terça-feira, 31 de agosto de 2021
Petição pede versão antiga do Museu Romântico do Porto
Petição pede versão antiga do Museu Romântico do Porto
O Museu do
Romântico foi remodelado
Helena Teixeira
da Silva
Ontem às 23:27
https://www.jn.pt/artes/peticao-pede-versao-antiga-do-museu-romantico-do-porto-14078506.html
Rui Moreira
defende nova configuração do espaço e reitera confiança em Nuno Faria, diretor
artístico do Museu da Cidade. PS e PSD contestam.
"Nenhum
espólio foi destruído, nenhuma obra desperdiçada, nem ninguém pode acusar-nos
de não termos preocupações patrimoniais", argumenta, ao JN, Rui Moreira,
presidente da Câmara do Porto, a propósito da polémica que arde há cinco dias
sobre a nova configuração do ex-Museu Romântico da cidade.
"Simplesmente",
continuou o também vereador da Cultura, "a nossa visão do Romantismo não é
a de uma casa com janelas entaipadas e exposições apresentadas por trás de
baias, para que as pessoas ali imaginem a vida dos ricos ou dos nobres do
século XIX".
Há quem não veja
assim o assunto, pelo que são já mais de 1500 os subscritores de uma petição a
pedir "a reposição da decoração interior oitocentista do Museu Romântico
da Quinta da Macieirinha", onde viveu Carlos Alberto de Savoia. Em 1849, o
antigo Rei da Sardenha, derrotado pelo exército austríaco, seguia para o exílio
quando, ao passar no Porto, se sentiu mal. Daí ter alugado aquela casa que em
tempos foi propriedade da família Ferreira Pinto Basto. Ali viria a morrer
pouco tempo depois.
Em ano de
eleições autárquicas, PS e PSD também protestam. "A reconfiguração
escandaliza a cidade e desrespeita a memória e o património do Porto. A mudança
significou a destruição de tudo o que o museu representava até aos nossos
dias", lamentou esta terça-feira, em comunicado, a candidatura do
socialista Tiago Barbosa Ribeiro.
No mesmo sentido,
o candidato do PSD, Vladimiro Feliz, disse estar "chocado" com o que
viu de manhã, em visita ao espaço, que diz ter sido "esvaziado de toda a
sua história", impedindo "a forma que os portuenses, e quem nos
visita, tinham de experienciar o ambiente daquela altura [romântica]". Em
declarações ao "Porto Canal", criticou ainda o que considera ser uma
decisão política. " Apagar a história faz parte da cultura experimentalista
do atual executivo."
O anúncio da
polémica
A polémica sobre
o ex-Museu Romântico do Porto, agora designado "Extensão do Romantismo -
Museu da Cidade", rebentou na passada sexta-feira, dia da inauguração da
Feira do Livro, quando uma publicação no Facebook daquele evento literário
anunciou: "Se conhecia o anterior Museu Romântico da Macieirinha,
prometemos que este novo espaço nada tem a ver com o local que outrora visitou.
O espaço despiu-se dos adereços de casa burguesa oitocentista e vestiu-se de
contemporaneidade."
Em poucos
minutos, as redes sociais chumbaram a mudança e tornaram o tema viral.
Rui Moreira
repudia os termos do anúncio - "Houve um problema de comunicação da Ágora,
que usou um tom provocatório, que acirrou justificadamente as pessoas" -,
mas reitera a confiança no diretor artístico do Museu da Cidade. "Assumo a
responsabilidade política pela grande escolha de Nuno Faria. Continua a merecer
toda a minha confiança - ele e a equipa."
Já Nuno Faria,
que assumiu o cargo em 2019, depois ter dirigido, durante seis anos, o Centro
Internacional de Artes José de Guimarães, em Guimarâes, defende, numa longa
entrevista ao JN, que a aposta incide sobre um "espaço mais inclusivo que
se dedique, agora, verdadeiramente ao escrutínio do Romantismo na cidade nas
suas diferentes facetas, dando protagonismo aos verdadeiros protagonistas, que
são os artistas, escritores e músicos, por exemplo".
De resto,
ressalva o historiador da arte, está a espalhar-se um equívoco sobre a
filosofia a que obedece agora o espaço. "Não se trata de substituir os
artistas contemporâneos ou a arte contemporânea pelas obras de outros tempos.
Trata-se, isso sim, de fundar um museu que dialogue e reaja ao tempo em que
existe, que seja mais dinâmico, que seja permeável a novos discursos e
inquietações."
Neste sentido,
continua, "interessa-nos promover diálogos entre épocas e linguagens,
entre a arte e a música, entre a escrita e arquitetura, criando uma plataforma
mais alargada de fruição e de discussão, o que começará desde já a acontecer no
final deste mês de setembro com o programa musical concebido pela pianista e
professora Sofia Lourenço e pelo maestro e organista Pedro Monteiro, que incide
sobre autores portuenses do período romântico."
Dois temas
distintos têm, de facto, servido de combustão à polémica: o modelo expositivo
do interior e a incompreensão relativamente a um imóvel que Rui Moreira
inaugurou em 2018, e que então representou um investimento superior a meio
milhão de euros, financiado quase na totalidade por fundos europeus.
O autarca
esclarece, por um lado, que a exposição anterior esteve patente durante três
anos e nunca pretendeu ser definitiva; por outro, que a verba não foi utilizada
na musealização mas sim na requalificação da casa, nomeadamente no telhado, nas
janelas, nos quadros de eletricidade e nas cascatas de água.
Também ouvido
pelo JN, Camilo Rebelo, arquiteto responsável pelo projeto, corrobora.
"Tive uma intervenção ao nível do acesso, da inclusão (para pessoas com
mobilidade reduzida) e da iluminação do espaço. Tudo isso se mantém. O que foi
acrescentado é mais um passo na qualificação da casa e da cidade."
A presente
polémica, lembra o autor do Museu do Côa, é semelhante à que teve Álvaro Siza
em 1995, quando inaugurou a exposição "A Ordem do Ver e do
Dizer"", na Casa de Serralves. "Começou a abrir as janelas, que
também estavam entaipadas, e foi um escândalo. Também ali foi dado um
passo em frente."
Western economies can’t return to ‘business as usual’ after the pandemic
Western economies can’t return to ‘business as
usual’ after the pandemic
Michael
Jacobs
Today’s challenges demand radical action. The old
orthodoxy of free markets and hands-off government won’t cut it
Canary Wharf. ‘Wage stagnation, precarious work
and , rising inequality are inevitable outcomes of the way that western economies
are organised.’
Tue 31 Aug
2021 12.00 BST
As western
economies emerge from the pandemic, their governments face a choice: do they
seek to address the profound problems that Covid exposed, or try to return to
“business as usual” as quickly as possible? Their problem is that many of the
issues exacerbated by the pandemic, such as wage stagnation, precarious work
and rising inequality are not bugs in an otherwise well-functioning system, but
inevitable outcomes of the way that western economies are now organised. So a
business-as-usual approach simply won’t work. Much more fundamental change is
needed.
The US
government seems to recognise this. Joe Biden’s economic plans are a radical
departure from the era that stretches from Reagan to Obama, when governments
sought to keep taxes and public spending low and focused principally on
globalised trade and the education and training of the workforce. Unlike his
predecessors, Biden is pursuing large-scale public spending and taking advantage
of ultra-low interest rates to borrow for infrastructure investment. His
stimulus plans target the climate crisis while creating green jobs and
expanding health, education and childcare – the “social infrastructure” that is
essential to the economy but has often been ignored by mainstream economists.
Biden is
not afraid to raise taxes either. He has proposed significant hikes to
corporation tax and the top rate of income tax, and a near doubling of capital
gains tax. In the labour market, his administration is committed to running
what the US Treasury secretary Janet Yellen calls a “high-pressure economy”,
where sustained demand pushes wages up and improves working conditions. He is
also taking on big business, introducing a raft of measures to clamp down on
anti-competitive practices by monopolistic corporations.
