his own previous work, for not making the climate crisis a
central issue. He said the most recent HRC resolution on the climate crisis did
not recognise “that the enjoyment of all human rights by vast numbers of people
is gravely threatened” or “the need for the deep social and economic
transformation, which almost all observers agree is urgent if climate
catastrophe is to be averted”.
Airbnb: a história de uma boa ideia caseira que num instante
mudou Lisboa
Um livro quer traçar o retrato de uma década de Airbnb em
Lisboa, à boleia das profundas transformações que a capital atravessa. Em dez
anos, esta plataforma passou da promoção de uma forma de economia colaborativa
para um negócio que se “profissionalizou”. E isso é parte do problema. Lisboa e
a Airbnb é apresentado esta terça-feira.
Um café numa esplanada no Largo de São Paulo, junto ao Cais
do Sodré, deixará de o ser porque o senhorio não quer renovar o contrato de
arrendamento à proprietária, nem sequer discutir o aumento da renda, que é já
de mil euros por mês. Logo adiante, uma senhora num bar falou-lhes do fim do
carácter do bairro, onde “já quase não mora ninguém”, tudo vendido para
alojamento local, com pouco mais que bares, cafés, restaurantes e lojas de
souvenirs no rés-do-chão. Não foi preciso uma grande volta pela cidade para um
grupo de investigadores do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento de
Território, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, juntamente com Ana
Gago, do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, da Universidade de
Lisboa, terem registado marcas de profunda transformação na vida da capital e
das suas gentes. Lisboa e a Airbnb (Book Cover), da autoria de José A. Rio
Fernandes, Luís Carvalho, Pedro Chamusca, Ana Gago e Thiago Mendes, é
apresentado esta terça-feira, às 18h30, na Fnac do Chiado.
À boleia de uma das principais plataformas de alojamento
local (AL), a Airbnb, apresentam agora um “atlas” sobre a capital — à
semelhança do que já tinham feito com o Porto —, composto por um conjunto de
mapas e textos que retratam a sua entrada e evolução na área metropolitana
durante a última década. Foi em 2009 que apareceram pela primeira vez prédios
registados na plataforma – um em Santa Maria de Belém, um nas Mercês (hoje
freguesia da Misericórdia) e outro em Alvalade. No ano seguinte, além de
aumentarem os números de registos na cidade, este tipo de alojamentos
estende-se para fora de Lisboa, aos concelhos vizinhos da Amadora, Cascais,
Mafra, Odivelas, Oeiras, Sesimbra ou Sintra. Logo aqui, escrevem os autores, as
“ruas perpendiculares da Baixa Pombalina apresentam os primeiros sinais de
densificação, nomeadamente nos bairros de Alfama e Bairro Alto. [Nesta altura],
um terço de toda a oferta da AML [Área Metropolitana de Lisboa] é composta por
quartos privados ou compartilhados, em linha com a ideia da economia de
partilha que lança a plataforma.”
Se em 2011, havia um total de 523 propriedades registadas
nos 18 concelhos da AML, quatro anos depois, em 2015, esse número tinha já
aumentado para 15.577 — 10.614 unidades listadas só no concelho de Lisboa. Ao
mesmo tempo, os dados apresentam “sinais de apego” por zonas mais litorais como
o centro histórico de Cascais, Estoril, Oeiras, o litoral de Sintra, Mafra,
Almada e Sesimbra, mas também a vila de Sintra.
Olhando para os dados de Outubro de 2018 (até ao dia 23,
data definida pelo estudo), são já 48.785 unidades listadas na plataforma,
sendo que 31.866 se localizam na capital. O número de hóspedes na cidade,
escrevem os autores, aumentou 27% desde 2014 e, em 2018, o aeroporto registou
um número recorde de chegadas — “14,5 milhões de pessoas, o que equivale a mais
de 26 vezes o número de habitantes na cidade”.
