Política
Dez
números para descodificar o que está em jogo nestas eleições autárquicas
Mais de
9,3 milhões de eleitores vão às urnas, neste domingo, para eleger os
representantes do poder local, escolhendo executivos municipais e a composição
das assembleias municipais e de freguesia.
Leonardo
Ralha, Rui Miguel Godinho
Publicado
a:
10 Out
2025, 14:07
Atualizado
a:
11 Out
2025, 23:53
9.262.722
De acordo
com os dados do Ministério da Administração Interna (MAI), estão habilitados a
votar, nestas autárquicas, 9.303.840 eleitores. Destes, 9.262.722 são eleitores
nacionais. O número total de recenseados é no entanto inferior ao de há quatro
anos (9.323.688).
148
Entre
candidaturas em coligação e a solo, o PS é o partido que mais autarquias
governa atualmente. Entre 308 concelhos, os socialistas têm a presidência de
148 municípios. Destes, 54 estão limitados por mandatos.
105
Devido à
lei da limitação de mandatos autárquicos (que impede que os presidentes de
cargos se candidatem mais do que três vezes consecutivas), existem nestas
eleições mais de uma centena de presidentes de câmara nesta situação. O número
até era maior (145), mas entretanto foram saindo para outros cargos.
50
Entre as
308 câmaras portuguesas, os partidos ou coligações que foram mais votados em
2021 não obtiveram maioria absoluta no executivo camarário, o que forçou
negociações complicadas com a oposição, até por também estarem na maior parte
das vezes em minoria nas respetivas assembleias municipais. Foi o que aconteceu
em Lisboa, como tem sido recordado por Carlos Moedas, que se queixou muitas
vezes dos bloqueios à sua governação.
4009
Neste
domingo, acontecerão em simultâneo 4009 eleições em todo o território nacional.
Quando os portugueses votarem, vão eleger 308 presidentes de câmara e outros
tantos presidentes de Assembleia Municipal. A juntar a isto, existirão ainda
votações para 3393 freguesias (este valor já inclui as 302 freguesias que
surgiram após a desagregação aprovada no Parlamento).
56.778
Algumas
das freguesias situadas nas zonas mais urbanas têm mais eleitores recenseados
do que a maioria dos concelhos portugueses. Entre estas, destaca-se
Algueirão-Mem Martins, que pertence ao município de Sintra, onde 56.778
portugueses, bem como alguns estrangeiros residentes, poderão exercer o direito
a votar.
6
Existem
seis concelhos portugueses (Alpiarça, Barrancos, Castanheira de Pera, Porto
Santo, São Brás de Alportel e São João da Madeira) com apenas uma junta de
freguesia, pelo que o território dos dois órgãos autárquicos coincide. Mas o
caso mais especial de todos é o do Corvo, onde o Estatuto
Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores permite que nem sequer
haja junta de freguesia, com as suas competências a pertencerem à câmara
municipal dessa ilha.
17
É o
máximo de eleitos para o executivo camarário, o que só acontece em Lisboa, onde
se elege um presidente e 16 vereadores. A Lei Eleitoral dos Órgãos das
Autarquias Locais também prevê um estatuto especial para o Porto, com um
presidente e 12 vereadores, mais do que dois municípios (Sintra e Vila Nova de
Gaia) que têm maior número de eleitores. De resto, os executivos são
constituídos por 11 elementos nos concelhos com 100 mil eleitores ou mais, por
nove nos que têm mais de 50 mil e menos de 100 mil, por sete nos que entre mais
de 10 mil e 50 mil, e por cinco naqueles onde existem 10 mil ou menos
eleitores.
46,35%
Há quatro
anos, a abstenção ficou nos 46,35%. Historicamente, aliás, a abstenção em
eleições autárquicas nunca passou dos 47,4% registados em 2013. Segundo dados
da Pordata, há quatro anos, o concelho que mais se absteve foi Sintra, onde
Basílio Horta se recandidatava para um terceiro mandato, com praticamente 60%.
Em sentido contrário, o município do Corvo, nos Açores, foi onde as pessoas
mais votaram, com quase 80% de eleitores.
82
Rondão
Almeida é o presidente de Câmara mais velho em exercícios de funções, tendo 82
anos no dia em que procura mais um mandato enquanto presidente da Câmara de
Elvas, concelho alentejano que já liderara entre 1993 e 2013. Com a diferença
que o antigo autarca socialista está agora à frente de um movimento
independente. Também octogenário será, mas só no final de um eventual novo
mandato, o social-democrata Fernando Ruas, que procura reeleger-se em Viseu.

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