Biden’s
policies have surprised many, but they did not emerge from thin air. His
administration has drawn on a wealth of new thinking that has emerged in
response to the economic crises of the last decade. The 2008 global crash
demonstrated that a new form of capitalism dominated by finance had become
deeply unstable. This was followed by long years of austerity and slow growth,
stagnating wages, stalling productivity and extreme inequality. Meanwhile,
climate and environmental breakdown threatens catastrophe for even the richest
economies. Grappling with these problems, a growing number of economists have
explicitly rejected the orthodoxy of free markets and hands-off government that
has dominated western economic policy over the past 40 years.
Some of
their ideas revive the economics of John Maynard Keynes, who saw that
government spending is needed to stimulate demand for goods and services during
a recession. More recently, most economists have recognised that in an era of
ultra-low interest rates, fiscal policy – spending and taxation – should play a
major role in how the economy is managed. Many also now acknowledge that there
are no absolute constraints on public debt. As long as low interest rates keep
the cost of borrowing affordable, and borrowing is used to fund investment
(which raises future national income and therefore brings in more taxes), the
ratio of debt to GDP will ultimately fall. By contrast, trying to reduce debt
through austerity policies is self-defeating and harmful, as the last decade
has proved.
Economic
thinking is shifting in response to the climate and nature crises. It is no
longer sufficient to use a few market-based environmental taxes and product
regulations. To achieve net-zero emissions, the whole economy needs to be
geared towards these goals. At the same time an active industrial strategy is
needed to support greener technologies and consumption patterns, with job
creation programmes for workers and communities adversely affected by the green
transition.
The new
economics recognises that cutting inequality will mean tackling the “rentier
economy”, which has concentrated asset ownership in the hands of the wealthy.
This will mean curtailing monopolies and regulating the financial sector to
focus on long-term investment not short-term wealth extraction. Wealth and land
should be more highly taxed, while using public procurement to support
community wealth building can ensure that local economies retain their wealth
and jobs. Welfare reform, such as a guaranteed minimum income, is needed to end
poverty. Systemic gender and racial inequality must be eradicated. These ideas
come together in the Green New Deal.
Above all,
many are starting to realise that economic policy needs to end its fixation
with growth. Growth was never the only aim, but economists long assumed that it
would solve most other problems. It’s now clear this was never the case. New
ideas for “post-growth” economics are emerging, which focus on environmental
sustainability, reducing inequalities, improving individual and social
wellbeing and ensuring the economic system is more resilient to shocks.
During
previous periods of economic crisis, prevailing ideas about how the economy should
be organised and managed were overturned in favour of new theories. The Great
Depression of the 1930s led to the Keynesian revolution and the full employment
welfare state. The crises of the 1970s led to the deregulation and
privatisation doctrines of Thatcher and Reagan. It is still too early to tell
whether such a paradigm shift is occurring today. Biden must still get his
economic plans through Congress. In the UK the major parties are still
pondering how to “build back better”.
Both Boris
Johnson and Keir Starmer have acknowledged the priority of tackling climate
change and “levelling up” inequalities. But neither they, nor most
commentators, seem to have recognised how economics is changing in response to
current crises. The issue is no longer simply about how much a policy will cost
or how it will be paid for. There is a wealth of new thinking on which they can
draw to address the deep challenges our economies face. The old orthodoxies
have failed. The post-pandemic world will ask new questions, and new answers
are needed.
Michael
Jacobs is professor of political economy at the University of Sheffield, and
managing editor of NewEconomyBrief.net
Sair do Afeganistão irá melhorar a posição global dos EUA a longo prazo
ANÁLISE
Sair do Afeganistão irá melhorar a posição global dos EUA
a longo prazo
A retirada vai permitir que Biden realinhe as prioridades
estratégicas da nação de forma a reassegurar aliados e a travar adversários.
Também irá permitir que Washington se empenhe em desafios domésticos prementes.
Charles A. Kupchan
30 de Agosto de
2021, 22:45
Alguns dias
depois de os Estados Unidos terem retirado civis americanos e vietnamitas que
estavam em risco de Saigão, a 30 de Abril de 1975, Maxwell Taylor, antigo chefe
do Estado Maior, lamentou que “o final do Vietname” estivesse a “prejudicar a
nossa reputação de fiabilidade, enfraquecendo as nossas alianças, e expondo as
nossas fraquezas internas perante os nossos amigos e adversários”. Muitos
observadores partilharam a visão de Taylor de que a queda de Saigão prejudicou
irreversivelmente a credibilidade global da América.
Mas a decisão de
abandonar uma guerra perdida que se estava a tornar num albatroz político em
casa acabou por beneficiar a América, permitindo que Washington passasse a
gerir de forma mais eficiente as suas relações com a União Soviética e com a
China, bem como reconstruir internamente. Duas décadas depois da ignominiosa
evacuação de Saigão, o Muro de Berlim caiu, a União Soviética colapsou e os
Estados Unidos lideraram o fim da Guerra Fria.
O impacto da
queda de Cabul sobre o poder e a posição dos EUA parece destinado a seguir uma
trajectória idêntica. A curto prazo, o esforço caótico de evacuação em Cabul –
com origem na grosseira subavaliação por Washington da rapidez com que os
taliban iriam avançar – deverá dar um golpe à posição política da Administração
Biden interna e externamente. A morte de 13 membros das Forças Armadas dos EUA
e de pelo menos 180 outras pessoas num ataque terrorista na última quinta-feira
irá deixar uma sombra durante muito tempo sobre a retirada. Mas no prazo mais
longo, a decisão do Presidente Biden de acabar com a guerra de duas décadas no
Afeganistão irá provavelmente melhorar a posição da América no mundo,
realinhando as prioridades estratégicas da nação de forma a reassegurar aliados
e a travar adversários. Também irá permitir que Washington se empenhe em
desafios domésticos prementes, o que irá, por sua vez, beneficiar a posição
global dos Estados Unidos.
Esta previsão
optimista, que reflecte as lições aprendidas com a retirada do Vietname, vai
contra a corrente de muitas das previsões actuais. A direcção editorial do Wall
Street Journal acusou recentemente Biden de “destruir a NATO” e lamenta “o dano
que a sua saída desgraçada do Afeganistão causou às alianças da América e à sua
reputação”. De acordo com James Cunningham, que foi embaixador dos EUA no
Afeganistão entre 2012 e 2014, “os estragos à segurança dos Estados Unidos, dos
nossos aliados, e da região foi feito, tal como os estragos à credibilidade da
liderança dos EUA”.
A Administração
claramente falhou em não antecipar o colapso rápido do Governo e do Exército
afegão, pondo em risco muitos americanos, outros estrangeiros e parceiros
afegãos que ainda estavam no país quando Cabul caiu. Esta crítica mantém-se,
apesar de a evacuação coordenada por Washington ter conseguido retirar mais de
cem mil pessoas do país desde que os taliban assumiram o controlo.
Mas Biden estava
certo em querer pôr fim a uma missão falhada dos EUA que tentava alcançar um
objectivo impossível. Mesmo depois de 20 anos de apoio da coligação liderada
pelos EUA, o Afeganistão não mostrou sinais de coerência como um país funcional
e unitário, como o colapso abrupto das suas instituições estatais deixou claro.
Os Estados Unidos
alcançaram a missão primária no Afeganistão – dizimar a al-Qaeda e impedir que
o Afeganistão se tornasse numa rampa de lançamento para ataques contra os EUA
ou os seus aliados. E Biden sublinhou que, após a retirada, os Estados Unidos
reservam o direito de atacar terroristas que se mantenham ou se reorganizem no
Afeganistão. Foi o que aconteceu na sexta-feira e no domingo, quando Washington
levou a cabo bombardeamentos contra o braço do Daesh que assumiu
responsabilidade pelo ataque de quinta-feira. Mas mesmo que os EUA mantenham um
olho no Afeganistão, a retirada militar do país irá permitir que Washington
altere o seu foco estratégico de interesses periféricos no Médio Oriente para
os seus interesses primordiais no coração da Eurásia. Os aliados europeus e
asiáticos serão os beneficiários de um realinhamento estratégico adiado que
concentre mais atenção e recursos na China e na Rússia – os adversários da
América mais formidáveis.