“Se em 23 de Outubro de 2018 todos os estabelecimentos
estivessem ocupados, na sua capacidade máxima, teríamos mais visitantes do que
residentes a dormir nas freguesias de Madalena, São Nicolau, Santa Justa,
Encarnação, Santo Estêvão, São Paulo, Sacramento, Sé, Santiago, Mártires,
Castelo, São Cristóvão e São Lourenço, Santa Catarina, São José, São Miguel e
Coração de Jesus” – freguesias antigas que pertencem ao centro histórico. Isto
sem contar com os hotéis, cujos estabelecimentos mais que duplicaram na última
década, passando de 105, em 2008, para 218 em 2018.
A cidade tem-se posicionado como um dos melhores destinos
europeus — os prémios que tem somado também ajudam à reputação. O centro da
cidade, sobretudo, transformou-se em local de passagem, mais do que de paragem,
de visitantes que chegam e partem. Como fica quem quer ficar, quem quer ter a
sua casa no centro de Lisboa?
Rio Fernandes, que é também presidente da Associação
Portuguesa de Geógrafos, diz que esta questão dos benefícios e prejuízos do AL
“não é uma questão preta e branco”. É antes “um certo nível de cinzento” que é
“interessante” até ao ponto em que começa a esbarrar “com outros valores de uma
cidade, que não são apenas económicos. Até ao ponto que coloca em causa valores
culturais, de bem-estar dos residentes”. A Rio Fernandes parece-lhe que
“claramente Lisboa já atingiu” o limite suportável em termos de pressão do AL e
que “faz todo o sentido haver uma acção política em torno da cidade que se
pretende — que não é apenas uma cidade para turistas”.
Em Lisboa, enquanto o regulamento municipal do Alojamento
Local não entra em vigor — está até 2 de Julho em consulta pública —, a
autarquia já suspendeu a emissão de registos nos bairros de Alfama, Mouraria,
Castelo, Madragoa e Bairro Alto.
Olhando para os números de Lisboa, se se comparar o número
de propriedades registadas na Airbnb com os seus habitantes, este “é muito
superior a outras cidades europeias”, alertam os investigadores. “Estamos a
falar de mais de 62 propriedades Airbnb por cada 1000 habitantes, em Lisboa. No
Porto é de 61,7”, aponta Luís Carvalho. Para os investigadores, já se atingiram
“claramente” os rácios que justificam uma intervenção da autarquia portuense.
A primeira legislação sobre o alojamento local entrou em
vigor em Outubro e, no mês seguinte, a câmara de Lisboa travou os novos
registos nestas zonas da cidade, mais pressionadas por este tipo de
alojamentos. Tardou em sair uma legislação que desse poder às autarquias para
intervir nestes negócios? Luís Carvalho, economista, avança com cautela: “Não
sei se tardou porque o AL, nomeadamente o que vemos com o Airbnb, teve um
crescimento muito rápido. Estamos a falar de uma realidade que aparece há dez
anos”. Mas foi sobretudo a partir de 2013, sublinha o economista, que começou a
“gerar problemas no território”.
Também na Europa se tenta lidar com o crescimento
exponencial do AL. “Em Amesterdão, li há dias que estão a pensar não expandir o
aeroporto. Do ponto de vista económico, é complicado, diria. É um pouco apostar
no empobrecimento. É uma medida extrema”, diz Rio Fernandes. Veneza está a
limitar as entradas e Barcelona está a proibir novos AL. “Claramente as cidades
estão a despertar para o problema do AL”, nota o geógrafo.
Ainda assim, observa,
existe uma “memória recente” da decadência dos edifícios nos centros históricos
de ambas as cidades, muito por causa do congelamento das rendas praticado
durante décadas, que ninguém quer que volte. E isso faz com que hoje a
reabilitação destes edifícios - “feita nem sempre da forma mais interessante”,
ressalva, e à boleia de oportunidades de negócio no AL – seja vista como
benéfica. “É por isso difícil algumas autarquias tomarem medidas de restrição.
Mas penso que são fundamentais”, sublinha. Só que além da suspensão, “seguramente”
serão necessárias outras medidas, sobretudo no que respeita à fiscalização,
onde o geógrafo reconhece haverem “grandes dificuldades”.
A profissionalização dos anfitriões
A ideia dos dois jovens designers americanos que, em 2007,
decidiram receber hóspedes na sua casa em colchões de ar (airbed) e com
pequeno-almoço (breakfast) incluído para ganhar um dinheiro extra, está longe
da realidade em que se transformou a Airbnb, inicialmente vista como uma
plataforma de partilha, em que se arrenda um quarto que não está a ser
utilizado durante uns meses. Fizeram-se grandes empresas, grandes empresários.
