Câmara de Lisboa prevê regulamento de trotinetes e
bicicletas em vigor no início de 2023
Regulamento visa resolver o estacionamento abusivo.
Existem na capital portuguesa 11.000 trotinetes e bicicletas partilhadas sem
doca.
Lusa
22 de Junho de
2022, 23:47
Moradores
queixaram-se do estacionamento abusivo de bicicletas e trotinetes nos passeios,
que dificulta a mobilidade
O vereador da
Mobilidade na Câmara de Lisboa disse esta quarta-feira que está em elaboração
um regulamento municipal para resolver o estacionamento abusivo de bicicletas e
trotinetes na cidade, que deverá entrar em vigor no início de 2023.
“Estamos num
processo de elaboração do regulamento da mobilidade suave do município.
Prevemos que o regulamento esteja concluído e aprovado, tanto em reunião da
câmara como da assembleia municipal, após a consulta pública, até ao final do
ano, para entrar em vigor a partir do início do próximo ano”, afirmou o
vereador Ângelo Pereira (PSD).
O autarca com o
pelouro da Mobilidade respondia às queixas da população das freguesias
lisboetas de Alcântara, Ajuda e Belém sobre o estacionamento abusivo de
bicicletas e trotinetes nos passeios, que dificulta a mobilidade, no âmbito de
uma reunião pública descentralizada, que decorreu no Museu dos Coches.
Além da regulamentação,
a câmara está a trabalhar a nível tecnológico para uma solução que permita
“impedir que tanto as trotinetes como as bicicletas só desliguem, que o
contador que está a cobrar só desligue em zonas que o município defina como
zonas de estacionamento”, indicou Ângelo Pereira, acrescentando que também será
possível impedir que estes modos de mobilidade suave entrem na via pública em
sentido contrário e que andem em passeios que o município defina que sejam
proibidos de transitar.
No início de Junho, em resposta à agência Lusa, a Câmara
de Lisboa revelou que existem na capital portuguesa 11.000 trotinetes e
bicicletas partilhadas sem doca (não necessitam de serem arrumadas e os
clientes podem deixá-las em qualquer lugar das ruas da cidade) e quatro operadoras,
adiantando que está a estudar a forma de “melhor regular a actividade e
pretende ter um regulamento em vigor tão brevemente quanto possível, que lhe
permita monitorizar e controlar efectivamente a actividade de partilha de
trotinetas e bicicletas sem docas”.
Ainda na área da
mobilidade, a população das freguesias lisboetas de Alcântara, Ajuda e Belém
manifestou-se preocupada com a falta de sinalização urbana, a necessidade de
reduzir de velocidade do trânsito em algumas ruas, a resposta dos transportes
públicos da Carris e a carência de lugares de estacionamento.
O vereador Ângelo
Pereira disse que o departamento municipal de Mobilidade já está a estudar
medidas de acalmia de tráfego rodoviário na Travessa Boa Hora à Ajuda e assumiu
o problema da falta de estacionamento, indicando que a câmara está em
conversações com a Polícia de Segurança Pública (PSP) para que o parque de
viaturas rebocadas do Restelo, na freguesia de Belém, possa ser aproveitado
para um parque de estacionamento para residentes.
A população
apontou ainda a questão do lixo, ao que Ângelo Pereira, que tem também o
pelouro da Higiene Urbana, anunciou que “a partir de Julho vão ser admitidos
130 novos operacionais que estão em falta” para a recolha dos resíduos urbanos.
Os moradores da
Ajuda expuseram a falta de segurança no bairro do Casalinho da Ajuda, a
necessidade obras no pavilhão desportivo da freguesia e na Igreja de Nossa
Senhora da Ajuda, assim como os preços “exorbitantes” no arrendamento
habitacional, que estão a expulsar os que nasceram no território, pelo que “é
urgente rendas acessíveis”.
Relativamente ao
sentimento de insegurança e ao aumento do grau de violência, o presidente da
Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse que está em diálogo com o
Ministério da Administração Interna, porque a política de menos esquadras foi
implementada para aumentar o policiamento nas ruas, mas as pessoas “não sentem”
essa alteração.
“Como presidente
da câmara defenderei sempre o maior número de esquadras”, reforçou.
Na freguesia de
Belém, o projecto de renda acessível para o Alto do Restelo, que está em
consulta pública, é uma preocupações, com moradores a considerarem que a
volumetria das construções previstas vai comprometer o “estilo de vida” dos
actuais residentes devido ao aumento de densidade populacional e a apelarem a
uma ponderação, recusando entrar em lutas político-partidárias e que a
discussão se torne “numa luta entre potenciais ricos e potenciais pobrezinhos”.

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