Na verdade, tanto
a China como a Rússia irão colher benefícios de curto-prazo da retirada a
missão dos EUA no Afeganistão. A China provavelmente irá tentar aprofundar a
integração do país na sua Belt and Road Initiative – o vasto programa de
infraestruturas que Pequim está a construir por toda a Eurásia. E a Rússia irá
aumentar a sua influência no Afeganistão e na região.
Mas tanto a China
como a Rússia têm festejado silenciosamente enquanto os Estados Unidos passaram
grande parte das duas últimas décadas a andar pelo Afeganistão – bem como pelo
Iraque, Líbia e Síria. Estes poços sugaram os cofres dos EUA, tiraram muitas
vidas, dividiram o eleitorado e distraíram os EUA da sua prioridade tradicional
nas rivalidades entre grandes potências. Pequim e Moscovo estão prestes a ter
um duro despertar assim que os EUA se libertarem das “guerras intermináveis” do
Médio Oriente e começarem a pôr a China e a Rússia sob a sua mira.
Olhar para dentro
Sair do
Afeganistão também irá beneficiar o poder e a posição dos EUA porque faz parte
do esforço mais alargado de Biden em reconstruir as fontes internas de poder da
América. A “política externa para a classe média” de Biden significa, em parte,
gastar tempo e dinheiro em tratar de problemas em casa em vez do Afeganistão –
uma das principais razões pela qual acabar com a missão dos EUA merece um apoio
público avassalador. O custo da guerra no Afeganistão saldou-se em 20 mil
milhões de dólares (17 mil milhões de euros) por ano – cerca de 0,5% do
orçamento federal. Mas ao longo de vinte anos, a guerra custou cerca de 2,3
biliões de dólares (dois biliões de euros), com a factura total das “guerras
intermináveis” pós-11 de Setembro estimada em cerca de seis biliões (cinco
biliões de euros).
Dinheiro nesta
quantidade pode agora ser investido de forma mais produtiva na economia
interna. E como ter força em casa é a fundação para ter força no exterior, os
investimentos domésticos acabam por melhorar a posição global da nação. De
facto, no que respeita ao papel de longo prazo da América no mundo, as
políticas sociais e de infraestruturas agora no Congresso são uma notícia muito
mais importante do que a retirada do Afeganistão. Os investimentos em
infraestrutura, tecnologia, investigação e educação são necessários para manter
a vantagem competitiva do país e acompanhar o ritmo da China.
Estes
investimentos também prometem melhorias nas condições de vida dos trabalhadores
americanos que, por seu lado, podem ajudar a reparar a política nacional e
reconstruir o centro político. Superar a polarização que fez da política
americana tão tóxica irá, com sorte, reduzir o isolacionismo e a xenofobia que
nos últimos anos prejudicaram a condução da política externa dos EUA. Reclamar
o tipo de governação estável e intencional requer a reconstrução das fundações
bipartidárias do internacionalismo americano.
Ao olhar para
além da retirada, os Estados Unidos devem fazer tudo o que esteja ao seu
alcance para continuar a retirada de afegãos ameaçados, aliviar o sofrimento
humanitário, e pressionar os taliban a governar de forma responsável e humana.
Mesmo assim, a evacuação caótica de Cabul, incluindo o horroroso ataque
terrorista fora do aeroporto, irá ficar gravada como um dos episódios mais
negros da actuação dos EUA no estrangeiro. Mas as probabilidades parecem altas
de que à medida que o Afeganistão segue em frente e procura construir um novo
equilíbrio político, a retirada dos EUA do país – tal como a retirada do
Vietname – irá abrir um período de renovação do poder e da posição da América.
Exclusivo Público / Washington Post
Museu Romântico reabriu à cidade / O discurso de Rui Moreira constitui um gravíssimo paradoxo e incompreensível absurdo com a destruição total posterior, que agora tomou lugar
Reparem que o discurso de Rui Moreira constitui um
gravíssimo paradoxo e incompreensível absurdo com a destruição total posterior,
que agora tomou lugar.
Depois de um investimento de meio milhão de euros o Museu
reabriu completamente melhorado e confirmando o projecto pedagógico/
museológico, reafirmando a intenção de ilustrar o período Romântico através da
reconstituição coerente e harmoniosa de um
interior da época
António Sérgio Rosa de Carvalho / OVOODOCORVO
Museu Romântico
reabre após investimento superior a meio milhão de euros em obras de
requalificação
16 de fevereiro
de 2018
A Câmara do Porto
abriu ao público o Museu Romântico. Rui Moreira inaugurou a nova exposição
permanente e deu assim por terminado quase um ano de intervenção profunda neste
equipamento municipal. Mas aproveitou para anunciar mais novidades neste
domínio para os próximos tempos.
Esta reabertura
assinalou, ontem à noite, "o fim da mais significativa componente de
obra" que a autarquia está a desenvolver no âmbito da candidatura ao
Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 (NORTE 2020), para requalificação
dos museus municipais com objetivos de conservação, proteção, promoção e
desenvolvimento do património cultural, apontou o presidente da Câmara do
Porto.
O projeto
configura uma ideia de Museu de Cidade constituído por múltiplos polos, cada um
deles renovado e em permanente convite a novas descobertas, a novos públicos. A
sua concretização permitiu já "melhorar de forma expressiva três espaços
municipais integrados na Rede Portuguesa de Museus: a Casa-Museu Guerra
Junqueiro [reaberta em março do ano passado], a Casa-Museu Marta Ortigão
Sampaio [reaberta em julho] e o Museu Romântico", como lembrou Rui
Moreira.
Neste âmbito,
melhoraram-se as acessibilidades externas e internas, tornando os equipamentos
culturais mais amigáveis e "mais próximos da ideia de um museu para
todos", explicou o autarca, destacando a presença na equipa do arquiteto
Camilo Rebelo, do cenógrafo Tito Celestino da Costa e da dr.ª Paula Costa. Sob
a sua orientação, restauraram-se peças, melhoraram-se as apresentações das coleções,
a imagem, as áreas dedicadas aos serviços educativos, indo ao encontro da
crescente procura por parte do público nacional e estrangeiro.
Concluída a
etapa, fica agora disponível a nova exposição permanente do Museu Romântico
instalado na Quinta da Macieirinha, onde se recria o ambiente de uma casa de
campo no Porto de meados do século XIX. Rui Moreira sublinhou mesmo que o
edifício, que foi residência do rei Carlos Alberto de Sabóia exilado no Porto,
era já antes desta requalificação "o mais visitado dos nossos espaços
museológicos". Talvez porque - admitiu - "o ambiente de época, o
nome, os jardins abertos ao público do Palácio de Cristal e da Casa Tait que o
envolvem compõem um discreto charme que convida a entrar".
Macron gambled on coronavirus immunity passport — and won
France's gamble to force people to carry a
vaccine passport to visit bars and museums has paid off | Robert
Ghement/EPA-EFE
Macron gambled on coronavirus immunity passport —
and won
The French president stuck his neck out, banking that
the public would support his plan. And so far, it’s been a success.
BY CLEA
CAULCUTT
August 30,
2021 10:02 pm
https://www.politico.eu/article/macron-france-covid-immunity-passport-vaccine-pass/
PARIS — It
has been a nail-biting summer for officials at the top of the French
government. Would Emmanuel Macron's controversial decision to force people to
carry a vaccine passport if they wanted to visit everywhere from a bar to a
museum backfire and fuel the country's protest movement?
Each week,
officials at the Elysée and in the prime minister’s office anxiously waited for
the figures on the size of the protests to roll in. Now, as the country
approaches its target of giving 50 million people at least one jab by the end
of August, many of those officials are heaving a sigh of relief.
“We are
patting ourselves on the back, though we know we have not yet reached results
that are completely satisfactory,” said one government adviser. "Macron
took a firm decision, and the French gave him their vote of confidence. The
protests have remained marginal.”