“Actualmente é um grande negócio”, diz Luís Carvalho, salientando um dado
curioso que encontraram durante o estudo: os 20 proprietários com um maior
número de propriedades exploram quase 3000 propriedades (6% do total) e são
responsáveis por mais de 8% do rendimento total gerado na AML (mais de 24,4
milhões de euros anuais). “Se formos fazer um cálculo económico, por um lado,
isto é bom. A curto prazo gera muita receita, muito imposto, muita economia
informal”. “O rendimento que a Airbnb gerou, num ano, em Lisboa, é o triplo do
que gerou no Porto. Estávamos a falar de cerca de 77,5 milhões. No caso de
Lisboa chega quase aos 220 milhões num ano.”
Para Pedro Chamusca, a juntar-se a esta estratégia de
contenção do AL, há que definir uma “política sobre a habitação. “Muita desta
problemática coloca-se dentro daquilo que é habitação disponível para
arrendamento temporário e de longa duração. O sucesso de qualquer política vai
depender do que for a capacidade de intervenção, não sei se nacional ou
municipal, neste sector da habitação. E o de criar alguma medida que obrigue a
que uma determinada percentagem das habitações que estão no mercado de
arrendamento seja destinado a um aluguer de longa duração”.
Lisboa e a Airbnb não é um livro neutro, mas pretende ser
isento, defendem os seus autores. “É um livro que quer levar a reflectir e não
propriamente a tomar uma posição”, diz Rio Fernandes. Por isso, além da análise
destes investigadores conta com contributos de outros especialistas e de
políticos de diferentes partidos que ajudam a compreender o retrato da
transformação de uma cidade.
São proibidos, mas os copos descartáveis continuam nas
Festas de Lisboa
Câmara de Lisboa decretou que em 2019 não podia haver copos
descartáveis e que, no próximo ano, também não pode haver pratos e talheres de
plástico de uma só utilização.
Sexta-feira, 14 de Junho. O Santo António já se acabou mas a
festa prossegue um pouco por toda a cidade. No pequeno Largo de São Vicente
acumula-se uma multidão à espera do nome maior do cartaz dessa noite: Ruth
Marlene, que virá fazer uma espécie de best of intercalado com alguns temas
mais recentes.
Enquanto a artista não chega, abastece-se o corpo de bebida.
Em algumas bancas os vendedores apresentam um copo de plástico mais resistente,
explicam que custa um euro e que, mediante a devolução do copo e de uma
moedinha falsa, o euro volta para a carteira do consumidor. Mas isso não
acontece em todas as barraquinhas: a escassos metros há foliões que recebem as
suas bebidas em copos descartáveis.
Não é caso único. Na noite anterior, no Largo da Graça,
diversas bancas também estavam a vender cerveja em copos de uma só utilização;
na Alameda, este fim-de-semana, igualmente durante um concerto de Ruth Marlene,
o cenário era idêntico. E o PÚBLICO ainda testemunhou que não é muito difícil
encontrar arraiais, em vários sítios da cidade, onde as bebidas estão à venda
em copos descartáveis.
Acontece que, a partir deste ano, os copos de plástico
descartável estão proibidos nas Festas de Lisboa. Segundo o despacho que regula
as “condições de realização dos arraiais de Lisboa”, publicado em Dezembro de
2018 no Boletim Municipal, “as entidades organizadoras dos arraiais populares
são obrigadas a garantir a) em 2019, a não utilização de copos de plástico
descartável e b) em 2020, a não utilização de copos, pratos e talheres de
plástico descartável”.
De entre os muitos arraiais e retiros populares que se
realizam durante o mês de Junho, 19 são directamente subsidiados pela câmara de
Lisboa através da EGEAC, a empresa municipal responsável pelas Festas. Nesses
arraiais “foi estipulado o uso de copos reutilizáveis”, ficando o modelo de
gestão à escolha de cada organizador, explica fonte oficial daquela empresa.
Nos outros, apesar de a EGEAC não ter qualquer influência, “o regulamento tem
de ser cumprido em qualquer caso”.
