Portugal tem cada vez menos casas para vender. Escalada
de preços à vista
No final de abril havia 135 mil imóveis disponíveis para
venda, menos 15 mil do que no final do ano passado, “o que pode provocar uma
escala de preços a curto prazo, especialmente nas grandes cidades”, alerta a
consultora imobiliária Imovendo.
Miguel Baltazar
Rui Neves
Rui Neves
ruineves@negocios.pt
25 de Maio de
2022 às 09:24
Há um claro
abrandamento da oferta de imóveis em Portugal. No final de abril estavam
disponíveis para venda 135 mil imóveis, contra 150 mil no final do ano passado,
o que traduz uma queda de 6%.
Uma quebra na
oferta imobiliária que "pode provocar uma escalada de preços a curto
prazo, especialmente nas grandes cidades", alerta a consultora imobiliária
Imovendo.
A maior queda de
inventário deu-se nos apartamentos, sendo que a oferta de moradias se manteve
relativamente estável durante os primeiros quatro meses do ano.
Custos de construção de novas casas sobem
11,6% em março
"Estamos a
falar de cerca de 15 mil novos imóveis colocados no mercado no primeiro
quadrimestre na área metropolitana de Lisboa, e 4 quatro mil novos imóveis na
área Metropolitana do Porto, tendo ambas as áreas metropolitanas tido quedas
muito semelhantes, 15% em Lisboa e 18% no Porto face ao último trimestre de
2021", realça Nélio leão, CEO da Imovendo, em declarações ao Negócios.
De acordo com a
análise da imobiliária digital, a maioria dos negócios situam-se nas áreas das
grandes cidades, especialmente na grande Lisboa, e que há cada vez menos
apartamentos à venda, usados ou novos.
Já do lado da
venda de imóveis, nota a Imovendo, o ritmo de negócios é semelhante ao de 2021
tendo sido vendidos mais de 38 mil imóveis no primeiro trimestre do ano de 2022
e cerca de 13 mil em abril de 2022, "ou seja, a procura continua ativa,
apesar da subida de preços e das novas condicionantes aos empréstimos
habitação".
Ainda existe muita incerteza quanto a uma
subida das taxas de juro, que a acontecer terá de ser ou em julho e/ou em
setembro de 2022 meses em que a comissão executiva do BCE se reúne com os
governadores dos bancos centrais da zona euro, mas estima-se que esse aumento
se possa situar nos 25 pontos base caso o mesmo ocorra", afirma Nélio
Leão.
"Embora a
taxa de inflação registada seja já quatro vezes superior ao estimado no ano
anterior, um aumento das taxas de juro pode levar a zona euro para uma recessão
que não é desejada", enfatiza o CEO da Imovendo.
De resto, conclui Leão, "é expectável que
esta incerteza, a guerra na Ucrânia e o ressurgimento de uma vaga de covid
afete a confiança dos consumidores e que se verifique um abrandamento no
mercado imobiliário, sendo um mercado bastante resiliente durante os últimos
dois anos".
Em contraciclo, a
Imovendo garante que transacionou no primeiro quadrimestre deste ano mais de 10
milhões de euros em imóveis usados, o que representa um aumento de 60% face ao
mesmo período do ano passado, sendo que "ao mesmo tempo permitiu aos seus
clientes poupar mais de 500 mil euros em comissões imobiliárias, dado que o
modelo de negócio difere da prática corrente no que toca às comissões",
afiança a imobiliária digital.
"O nosso modelo de negócio baseado na
tecnologia e no digital permite-nos cobrar apenas uma comissão fixa aos
proprietários, o que faz com que seja um modelo robusto e mais bem preparado
para enfrentar tempos de crise do que o modelo das imobiliárias tradicionais",
defende Nélio Leão, considerando que, no caso da Imovendo, "os
proprietários estão no centro do processo, o que faz com que obtenham enormes
ganhos de eficiência".
As expectativas relativamente à compra e venda
de imóveis no mercado nacional para o primeiro semestre é de estabilização face
à primeira metade do ano passado, nota a Imovendo.
Com base nestes números, a imobiliária espera
atingir 50 milhões de euros em imóveis transacionados no primeiro semestre, em
Lisboa e no Porto, "ou seja, duplicando o número de imóveis transacionados
quando comparado com o primeiro semestre de 2021", conclui.

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