Macron’s
decision to bring in the vaccine passport on the eve of the summer holidays was
a jaw-dropper.
The COVID
immunity pass — a digital or paper certificate that contains proof of vaccination,
of immunity or of a negative test — is needed to get into cafés, bars,
restaurants, hospitals, museums, galleries, and on trains, planes and coaches.
On Monday, the scheme was extended to the employees of all venues that are open
to the public.
Although
there was some watering down of the plans at first — waiters were told they
would not have to check IDs as well as vaccine certificates, and most shopping
malls would be exempt — the government held fast.
A lot of
people weren't happy. Every week, protesters take to the streets of Paris,
Marseille and other cities, for a variety of reasons. Some are anti-vax, others
claim to be pro-liberty and then there are those who are just fed up with
Macron. But the figures have not taken off. Last weekend, around 160,000 people
took to the streets, down from 175,000 the previous week and 215,000 in
mid-August, according to figures from the interior ministry.
Early
comparisons with the Yellow Jackets movement that shook the president in 2018
and 2019 have proven wide of the mark. Macron’s rivals also failed to
capitalize on discontent, with far-right leader Marine Le Pen reluctant to
upset her voters, who are split over the pass, and the Socialists clumsily
backing mandatory jabs but not the pass.
Meanwhile,
millions have headed to vaccination centers. According to the French prime
minister’s office, 12 million people have been vaccinated since Macron
announced the introduction of the coronavirus passport.
'The best
moment of his handling of the crisis'
It’s the
view of many doctors that the coronavirus passport flattened the curve of the
pandemic this summer, just as France was facing a steep third wave fueled by
the more contagious Delta variant and the lifting of lockdown measures.
“It saved
tens of thousands of lives,” said Martin Blachier, a public health consultant.
“The French were reluctant [to get the jab] and he crafted a message that was
heard. It was the best moment of his handling of the crisis, maybe even of his
tenure.”
The figures
so far are looking promising. Some 83 percent of the French population over the
age of 12 have received at least one dose of the vaccine, according to France’s
COVID tracker. The number of daily cases has dropped to under 14,000, after
peaking at about 24,000 in mid-August. The number of patients in intensive care
increased in August but appears to be leveling off at under 3,000.
An uptick
in the epidemic is expected with the return of students and pupils to
classrooms in September, but “the risk of a cataclysm has been avoided,” said
Blachier. According to him, if the vaccination rate had remained where it was
before the summer — when less than 50 percent of the population had received a
first dose — there would have been a lot more admissions into hospitals, which
would have meant overstretched wards and more deaths.
But others
are not as enthusiastic about the pass.
“It’s hard
to know what impact it had,” said Nicolas Bruder, head of an intensive care
unit at the Timone hospital in Marseille. “If you look at the map of France,
cases have increased where there have been big gatherings in touristic areas
[despite the pass].”
But in his
hospital, the introduction of the pass — as well as the announcement that the
jab would be mandatory for health workers — led to a leap in vaccination rates.
More than 70 percent of his staff are vaccinated, compared to over 50 percent
in June.
And that’s
the point. Proponents say the health pass has worked because people reacted by
getting vaccinated, which protects them from developing serious conditions even
if they do get the virus.
“The pass
creates a false sense of security because it throws together people who are
vaccinated, and therefore can transmit the disease, and people who have been
tested negative,” said Blachier. “If people had reacted by getting tested every
couple of days, the pass would have had the opposite effect, accelerating the
epidemic, and leading to a lot more deaths.”
But they
didn’t. “It was a political move, a means to an end. Some wanted to introduce
mandatory jabs, but the question was how do we get there,” said the government
adviser.
This
article is part of POLITICO’s premium policy service: Pro Health Care. From
drug pricing, EMA, vaccines, pharma and more, our specialized journalists keep
you on top of the topics driving the health care policy agenda. Email
pro@politico.eu for a complimentary trial.
Reconfiguração do ex-Museu Romântico do Porto gera polémica e mobiliza petição de protesto
MUSEUS
Reconfiguração do ex-Museu Romântico do Porto gera
polémica e mobiliza petição de protesto
São já mais de 800 os signatários que exigem a resposição
da decoração oitocentista do museu da Quinta da Macieirinha. Nuno Faria,
director artístico do Museu da Cidade, defende a opção tomada, mas demarca-se
do tom “provocatório” de um post da autarquia que terá atiçado as críticas nas
redes sociais.
Luís Miguel
Queirós
31 de Agosto de
2021, 7:20
A nova exposição
permanente do Museu Romântico, agora rebaptizado Extensão do Romantismo do
Museu da Cidade, "despejou" a sua reconhecível decoração oitocentista
Agora rebaptizado
Extensão do Romantismo do Museu da Cidade, o antigo Museu Romântico era
possivelmente o mais visitado dos museus municipais do Porto, o que em boa
medida se ficava a dever às muitas turmas do ensino secundário que lá iam ver
como era a atmosfera doméstica de uma casa da alta burguesia portuense no
período romântico. Seria de espantar, portanto, que uma reconfiguração radical
do espaço e do seu conceito, com o esvaziamento de quase todas as peças que
integravam a colecção exposta, não causasse polémica, como efectivamente
causou, e que foi ainda atiçada pelo registo de um post da autarquia publicado
sábado à tarde na página de Facebook da Feira do Livro do Porto, no qual se
afirmava: “Se conhecia o anterior Museu Romântico da Macieirinha, prometemos
que este novo espaço nada tem a ver com o local que outrora visitou.”
Nuno Faria,
director artístico do Museu da Cidade e curador da exposição que inaugurou a
nova Extensão do Romantismo — tendo como peça central o Herbário de Júlio
Dinis, a mostra inclui reinterpretações de obras da história da pintura e peças
de artistas portugueses contemporâneos que estabelecem um diálogo
particularmente intenso com o ideário romântico —, defende a opção agora
concretizada de cortar radicalmente com a proposta museológica que se mantinha
mais ou menos inalterada desde a criação do Museu romântico em 1972, e que
evocava a passagem do rei Carlos Alberto da Sardenha, que viveu algum tempo na
Quinta da Macieirinha, ao mesmo tempo que recriava os ambientes domésticos da
elite burguesa oitocentista.
“Não era uma
casa-museu, ninguém viveu ali daquela maneira, era uma construção ficcional, a
concepção do Estado Novo do que era uma casa burguesa do século XIX”, argumenta
Faria em declarações ao PÚBLICO. “Esteve 50 anos assim e as coisas evoluem e
passam por transformações”, observa, acrescentando que o projecto actual
pretende designadamente dar visibilidade aos escritores, artistas visuais e
músicos românticos, sobretudo portuenses.
O responsável do
Museu da Cidade demarca-se no entanto da publicação no Facebook, que atribui a
alguém que não integra a equipa do museu da Cidade e que considera “ofensiva e
provocatória”. Além de ter originado perto de 400 comentários, quase todos de
desagrado, o post é também citado numa petição lançada na Internet e que ontem
ao final do dia tinha já mais de 800 assinaturas, incluindo figuras como o
ex-ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes, a antiga directora-geral de
Serralves, Odete Patrício, ou o historiador Gaspar Martins Pereira.
Lançada pela
criadora do site Memórias da Casa Antiga, a arquitecta Ana Motta Veiga, também
vice-presidente da direcção nacional do Chega, a petição exige “a reposição da
decoração interior oitocentista do Museu Romântico da Quinta da Macieirinha no
Porto”, afirmando que “provocou espanto e reacção imediata dos portuenses o
orgulho com que a Câmara Municipal do Porto anunciou que desfez” a anterior exposição
permanente ali instalada. E cita a referida página de Facebook: “O espaço
despiu-se dos adereços de casa burguesa oitocentista e vestiu-se de
contemporaneidade.” Uma frase que cita quase textualmente o texto de
apresentação da Extensão do Romantismo no jornal da Feira do Livro, mas que
Nuno Faria diz ter sido retirada do contexto.