O arraial que esteve montado nos largos de São Vicente e da
Graça foi organizado pela Junta de Freguesia de São Vicente e não teve apoio da
EGEAC. Um responsável pelo evento, que durou dez dias e atraiu milhares de
pessoas, explicou ao PÚBLICO que a autarquia mandou fazer 35 mil copos reutilizáveis,
o que se revelou insuficiente para a elevadíssima procura. Por isso é que,
entre os 60 feirantes, muitos houve que recorreram ao clássico copo
descartável.
À semelhança de outras entidades, a junta de São Vicente
contratou uma empresa de logística para produzir, distribuir, armazenar, lavar
e devolver os copos reutilizáveis. Cada copo custou 75 cêntimos à junta, mas
chegou ao consumidor final com o preço de um euro para que os feirantes, com um
lucro de 25 cêntimos por copo, se sentissem incentivados a vendê-los em vez dos
descartáveis. O que, ainda assim, não evitou a resistência de diversos
vendedores, que se queixaram do tempo perdido a explicar o sistema de entrega e
devolução.
Nos arraiais apoiados pela EGEAC foi a cerveja Sagres,
principal patrocinadora das Festas, que se encarregou de produzir e distribuir
os copos reutilizáveis. “Esses copos não têm o logótipo das juntas, mas da
Sagres. Recomendamos a todos os operadores que cobrem um euro, devolvendo-o no
fim, e que troquem de copo sempre que a pessoa pedir uma bebida nova”, diz Nuno
Pinto de Magalhães, director de comunicação da marca.
“Neste momento ainda não temos os números fechados. Vamos
aguardar pelo encerramento das Festas, no final de Junho, para contabilizar
efectivamente os copos disponibilizados”, explica, por sua vez, a EGEAC.
Além dos arraiais apoiados pela empresa municipal, a Sagres
fez ainda acordos comerciais com juntas de freguesia e outros arraiais para
fornecimento de cerveja, o que, nalguns casos, significou também a
disponibilização de copos. “O copo reutilizável não é um negócio”, diz Nuno
Pinto de Magalhães.
A venda de cerveja e a exposição obtida pela marca durante
os dias de festa ultrapassam largamente a despesa feita em copos. Mas, apesar
da aposta, nas cinco freguesias do centro histórico (S. Maria Maior, S.
Vicente, Sto. António, Misericórdia e Estrela), a Sagres contratou uma empresa
privada para ajudar os serviços de higiene urbana e ainda concedeu apoios
financeiros a instituições (escuteiros, por exemplo) que se responsabilizassem
pela recolha de copos descartáveis.
Sejam ou não apoiados pela EGEAC, os arraiais têm liberdade
para escolher o modelo que preferirem na gestão dos copos reutilizáveis: São
Vicente só devolve o euro se o copo for acompanhado da tal moedinha falsa, mas
outras festas há que basta entregar o copo, desde que tenha sido adquirido
naquele local. Em vários arraiais os copos têm o logótipo da junta de freguesia
ou da entidade que organiza, o que impossibilita a sua troca noutro sítio. O
responsável de São Vicente comenta ao PÚBLICO que não veria com maus olhos que
a EGEAC definisse um modelo único para todo a cidade.
A partir de 1 de Janeiro de 2020, a venda de plásticos
descartáveis no espaço público vai ser proibida pela câmara de Lisboa.
Six years ago, the Cambridge historian Christopher Clark
published a study of the outbreak of the first world war, titled The
Sleepwalkers. Though Clark is a fine scholar, I was unconvinced by his title,
which suggested that the great powers stumbled mindlessly to disaster. On the
contrary, the maddest aspect of 1914 was that each belligerent government
convinced itself that it was acting rationally.
It would be fanciful to liken the ascent of Boris Johnson to
the outbreak of global war, but similar forces are in play. There is room for
debate about whether he is a scoundrel or mere rogue, but not much about his
moral bankruptcy, rooted in a contempt for truth. Nonetheless, even before the
Conservative national membership cheers him in as our prime minister – denied
the option of Nigel Farage, whom some polls suggest they would prefer – Tory
MPs have thronged to do just that.
