CÂMARA DE LISBOA
Moedas defende “fiscalização forte” às velocidades em
Lisboa em vez de reduzir 10 km/h
O presidente da câmara considera que a redução em 10 km/h
não resolve a questão do incumprimento por parte dos automobilistas.
Lusa
21 de Junho de
2022, 23:11
O presidente da
Câmara de Lisboa defendeu esta terça-feira “uma fiscalização forte” ao
cumprimento das velocidades de trânsito automóvel em vez da redução dos limites
em 10 quilómetros por hora (km/h), reiterando que a decisão será tomada após
consulta pública.
“Seria muito mais
importante ter uma fiscalização forte em relação às velocidades do que
propriamente baixar certas velocidades”, afirmou Carlos Moedas (PSD),
considerando que a redução em 10 km/h não resolve a questão do incumprimento
por parte dos automobilistas.
Na reunião da
assembleia municipal, no âmbito da apreciação do trabalho do executivo
camarário nos últimos dois meses, o presidente da Câmara de Lisboa foi
questionado pelo deputado independente Miguel Graça (eleito pela coligação
PS/Livre) sobre a proposta do Livre que prevê alterações no trânsito, inclusive
a redução dos limites de velocidade, ao que respondeu que a iniciativa vai ser
alvo de consulta pública, porque é preciso “ouvir as pessoas”.
Miguel Graça
acusou a liderança PSD/CDS-PP na Câmara de Lisboa de “falta de planeamento”
para a construção da cidade, inclusive na área da mobilidade, considerando que
a medida de transportes públicos gratuitos para residentes menores de 23 anos e
maiores de 65 anos “não é uma estratégia de mobilidade”.
Em resposta, o
social-democrata Carlos Moedas recusou as críticas sobre a ausência de
intervenção na área da mobilidade: “Não é verdade que não fizemos nada [...].
Quantas cidades oferecem transportes públicos? Quantas? Diga-me quantas?”
Relativamente à
alteração da ciclovia da Avenida Almirante Reis, o autarca do PSD justificou a
retirada da sua proposta de uma solução provisória por considerar que “a
polarização que estava a acontecer não é positiva para ninguém”, inclusive
estava a criar “uma fricção social”.
A deputada
municipal do BE Isabel Pires afirmou que essa polarização foi criada por Carlos
Moedas quando assumiu o compromisso eleitoral de acabar com essa ciclovia e o
socialista Rui Paulo Figueiredo disse que “afinal foi uma promessa que o senhor
presidente não tinha estudado convenientemente”.
Na informação
prestada à assembleia, o presidente da câmara realçou a 1.ª edição do Conselho
de Cidadãos, indicando que foi “um verdadeiro sucesso”, com mais de 2300
pessoas inscritas e 50 que foram sorteadas, muitas das quais “nunca tinham
estado envolvidas em nada de político”, pelo que este é um instrumento que
reforça a “proximidade e capacidade de trabalhar em conjunto com as pessoas”.
Para o deputado
independente Miguel Graça, que promoveu duas sessões na assembleia sobre o
funcionamento do Conselho de Cidadãos, a 1.ª edição “não foi um sucesso”.
“O Conselho de
Cidadãos não foi um sucesso aqui, mas foi um sucesso lá fora”, reforçou Carlos
Moedas, questionando o porquê desta “bolha” sobre um instrumento para dar voz
às pessoas, que acontece em outras cidades da Europa, com partidos de direita e
de esquerda: “Será que isso é tão difícil, custa tanto a engolir?”
Do trabalho do
executivo camarário nos meses de Abril e Maio, o presidente da câmara destacou
também a escolha de Lisboa para a missão da União Europeia de 100 cidades
neutras no clima e inteligentes até 2030, o apoio aos refugiados da Ucrânia e o
“sucesso e segurança” do regresso das festas da cidade após dois anos de
interregno devido à pandemia de covid-19, inclusive a realização dos arraiais
populares.

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