A polémica chegou
já também à disputa eleitoral autárquica, com a candidatura do social-democrata
Vladimiro Feliz a convocar os media para uma conferência de imprensa esta
terça-feira, cujo anunciado tema é: “Museu do Romântico: Estão a destruir o
conceito deste museu!!!”.
Um acervo em formol?
Vários dos
comentários negativos a esta reconfiguração do Museu Romântico que entretanto
surgiram nas redes sociais lembram que o espaço sofrera uma remodelação
recente, financiada com fundos europeus, e para a qual o cenógrafo Tito
Celestino e a equipa técnica da Câmara do Porto desenharam uma solução
museográfica que mantinha o ambiente de época que sempre marcou o museu.
O museu reabrira
em Fevereiro de 2018, após esta intervenção, que Nuno Faria diz ter sido
aproveitada, assegurando ainda que as peças agora retiradas da casa “voltarão a
ser mostradas”, neste e noutros espaços do Museu da Cidade, ainda que “não da
mesma maneira”. É o caso, exemplifica, de uma colecção de têxteis que nunca foi
integralmente exposta.
Todas as peças
que pertencem ao município “estão devidamente acondicionadas” e o seu
inventário deverá ser finalizado em breve, explica o curador. Só algumas peças
em depósito têm vindo a ser devolvidas aos seus proprietários ou respectivos
herdeiros, um processo, assegura, que já estava em curso quando chegou à equipa
do Museu da Cidade.
“Preservar a
memória das coisas, dos objectos, dos hábitos, das tradições, não passa
necessariamente por encapsulá-las, preservá-los em formol, congelá-las num
tempo já passado, já sem vida, já sem corpos, sem respiração”, argumenta Nuno
Faria numa entrevista entretanto publicada no site da autarquia. O curador
assume uma perspectiva muito crítica da última remodelação, que teria tornado o
museu “um lugar que exercia verdadeiro distanciamento social”, já que os alunos
das escolas eram confrontados com “uma certa forma de vida (…) da alta
burguesia” cuja inacessibilidade era vincada pelo facto de o acesso às salas
estar vedado e só as poderem ver de fora.
Nesta sua sua
“nova era”, o museu, diz, “trabalhará em largo espectro sobre o Romantismo, ou
os romantismos, no plural, quer artísticos, quer literários, quer musicais” e a
Extensão do Romantismo será “ainda mais do que um espaço expositivo, um espaço
performativo”, com “uma constante programação musical”.
“Mudar da noite para o dia”
Mas esta visão
está longe de ser consensual. Um dos signatários da petição, o historiador e
professor Gaspar Martins Pereira, acha que “as colecções associadas a uma casa
não se devem dispersar, porque ali têm um significado que lhes é dado pelo
contexto e noutros museus perdem sentido, são objectos soltos”.
Ao PÚBLICO,
Martins Pereira defende que “um museu romântico deve preservar o espírito da
época”, e que se o programa é encarar o Romantismo como realidade
trans-histórica, então deveria ter-se encontrado outro espaço. Admitindo que o
programa que existia poderia ser melhorado, contesta o radicalismo da solução.
“As coisas parecem mudar da noite para o dia só porque passa pela cabeça de
alguém fazê-lo, e isso incomoda-me, porque estamos a falar de estruturas da
cidade”, diz. E lembra que quando Rui Moreira anunciou a requalificação
concluída em 2018 “a intenção era manter o espírito do Museu Romântico”.
Gaspar Martins
Pereira não é de resto um adepto do museu polinucleado, “que anda a ser
discutido há não sei quantas décadas”, advogando que “o Porto tem dimensão e
carácter para ter um grande museu da cidade”. E lamenta que a concessão do
edifício da Alfândega ao Museu dos Transportes tenha inviabilizado o lugar que
considerava ideal para vir a albergar esse museu.
Já Luís Raposo,
presidente da secção europeia do Conselho Internacional dos Museus (ICOM, na
sigla inglesa), só conhece de fotografias a nova encarnação do museu, mas acha
que a anterior “entrava na categoria das casas-museu”, nas quais o edifício é
“indissociável” do seu conteúdo, “incluindo o mobiliário, a pintura de paredes
e tudo o que constitui o ambiente próprio da casa”. Considera por isso esta
reconfiguração “um erro crasso do ponto de vista museológico” e “um disparate
do ponto de vista da política cultural”, já que, observa, os museus de arte
contemporânea são hoje “uma moda que se repete por todo o mundo” e “o Porto
deve pensar se quer repetir mais do mesmo, ainda por cima quando já dispõe de
tão bons espaços para arte contemporânea, a começar por Serralves.
“A ideia de fazer
dialogar os passados com os presentes é uma aproximação correcta e da qual não
podemos prescindir”, diz o arqueólogo, observando que “também o Classicismo,
como o Romantismo, ressurge em todas as épocas” e faz sentido relê-lo à luz dos
vários presentes. “Mas o problema é quando isso é feito com desrespeito por
esse passado, e em lugares onde existe um adquirido que os torna imagem de
marca do ambiente de uma época”, argumenta.
Nuno Faria mantém
que é neste espaço que faz sentido “trabalhar mais directamente com a história
do Romantismo” e que a opção tomada se baseia “numa visão do que achamos que um
museu deve ser”. E se há quem ache que o projecto “é mais ou menos fiel a uma
ideia de Romantismo no Porto, muito bem, vamos lá discutir isso”. Mas rejeita
acusações de falta de legitimidade. “Isto está a ser discutido há muito tempo,
foi apresentado ao Conselho Municipal de Cultura e ao executivo, não é uma
coisa clandestina nem feita só por um director artístico.”
E também há na
cidade quem aprecia o que tem sido feito no âmbito do projecto do Museu da
Cidade. Manuela Monteiro, da galeria e fórum Mira, em Campanhã, lamenta “a
discussão desabrida e furiosa nas redes sociais”, acha que o trabalho da equipa
do Museu da Cidade está a “tentar trazer a uma dinâmica diferente, com
projectos que são benfazejos porque acordam alguns lugares”, entre os quais
inclui o do antigo Museu do Romantismo, que visitou frequentemente com turmas
escolares e que acha que “estava um bocado congelado” e não emocionava os
alunos.
“Tenho uma
perspectiva optimista e acho que as pessoas que estão a trabalhar nisto são
sérias”, diz. “O que teria sido necessário era explicar melhor o que se está a
fazer antes de sermos informados por um post agressivo nas redes sociais.”
Medina quer “impossibilitar” abertura de novos alojamentos locais em Lisboa / Medina não quer mais AL em Lisboa. Associação diz que sector é “bode expiatório”
Depois de ter permitido ‘rédea solta’ anos afim, com
desastrosas consequências para os habitantes e moradores, Medina vem só agora e
muito tardiamente, propor limitações
sérias ao Alojamento Local.
“Casa Arrombada, Trancas à Porta”, em nítido contexto de
Eleições Autárquicas.
OVOODOCORVO
Medina quer “impossibilitar” abertura de novos
alojamentos locais em Lisboa
ECO
27 Agosto 2021
Para o autarca
socialista e recandidato à presidência da Câmara, é necessário "recuperar
imóveis afetos à função de alojamento local para o mercado de habitação".
Fernando
Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que se recandidata ao cargo
nas eleições autárquicas de 26 de setembro, quer “impossibilitar” a abertura de
novos alojamentos locais “em toda a cidade de Lisboa”. A medida constará no
programa eleitoral socialista, revela o próprio em entrevista ao Diário de
Notícias e à TSF.
“A minha intenção
é, ganhando as eleições, propor ao município a aplicação deste princípio da
impossibilidade de abertura demais alojamentos locais em toda a cidade de
Lisboa”, diz Medina. “Creio que é a medida que é necessária, agora que os
níveis de procura estão mais abaixo, para que todos tenham um cenário muito
claro de que nós não iremos permitir mais esta passagem de imóveis destinados à
habitação para o alojamento local”, afirma. Pelo contrário, Medina considera
ser preciso “recuperar imóveis afetos à função de alojamento local para o
mercado de habitação”, sem “tocar nas licenças atribuídas”.