He would not
recognise the truth, whether about his private or political life, if confronted
by it in an identity parade
I have known Johnson since the 1980s, when I edited the
Daily Telegraph and he was our flamboyant Brussels correspondent. I have argued
for a decade that, while he is a brilliant entertainer who made a popular
maître d’ for London as its mayor, he is unfit for national office, because it
seems he cares for no interest save his own fame and gratification.
Tory MPs have launched this country upon an experiment in
celebrity government, matching that taking place in Ukraine and the US, and it
is unlikely to be derailed by the latest headlines. The Washington Post
columnist George Will observes that Donald Trump does what his political base
wants “by breaking all the china”. We can’t predict what a Johnson government
will do, because its prospective leader has not got around to thinking about
this. But his premiership will almost certainly reveal a contempt for rules,
precedent, order and stability.
A few admirers assert that, in office, Johnson will reveal
an accession of wisdom and responsibility that have hitherto eluded him, not
least as foreign secretary. This seems unlikely, as the weekend’s stories
emphasised. Dignity still matters in public office, and Johnson will never have
it. Yet his graver vice is cowardice, reflected in a willingness to tell any
audience, whatever he thinks most likely to please, heedless of the
inevitability of its contradiction an hour later.
Like many showy personalities, he is of weak character. I
recently suggested to a radio audience that he supposes himself to be Winston
Churchill, while in reality being closer to Alan Partridge. Churchill, for all
his wit, was a profoundly serious human being. Far from perceiving anything
glorious about standing alone in 1940, he knew that all difficult issues must
be addressed with allies and partners.
Churchill’s self-obsession was tempered by a huge compassion
for humanity, or at least white humanity, which Johnson confines to himself. He
has long been considered a bully, prone to making cheap threats. My old friend
Christopher Bland, when chairman of the BBC, once described to me how he
received an angry phone call from Johnson, denouncing the corporation’s “gross
intrusion upon my personal life” for its coverage of one of his love affairs.
“We know plenty about your personal life that you would not
like to read in the Spectator,” the then editor of the magazine told the BBC’s
chairman, while demanding he order the broadcaster to lay off his own
dalliances.
Bland told me he replied: “Boris, think about what you have
just said. There is a word for it, and it is not a pretty one.”
He said Johnson blustered into retreat, but in my own files
I have handwritten notes from our possible next prime minister, threatening
dire consequences in print if I continued to criticise him.
Johnson would not recognise truth, whether about his private
or political life, if confronted by it in an identity parade. In a commonplace
book the other day, I came across an observation made in 1750 by a contemporary
savant, Bishop Berkeley: “It is impossible that a man who is false to his
friends and neighbours should be true to the public.” Almost the only people
who think Johnson a nice guy are those who do not know him.
There is, of course, a symmetry between himself and Jeremy
Corbyn. Corbyn is far more honest, but harbours his own extravagant delusions.
He may yet prove to be the only possible Labour leader whom Johnson can defeat
in a general election. If the opposition was led by anybody else, the Tories
would be deservedly doomed, because we would all vote for it. As it is, the
Johnson premiership could survive for three or four years, shambling from one
embarrassment and debacle to another, of which Brexit may prove the least.
For many of us, his elevation will signal Britain’s
abandonment of any claim to be a serious country. It can be claimed that few
people realised what a poor prime minister Theresa May would prove until they
saw her in Downing Street. With Boris, however, what you see now is almost
assuredly what we shall get from him as ruler of Britain.
We can scarcely strip the emperor’s clothes from a man who
has built a career, or at least a lurid love life, out of strutting without
them. The weekend stories of his domestic affairs are only an aperitif for his
future as Britain’s leader. I have a hunch that Johnson will come to regret
securing the prize for which he has struggled so long, because the experience
of the premiership will lay bare his absolute unfitness for it.
If the Johnson family had stuck to showbusiness like the
Osmonds, Marx Brothers or von Trapp family, the world would be a better place.
Yet the Tories, in their terror, have elevated a cavorting charlatan to the
steps of Downing Street, and they should expect to pay a full forfeit when
voters get the message. If the price of Johnson proves to be Corbyn, blame will
rest with the Conservative party, which is about to foist a tasteless joke upon
the British people – who will not find it funny for long.