Convicto de
que o alojamento local “foi longe demais na cidade de Lisboa”, Medina destaca
que a alteração da legislação do setor deve dar “mais poder aos municípios para
poder regular” e será “importante para regular o setor do turismo”. Ou seja,
para “impedir que, com o crescimento expectável acelerado que o turismo venha a
registar após o fim da pandemia”, não haja “uma corrida para baixo nos preços
do alojamento”, explica.
Amsterdam to ban Airbnb in city centre, bring in
permits for holiday rentals Housing
April 16, 2020
Amsterdam’s red
light district is empty of tourists because of coronavirus. Photo: DutchNews.nl
Amsterdam city council is to ban tourist rentals in
the heart of the old city and part of the canal area, and will bring in special
permits for the rest of the city from July 1. The ban will roughly cover the
1012 and 1017 postcode areas and is being introduced after research showed the
number of tourist rentals is having a major impact on locals. ‘Local residents
should be able to enjoy living in their own neighbourhood,’ said housing
alderman Laurens Ivens. ‘They are already having to deal with the consequences
of tourism on the street, so it is important that they do not experience
problems in their own areas as well.’ Some 80% of people living in the city
centre have to deal with problems caused by tourism, Ivens said. B&Bs The
ban on holiday rentals will not apply to bed & breakfast operations with a
licence but will stop all other forms of renting to tourists via platforms such
as Airbnb. The city is also bringing in permits for holiday rentals in the rest
of the city. Permits will only be awarded if the property is lived in most of
the time, if the property is not rented out for more than 30 days, and is
rented to no more than four people. Landlords will also have to register each
rental period with the city. Fines will run up to almost €21,000. Officials say
the new system of permits will make it easier to check up that landlords are
not breaking the rules. Court ruling The introduction of permits follows a
Council of State ruling earlier this year, which said that holiday rentals in
the Netherlands are technically only possible with a licence. City research
shows one in 15 properties in Amsterdam has been rented out via Airbnb at some
point and there are some 25,000 adverts a month for holiday rentals in the
capital across various platforms. The Hague city council is effectively banning
all locals from renting out their property or a room via agencies such as
Airbnb following the court ruling. It has decided not to set up a licencing
system. National rules The Hague ban will probably last until the end of this
year, by which time the government will have finalised national legislation to
cover holiday rentals. Those national rules will allow local authorities to
require holiday lets to be included on a register in areas where housing is in
short supply. The registration number must then be included in adverts on
platforms such as Airbnb. But the platforms have made it clear already they
will not force landlords to include the registration number immediately,
leading campaigners to say the legislation does not go far enough. Airbnb has
said it will enforce use of the number after six months. EU rules Acting
housing minister Stientje van Veldhoven said at the end of last year websites
like Airbnb cannot be forced to hand over information to councils for checking
because it would go against EU guidelines which view holiday rental sites as
information platforms. Airbnb told DutchNews.nl in a statement that 95% of
listings on Airbnb are outside these areas and help disperse tourism and spread
financial benefits across the city. ‘We are also deeply concerned these
proposals are illegal and violate the basic rights of local residents,’ Airbnb
said. ‘While City Hall has been working on measures to take income away from
Amsterdammers and businesses, Airbnb has introduced new and effective tools to
tackle noise and nuisance that have already been welcomed by alderman Ivens.’
The agency points out that one-third of Airbnb landlords say they need their
earnings to help make ends meet.
Medina diz que "não é o turismo que está a criar o
problema da habitação"
27 Setembro 2018
às 13:02
O presidente da
Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, rejeitou esta quinta-feira que
seja o turismo o responsável pelo problema da habitação e defendeu uma redução
dos impostos sobre os rendimentos prediais para aumentar a oferta de
alojamento.
"Não é o
turismo que está a criar o problema da habitação e, por isso, o problema não se
resolve com limitação do turismo. Resolve-se sim com o aumento da oferta. A
única proposta que tem o condão de aumentar a oferta é baixar os impostos sobre
os rendimentos prediais", disse o autarca na abertura da IV Cimeira do
Turismo Português, que se realiza hoje em Lisboa, em que participou também o
primeiro-ministro António Costa.
"É um erro pensarmos
que vamos abdicar do crescimento do turismo para a nossa economia, mas também é
um erro pensar que uma cidade que cresce como Lisboa cresce não tem de cuidar
do equilíbrio", insistiu.
O autarca lembrou
que o próximo ano será marcado pelo arranque da nova lei do alojamento local e
disse acreditar que esta vai "resolver o reequilíbrio da cidade", uma
vez que permitirá a cada freguesia usar as ferramentas disponíveis para limitar
ou promover o alojamento local.
"O que nos
move não é nenhum sentimento de limitação. Alfama não é bitola para o resto do
mundo. Alfama tem de ser protegida, mas também não pode impedir o
desenvolvimento do alojamento local no resto da cidade", disse.
Acerca da
sobrelotação do Aeroporto da Portela, referida anteriormente pelo presidente da
Confederação do Turismo Português (CTP), Medina lembrou que "este não é um
problema de Lisboa, é da região e do país".
"É tempo de
pensarmos em conjunto", disse ainda o autarca, referindo que Portugal tem
apenas duas saídas: "ou não investimos, não aumentamos capacidade e
perdemos oportunidades, ou fazemos o inverso, investimos e chegamos a um novo
patamar".
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https://www.publico.pt/2021/08/27/local/noticia/medina-nao-quer-al-lisboa-associacao-sector-bode-expiatorio-1975479
Medina não quer mais AL em Lisboa. Associação diz que
sector é “bode expiatório”
Sector do Alojamento Local está a ser responsabilizado
por uma política de habitação ineficaz, queixam-se os proprietários de
alojamentos locais
Cristiana Faria
Moreira
27 de Agosto de
2021, 18:37
Primeiro, avançou
com a definição de zonas no centro de Lisboa, como a baixa, os bairros históricos,
ou as grandes avenidas como a da Liberdade e a Almirante Reis, onde os registos
de novos alojamentos ficaram suspensos em áreas já muito pressionadas por esta
modalidade de alojamento. Agora, o presidente da Câmara de Lisboa diz que se
for reeleito quer limitar novos registos em toda a cidade, para impedir
que mais imóveis destinados à habitação passem para o alojamento local
(AL). A Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), que representa o
sector, diz que este anúncio só surge por ser período de campanha eleitoral, na
qual o AL “aparece mais uma vez como bode expiatório pela falta de
políticas habitacionais eficazes em Lisboa”.
Em entrevista ao
Diário de Notícias e à TSF, publicada esta sexta-feira, o autarca adiantou que
uma das medidas que constará no programa eleitoral com que se recandidata é a
limitação da abertura de novos alojamentos locais em toda a cidade de Lisboa.
“Defendemos muito
uma alteração à legislação do alojamento local que, quando foi criada,
liberalizou por completo o mercado. Isto é, permitiu que qualquer casa de
habitação - casa ou prédio - fosse transformada num alojamento local. No início
esta medida teve um efeito positivo, foi uma medida importante do ponto de
vista dos rendimentos de muitas famílias, das classes médias, que punham os
seus imóveis no alojamento local. Foi uma medida importante para dar resposta
ao crescimento da procura turística”, afirmou Medina na entrevista.
No entanto,
considerou, esse fenómeno foi “longe demais” na capital. “Hoje, temos um número
de registos de fogos em alojamento local muito mais elevado. O alojamento
local, numa primeira fase ajudou à recuperação de habitações, mas numa segunda
fase começou a retirar casas do mercado, casas que estavam antes afectas à
função habitacional”, acrescentou.
Associação surpreendida
Em reacção à
entrevista, a A ALEP diz-se “surpreendida” com a decisão, sobretudo por ter
sido anunciada num momento em que o “turismo tenta ainda recuperar dos impactos
devastadores que a pandemia provocou no sector”.
“Nos últimos
anos, o Alojamento Local foi a base a partir da qual uma parte significativa da
economia da cidade cresceu. Hoje representa metade das dormidas turísticas de
Lisboa. O alojamento local tornou-se um pilar do turismo na cidade e, portanto,
um dos pilares da sua Economia”, refere a associação, que é liderada por
Eduardo Miranda, em comunicado.
A ALEP considera
ainda que esta posição de Medina é “incompreensível”, sobretudo num momento em
que o alojamento local registou pela primeira vez na história uma diminuição do
número total de registos em Lisboa, tanto em 2020 como em 2021. “Nas
plataformas online como a Airbnb a oferta reduziu em mais de 2000 alojamentos
desde os finais de 2019. Não há nenhum sinal de pressão, como tal, a decisão
contraria o espírito da lei e as próprias recomendações dos estudos e
indicadores da câmara”, referem os representantes do sector.
Actualmente,
segundo os dados do Registo Nacional de Turismo, existem em Lisboa 19.306
registos de AL. A associação insiste que, a concretizar-se, esta proibição pode
“comprometer a qualidade do turismo em Lisboa ao impedir a renovação da oferta
e a inovação, fundamental para o futuro da cidade”.
Para concretizar
esta medida, o município teria de alargar as áreas de contenção que actualmente
já se encontram em vigor na baixa de Lisboa e nos bairros históricos do centro
de Lisboa. O que se traduziria, num “agravamento fiscal brutal para os pequenos
proprietários” em termos de IRS. “O resultado é um ataque às ‘muitas famílias,
das classes médias’ de Lisboa que, como o próprio candidato reconhece na
entrevista, encontraram no alojamento local uma forma de rendimento e que ajudaram
a colocar Lisboa no mapa do turismo internacional”.
A par do
alojamento local, foram surgindo na capital, sobretudo na baixa pombalina,
quarteirões inteiros transformados em hotéis. Questionado sobre se o
surgimento de novas unidades hoteleiras poderia ser também limitado,
Medina sublinhou que o problema não está na pressão causada por estas grandes
unidades, mas sim pelo alojamento local. "Olhando para os dados, o
grande crescimento não se fez na hotelaria, fez-se no alojamento local, nomeadamente,
como aqui foi dito, nas zonas históricas”, afirmou, notando o aparecimento
de “grandes players" que se dedicaram ao AL, reabilitando prédios
inteiros e colocando-os na íntegra nesse sector.
BE quer limite de 15 mil alojamentos
Em reacção à
medida apresentada por Medina, também o Bloco de Esquerda — força política que
durante este mandato teve um acordo com o PS para a gestão da cidade —,
concorda que é necessário impedir a abertura de mais Alojamento Local em
Lisboa.
A candidata
bloquista a Lisboa, Beatriz Gomes Dias, justifica a posição com o facto de ser
“muito difícil encontrar em Lisboa casas que as pessoas possam pagar com os
rendimentos que têm”.
“O aumento do
arrendamento temporário contribuiu muito para esta situação. Ao rejeitar a
proposta do Bloco para impedir a atribuição de novas licenças para alojamento
local, o PS permitiu que freguesias do centro ultrapassassem os 40% de casas
retiradas do mercado de habitação”, diz ainda candidata, citada em comunicado.
Entre as medidas
propostas pelo partido “para responder ao sobrepeso do AL na cidade” está a
fixação de um limite máximo de 15 mil alojamentos locais na cidade. Para tal,
não devem ser atribuídas novas licenças e as que não estiverem activas devem
ser revogadas.
Além disso, o
partido propõe a compra, por parte do município, de 900 casas e/ou prédios em
AL nas zonas mais afectadas para serem inseridas e disponibilizadas à população
no âmbito Programa de Renda Acessível. Propõe ainda que se realize um
estudo sobre carga hoteleira e se limite a abertura de hotéis no centro da
cidade.
Should we give up flying for the sake of the climate?
SMART GUIDE
TO CLIMATE CHANGE | ENVIRONMENT
Should we give up flying for the sake of the
climate?
Cutting
the amount of you fly can have a big impact on your carbon footprint, but if
there are tricks to keep emissions down if you do fly (Credit: Getty
Images/Javier Hirschfeld)
By Jocelyn
Timperley
19th February
2020
For those
of us that take regular holidays abroad and travel on business, flying makes up
a considerable chunk of our carbon footprint, but are there ways of reducing
those emissions?
Everything
we do, from the food we eat, products we buy to the way we travel, releases
greenhouse gases into the atmosphere, and so has an impact on the planet’s
climate. But some activities have a far greater impact than others.
Around 2.4%
of global CO2 emissions come from aviation. Together with other gases and the
water vapour trails produced by aircraft, the industry is responsible for
around 5% of global warming.
At first
glance, that might not seem like very big contribution. Except, only a very
small percentage of the world flies frequently. Even in richer countries like
the UK and the US, around half of people fly in any given year, and just 12-15%
are frequent fliers.
You might
also like:
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rationing carbon help fight climate change
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that could revolutionise air travel
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and vegetables are not always green
Though
there is no exact data, Dan Rutherford, shipping and aviation director at the
International Council on Clean Transportation (ICCT), a US-based non-profit,
estimates just 3% of the global population take regular flights. In fact, if
everyone in the world took just one long-haul flight per year, aircraft
emissions would far exceed the US’s entire CO2 emissions, according to ICCT
analysis.
Looking
for locations to visit closer to home during holidays can reveal surprising
things about the places on your doorstep (Credit: Getty Images/Javier
Hirschfeld)
For those
of us that do fly, it is likely to make up a significant slice of our personal
carbon footprint. This is because, mile for mile, flying is the most damaging
way to travel for the climate. (Read about the Finnish town that is rationing
carbon emissions.)
A return
flight from London to San Francisco emits around 5.5 tonnes of CO2 equivalent
(CO2e) per person – more than twice the emissions produced by a family car in a
year, and about half of the average carbon footprint of someone living in
Britain. Even a return flight from London to Berlin emits around 0.6 tonnes
CO2e – three times the emissions saved from a year of recycling.
And
emissions from planes are rising rapidly – they increased by 32% between 2013
and 2018. While improving fuel efficiency is gradually reducing the emissions
per passenger, it is not keeping up with the rapid increase in total passenger
numbers, which are projected to double in the next 20 years.
“You have
fuel efficiency improvements on the order of 1% per year, and flights are
increasing 6%,” says Rutherford, “It's not even close.”
Other
substances, including mostly water in the form of contrails, as well as soot
and nitrous oxides, all have a capability of trapping additional heat at flight
altitude – Stefan Gössling
And it is
not just the CO2 pumped out from jet engines that is having an effect.
“Other
substances, including mostly water in the form of contrails, as well as soot
and also nitrous oxides, all have a capability of trapping additional heat at
flight altitude,” says Stefan Gössling, a professor at Linnaeus and Lund
universities in Sweden who specialises in sustainable tourism.
Yet
reducing the amount we fly can seem daunting, especially when we have to travel
regularly for business or if we enjoy holidays abroad. But there are ways each
of us can lessen the impact of our travel, and when we do fly, keep the
emissions to a minimum.
Staci
Montori was shocked when she discovered the contribution her own travelling was
having on the climate. An integrative medicine practitioner living in Boston,
she regularly flew to visit her family in California. But after consulting a
carbon footprint calculator, she pledged to go flight free last year. (Read
more about why flight shame is making people swap planes for trains.)
“I thought
I was so green, but then I realised I'm flying,” she says. “And that's the
biggest chunk of my carbon footprint. I had a little bit of a panic moment. I
thought ‘How am I going to see my family if I'm not going to fly’?”
Just a
small proportion of the global population take regular flights, given them a
disproportionately large carbon footprint (Credit Getty Images/Javier
Hirschfeld)
But after
some research she found a month-long rail pass which allowed her and her
daughter to affordably cross the country from Boston to San Francisco. Their
trip included two weeks in California, along with stops along the way in
Chicago and Colorado.