• Max Hastings is a former editor of the Daily Telegraph and
the London Evening Standard
Boris Johnson and Carrie Symonds in the photo, which
appeared in selected newspapers on Tuesday
Speaking to LBC, Johnson refused at least half a dozen times
to comment on the photo of himself and Carrie Symonds seemingly sitting in the
garden of a pub. He would not answer when the host, Nick Ferrari, pressed:
“This is quite an old picture isn’t it?”
How Boris Johnson can defuse media frenzy around late-night
argument
Former foreign secretary’s strategy of refusing to answer
questions about why police were called has failed to dampen press interest.
ByLUCY THOMAS6/24/19, 9:02 PM CET Updated 6/25/19, 11:16
AM CET
As the old PR adage goes, if you are on the end of a
front-page hammering for more than a week, you’ve got a major problem. For
Boris Johnson, it is now three days and counting.
The U.K. papers have been dominated by the argument with his
girlfriend, Carrie Symonds, in the early hours of Friday morning that was
recorded by neighbors. They say they were fearful for her welfare after
allegedly hearing her scream “get off me” and “get out of my flat.”
And some of the alleged details of the incident are particularly
toxic for Johnson. Symonds' accusation, according to the Guardian's reporting
of the recording, that he has “no care for money or anything” speaks to
Johnson's image among voters as privileged and out of touch.
Johnson now faces a critical choice. Conventional PR rules
say that the best course of action is to defuse the situation with a short
statement framing the issue on his terms and spinning the situation to his
advantage.
But he has opted to stay silent.
Johnson's outsized personality, including his colorful
private life, is part of his appeal for some voters.
Cue an unstoppable stream of coverage, allowing critics to
double down on his colorful past, his ill-suitedness for office and his
inability to face scrutiny or account for himself — on matters of policy or
personal probity.
So what are his choices now? (The following advice assumes
that the incident was what police officers concluded it was — a row that did
not merit police action, rather than a case of domestic violence, as neighbors
had feared.)
Stick to his guns: Johnson is not like other politicians.
His out-sized personality, including his colorful private life, is part of his
appeal for some voters. He also avoids commenting on his private life, so there
is a consistency in keeping schtum. Precedent also matters. If you address this
one, it’s harder to avoid all future such questions.
The downside to this approach is that he has not drawn a
line under the story and the coverage keeps coming. Would Iain Dale, the
interviewer at a hustings event in Birmingham on Saturday, have kept on
demanding an answer to why the police were called to the incident for as long
as he did had Johnson just given an answer?
And toughing it out can work. François Hollande's ratings as
French president soared on the news of his late-night motorbike rides to
rendezvous with his mistress. "Good on him" was the response of an
impressed French electorate.
It was a British journalist who tried to burst the bubble
when the French president visited the U.K.
While the more deferential Parisian press corps sat aghast,
Chris Hope of the Telegraph asked whether Hollande thought his “private life
has made France an international joke." His waffly response ended with,
“I'm afraid I decline to answer."
The reticence of the French press to follow up is not
something that Johnson can rely on.
Short and sweet: Make a statement saying "it's none of
your business, we all deserve a private life." The advantage is that it
acknowledges the interest while providing some defense. It also allows you to
move on by saying "I’ve already answered that," when others come back
to the issue. Unfortunately for Johnson, the moment for this was over the
weekend — before the snowball began rolling.
Attack the messenger: An expert in the genre, former Italian
Prime Minister Silvio Berlusconi, has faced not only media opprobrium but legal
action for some of his alleged bedroom activities. His approach was to tackle
issues head-on and protest his innocence, while attacking the political motives
of those making the allegations.
The wider issue for socially conservative members of the
Tory Party is that Johnson's living arrangements don't look sufficiently
"grown up" for a would-be prime minister.
Some Boris backers also sought to do this over the weekend
by criticizing the intrusion of privacy by the Remain-voting neighbors who
recorded the argument and passed the tape to a newspaper.
Own it: We’re all human and all couples have rows. A
statement like that from Johnson could help to humanize him and evoke sympathy
from voters who might just wonder how they'd feel if an argument with a loved
one was splashed on the front pages.