“It was
actually so much fun,” she says. “It went from feeling like a big sacrifice to
wow, this is actually a really exciting way to travel. And I sort of slowed
down, I got a lot of quality downtime with my daughter.”
Her
experience highlights what we might be missing out on when we opt for the speed
of flying. And choosing alternative ways of travelling are the most effective
way of reducing the carbon footprint our travel can have.
A single passenger
travelling on a domestic flight in Britain, for example, can lead to climate
impacts equivalent to 254g of CO2 for every kilometre they travel, according
the UK’s Department for Business, Energy and Industrial Strategy (BEIS). The
same calculations estimate a long-haul flight can release the equivalent to
102g of CO2 for every kilometre – a lower figure on average per kilometre
because of the huge amount of emissions given off during take-off and landing.
But an
intercity train releases the equivalent of just 41g for every passenger mile.
Travelling by coach releases even less – the equivalent of just 28g of CO2.
The CO2
equivalent emissions for each km a passenger travels varies depending on the
length of the flight, the aircraft cruising altitude and weight (Credit:
BEIS/Defra/BBC)
All this
means that if a journey is possible to do by coach or train, this is likely to
be far more climate friendly than flying.
“Generally
trains and coaches are the lowest carbon means of travel, much lower than
flying and cars,” says Milena Buchs, an expert in sustainability, economics and
low carbon transitions at the University of Leeds.
Even
driving is usually less carbon intensive than flying, says Rutherford, provided
you can give someone else a lift. Driving alone in a medium-sized petrol car
produces about 192g of CO2 for every kilometre you travel, but with passengers
that can be shared.
“So even if
you don't have a train, driving with one other person will certainly be better
than a plane in most cases,” he says.
Ground
transport can also often be cheaper and faster than air travel for shorter
distances once you take into account the time taken getting to the airport,
checking in, queuing at security and waiting for baggage. Sites like The Man in
Seat Sixty-One can help with planning long-distance routes by bus, train and
ferry by the cheapest route.
Despite
these alternatives, some journeys will always be harder to do without flying
And there
are other benefits to taking trains: they tend to connect directly between city
centres rather than being out of town as many airports are. They also offer the
chance to see and explore new destinations. It is also easier to get up and
walk around on a train, and, of course, there is the view.
But there
is plenty still to be done to provide better low-carbon travel options. Rail is
already common in Europe, where the overnight sleeper train network is
rebounding. But trains can be more expensive than flying on some routes and are
often more time consuming.
China,
meanwhile, is rapidly expanding its high-speed rail network – at the same time
as building hundreds of new airports. The US lacks high-speed trains and has
less rail infrastructure in general than Europe, combined with large distances
between its cities. But it also has a growing political movement to build
high-speed train lines as part of the Green New Deal.
“We need
the public demand for these things, and then hopefully, governments and
businesses will over time respond,” says Buchs.
Despite
these alternatives, some journeys will always be harder to do without flying.
So how do you decide if a flight is necessary?
Some
people are choosing to go on "flight diets" to reduce the number of
times they use aircraft to travel (Credit: Getty Images/Javier Hirschfeld)
Gössling’s
research has shown big differences in how importantly people rate different
flights. In one study, he asked 29 international students in his class to rate
the importance to them of different flights they had taken – just 58% of the
flights were rated “very important” or “important”.
“I think
that gives us some indication that not all flights are really important from
the viewpoints of the travellers themselves,” he says.
Buchs
recommends thinking about whether it’s possible to do something similar that
just doesn't involve a flight. “Is there anything closer by that enables me to
do something really similar, have a quiet time, enjoy myself, have some fun and
so on?” she says.
But flying
does not have to be an all or nothing decision. Betsy Thagard, a preschool
teacher from Berkeley in California, says she has gone on a “flight diet”,
cutting in half the number of flights she takes from four to two a year.
“I still
can go see my family when I need to,” she says. “But those vacations, I don't
have to fly anymore. There's plenty of wonderful things to do closer to where I
live, or take the train to. Staying close to home and going for slow travel can
actually make your vacations more relaxing and stress free.”
A first
class ticket on a long-haul flight emits, on average, four times as much as an
economy seat
Businesses
also have a part to play, by reducing the requirements on their staff to fly.
Prioritising the use of conference or video calls, allowing staff to combine
business trips with holidays, or allowing them extra holiday time to go by
train can all help with this.
Lastly, it
can help to tell others about your decisions to reduce flying. “Making it known
that you're someone who's given up flying for climate reasons can start to have
a statistically significant impact on the amount that people around you fly,”
says Cait Hewitt, deputy director of the Aviation Environment Federation (AEF),
an environmental non-profit.
But while
reducing the number of flights you take is the most effective way of cutting
your aviation footprint, there are also steps you can take if you have to fly.
Rutherford
has developed a four-step process that he recommends as a way of cutting per
flight emissions.
First,
choose to fly with an airline that uses the newest aircraft possible for your
route. These typically tend to be more efficient than older models and so
produce less emissions. German non-profit Atmosfair has an index which allows
people to check which airlines produce the least CO2 emissions for certain routes.
It is also
better to book an economy ticket rather than go by business or first class. A
first class ticket on a long-haul flight emits, on average, four times as much
as an economy seat on the same plane, as the chart below shows.
The
level of CO2 equivalent produced by each km a passenger travels varies greatly
depending on which cabin class they fly in (Credit: BEIS/Defra/BBC)
This is
because more expensive seats take up more space and weight on the plane. First
and business class also tend to end up with more empty seats.
Reducing
the amount of stuff you take away with you will also have some impact on
emissions. The more you pack, the heavier your bags will be, and this adds to
the amount of fuel being burned. “Anything that reduces the payload on an
aircraft is going to reduce the fuel burn,” says Rutherford.
Thirdly,
says Rutherford, avoid flying on either very small or very large planes. “Very
small regional jets or very large aircrafts with four engines are less fuel
efficient than your typical single aisle or small twin-aisle aircraft,” he
says.
Fourthly,
choose direct flights without layovers. “To go through hubs is adding a major
chunk of emissions to your flight and if you can avoid that, that will help
quite a bit in cutting down on your emissions,” says Gössling.
You could
also consider compensating the emissions from your flight by buying a carbon
offset
Rutherford
estimates these tricks generally reduce CO2 emissions from your flights by
around 20% to 45%, depending on the route. He considers these tips a “short
term hack”, however, arguing airlines should be clearly disclosing emissions
per flight to customers.
You could
also consider compensating the emissions from your flight by buying a carbon
offset. However, it is hard to ever be sure an offset will permanently “absorb”
the emissions your flight gives out. Trees, for example, need years to grow
enough to reabsorb the carbon from your flight, and it is hard to guarantee
they will be left standing long enough to counteract the emissions from your
flight. It is also often tricky to ensure offsets such as renewable energy
projects are “additional” – that they support projects that wouldn’t otherwise
have happened.
If you do
decide to offset, look out for the UN’s Gold Standard certification, says
Gössling. “This implies that they will also make a positive development
benefit.
Trains
will often drop passengers closer to a city centre than aircraft, meaning they
can be more convenient (Credit: Getty Images/Javier Hirschfeld)
Investing
in a good carbon offset project will “probably help to do some good somewhere
in the world”, adds Hewitt, but it won’t make the emissions from your flight go
away. “Offsetting just can't be a long-term solution,” she says. Many people
object to offsetting as it implies wealthier individuals can keep contributing
to climate change without altering their behaviour.
While
giving up flying can feel like a choice to curb your own freedom, travel and
the opportunity to experience different cultures, its increasing role in
climate change is putting many of our most cherished environments at risk.
But if we
do choose to shift our mindsets, we could find the pleasures of slow travel and
the discovery of what we have been missing on our own doorsteps could be worth
the sacrifice.
* Jocelyn
Timperley is a freelance climate change reporter. You can find her on Twitter
@jloistf.
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to Climate Change
For most
BBC Future readers, the question of whether climate change is happening is no
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'Smart Guide to Climate Change', uses scientific research and data to break
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footprint.