Whether it works depends on the story and the person at the
eye of the storm. In 2006, Lib Dem leadership candidate Mark Oaten resigned
from the front bench after the News of the World revealed his sexual encounters
with a male prostitute, including graphic details.
As a young press officer for the Lib Dems, I remember our
advice was to keep quiet and not add fuel to the media fire. He instead opted
for a major exclusive interview with Hello magazine with his loyal wife Belinda
by his side. And in an interview for the Sunday Times, he blamed a
"mid-life crisis." The scandal did for his chances of becoming Lib
Dem leader and he stood down from parliament at the next election.
It looks suspiciously like the Johnson camp had decided to
test out this route on Monday, with a lovey-dovey photo of the adoring couple
making its way into the Mail. It is accompanied by quotes from
"friends" and "confidants" about how the pair are
"loved up" and have been "brought closer together" by the
incident.
Go too hard on the schmaltz though and this approach could
end up further fanning the flames: especially for someone who hasn’t sought to
parade his loved ones before.
Hoping it will go away is not going to work.
Put a ring on it: The wider issue for socially conservative
members of the Tory Party is that Johnson's living arrangements don't look
sufficiently "grown up" for a would-be prime minister. One bold way
to address this and the late-night argument together would be to get engaged
and put the relationship on a more "official" footing. That's more
than just a PR strategy though.
The frenzy of press interest over the weekend suggests that
avoiding the choice could seriously derail Johnson's campaign. The incident has
coincided with his decision to avoid scrutiny more broadly in the leadership
campaign. He has refused all major media interviews and so far participated in
only one TV debate. His opponent, Jeremy Hunt, is already trying to make the
epithet "bottler Boris" stick.
Hoping it will go away is not going to work. My advice would
be to go big and get wed — or go home.
Lucy Thomas is a senior director at Edelman, the global
communications firm advising businesses on politics and communications. She was
the deputy director of the Remain campaign and is a former a BBC broadcast
journalist.
Boris Johnson’s tax cut would benefit richest 10% most, say
experts
Plan would cost £9bn and endanger promise to end austerity,
according to IFS
Britain’s foremost tax and spending thinktank has said that
Boris Johnson’s promise to cut taxes for millions of higher earners would cost
£9bn and benefit the richest 10% of households in Britain most.
The Institute for Fiscal Studies (IFS) said the proposal by
the frontrunner in the Conservative leadership race was expensive and
potentially incompatible with the Tories’ promise to end austerity and safely
manage the public finances.
Johnson has said he would increase the higher-rate income
tax threshold, at which earnings are taxed at 40%, from its current level of
£50,000 to £80,000 should Tory members vote him in as leader.
Tom Waters, a research economist at the IFS, said: “It is
not clear that spending such sums on tax cuts is compatible with both ending
austerity in public spending and prudent management of the public finances.”
Drawing intense criticism from across the political
spectrum, the proposal has been roundly attacked as a giveaway for the rich
that would drive up inequality and harm the public finances. No-deal Brexit
could damage Treasury revenues, while tax cuts would subtract from funding
needed to boost public services.
The chancellor, Philip Hammond, has warned Tory leadership
hopefuls against any reckless tax cuts and spending increases.
According to the IFS, about 4 million income tax payers with
the highest incomes would benefit from Johnson’s tax promise, standing to gain
almost £2,500 each on average. There are 32.75 million British workers, while
the average salary is about £26,400 a year.
About three-quarters of the reduction in tax liabilities
would go to those in the top 10% of the income distribution, while 97% of the
gains would go to the top 30% highest earners.
Johnson has argued that more people are paying tax at the
higher rate, while the study showed their numbers have increased by 170% since
1990. Johnson’s policy would slash the number of higher-rate taxpayers by a
third to the lowest level since 1990.
Undermining a defence that the cut would encourage
aspirational workers, serving as a reward for rising up the earnings pyramid,
the IFS said that only a quarter of workers in Britain would benefit from the
change at any point in their life or live in a household where someone had. It
said just 8% of workers would gain from the change in the short term.
Wealthy pensioners would stand to benefit in particular.
Johnson has said the cuts would be funded partly by raising the national
insurance contributions of workers who benefit from the income tax cut.
However, retirees do not pay national insurance.
The IFS said those over 65 would receive a tax cut about 60%
larger than those under 65, entrenching generational inequality.
According to a separate report by the IFS, 60- to
74-year-olds on middle incomes already benefit from substantially higher
pension payouts and wages.
Carl Emmerson, the thinktank’s deputy director, said the
report, The Future of Income in Retirement, showed that a combination of
generous occupational pension schemes and more people working into old age
meant those in the 60-74 age bracket on middle incomes were 60% better off than
those in a similar position in the mid-1990s.
The current crop of retirees was likely to be a bubble, with
the prospect of less generous pension schemes for younger workers acting to
depress retirement incomes in decades to come.
“Future generations may actually end up with lower private
pensions,” he said. “But there is much capacity for employment rates of older
individuals to rise further: for example employment rates of men aged 60 to 64,
which have been increasing since the mid-1990s, are still well below the rates
seen in the 1970s when life expectancy was much lower and health less good.”
Mark Carney ‘wrong’ on no-deal Brexit trade terms, says
Boris Johnson
The Tory leadership frontrunner said ‘it is certainly an
option’ to use so-called GATT24 trade rule if there is no deal.
ByEMILIO
CASALICCHIO6/25/19, 12:37 PM CET
Updated 6/25/19, 12:41 PM CET
Boris Johnson said Bank of England Governor Mark Carney was
wrong to suggest the U.K. would be unable to trade on existing terms with the
EU if it leaves the bloc with no deal.
The frontrunner in the Conservative leadership race insisted
that using World Trade Organisation rules to keep the same tariffs after a
no-deal Brexit was “certainly an option” and he bolstered his commitment to
leave the EU on October 31 "do or die."
Last week, the Bank of England boss said it would be
impossible to employ the so-called GATT 24 clause if the UK quits the EU
without an agreement in place.
"GATT 24 applies if you have an agreement, not if
you've decided to not have an agreement or have been unable to come to an
agreement," he told the BBC.
Johnson accepted in a radio phone-in Tuesday that Carney was
right to say “there has to be agreement on both sides” but added he was “wrong
to say it’s not an option."
He insisted on LBC radio: “It is certainly an option. I
don’t know whether he has said it’s not an option but people are wrong if they
say it’s not an option. I don’t think Mark Carney has said that. ”
In his comments, Carney argued it could only be used between
parties who already had a trade deal in place or were close to striking one.
"We should be clear that if we move to no deal, no deal
means no deal, it means there is a substantial change in the trading
relationship with the European Union," Carney said. "Not having an
agreement with the EU means there are tariffs ... because the Europeans have to
apply the same rules to us as they apply to everyone else."
Johnson argued that the GATT rules were “perfectly clear
that two countries that are in the process of beginning a free trade agreement
and may protract their existing arrangements until such time as they have
completed the new free trade agreement.”
He said the clause was a “very hopeful prospect” for Britain
and “the way forward.”
In an interview with the BBC yesterday, Johnson insisted his
government would "never" impose checks on the border in Northern
Ireland and would not "want" to impose tariffs on goods entering the
U.K.
Elsewhere on LBC this morning, Johnson said he would
introduce legislation to guarantee the rights of EU citizens in the UK on “day
one” of his premiership.
He also suggested he would back a report by a
non-governmental commission yesterday that suggested creating a trading area
for food, livestock and plants between Ireland and the U.K. as a way of
avoiding the controversial Northern Ireland backstop plan.
And he said claims he had been in regular contact with
former Donald Trump aide Steve Bannon were “codswallop” and a “crazy alt-right
conspiracy.”
On Sunday, the Observer revealed a video of Bannon in which
he claimed he had been in contact with Johnson to help write the former foreign
secretary's first speech after resigning from the government a year ago. When
asked at the time about his contact with Bannon, Johnson called it "a
lefty delusion whose spores continue to breed in the Twittersphere."
In a later interview this morning with TalkRadio, Johnson
insisted he would take the U.K. out of the EU on the current deadline of
October 31 "do or die; come what may."
He had previously indicated that he would not be willing to
ask for another Brexit extension from the bloc, but had been willing to give a
cast-iron guarantee.